terça-feira, 28 de agosto de 2012

Com queda nos lançamentos, cresce a venda de imóveis usados

Com recuo de 37,2% no número de lançamentos no semestre, segundo dados divulgados pelo Secovi-SP (sindicato de habitação) no início do mês, cresce a venda de imóveis usados.
De acordo com levantamento da empresa de administração imobiliária Lello, com base em cerca de 9.000 imóveis em São Paulo, as vendas de imóveis residenciais usados e prontos para morar na cidade de São Paulo cresceram 53,6% entre janeiro e julho deste ano ante o mesmo período do ano passado.
No primeiro semestre de 2012, o valor médio das unidades residenciais comercializadas nos principais bairros da capital paulista foi de R$ 450 mil, contra R$ 400 mil em 2011 (aumento de 12.50%). O percentual de imóveis financiados por bancos permaneceu o mesmo e atingiu 45% do total.
As unidades mais procuradas foram apartamentos de dois e três dormitórios com vagana garagem e próximos a estações de metrô. Os apartamentos representaram 60% das vendas nos sete primeiros meses do ano.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Veja quais são os 11 prédios residenciais com mais andares lançados em SP

DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO


Os empreendimentos residenciais com mais de 30 andares em São Paulo não possuem características que os assemelhem.
Espalhados por quatro regiões da cidade --zonas leste, oeste, sul e centro--, esses edifícios, considerando os lançados a partir de setembro de 2009, contam com espaço privativo que varia de 54 metros quadrados a 1.050 metros quadrados.
Os preços também variam muito e podem chegar a R$ 22 milhões no caso de uma cobertura tríplex, segundo dados da Geoimovel.
Abaixo, veja onde estão os onze empreendimentos residenciais com mais andares lançados na cidade nos últimos três anos.
Carolina Daffara/Editoria de Arte

domingo, 26 de agosto de 2012

Incorporadoras realizam nova rodada de desconto

Valor Econômico, Chiara Quintão, 24/ago

Incorporadoras de capital aberto estão apostando na concessão de descontos nas vendas de estoques, principalmente de imóveis prontos e a serem concluídos neste ano, quando as entregas de empreendimentos imobiliários devem atingir volumes sem precedentes. O crescimento dos distratos, ou seja, da ruptura de contratos de venda de imóveis, principalmente no período próximo à entrega das chaves, contribui para engrossar o volume de estoques prontos e estimula a segunda rodada de concessão de descontos pelo setor de incorporação no ano.
Unidades concluídas e não vendidas significam despesas para as incorporadoras, o que ganha ainda mais peso num momento em que caixa é a palavra da vez, no mercado imobiliário.
"Os estoques cresceram muito. Este é um ano de ajustes, em que as empresas precisam de caixa e não querem custos adicionais", diz o presidente da Brasil Brokers, Sergio Freire. A empresa divide com a Lopes o posto de maior imobiliária do país. Segundo Freire, as promoções oferecidas pelas incorporadoras não se limitam a descontos, mas podem abranger benefícios como entregas de unidades com armários ou até mesmo com um ano de condomínio pago.
No último domingo, a Even realizou o Even Day. Conforme campanha veiculada na mídia, a promoção incluiu mais de mil apartamentos e salas com descontos de até 36%. A Gafisa está com a campanha "2ª Chance" em curso, a Trisul anunciou o "Mês Premiado", e a Viver Incorporadora e a João Fortes Engenharia estão oferecendo abatimentos em unidades em estoque.
A campanha da Trisul, a segunda de 2012, abrange 550 apartamentos prontos ou que serão entregues ainda neste ano, com Valor Geral de Vendas (VGV) próprio total de R$ 140 milhões. A incorporadora oferece descontos de 3% a 20% sobre essas unidades, além do pagamento das respectivas escrituras. A maior parte dos abatimentos varia de 3% a 8%. A parcela de 20% incide sobre unidades residuais de empreendimentos concluídos há dois ou três anos.
"Estoques prontos custam caro devido às despesas de condomínio, IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano] e manutenção. Quanto mais rápido conseguirmos vender o imóvel melhor, pois reduzimos seu custo, o que leva à geração de caixa", conta o diretor comercial e de marketing da Trisul, Ricardo Stella. Parte dos estoques da companhia resulta de imóveis que voltaram à sua carteira por causa de distratos. "O giro dessas unidades é muito rápido. Metade dos distratos do primeiro semestre foi revendida no próprio semestre", diz o executivo.
Unidades concluídas e não vendidas significam despesas, o que tem peso maior quando caixa é a palavra da vez
Conforme Stella, em função das expressivas altas de preços dos últimos anos, a concessão de descontos não prejudica as margens da companhia.
"As promoções já mostraram que dão resultado, e o impacto nas margens não chega a um ou dois pontos percentuais, então vale à pena para as incorporadoras adotar essa estratégia", diz o analista do setor imobiliário da CGD Securities, Flávio Conde.
A Viver, que não lançou empreendimentos no segundo trimestre, está oferecendo, desde o primeiro semestre, descontos em unidades prontas. A parcela do abatimento depende da data de conclusão da unidade. "O estoque mais antigo tem descontomaior", conta o diretor de Relações com Investidores da Viver, Guido Lemos.
No fim do segundo trimestre, os estoques da incorporadora de lançamentos imobiliários anteriores a 2009 - a maior parte composta por unidades prontas - somavam R$ 283 milhões, 46% a menos que um ano antes.
Segundo fontes, a PDG Realty está concedendo descontos na venda de algumas unidades, mas a companhia não confirma a informação. A PDG veicula, no momento, a campanha "Agarre seu Imóvel", que começou no dia 11 e vai até 26 de agosto.
De acordo com a companhia, não estão sendo concedidos descontos, mas divulgados os estoques de empreendimentos e as respectivas condições de pagamento desses imóveis, semelhantes às dos demais.
Na divulgação dos resultados do segundo trimestre, a Cyrela informou que está adotando o que chama de "marketing de guerrilha" para vender estoques de imóveis prontos, concedendo descontos pontuais, relançando produtos e incentivando sua força de vendas.
Procurada pelo Valor, a Cyrela disse, em nota, que não trabalha com descontos de forma generalizada, "deixando a cargo da negociação com cada cliente o melhor desfecho para seu fluxo de pagamento".
Parte das incorporadoras listadas em bolsa está realizando ações promocionais, nesta semana, também por meio da Realton. Sem revelar o nome das empresas, o presidente da outlet imobiliária, Rogério Santos, conta que as iniciativas abrangem descontos e oferta de facilidades de pagamento aos clientes.
No último fim de semana, a Rossi Residencial fez, em Porto Alegre, ação de marketing nos módulos de uma outlet de imóveis prontos, conforme fonte do mercado. As 100 unidades oferecidas com descontos - concluídas e em vias de ficar prontas - foram comercializadas. Segundo a assessoria de imprensa da Rossi, não foi encontrado porta-voz para comentar o assunto.

O preço dos imóveis continuará a subir?

Está em dúvida se é o momento certo de comprar ou vender um imóvel? Veja as considerações da especialista.

São Paulo - Recentemente muito se tem discutido se é hora de vender ou comprar imóveis. O momento é bom para realizar o lucro? Os preços vão continuar subindo? Vão cair? Como o mercado imobiliário irá se comportar? Nos últimos quatro anos em São Paulo e no Rio de Janeiro, os preços dos imóveis residenciais aumentaram 140% - dados da Capital Economics.
até caiam? A combinação de fatores como anos de estabilidade econômica, renda em ascensão, inflação sob controle, queda histórica na taxa de desemprego média e baixa das taxas de juros que facilitam o acesso ao crédito, aumentou a demanda por imóveis e consequentemente forçaram o aumento do valor dos mesmos.
Além da lei da oferta e da procura, outro ponto que impulsionou a alta foram os custos de construção que sofreram enorme pressão com a escassez de mão de obra qualificada e a perda de produtividade das construtoras, além das altas nos preços dos terrenos. Devemos lembrar que o mercado imobiliário é um mercado “descontrolado” - quanto maior a oferta, quer seja por terreno, material de construção ou mão de obra, o preço sobe; não existe “órgãos reguladores” capazes de coibir os abusos.
Outro ponto interessante a se destacar é que o aumento no preço dos imóveis no Brasil foi uma atualização dos preços em relação ao mercado internacional. Em um estudo recente da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), órgão ligado à Universidade de São Paulo, constatou-se que o mercado imobiliário começa a perder fôlego. A desaceleração fica evidente em seis das principais capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza.
demanda moderada, as construtoras lançando menos e entregando mais pontualmente e, consequentemente, a estagnação dos preços. Não há de se ter uma queda dos preços dos imóveis, visto que não houve especulação para tal, mas vamos ter um mercado mais equilibrado. Em longo prazo, com a queda da taxa de juros e previsão de que o crédito imobiliário chegue a representar 14% do PIB, teremos novas altas nos preços dos imóveis.
Daniele Akamine é especialista em economia da construção e financiamento imobiliário e sócia diretora da Akamines Negócios Imobiliários Ltda.

Conheça os gastos ocultos na compra ou venda de um imóvel


Taxas e impostos sempre tornam a compra de um imóvel bem mais cara do que parece

Por Fabiana Pimentel 
A A A

SÃO PAULO – Não são apenas os preços elevados que assustam quem sonha em comprar uma casa ou apartamento. O sonho do imóvel próprio também envolve mais burocracia do que parece. São taxas, impostos, e despesas de transferência, escritura e registro do imóvel que aparecem no momento de fechar negócio.
De acordo com a advogada especializada em direito imobiliário Carla Lobato, considerando todo o Estado de São Paulo, as tabelas de custo dos Tabelionatos de Notas (cartório responsável pela lavratura das escrituras) e dos Cartórios de Registro de Imóveis (cartório responsável pelo registro da operação de compra) são progressivas e variam de acordo com o valor total do imóvel.
mercado imobiliário - imóveis
Segundo Carla, além dessas despesas também haverá despesas com os custos de ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Intervivos) pagos diretamente a Prefeitura, os quais giram em torno de 2%, dependendo do município.
Para aqueles que desejam usar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) paracomprar o imóvel, também será necessário desembolsar o custo bancário adicional de até R$ 1.900.
Custos gerais
A pedido do Portal InfoMoney, a especialista calculou alguns desses custos ocultos, levando em consideração um imóvel no valor de R$ 200 mil na cidade de São Paulo. Veja quais são os custos que deverão ser pagos no ato da lavratura da escritura:
  • Corretagem: 6% sobre o valor da transação ou R$ 12 mil. O custo geralmente é pagopelo vendedor, mas provavelmente estará embutido no valor da transação;
  • ITBI: 2% ou R$ 4 mil;
  • Cartório de Notas: R$ 2,5 mil;
  • Cartório de Registro de Imóveis: R$ 1.580.
O custo total, portanto, supera R$ 20 mil – ou mais de 10% do valor do imóvel. De acordo com a advogada, para realizar o cálculo dessas despesas, é preciso levar em consideração o maior valor entre o preço de compra e venda e o valor venal do imóvel. “Imóveis com vaga de garagem - matrícula e IPTU à parte -, exigem um registro separado para ela”, explica.
Outros casos
A especialista explica que no caso dos imóveis financiados pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação), o cálculo muda um pouco, pois o próprio banco emite um contrato de compra e venda com financiamento imobiliário. Este contrato tem validade de escritura pública, o que reduz os gastos com a dispensa deste documento.
Segundo Carla, este documento é um contrato de garantia imobiliária que exige um registro desta garantia. Este registro será calculado sobre o valor do financiamento.
“Em relação aos Cartórios de Registro de Imóveis, os emolumentos devidos pelos atos relacionados com a primeira aquisição imobiliária serão reduzidos em 50%. Estas despesas são calculadas somente sobre a parte efetivamente financiada, sendo que o registro da parte paga à vista será de responsabilidade do comprador”, completa.
Quanto ao ITBI (Imposto sobre a transmissão de bens imóveis), o valor também diminui para 0,50% sobre o valor financiado, limitando-se a R$ 42.800 e 2% sobre o valor restante.
Considerando uma pessoa que adquiriu um imóvel de R$ 200 mil e efetuou um financiamento de R$ 150 mil, os cálculos são de:
  • Corretagem: 6% sobre o valor da transação;
  • ITBI: R$ 3.358,00
  • Cartório de Notas: zero
  • Cartório de Registro de Imóveis: R$ 1.712,88 (considerando as custas de registro com alienação fiduciária).
Mais custos
De acordo com Carla, no financiamento imobiliário é o comprador que deve custear o serviço de despachante e as taxas sobre a avaliação do bem e dos documentos jurídicos que compõe o processo de financiamento, que podem variar de R$ 1 mil a R$ 2 mil dependendo da instituição financeira e o valor do imóvel.
Quando o consumidor opta por comprar um imóvel, também é necessário levar em consideração manutenção ou para o caso de apartamentos o condomínio mensal cobrado, cujos custos podem variar dependendo da região, idade do edifício, estado de conservação e as áreas comuns. “Lembre-se que o rateio dessas despesas sempre depende do número de unidades integrantes ao condomínio. Outro fator importante a ser analisado é o nível de inadimplência”, aconselha a advogada.
Outro tributo que envolve um imóvel é o IPTU, que considerando a cidade de São Paulo, o imposto é de 1% sobre o valor venal o qual poderá sofrer descontos ou acréscimos de dependendo de alguns fatores determinados pela Prefeitura.
Outro fator relevante que pesa no bolso do comprador são os custos relativos aos juros contratuais e os seguros de Morte e Invalidez Permanente e Danos Físicos do Imóvel. Esses últimos são obrigatórios na contratação do financiamento, além da correção monetária incidente.
Vendedor também paga
Os custos incidentes com a compra do imóvel também afetam o vendedor, pois quando um imóvel é vendido com lucro, ou seja, quando o valor da venda é maior que o valor da compra, existe um pagamento de imposto chamado “Ganho de Capital” que corresponde a 15% calculado sobre essa diferença.
Esse imposto deve ser recolhido por meio do DARF (Documento de Arrecadação da Receita Federal), porém pode ter isenção fiscal nos seguintes casos:
  • Se o imóvel vendido tiver um valor inferior a R$ 440 mil, for a única propriedade do contribuinte e desde que o vendedor não tenha efetuado, nos últimos cinco anos, outra alienação de propriedade.
  • Ganho apurado na alienação de imóveis adquiridos até 1969.
  • A partir de 16/06/2005, o ganho auferido por pessoa física residente no Brasil na venda de imóveis residenciais, desde que o vendedor, no prazo de 180 dias contado da celebração do contrato, aplique o dinheiro da venda na aquisição de outro imóvel residencial localizado no País.
Caso o vendedor não se enquadre em nenhum desses casos, o pagamento desse tributo deve ser feito até o último dia do mês seguinte ao da venda da propriedade. O comprador da unidade também deve fornecer detalhes sobre a transferência de propriedade em sua declaração anual do Imposto de Renda, no ano seguinte ao da operação. As regras específicas que regem o imposto sobre vendas de propriedade podem ser consultadas no manual que está disponível no site da Receita Federal Brasileira.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

PDG é construtora com maior prejuízo na América Latina e EUA


A PDG Realty, uma das maiores construtoras do país, foi a empresa de capital aberto do setor de construção e locação com maior prejuízo entre companhias da América Latina e Estados Unidos no segundo trimestre do ano. O levantamento foi feito pela consultoria Economatica.
A empresa registrou perdas de US$ 222,69 milhões (R$ 450 milhões) entre abril e junho. No mesmo período de 2011, obteve lucro de US$ 154,7 milhões (R$ 241 milhões) e foi considerada a companhia mais lucrativa do setor.
A segunda empresa com maior prejuízo no segundo trimestre deste ano foi a Brookfield com perdas de US$ 189,7 milhões (R$ 383 milhões).
Entre as dez empresas com maiores prejuízos, há cinco empresas brasileiras, duas mexicanas, duas americanas e uma argentina.
A consultoria considerou os balanços apresentados aos órgãos reguladores dos países (a CVM no caso do Brasil). Para a conversão para dólares foi ulizado o dólar PTAX venda de 30 de junho.
Veja os prejuízos das empresas
PDG Realty (Brasil): -US$ 222,69 milhões
Brookfield (Brasil): -US$ 189,72 milhões
Beazer Homes (EUA): - US$ 39,88 milhões
Generalshopp (Brasil): -US$ 38,58 milhões
Kaufman&Broad Home (EUA): -US$ 24,14 milhões
Viver (Brasil): - US$ 21,22 milhões
João Fortes (Brasil): - US$ 12,37 milhões
Urbi Desarollos (México): -US$ 9,35 milhões
Dine (México): -US$ 2,76 milhões
Consultatio (Argentina): -US$ 2,33 milhões

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Apartamento de US$ 7,5 milhões tem garagem privativa para carros

Veículos sobem de elevador até o estacionamento no andar do dono.
Cada proprietário tem direito a duas vagas em prédio de Cingapura.

Do G1, com informações da Reuters

Aston Martin DBS e Lamborghini Gallardo param, nesta quinta-feira (23), em estacionamento privativo em apartamento em Cingapura (Foto: Tim Chong/REUTERS)Imagem mostra Aston Martin DBS e Lamborghini Gallardo, nesta quinta-feira (23), em estacionamento privativo no 14º andar de apartamento em Cingapura. De acordo com a imobiliária, o modelo mais básico da residência custa US$ 7,5 milhões. Este valor é equivalente a R$ 15,1 milhões (Foto: Tim Chong/REUTERS)
Aston Martin DBS e Lamborghini Gallardo  (Foto: Tim Chong/REUTERS)Veículos estacionados no 14º andar de apartamento em Cingapura (Foto: Tim Chong/REUTERS
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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mercado de imóveis usados em SP começa a rever preços

Desde abril, valor do metro quadrado já caiu até 3,2% em algumas regiões.



Consumidores estão menos dispostos  a aceitar os preços ofertados - Evelson de Freitas/ AE
Evelson de Freitas/ AE
Consumidores estão menos dispostos a aceitar os preços ofertados
SÃO PAULO - O mercado de imóveis usados da cidade de São Paulo já revê alguns preços para baixo. Além dos saldões pontuais, observados desde o ano passado, o movimento agora aparece na queda dos índices de preço do setor. É o caso da região Água Branca-Sumaré, na zona oeste da capital, onde o valor do metro quadrado recuou 3,2% de abril a julho, para R$ 6.578, de acordo com o FipeZap.
Os consumidores, contam diretores de imobiliárias, estão menos dispostos a aceitar os preços ofertados. Com demanda menor, os corretores estão tendo de convencer os vendedores que, às vezes, os valores pedidos podem estar um tanto fora da realidade.
"Os preços estão muito altos em relação ao poder aquisitivo das pessoas", afirma Sueli Pacheco, diretora da imobiliária Pacheco, com atuação focada na zona oeste. Há cerca de dois meses, a empresa passou a oferecer uma TV de 32 polegadas para quem adquirir um imóvel acima de R$ 600 mil. "Não é o que vai decidir a compra, mas é um atrativo de marketing", afirma Sueli.
Segundo Sueli, as vendas na região estão lentas. Sem detalhar nominalmente, ela afirma que já negociou descontos para conseguir fechar um negócio. Já houve casos de apartamentos cujos preços passaram de R$ 750 mil para 700 mil (-6,6%), afirma Sueli. Ou de casas, antes ofertadas a R$ 2 milhões, que foram negociadas a R$ 1,7 milhão (-15%). Ela projeta, contudo, uma melhora no ânimo do consumidor assim que o ritmo de crescimento da economia acelerar.
Na unidade Perdizes da imobiliária Lello, o clima é mais otimista. A gerente de vendas, Juliana Carmo, acredita na retomada do mercado em breve, após uma "paradeira" desde o fim do ano passado. Nos últimos tempos, a equipe da empresa se mobilizou para ampliar o leque de ofertas. Segundo ela, dobrou o ritmo de captações (imóveis que entram para o portfólio da empresa), de 70 para 150 novos empreendimentos por mês. Com mais ofertas, ela explica, aumentam as chances de fisgar o consumidor.
Pela cidade, há outros bairros com comportamento mais estável ou de baixa de preços. Na região Congonhas-Jardim Aeroporto, por exemplo, o preço tem oscilado desde abril e entre altas e baixas, hoje está 0,4% mais barato - de R$ 6.265 o metro quadrado em abril contra R$ 6.238 no mês passado. No Sacomã, a desvalorização é de 0,95% no mesmo período. Em julho, o metro quadrado ficou em R$ 4.625.
Índice
O índice FipeZap pesquisa o preço de imóveis novos e usados, com exceção de lançamentos, em seis capitais do País e no Distrito Federal. Na próxima divulgação da pesquisa, referente ao desempenho de agosto, o índice pode apresentar nova desaceleração na comparação em 12 meses. Em julho, a alta nessa análise foi de 17,1%, a 11º vez seguida em que perdeu força.
"Parte da demanda já foi absorvida. Acabou? Claro que não", afirma Bruno Vivanco, vice-diretor comercial da Abyara Brokers. "O que vem acontecendo, contudo, é que algumas empresas têm feito promoções. A pessoa que está pensando a comprar, então, pisa o pé no freio", completa.
"Até meio do ano passado, toda a cidade vivia esse boom (de preços). Agora me parece que você tem uma situação mais equilibrada, de maior normalidade até, onde alguns bairros ou regiões têm uma velocidade de venda maior e outros, não", afirma Eduardo Zylberstajn, coordenador do FipeZap. Ele ressalva que é preciso tomar cuidado com a análise. "Precisamos ficar atentos se esse movimento começar a se espalhar, o que pode indicar que o mercado está virando. Mas não é o caso agora", diz.
Cautela
Nesse cenário, o comprador pode encontrar boas ofertas, mas é preciso cautela na análise das oportunidades de negócios. "Se o consumidor (dessas regiões) não está conseguindo comprar, há alguma coisa acontecendo, os preços e a quantidade ofertados podem não estar atrativos", afirma Zylberstajn.

Justiça manda indenizar comprador de imóvel em terreno contaminado

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO


A Justiça de São Paulo condenou uma construtora a pagar R$ 120 mil de indenização ao comprador de um de seus apartamentos por não tê-lo informado de que o prédio foi feito em área contaminada.
Para o juiz Tom Alexandre Brandão, da 12ª Vara Cível da capital, houve "dolosa [intencional] omissão" por parte da Helbor ao vender o Condominium Parque Clube, em Guarulhos (Grande São Paulo).
A Helbor diz que não houve má-fé, que informou que estava fazendo a descontaminação e que vai recorrer da decisão.
Advogados ouvidos pela Folha dizem que, provavelmente, esse é o primeiro caso em que a Justiça atrela de forma direta uma ação por danos morais ao problema de contaminação de um terreno.
Com a expansão imobiliária dos últimos anos e a falta de terrenos disponíveis, se tornou comum o aproveitamento de áreas com algum passivo de contaminação.
Carlos Cecconello/Folhapress
Condomínio em Guarulhos construído em terreno contaminado; morador deverá ser indenizado em R$ 120 mil
Condomínio em Guarulhos construído em terreno contaminado; morador deverá ser indenizado em R$ 120 mil
Só na cidade de São Paulo, há 40 terrenos desse tipo nas mãos de construtoras, sendo que 15 já têm prédios prontos ou lançados -a maioria em antigas áreas industriais, como Mooca e Vila Leopoldina.
Segundo a advogada Cristiane Varela, do escritório Salgado Associados, seu cliente, Gilberto Romera, comprou o apartamento em 2009, mas ficou sabendo do problema da contaminação só em abril de 2011, dias antes da formação oficial do condomínio.
O problema da contaminação, entendeu o juiz, foi decisivo para o atraso na entrega das chaves, prevista para fevereiro de 2011, mas que só ocorreu cinco meses depois.
"Havia a determinação da Cetesb [agência ambiental paulista] de que os donos do terreno não poderiam construir, nem comercializar, nem habitar a área, antes de a descontaminação ser feita", diz Cristiane, que além de ser moradora do condomínio, representa outros 14 clientes.
"Se dúvida existia, jamais deveriam levar o processo adiante (...). Mas a ganância levou a lançar o empreendimento, omitindo todo o problema dos compradores", diz o juiz, que aponta "flagrante violação ao dever de informação que permeia o Código de Defesa do Consumidor".
O Parque Clube está sobre uma antiga área industrial. Entre 2006 e 2007, a Helbor sabia da provável contaminação do solo e da água subterrânea, segundo a Justiça. Na lista mais recente da Cetesb, de dezembro de 2011, o empreendimento ainda aparecia como construído sobre uma área contaminada.
Investigações detectaram, no solo e na água subterrânea, solventes halogenados- compostos químicos tóxicos que podem, a longo prazo, afetar a saúde.
Editoria de arte/Folhapress
OUTRO LADO
A construtora Helbor, por meio de nota, afirma que vai recorrer para demonstrar que não houve má-fé na relação com os clientes na venda do Condominium Parque Clube.
Ela diz ter informado compradores de que providenciava a remediação do solo contaminado e que ofereceu a opção de devolução dos valores pagos, corrigidos por índice previsto em contrato.
Tanto a informação sobre a contaminação quanto a proposta de devolução foram dadas em abril de 2011, segundo moradores, já com os imóveis prontos e vendidos.
Segundo a Cetesb, o fato de os prédios terem Habite-se (documento da prefeitura que autoriza a ocupação do imóvel) significa que a questão da descontaminação do solo está praticamente equacionada e não há risco nenhum à saúde das pessoas.
O que está em curso em parte do terreno atualmente é o chamado "monitoramento para encerramento", a última etapa do processo. Ou seja, se as análises periódicas mostrarem que realmente as técnicas empregadas para descontaminação cumpriram o seu papel, o empreendimento vai sair da lista de áreas contaminadas.

domingo, 19 de agosto de 2012

Famoso por seu comércio, Brás começa a despontar no mapa de lançamentos

DANIEL VASQUESDE SÃO PAULO
Distrito há até pouco tempo ignorado pelas construtoras, o Brás (região central) começa a aparecer no mapa dos lançamentos da cidade de São Paulo. Há algumas razões para isso: terrenos mais baratos, boa infraestrutura de transporte público, proximidade com o centro e projetos de revitalização.
Levantamento da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) aponta que de 2008 a 2011 houve cinco lançamentos no Brás.
Lucas Lima/Folhapress
Obra do do Downtown Smart Living, empreendimento localizado na Avenida Rangel Pestana, no Brás
Obra do do Downtown Smart Living, empreendimento localizado na Avenida Rangel Pestana, no Brás
De janeiro deste ano até fevereiro de 2013, a previsão é que o bairro tenha recebido seis lançamentos (projetos na planta, com vendas iniciadas) --três deles neste mês, segundo levantamento feito pela Folha com construtoras e incorporadoras.
É pouco? Não se for levado em conta que houve apenas um lançamento no bairro entre 2000 e 2007.
Brás aposta em projetos de revitalização
"O mercado imobiliário busca locais onde haja potencial de crescimento. Isso atrai pessoas que querem comprar um apartamento que vai se valorizar rapidamente", afirma Paola Alambert, diretora de marketing da imobiliária Abyara Brokers, que comercializa hoje três lançamentos na região.
Henrique Antônio, superintendente de atendimento da imobiliária Lopes, aponta que, nos lançamentos nos últimos três anos, 97% das unidades lançadas no Brás foram vendidas.
CARA NOVA
"Eu me lembro de ver muitos caminhões, galpões abandonados e botecos no bairro. Não havia atrativos e área de lazer fora dos condomínios."
Quem lembra é o professor de música Ricardo Vinícius Mantovani, 28, que passou parte da adolescência caminhando com os colegas pelas ruas do Brás, até se mudar com a família para a Mooca.
Ao visitar o bairro com a reportagem da Folha, Mantovani não percebeu mudanças. "Ainda é mesmo um lugar feio", disse.
Simon Plestenjak/Folhapress
O professor de música Ricardo Vinícius Mantovani passou a adolescência no Brás e não percebe muitas mudanças hoje
Se ainda não se alterou muito aos olhos do professor de música, incorporadoras e compradores afirmam que o Brás deve mudar --para melhor-- nos próximos anos.
Antonio Setin, diretor-geral da construtora Setin, que lançou em junho o Estação Brás, aposta que o bairro irá passar por um círculo virtuoso graças aos projetos de revitalização planejados pelo poder público e aos empreendimentos a serem erguidos pelas construtoras.
"Com os imóveis já entregues e com os projetos públicos, daqui a cinco anos o bairro estará melhor. Novos empreendimentos devem surgir, atraindo mais melhorias."
Segundo Setin, o bairro ficará mais interessante para quem quer morar --e mais lucrativo para os compradores que desejam aproveitar os preços de hoje para vender no futuro por um valor maior.
Foi pensando nisso que o bancário Wagner Dornelas, 53, morador de Poá (Grande São Paulo) adquiriu um apartamento no Brás por cerca de R$ 300 mil. Ele não vai residir no local e pretende vender o bem. "Acho que vou conseguir mais à frente o dobro do que paguei agora", calcula.
O lojista Luiz Carlos Da Silva, 26, vive na Bela Vista e comprou um imóvel no Brás para morar, mas também mira o futuro. "Sem a perspectiva de revitalização, eu não me mudaria para lá, mesmo sendo perto do centro."
Marcos França, diretor comercial da Requadra, que lançou o Sampa, assinala que a demanda maior é de jovens universitários que trabalham na região central, mas que há compradores da cidade toda.
MEMÓRIA
Nick Dagan, diretor de Incorporações da Esser, que lançou o Capital Brás, afirma que indústrias e galpões vão dar lugar a novos empreendimentos, se os atuais venderem bem. "Vai ser o mesmo processo pelo qual a Mooca e a Lapa passaram."
Para Paola Alambert, diretora de marketing da Abyara. "quando se derruba um galpão, já se percebe a melhora."
A urbanista Eunice Helena Abascal pondera: "O bairro tem um patrimônio industrial que é parte da memória de São Paulo encravado em uma região que, ao mesmo tempo em que é visada pelo mercado, continua degradada, com cortiços e sub-habitações e escassez de áreas verdes".

domingo, 5 de agosto de 2012

Vale a pena contratar um corretor para vender meu imóvel?



Dúvida do internauta: Eu e meus irmãos possuímos um imóvel residencial na Zona Sul de São Paulo. Um amigo que entende melhor do mercado imobiliário disse que o metro quadrado na região, por onde passará uma linha de metrô, custa 8.000 reais. Temos a intenção de vender a casa, mas temos dúvida acerca do preço que pretendemos cobrar. Estamos relativamente tranquilos para concretizar a venda. Como somos leigos no assunto, gostaria de saber qual a melhor forma de efetuar essa venda: contratando um corretor ou sozinho?




Resposta de Luiz Calado*:
Eu, pessoalmente, prefiro contratar o serviço de um corretor de imóveis. Um bom corretor tem sempre um grupo potencial de interessados em adquirir imóveis e isso possibilita a obtenção de melhores propostas.
Além disso, ter alguém intermediando aumenta a credibilidade a respeito dos comentários sobre o imóvel. Considerando que as partes interessadas (comprador e vendedor) visam sempre seu próprio favorecimento, seus próprios comentários podem até gerar suspeitas. Os comentários vindos de terceiros, a princípio, são menos parciais.
Muitas pessoas dão mais valor à informação quando ela vem de outra fonte que não da parte interessada. Eu até já negociei imóveis diretamente, não obstante minha predileção pelo uso de corretores, mas nesse caso já conhecia alguns possíveis compradores, considerando que realizo palestras e aulas sob o assunto.




Algumas pessoas pensam que pagar a corretagem é uma grande despesa, mas o custo-benefício geralmente compensa. Na maioria das vezes, o processo de venda direta pelo proprietário acaba sendo mais lento, a não ser que o imóvel esteja em área de alta atratividade, onde a especulação imobiliária acaba sendo um fator positivo e até impulsionador.
Se for esse o caso, talvez você possa até arriscar em vendê-lo por conta. Se optar por isso, certifique-se de que está amparado juridicamente com um bom contrato de compra e venda e considere sempre a possibilidade do futuro comprador aparecer com um corretor para auxiliá-lo.




Pode ser contraproducente contatar diretamente um comprador em potencial, pois em alguns casos ele possui expectativas irreais acerca do imóvel, principalmente os iniciantes nesse mercado. Geralmente quem os devolve à razão são os corretores.
Há também a concorrência entre os próprios corretores que disputam a venda dos imóveis e acabam exagerando no discurso, dizendo somente aquilo que você quer ouvir - por exemplo, que o seu imóvel vale $100, quando, na verdade, vale $50. Além de não ser ético, isso acaba dificultando muito o processo de compra e venda no mercado imobiliário.




O corretor imobiliário é uma boa fonte de informação e pode ser muito útil para você nos negócios. Eles estão no ramo da informação, sabem o que está ou estará à venda. Algumas pessoas julgam que investidores imobiliários e corretores são profissionais inescrupulosos e trapaceiros, mas posso afirmar que os que sobrevivem dessa prestação de serviço no longo prazo são pessoas que realmente merecem nosso respeito.
Aos novatos nesse universo podemos dizer que “o mundo é um lugar bem pequeno” e agir sem ética pode tornar qualquer ação ou inação um tormento inimaginável. Aos que pensam ser imunes às retaliações saibam: ninguém sai ileso. Sendo assim, reitero que o papel do corretor é de extrema importância: munir o comprador e o vendedor das informações exatas e necessárias ao negócio, buscando ser o mais honesto possível quanto ao preço justo do imóvel.
*Luiz Calado é economista, doutorando em finanças sustentáveis, vice-presidente do IBEF (Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças) e autor dos livros “Imóveis: seu guia para fazer da compra e venda um grande negócio” e “Fundos de investimento: Conheça antes de investir”.