terça-feira, 1 de outubro de 2013
Preço de imóveis pode subir e é preciso ter cautela, dizem analistas
Governo subiu valor do imóvel financiado pelo FGTS para R$ 750 mil.
Medida deve aquecer procura por imóveis, dizem representantes do setor.
Darlan Alvarenga
Do G1, em São Paulo
A decisão do governo de elevar o valor do teto de imóveis que podem ser financiados com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) deve aquecer a procura por residências, o que pode fazer com que o preço do metro quadrado volte a subir num ritmo maior, segundo analistas ouvidos pelo G1.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu nesta segunda-feira (30) elevar de R$ 500 mil para R$ 750 mil o teto em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. Para os demais estados, o limite de financiamento será elevado para até R$ 650 mil.
“O mercado tem mantido um aquecimento razoável, mas menor do que antes. Então [o aumento de preços] é um risco, porque agora vai aumentar a procura”, avalia Ana Carolina Gomes, diretora jurídica da Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências. “Temos que aguardar e ver qual será a reação do mercado, mas não vejo horizonte para uma queda de preços”, completa.
Recomendações para o consumidor
A coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, destaca que o mercado imobiliário vinha numa tendência de queda estabilização e até queda de preços. “O consumidor deve ter muito cuidado porque pode ocorrer uma tendência de aumento de preço”, afirma.
Segundo ela, a principal recomendação neste momento é cautela. “Se o mercado perceber que o consumidor está cauteloso e barganhando, pode ser que os preços se mantenham”, acrescenta.
Ana Carolina também recomenda cuidado e que os consumidores procurem fazer uma compra consciente. "Adquirir um imóvel deste montante [acima de R$ 500 mil] a longo prazo exige muita cautela. Da mesma maneira que essa medida facilitou a compra, pode também comprometer uma fatia maior da renda. Então é preciso continuar pesquisando muito e tentar sempre uma redução e um preço que caiba no bolso", avalia.
O diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), Luiz Paulo Pompéia, avaliou como positiva a elevação do teto para R$ 750 mil.
“Sempre que se amplia a faixa é bom para o mercado, porque atinge um público maior e aumenta a procura”, afirma. “Os preços eventualmente podem subir, mas eu diria que o impacto na valorização dos imóveis será muito pequeno, porque apenas uma fatia do mercado foi atingida e que estava fora e agora vai poder entrar”, completa.
Realidade de mercado
Para o advogado William Santos Ferreira, coordenador da pós-graduação da PUC de Direito Imobiliário, a elevação do teto é "positiva" e vem a viabilizar o que já era, segundo ele, uma realidade do mercado.
"Em algumas capitais, as pessoas não conseguem mais comprar imóveis com o teto de R$ 500 mil, até mesmo quem procura unidades com 2 dormitórios. O que é uma contradição, pois o uso do FGTS pressupõe uma finalidade de uso familiar", diz o especialista. "Não dá para só trabalhar com a perspectiva de retração dos preços, pois o recuo não daria na dimensão que permitisse aquisições para quem hoje está fora do mercado em razão do teto de R$ 500 mil", completa.
Ele acredita que a medida irá ajudar a movimentar o mercado novamente, elevando a procura.
Quanto aos preços, o advogado avalia que uma possível alta é um efeito a ser considerado, mas considera que a medida é positiva por permitir a inclusão de mais consumidores no mercado de crédito imobiliário.
"Uma coisa é ter opção de adquirir ou não um imóvel acima de R$ 500 mil com o FGTS. Outra, é não poder escolher", afrima.
Ferreira também recomenda que aqueles que estão procurando imóveis não se precipitem. "O importante é avaliar as várias oportunidades e usar o poder de barganha. Os que estão com imóveis sem vender também não podem de uma hora para outra querer subir de imediato os preços", diz.
Fonte:http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2013/09/preco-de-imoveis-pode-subir-e-e-preciso-ter-cautela-dizem-analistas.html
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