domingo, 18 de setembro de 2011

Prazo de quitação de contrato de crédito triplica em seis anos

CARLOS ARTHUR FRANÇA
DE SÃO PAULO

O brasileiro tem financiado imóveis por períodos mais longos. O prazo médio de quitação dos contratos de crédito imobiliário quase triplicou em seis anos: passou de 4,2 anos, em 2006, para 12,2 anos, nos primeiros sete meses de 2011, de acordo com dados do Banco Central.

A oferta de financiamento com contratos de até 30 anos, que voltaram ao mercado a partir de 2004, é a maior razão para o fenômeno, argumenta Celso Petrucci, economista do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário).

Pagamento antecipado deve abater juros futuros
Adiantamento de parcelas é mais vantajoso no caso de Tabela Price
Bancos não dão descontos por antecipação
O crédito ficou mais acessível, os prazos foram aumentando, e as pessoas passaram a demorar mais para pagar.


Esse aumento da oferta de crédito, somado à alta real dos salários no país nesses últimos anos, contribuiu também para a elevação dos preços das unidades, afirma Bruno Vivanco, diretor de negócios da imobiliária Abyara.

Nos últimos 12 meses, a média do valor financiado por imóvel no país subiu de R$ 128,1 mil para R$ 170,3 mil (aumento de 32,9%), segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

No mesmo período, o valor médio do metro quadrado dos apartamentos em São Paulo teve um crescimento de 15%: de R$ 5.608 para R$ 6.447, segundo dados da empresa de pesquisas imobiliárias Geoimovel.

PARA CABER NO BOLSO
Assim, a extensão do tempo para a quitação se trata ainda de uma estratégia para o tamanho das parcelas caber no bolso do brasileiro, independentemente dos juros e do total pago ao final do plano, destaca Adriano Gomes, professor do curso de negócios imobiliários da Escola Superior de Propaganda e Marketing.

A carência da maior parte dos financiamentos, dizem os bancos, é de 20 ou 30 anos. Imóveis comprados pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação) podem usar os recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a cada dois anos para antecipar pagamento de parcelas.

Fora a correção monetária, o FGTS rende apenas 3% ao ano, enquanto os juros dos financiamentos são de cerca de 9%; vale a pena, afirma o professor de matemática financeira José Vieira Dutra Sobrinho.

Apesar do aumento do valor financiado e do período de pagamento, a taxa de inadimplência por mais de 90 dias continua em torno de 1,2%, segundo os últimos dados divulgados pela Abecip.

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