domingo, 23 de fevereiro de 2014

Mercado de lançamentos imobiliários em São Paulo tem pior janeiro desde 2009.

USTAVO COLTRI A cautela dominou o mercado de lançamentos na região metropolitana de São Paulo no início deste ano. Sob o impacto da enxurrada de empreendimentos novos apresentados aos consumidores nos estandes no último trimestre de 2013 e das incertezas dos próximos meses no País, o tradicionalmente tímido mês de janeiro foi, em 2014, ainda mais discreto. De acordo com dados coletados pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), 413 unidades na planta foram colocadas à venda na capital paulista durante o mês, o que representa queda de 37,42% em relação ao mesmo período de 2013. Esse também é o mais baixo número verificado pelo levantamento em cinco anos e o terceiro pior resultado da última década, à frente somente de 2006 e de 2009. Considerando a quantidade de empreendimentos, a cidade recebeu 12 projetos em janeiro, seis a menos do que o apurado no mesmo mês do ano passado. O desempenho supera, no entanto, 2012, quando dez condomínios foram colocados à venda – o ano foi considerado pelo mercado como de ajustes ao avassalador desempenho de 2011. Naquele ano, aliás, 21 residenciais foram lançados. Ainda é cedo para se deduzir qualquer rumo para o mercado imobiliário neste ano, de acordo com representantes do setor, mas os números já colocam pimenta no rol de indefinições que permeavam as previsões sobre 2014. “É difícil saber como será a feição deste ano. Temos muitas situações atípicas: primeiro o carnaval em março, depois Copa do Mundo de futebol, depois as eleições”, ressalta o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Claudio Bernardes. Somam-se a esse cenário, dois outros fatores que podem interferir na curva da oferta, de acordo com ele. O Plano Diretor da cidade ainda está em discussão na Câmara Municipal, deixando em aberto as regras para o desenvolvimento dos projetos imobiliários. o que prejudica as estratégias de investimento das incorporadoras. Por outro lado, o desempenho econômico é motivo de atenção dos empresários. “Eu diria que talvez o pessimismo esteja maior do que deveria, e esse é o risco. Mas temos bons indicadores, como emprego e crédito.” Na quinta-feira, Bernardes reuniu-se com executivos de grandes empresas para discutir os rumos do setor. “O tom do encontro foi realista”, diz o representante. De qualquer forma, Bernardes acredita em recuperação dos lançamentos depois do carnaval. Muitos incorporadores estariam se movimentando para colocar projetos no mercado. “Em abril, acredito que teremos um resultado acumulado parecido com 2013.” Padrão. Janeiro costuma ser um mês fraco para o mercado imobiliário de lançamentos para dar vazão aos produtos já colocados em comercialização. Neste ano, essa condição pode ter se acentuado, na opinião do professor do curso de pós-graduação em negócios imobiliários da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), Ricardo Rocha Leal, pelo grande volume de novos empreendimentos do último trimestre. Cerca de 12 mil unidades na planta foram postas no mercado no período, enquanto as vendas de imóveis novos atingiram por volta de 7 mil residenciais. “Antes de lançar o produto, temos de esquentá-lo com divulgação. Para vender em janeiro, é preciso fazer isso em dezembro. E, em dezembro, as empresas querem comercializar o que já foi lançado. Por isso, pouco se lança no primeiro mês do ano”, explica o especialista. A dinâmica do mercado financeiro também incentivaria a antecipação de lançamentos, na medida em que os grandes incorporadores com capital aberto em bolsa de valores têm metas a cumprir para os investidores. “Eles fazem de tudo para alcançar os objetivos no próprio ano fiscal. E isso faz com que janeiro tenha um número pequeno de represamento.” Rocha Leal ainda aguarda a divulgação de resultados das companhias para saber o nível dos estoques de imóveis, que regulam a quantidade de novos edifícios e as promoções para o escoamento dos produtos em obras. “Em número de lançamentos, parece que talvez tenhamos uma pequena redução na comparação anual. E as vendas serão semelhantes a 2013”. O diretor da Embraesp, Luiz Paulo Pompéia, que a atuação das empresas se dará fundamentalmente para garantir um ajustes de preços do metro quadrado de área útil na cidade, pressionado para cima pelo aumento das unidades menores – em janeiro, ele foi de R$ 9.360. “Deve haver a estabilização, com talvez uma tendência de queda.” Com relação aos resultados de janeiro, ele prefere relativizar os indícios. Pompéia lembra que 2013 foi um ano com resultados inflados em função da dificuldade de aprovações de projetos em 2012. Os números do ano passado não seriam, portanto, um reflexo perfeito da realidade do mercado. Por outro lado, o período de férias e o excesso de gastos no período de festas de fim de ano desestimulariam a demanda nos primeiros meses do ano. “Historicamente, a produção costuma ser baixa em janeiro, com uma ou outra exceção, como 2007 (ano do primeiro boom imobiliário).” Fonte:http://blogs.estadao.com.br/radar-imobiliario/lancamentos-imobiliarios-em-sao-paulo-tem-pior-janeiro-desde-2009/

Projetos de metrô e trem impulsionam lançamentos de imóveis na Grande SP

23/02/2014 - 01h30 | DANIEL VASQUES DE SÃO PAULO Com o alto preço dos imóveis em São Paulo, as cidades da região metropolitana procuram ganhar terreno. A estratégia é oferecer unidades mais baratas em um cenário de perspectiva de melhorias na infraestrutura – sobretudo de acesso facilitado à capital.
Raquel Cunha/Folhapress Vista de São Bernardo do Campo, cidade que concentra grande volume de lançamentos São Bernardo do Campo concentra muitos lançamentos Segundo o Secovi-SP (sindicato do mercado imobiliário), depois de São Paulo, Guarulhos, São Bernardo do Campo e Santo André oferecem o maior número de oportunidades. As três cidades juntas responderam por metade das unidades lançadas nos 38 municípios da região no ano passado–sem considerar a capital paulista. Com apartamentos que vão do perfil econômico ao alto padrão, o valor do metro quadrado nesses três municípios se situa, em média, em torno de R$ 5.000 –contra R$ 8.700 na capital. "Essas cidades tiveram valorização, mas não tanto quanto ocorreu em São Paulo. Ainda há espaço para se valorizarem", afirma Belmiro Quintaes, diretor da imobiliária Lopes. ATRATIVOS O preço mais baixo dos imóveis nas cidades da Grande São Paulo, aliado à perspectiva de melhorias em transporte e ao acesso mais fácil à capital paulista, é o principal apelo dos lançamentos na região. Com a expectativa de resolver ou atenuar um importante gargalo, que é a falta de metrô, os projetos tornaram-se chamariz de vendas no ABC e em Guarulhos. As regiões atraem compradores que buscam uma moradia ou um investimento. Considerando os lançamentos em Santo André e São Bernardo do Campo, por exemplo, houve alta de 32% no número de unidades lançadas em 2013 na comparação com 2012, segundo a Acigabc (associação de construtoras e imobiliárias). Para a região, está prevista a linha de monotrilho 18-bronze, a ser operada pelo Metrô, com 13 estações e interligando os municípios de São Paulo, São Caetano, Santo André e São Bernardo. As obras devem ser concluídas em 2018, de acordo com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos.
Em Santo André, os lançamentos de padrão mais elevado ficam no bairro Jardim, com opções de apartamentos com mais de 150 m². O Parque Celso Daniel, um shopping e a movimentada rua das Figueiras, com muitos bares, são atrativos. Como não há muitos terrenos disponíveis no Jardim, o bairro Campestre, ao lado, desponta com unidades menores e preço mais em conta. Já em São Bernardo do Campo, a região central é a que mais atrai lançamentos, justamente por onde passará uma estação do monotrilho. Com o avanço das incorporadoras na região, o estoque subiu. ESTOQUE "O estoque está em cerca de 4.000 unidades na região. O número é um pouco alto, já que o normal é de 2.500 a 3.000", afirma Milton Bigucci, presidente da Acigabc e da construtora MBiGucci. Em Guarulhos, os locais mais desejados são Vila Augusta, onde fica o parque Parque Fracalanza, a região do Bosque Maia e a Vila Rosália. As unidades acabam servindo moradores da cidade ou das zonas leste e norte de São Paulo, vizinhas a Guarulhos. O gerente Pedro Luiz do Nascimento, 29, mudou da Vila Maria (zona norte de São Paulo) para a região central de Guarulhos e afirma ter feito ótimo negócio. Ele diz encontrar boas opções de lazer próximo da nova casa, como um parque e um shopping. Segundo ele, pelo preço que pagou pelo apartamento de 105 m² em Guarulhos conseguiria um de pouco mais de 60 m² na Vila Maria. Como no ABC, os investimentos em transporte pesam. A linha 2-verde deve chegar à região da rodovia Presidente Dutra e uma linha de trem deverá ligar o aeroporto à capital. Também há projeto para a linha 19-celeste ligar a zona sul de São Paulo à cidade. Fonte:http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/2014/02/1416165-guarulhos-sao-bernardo-do-campo-e-santo-andre-concentram-lancamentos.shtml