segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ferramenta permite ao consumidor fazer tour virtual por imóveis que ele deseja comprar


Projeto foi desenvolvido por empreendedor após uma visita aos Estados Unidos


 Uma ferramenta criada por dois programadores e um comerciante promete facilitar ainda mais a busca por imóveis na internet. O produto, chamado de DigitalTour, permite que imobiliárias e corretores criem tours virtuais dos empreendimentos a serem vendidos.

Por meio da ferramenta, as imobiliárias e corretores colocam fotos dos imóveis, informações sobre o bairro, informações sobre as condições de financiamento do empreendimento e até dados sobre a localização de escolas próximas. Apesar da visualização dos ambientes não ser algo inovador, a diferença do DigitalTour está no fato de que as próprias empresas podem criar o tour virtual a um custo mais baixo.

Segundo um dos criadores do produto, Gilberto da Silva, algumas empresas chegavam a cobrar em torno de R$ 400 para fazer o tour virtual enquanto sua ferramenta pode ser adquirida com desembolsos a partir de R$ 9,90 por mês.

O empreendedor também garante que o processo de construção de um tour virtual pelas imobiliárias e corretores é muito simples. Com as fotos já prontas, é possível finalizar o processo em 15 minutos. Além disso, por meio do Google Maps e do Google Street View, os profissionais podem colocar a localização do imóvel. Um banco de dados do Ministério da Educação também está disponível no programa e permite ao usuário incluir a informação das escolas mais próximas. Ao finalizar o processo, um link é gerado para que as empresas possam postar em seus sites e redes sociais.

Atualmente, 600 imobiliárias e corretores testam o DigitalTour. O produto está no mercado há cinco meses e demorou mais de um ano para ficar pronto. O investimento para sua criação ficou em torno de R$ 50 mil. " A receptividade tem sido excelente", diz Gilberto. 

As empresas interessadas em adquirir o serviço ainda recebem um relatório em tempo real com informações sobre número de visitas diárias, semanais e mensais ao tour, além da origem dos acesso por cidade, estado e fonte. 

Quem ganha com a ferramenta também é o consumidor que tem acesso a uma série de informações sobre o empreendimento. "O nosso programa possibilita a visita virtual a uma dezena de imóveis e uma economia de tempo", explica Gilberto.
Origem 
Toda a concepção do projeto surgiu após uma viagem que o empreendedor fez para visitar a família nos Estados Unidos há cerca de 4 anos. Na época, o filho estava procurando uma casa e a proprietária do imóvel cedeu um CD com o tour virtual do empreendimento. A mídia inspirou a ideia. "Fiz uma pesquisa de mercado e vi que tinha um nicho muito grande para este tipo de negócio", completa. 

Sobre o futuro, Gilberto espera criar novas características dentro do programa e ter um escritório próprio para que a equipe possa se dedicar em tempo integral ao produto. Atualmente todo o gerenciamento do DigitalTour é feito de casa pelos três sócios.

domingo, 21 de outubro de 2012

Contrato de aluguel pode ter taxa ilegal


Entre as taxas que geram polêmica na compra de um imóvel novo está a de corretagem, que remunera o "serviço do corretor" e varia de 6% a 8% do valor do bem.
Segundo Edila Moquedace, do Procon-SP, ela deve ser custeada pela incorporadora, não pelo consumidor. "É como se você fosse até uma loja e tivesse de pagar o salário do vendedor."

Ela diz que a cobrança pela corretagem só pode recair sobre o consumidor se ele próprio procura esse profissional para lhe apresentar imóveis, o que em geral não é o caso quando se visita um estande de vendas.
"Só pode haver custos se existir de fato uma aproximação da incorporadora com o comprador feita por esse profissional", diz Sonia Amaro, da ProTeste.
No caso do aluguel, o cliente também poderá ter de pagar taxas consideradas ilegais, como pela confecção da ficha cadastral e elaboração do contrato. Segundo Moquedace, as duas cobranças são abusivas.
O advogado Ricardo Longo diz que a de elaboração do contrato não pode ser cobrada porque o valor pago pela taxa de administração do aluguel prevê o serviço.
Ele pondera que, se o aluguel for fechado entre o locatário e o locador, a cobrança se justificará, "pois não há intermediação da imobiliária e não é cobrada a taxa de administração, que cobre a elaboração do contrato".
O ideal, segundo Moquedace, é que o consumidor negocie com a imobiliária antes de fechar o negócio para não ter de pagar as taxas.
Caso não tenha sucesso ou já as tenha pago, o cliente deve guardar os recibos e recorrer ao Procon, solicitando a devolução dos valores desembolsados.
CONDOMÍNIO
Ter cuidado com taxas, siglas e juridiquês é essencial, mas nem sempre é suficiente para evitar problemas.
O gerente comercial Sergio de Carvalho Pinto conta que após adquirir seu apartamento no empreendimento Montblanc, no Tatuapé, passou por dificuldades.
Ze Carlos Barretta/Folhapress
O gerente comercial Sergio de Carvalho Pinto reforma seu apartamento, cuja entrega atrasou; ele diz que teve de pagar o condomínio antes de receber as chaves
Sergio Pinto reforma seu imóvel, cuja entrega atrasou; ele diz que teve de pagar o condomínio antes de receber as chaves
Segundo ele, o contrato do seu apartamento estabelecia que a entrega deveria ocorrer em julho do ano passado, mas somente recebeu as chaves em agosto de 2012.
Outro problema que ele relata é que teve de arcar com o valor do condomínio de julho deste ano, antes que tivesse feito a vistoria do imóvel ou recebido as chaves. Também diz que parte da área comum não foi concluída.
A Gafisa, empresa responsável pelo empreendimento, responde "que as áreas internas comuns do empreendimento já foram entregues e aprovadas pelo síndico, assim como as piscinas externas", e que na coberta estão sendo executados reparos em garantia.
A empresa acrescenta que instalou o condomínio em maio deste ano, após a emissão do Habite-se, e que arcou com a primeira parcela da taxa condominial de todos os proprietários.
Com relação ao atraso na liberação das unidades, diz que ofereceu propostas de ressarcimento para todos os clientes.
TAXAS ILEGAIS
Num imóvel de R$ 400 mil, o gasto com as taxas de interveniência, corretagem e com o Sati pode chegar a cerca de R$ 40 mil. Ana Carolina Bernardes, coordenadora-jurídica da Amspa (Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências), diz que o comprador deve exigir recibos dos pagamentos feitos e recorrer à Justiça, "já que pagar essas taxas virou um pré-requisito para adquirir o imóvel".(DANIEL VASQUES)

Imóvel usado exige atenção à documentação


Os principais cuidados na compra de um imóvel usado recaem sobre a análise da documentação.
"É fundamental examiná-la, pois poderá haver penhoras ou leilões judiciais", explica o advogado Ricardo Longo.

Segundo Edila Moquedace, do Procon, a documentação deve ser solicitada pelo comprador ao proprietário, que poderá obtê-la em cartórios, na prefeitura e em fóruns.
O dono do imóvel deverá fornecer a certidão vintenária com negativa de ônus atualizada (ela apresenta o histórico do bem nos últimos 20 anos) e as certidões negativas de protestos e de débitos (também do cônjuge ou companheiro, quando for o caso), além da certidão de débitos do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).
Já a certidão de quitação do condomínio pode ser obtida com o síndico do empreendimento.
Também é possível contratar um advogado, que se encarrega de reunir os documentos. O valor mínimo cobrado é de 2% do valor do imóvel, segundo a tabela da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Segundo Longo, no caso de haver financiamento bancário, a própria instituição financeira se encarrega da pesquisa. (DANIEL VASQUES)
Segue link da fonte:http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/1172348-imovel-usado-exige-atencao-a-documentacao.shtml


Leitura de contratos exige domínio da 'cartilha imobiliária'


A leitura de um contrato de compra e aluguel de imóvel é tão trabalhosa que exige a alfabetização do consumidor na "cartilha imobiliária".
Habite-se, cláusula de tolerância, "pro rata die" e siglas como ITBI, INCC e IGP-M costumam engrossar as páginas com as regras da negociação. Mas o estranhamento não deve ser ignorado, já que são termos próprios da transação e que podem comprometer o seu desfecho.

Além da dificuldade na tradução exata do palavreado, o consumidor pode deparar com especificações nem sempre dentro da lei.
Uma das mais polêmicas é a que dá à incorporadora o direito de atrasar a entrega da obra em 180 dias. Embora haja decisões judiciais favoráveis e contrárias à medida, ela é considerada abusiva pelo Procon e por associações de defesa do consumidor.
"Essa cláusula traz vantagens somente à construtora e não oferece nenhuma contrapartida ao comprador", diz o advogado Marcelo Tapai.
Se o que está no papel reserva surpresas, o que esperar do que não está e é incorporado ao negócio?
Um exemplo, para imóveis novos, é a taxa cobrada pelo Sati (Serviço de Assessoria Técnica Imobiliária), considerada ilegal por órgãos como o Procon e a ProTeste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) e que onera o comprador em 0,88% do valor do imóvel. O argumento é a prestação de assessoria jurídica. Em um apartamento de R$ 400 mil, o "serviço" chega a custar R$ 3.520.
"Não há justificativa para vincular a compra do imóvel à contratação dessa assessoria. É uma taxa abusiva e fere o direito de escolha do consumidor", diz Edila Moquedace, do Procon-SP.
Segundo ela, a cobrança pelo Sati é ilegal por obrigar o consumidor a contratar um serviço como pré-requisito para adquirir um imóvel, configurando venda casada, e também "injustificável" por se tratar de um profissional indicado pela incorporadora.
PREJUÍZO
O comprador que se sentir lesado por alguma cláusula contratual, atrasos na entrega da obra ou taxas abusivas deve saber que está amparado pelo Código de Defesa do Consumidor.
Moquedace diz que o comprador pode argumentar contra a empresa por escrito e buscar conciliação ou devolução do valor pago. Se não der certo, ele pode acionar o Procon ou entrar na Justiça.
Carolina Daffara/Editoria de arte/Folhapress

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Lançamentos e vendas de imóveis em SP voltam a crescer em agosto


Foram vendidas 1.860 unidades no mês, alta de 10,1% ante julho; nos oito primeiros meses do ano, contudo, setor ainda acumula saldo negativo

15 de outubro de 2012 | 7h 37
Circe Bonatelli, da Agência Estado
SÃO PAULO - As vendas e lançamentos de imóveis residenciais em São Paulo voltaram a crescer em agosto, mas ainda acumulam queda nos oito primeiros meses do ano. Os dados fazem parte da pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 15, pelo Sindicato da Habitação (Secovi).

Em valores monetários, a comercialização das moradias somou R$ 978,8 milhões em agosto, alta real de 14,9% ante julho. Entre janeiro e agosto, as vendas movimentaram R$ 7,9 bilhões, retração de 5,2%.Em agosto, foram vendidos 1.860 imóveis residenciais novos na capital paulista, crescimento de 10,1% ante julho. Já na comparação com agosto de 2011, as vendas caíram 16,7%. Entre janeiro e agosto, foi vendido um total de 15.530 unidades, montante 6,6% menor que o registrado no mesmo período do ano passado.
Em termos de lançamentos de novos projetos residenciais, agosto foi o segundo melhor mês do ano na capital paulista, com 2.078 unidades lançadas, alta de 19,6% em relação a julho. Já na comparação com agosto de 2011, houve queda de 44%. Entre janeiro e agosto, os lançamentos totalizaram 12.677 unidades, 38,3% menos que nos mesmos meses de 2011. Os dados sobre lançamentos foram fornecidos ao Secovi pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).
"O comportamento do mercado de imóveis novos na capital paulista passa por desaceleração", afirmou em nota o economista-chefe do Secovi, Celso Petrucci. Segundo ele, a oferta foi reduzida após o grande volume de lançamentos no final de 2011.
Petrucci também mencionou que o mercado imobiliário enfrenta dificuldade para aprovação dos novos projetos junto aos órgãos públicos, além de sofrer com o desaquecimento generalizado da economia brasileira. Ainda assim, ele avaliou que as vendas se mantêm próximas ao patamar do ano passado (redução de 6,6% no ano). "Ou seja, a demanda continua presente", ponderou.
Perfil
A cidade de São Paulo voltou a responder pela maior parte dos lançamentos em toda a região metropolitana, ao contrário do ocorrido no mês de julho. Em agosto, a capital paulista concentrou 65,3% dos novos projetos ofertados no mercado. No mês anterior, foram apenas 39,6%.
Em relação às vendas, as habitações de dois dormitórios responderam por 58,3% das unidades vendidas em agosto na cidade de São Paulo, seguidas pelo nicho de três quartos, com 23,8% do total.