terça-feira, 25 de setembro de 2012

Custo da construção civil desacelera para 0,21% em setembro


Os preços da construção civil, medidos pelo INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), desaceleraram para 0,21% em setembro, ante alta de 0,32% em agosto, segundo divulgação da FGV (Fundação Getulio Vargas), nesta terça-feira (25).
O índice acumula alta de 6,43% neste ano, e de 7,55% nos últimos 12 meses.
O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços registrou variação de 0,42%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,36%.
O índice referente a mão de obra não variou, em setembro. No mês anterior, a taxa foi de 0,28%.
O INCC-M de setembro foi calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 de agosto e 20 de setembro.

fONTE:http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1158846-custo-da-construcao-civil-desacelera-para-021-em-setembro.shtml

Preço de imóveis sobe com menos velocidade no Brasil, diz agência de risco


A disparada nos preços do imóveis causada pelo crescimento econômico dos últimos anos e a explosão do crédito imobiliário parece estar chegando ao fim, segundo a agência de classificação de risco Fitch.
"De janeiro de 2008 a julho de 2012, os preços reais[descontada a inflação] da habitação aumentaram 92% em São Paulo e 118% no Rio de Janeiro" diz Jayme Bartling, diretor-sênior da agência. "Mas, nos últimos meses, a alta dos preços caiu junto com o menor crescimento da renda."
A expansão do mercado de crédito imobiliário brasileiro é considerado o principal motivo do boom dos preços dos imóveis no país. Os empréstimos hipotecários cresceram de 1,5% do PIB em 2005 para 5,4% em maio deste ano, segundo números divulgados pelo BC (Banco Central).
"O acesso ao crédito criou um ambiente de 'acessibilidade', permitindo que os compradores comprassem casas mais caras -- o que inflacionou a alta dos preços", diz Bartling.
Os preços das casas, segundo a Fitch, têm aumentado desproporcionalmente em relação aos rendimentos das famílias tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro.
Apesar da alta nos preços, a agência não acredita que os preços caiam significativamente por causa do "ambiente econômico benigno" no médio prazo. Mas a agência de classificação de alerta que, em caso de surgir um cenário de estresse econômico, os preços podem cair "consideravelmente".

Minha Casa, Minha Vida muda para atingir classe média


TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA

O governo Dilma prepara mudanças para expandir o foco do programa Minha Casa, Minha Vida, cujo limite definanciamento habitacional nas capitais chega a R$ 170 mil e pouco atende a classe média devido ao aumento nos preços dos imóveis.

Segundo o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, a proposta é reduzir os juros e aumentar os limites de renda familiar que podem acessar o programa e os valores financiados.
Joel Silva - 06.abr.2011/Folhapress
Construção do Minha Casa, Minha vida em Campinas (SP); governo estuda ampliar foco de atuação do programa
Construção do Minha Casa, Minha vida em Campinas (SP); governo estuda ampliar foco de atuação do programa
Hoje, só famílias com renda de até R$ 5.400 mensais se enquadram no programa, que utiliza recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e tem juros máximos de 8,16% ao ano.
Para a faixa que ganha de R$ 3.101 a R$ 5.400 (faixa 3), a nova taxa deve cair de 8,16% ao ano para 7,16%.
Hereda não disse qual a taxa será dada para as famílias com renda entre R$ 1.600 e R$ 3.100 (faixa 2), que hoje têm juros de 6% ao ano.
Para as famílias com renda de até R$ 1.600, o governo compra o imóvel e subsidia até 95% do valor.
REAJUSTE NOS LIMITES
"O governo, através do Ministério das Cidades, está propondo reajuste tanto nos juros quanto nos limites. Recentemente tivemos alteração nos valores do Minha Casa, Minha Vida na faixa 1 [renda até R$ 1.600]. É natural que a faixa 2 e 3 tenham também reajuste", disse.
Na sexta, a Caixa anunciou uma injeção de R$ 13 bilhões do governo, sendo que R$ 3 bilhões serão destinados ao financiamento de material de construção, dentre outros, para clientes ligados ao Minha Casa, Minha Vida.
Para João Crestana, ex-presidente do Secovi (Sindicato da Construção), as mudanças estudadas devem ampliar a participação da classe média urbana no programa.
"Está começando a ficar difícil utilizar o programa, porque a classe média subiu de patamar. Ou você retira a classe média, o que é uma temeridade, ou ajusta para que possa atender mais gente. O governo está muito sensível a isso", disse Crestana.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Imóvel é entregue com atraso e incorporadora diz que problema é geral


A incorporadora MaxCasa afirmou que os atrasos na entrega são endêmicos no país e que
a situação exige uma solução "que foge da capacidade específica de um determinado ator".
A afirmação veio após a empresa ser procurada pela Folha para comentar as reclamações do funcionário público Nivaldo Mortean Grande, 54, conforme reportagem publicada ontem (23/9).
Segundo ele, o imóvel no MaxHaus Anália Franco atrasou um ano para ser entregue.
A incorporadora afirma que o Habite-se, documento que atesta que as obras foram realizadas de acordo com o projeto aprovado, teve atraso superior a sete meses para ser emitido. Além disso, diz ter mantido seus clientes informados sobre o atraso.
Lucas Lima/Folhapress
O funcionário público Nivaldo Mortean Grande, 54, diz que o imóvel que comprou não foi o que recebeu
Leia o trecho da nota enviada pela MaxCasa a respeito do atraso:
"Primeiramente, gostaríamos de salientar que as chaves foram entregues em 17/1/11, há mais de 20 meses.
"Referente ao empreendimento MaxHaus Anália Franco, o Habite-se foi emitido em dez/2010, com atraso superior a 7 meses do previsto em contrato de compra e venda. Ressaltamos que durante a construção do empreendimento, a empresa manteve seus clientes atualizados sobre o andamento da obra, uma vez que prezamos pela transparência no relacionamento com nossos clientes.
"É importante frisar que infelizmente, o atraso representa uma situação hoje em dia comum no mercado atual da construção civil, o atraso, que há alguns anos poderia ser atribuído à incapacidade ocasional e específica de uma empresa, hoje se espalhou de maneira endêmica por todo o país.
"A verdade é que estamos vivendo um problema sistêmico, cuja solução foge da capacidade específica de um determinado ator."

Contratos novos de aluguel em São Paulo sobem 12,4% em 12 meses


Os contratos novos de aluguel na cidade de São Paulo subiram 0,9% em agosto e interromperam a tendência de acomodação nos preços para locação registrada nos dois meses anteriores.
Com a variação, a alta acumulada em 12 meses chegou a 12,42%, segundo dados do Secovi (sindicato da habitação). O percentual acumulado é um dos mais baixos dos últimos 20 meses, atrás apenas do registrado em julho (11,87%).
Em junho e julho, os preços ficaram praticamente estáveis depois de subir 1,5% em maio.
De acordo com o vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi, Walter Cardoso, o reajuste nos preços se deve à baixa oferta de imóveis para locação, que não tem acompanhado a busca das pessoas por imóveis mais próximo ao trabalho, por exemplo.
Os imóveis de dois dormitórios foram os principais responsáveis pelo avanço no mês passado. O valor dos novos contratos para essa modalidade subiu 1,2%, ante 0,7% nos de um e três dormitórios.
Os proprietários de casas conseguiram alugar seus imóveis mais rápido do que aqueles com apartamento. Para o primeiro exemplo, o tempo médio para locação foi de 21,7 dias, enquanto para o segundo caso ficou em 28,7 dias.
O fiador foi a principal garantia apresentada em quase a metade dos contratos. Em seguida, vieram o depósito de caução (32%) e o seguro-fiança (20,5%).

domingo, 16 de setembro de 2012

Preço de imóvel é irrealista e insustentável, diz estudo

Estudo conduzido por dois pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta "possibilidade concreta de existência de uma bolha no mercado de imóveis no Brasil", que pode estourar com a possível elevação futura dos juros.
Ou, em outras palavras, que a disparada dos preços de casas, terrenos e apartamentos nos últimos anos está resultando em valores irrealistas, incompatíveis com os movimentos de oferta e procura do mercado -e, portanto, insustentáveis.
Assinado pelos economistas Mário Jorge Mendonça e Adolfo Sachsida, o trabalho alimenta com novos argumentos a controvérsia instalada entre estudiosos, compradores e vendedores.
Os autores calculam que os preços tiveram alta de 165% na cidade do Rio de Janeiro e de 132% em São Paulo entre janeiro de 2008 e fevereiro deste ano, contra uma inflação de 25% no período.
Com intervalos de tempo menores, em razão da indisponibilidade de dados mais antigos, também se constataram aumentos bem superiores à inflação em capitais como Recife, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza.
IMPULSO DO GOVERNO
Tradicionalmente, bolhas de preços são infladas pelo crescimento acelerado da oferta de crédito.
Esse crescimento aconteceu no setor habitacional brasileiro -com o impulso, enfatiza o estudo, de programas, incentivos e obras do governo federal.
"A insistência do governo em aquecer ainda mais um mercado imobiliário já aquecido só tende a piorar o resultado final", diz o texto.
Entre os exemplos citados estão, além dos juros favorecidos para o setor imobiliário, o programa Minha Casa, Minha Vida e os empreendimentos vinculados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016.
Vinculado à Presidência da República, o Ipea não endossa essas conclusões. Em seu boletim "Conjuntura em Foco", o órgão argumenta que o volume de crédito no país ainda está muito longe dos 65% do Produto Interno Bruto contabilizados nos EUA.
Mas o próprio boletim mostra a rapidez da expansão dos financiamentos habitacionais brasileiros, que saltaram de 1,5%, em 2007, para mais de 5,5% do PIB neste ano.
BANCOS PÚBLICOS
Mendonça e Sachsida afirmam que, a partir do agravamento da crise internacional, no final de 2008, o crédito imobiliário tem crescido em ritmo superior ao do destinado a outros setores, especialmente nos bancos públicos.
Antes, a ampliação do crédito era puxada por bancos privados e privilegiava os setores industrial, rural, comercial e empréstimos diretos a pessoas físicas.
Segundo o estudo, a escalada dos preços dos imóveis tende a ser interrompida ou revertida com a alta dos juros, o que é esperado com a retomada do crescimento econômico e, mais ainda, com uma alta futura das taxas internacionais.
O texto diz que os efeitos de uma eventual crise no mercado imobiliário brasileiro não serão catastróficos como os do estouro da bolha americana, ponto de partida da crise global. "Contudo, não serão desprezíveis."
ASCENÇÃO SOCIAL
Bolhas especulativas acontecem, pela definição mais usual, quando os preços sobem simplesmente porque os investidores e compradores acreditam que os preços subirão ainda mais no futuro.
Exemplos do gênero são mais comuns nos mercados de ações e imóveis, mas o primeiro caso documentado, no século 17, envolveu a mania por tulipas na Holanda.
Os preços subiram rapidamente e pessoas de todas as classes vendiam propriedades para investir nas flores. Depois de alguns anos, a bolha estourou, os preços caíram subitamente e inúmeros negociantes foram à falência.
Não é simples determinar se uma disparada de preços é uma bolha ou se está amparada em transformações da economia ou da sociedade.
No caso dos imóveis brasileiros, a alta pode ser resultado da ampliação da classe média nos últimos anos, possibilitada pela melhora do mercado de trabalho e pela ampliação dos programas de transferência de renda.
É o que defende um estudo produzido em 2010 pela MB Associados a pedido da associação dos bancos financiadores de imóveis. Por esse raciocínio, a ascensão social impulsionou a demanda em ritmo superior ao da oferta.
O texto não descartava, porém, a possibilidade de que a alta de preços se transformasse em bolha no futuro. E acrescentava que bolhas só podem ser determinadas com certeza quando estouram.
Editoria de Arte/Folhapress
HÁ UMA BOLHA IMOBILIÁRIA NO BRASIL? Cinco sinais que confirmam ou afastam a tese

domingo, 9 de setembro de 2012

Verticalização se espalha pela zona sul

A professora de física Maria Angélica Marcondes, 55, sempre morou em casa. Ali mesmo, na Vila Mariana. Mas, divorciada depois de um casamento de 29 anos, filhos criados, ela caiu em depressão. Um mês de antidepressivos e, quando viu, estava no quiosque de vendas de um novo condomínio, perto do metrô. Comprou.
"Agora, meu foco é aproveitar mais a vida", diz Angélica. "Tenho cinema, teatro, shopping, lojas, restaurantes, tudo pertinho e sem os contratempos da vida em casa."
Gabo Morales/Folhapress
Prédios assumem lugares das casas em Santo Amaro, onde verticalização saltou de 35% para 53%, diz Datafolha
Prédios assumem lugares das casas em Santo Amaro, onde verticalização saltou de 35% para 53%
Ela tornou-se mais uma a aderir à maioria absoluta de moradores de apartamentos na Vila Mariana (70%). Apenas Moema (com 74%) tem proporção maior na zona sul.
"Está cada vez mais difícil achar um bom jardineiro. E o que dizer dos equipamentos de segurança que uma casa demanda? Pois bem, quem mora em prédio não tem de se preocupar com isso", explica Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do Sinduscon-SP, Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo.
A pesquisa Datafolha constatou uma corrida aos prédios na zona sul de São Paulo.
Entre 2008 e 2012, o número de moradores de apartamentos subiu em média 5 pontos percentuais (eram 16%, agora são 21%).
Há bairros, contudo, em que essa variação foi dramática, como Santo Amaro, onde o salto foi de 18 pontos percentuais (eram 35% em 2008, são 53% hoje), Saúde (de 43% para 58%), Campo Grande (de 28% para 43%) e Ipiranga (de 25% para 39%).
O BOOM DE SANTO AMARO
Na zona sul, o Datafolha constatou, o problema que mais cresceu nas preocupações dos moradores foi a violência urbana. Saltou de 6% para 13%.
Segundo especialistas, é fator a empurrar os moradores para prédios. Mas há outros, como o acesso ao transporte coletivo de qualidade (leia-se metrô), a proximidade de shoppings, restaurantes e centros culturais. São os fatores extra-condomínios.
Gabo Morales/Folhapress
Carteiro em frente a casa na região do campo Grande, que teve aumento na verticalização de 28% para 43%
Carteiro em frente a casa na região do campo Grande, que teve aumento na verticalização de 28% para 43%
Entre os intramuros, segundo Zaidan, inclui-se um novo conceito de morar.
"Quem trabalha o dia todo, quer uma casa funcional. Os ambientes podem ser pequenos porque tudo encolheu: a televisão sem o tubo, o computador com os notebooks, o aparelho de som com os gadgets eletrônicos", enumera.
"A cozinha (sem despensa porque ninguém mais faz estoque de alimentos) pode ser aberta para a sala. Tornou-se quase decorativa, já que almoçar ou jantar fora deixou de ser apenas programa de fim de semana", diz.
Em alguns bairros, as torres de concreto brotando sinalizam a ressurreição da vizinhança. É o caso de Santo Amaro, vizinhança antiga que foi município independente até 1935, quando se incorporou a São Paulo.
Há tempo, Santo Amaro estava engessado entre o casario bonito, típico de bairros bem urbanizados (onde se instalaram os imigrantes alemães) e um comércio popular degradado -nos anos 80, ali era cenário de saques e quebra-quebras de ônibus.
Mas bastou o anúncio da construção da linha 5-lilás do metrô para o início de um boom imobiliário. Em uma só quadra, localizada a 400 m da futura estação, comprimem-se quatro edifícios recém-construídos.
Um quinto está sendo lançado. A planta básica prevê apartamentos de 31 a 78 m² de área privativa. "É para estudantes, solteiros, casais em início de vida, gays", diz a corretora no empreendimento. "A vida, a balada, a festa acontecem na rua. A casa é para recarregar as baterias", afirma. E para isso, esses casulos são mais do que bons.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

PDG troca comando e vai para o tudo ou nada


AE - Agencia Estado
SÃO PAULO - No dia em que acordou presidente da segunda maior construtora do País, Carlos Augusto Piani, 38 anos, ganhou de seu antecessor uma camisa branca, usada, com a logomarca da companhia bordada no peito. Vestiu o presente ali mesmo, no escritório, para receber os cumprimentos dos funcionários e dar sua primeira entrevista à imprensa. Lugares-comuns à parte, o que a PDG queria mostrar ao mercado naquele dia é que agora está sob o comando de alguém disposto a ?vestir a camisa? e ?viver e morrer? pela empresa, nas palavras do próprio Piani.
O tom dramático combina com a situação da PDG. A empresa deu prejuízo de R$ 418 milhões no primeiro semestre e mais da metade das 30 mil unidades que tem para entregar este ano está atrasada. Milhares de famílias esperam as chaves há mais de seis meses. Em razão desse cenário, a empresa foi a segunda do setor que mais perdeu valor em bolsa este ano - só não desvalorizou mais que a Viver. Quando aceitou o convite para se tornar o novo presidente da incorporadora, Piani já sabia que teria tempos difíceis pela frente.
Ele é um dos sócios da gestora de recursos Vinci Partners, que acabou de injetar R$ 486 milhões na PDG e se tornou a maior acionista da incorporadora, com uma fatia de 9%. O aporte e o possível retorno da Vinci como sócia da empresa foram anunciados em maio, mas dependiam do sucesso de uma complexa transação financeira para se concretizarem. Isso aconteceu na semana passada, para alívio dos executivos da empresa e de investidores, que viam essa como a mais importante cartada da incorporadora para se recuperar da maior crise de sua história.
Apesar de jovem, Piani já tem no currículo uma experiência bem-sucedida com outra empresa enroscada. Em 2004, com 30 anos, se tornou diretor financeiro e depois presidente da distribuidora de energia do Maranhão, a Cemar, onde a Vinci também colocou dinheiro. Na época, a Cemar estava quebrada e carregava o peso de prestar o pior serviço do setor. No ano passado, a Cemar foi eleita pela Aneel, órgão que regula o setor elétrico, a segunda empresa mais eficiente entre as distribuidoras de energia. ?É um caso de sucesso, mas não significa que poderá ser copiado no setor imobiliário?, disse um analista.
Até o início do ano, a PDG era, na verdade, um conjunto de três empresas que funcionavam separadamente. Nos últimos meses, toda a parte administrativa da PDG foi integrada. Cerca de 200 pessoas foram desligadas da empresa, e os escritórios de Agre e Goldfarb passaram a funcionar no mesmo local, em São Paulo. Agora, a empresa tenta, com a consultoria do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), padronizar seus canteiros de obra.
Carlos Piani chega exatamente nesse estágio. Ele disse que só anunciará os próximos passos a serem dados na construtora daqui a 90 dias. Por enquanto, preferiu um discurso tangencial. ?Vocês terão de esperar para ver qual é meu estilo?, disse aos analistas de mercado. Sua primeira tarefa, segundo executivos da empresa, não será fácil: caberá a ele fazer as mudanças na cúpula da companhia e escolher entre os sócios, fundadores das empresas adquiridas, quem tocará a operação. ?Vestir a camisa?, pelo visto, será a mais simples das missões do novo presidente. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Link:http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios+geral,pdg-troca-comando-e-vai-para-o-tudo-ou-nada,125173,0.htm

Construção 'encolhe' no 2º trimestre, mas setor prevê recuperação

Ritmo menor do programa 'Minha Casa, Minha Vida' prejudicou resultados.
Para Cbic e Abramat, desempenho ficará abaixo dos 3,6% de 2011.

Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo

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construção civil gráfico pib (Foto: Editoria de Arte/G1)
A diminuição do volume de contratações de novas obras e das vendas de imóveis e materiais de construção derrubou o desempenho da indústria da construção civil no segundo trimestre. Segundo os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do período, divulgados na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país cresceu 0,4% no segundo trimestre, ao passo que a indústria da construção, que historicamente sempre tem puxado o resultado para cima, registrou dessa vez uma queda de 0,7%
As entidades que representam o setor afirmam que o resultado negativo já era esperado. "Veio pior do que imaginávamos, mas não teve nada de atípico porque já esperávamos uma performance pior, uma vez que não se tem contratado grandes coisas nos últimos meses", afirma Paulo Safady, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Mas, embora já admita que o resultado de 2012 ficará abaixo do que o registrado no ano passado, o setor acredita numa recuperação neste segundo semestre, o que deverá garantir mais uma vez um crescimento maior que do o PIB do país. "Vamos fechar o ano com crescimento em torno de 3% e 3,5%, mas acima do PIB do país", projeta Safady.
PIB trimestral (Foto: Editoria de arte/G1)
Em 2011, o setor fechou o ano com crescimento de 3,6%, ao passo que a economia brasileira como um todo avançou 2,7%. No primeiro semestre deste ano, o crescimento acumulado do setor é de 2,4%, apesar do recuo nos últimos três meses.
Nível de emprego no setor segue em alta
Para a coordenadora de projetos da construção da FGV, Ana Maria, apesar do recuo o setor ainda permanece como um dos mais dinâmicos da economia.
"Houve de fato uma desaceleração – que estamos atribuindo a uma diminuição do início de novas obras e das vendas, e também a um menor ritmo nas contratações no 'programa Minha Casa, Minha Vida' –, mas o PIB da construção não está negativo. Um setor que está com crescimento no emprego na ordem de 7% não pode estar queda", afirma.
Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feito em parceria com Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), mostra que o nível de emprego na construção civil brasileira cresceu 6,98% no acumulado até julho, o equivalente a 221,5 mil contratações. O resultado, no entanto, indicou uma desaceleração se comparado ao intervalo de janeiro a julho de 2011, quando a área contratou 228,2 mil trabalhadores. A sondagem sobre o desempenho do setor em agosto será divulgada na próxima quarta-feira (5).

Ana Maria explica que, pela metodologia do IBGE, a medição do PIB da construção civil é feita basicamente em cima dos dados da atividade da indústria de materiais de construção, o que ajuda a entender melhor o resultado negativo no segundo trimestre.

"O PIB da construção civil deverá crescer menos que no ano passado, mas será, tranquilamente, mais uma vez superior ao PIB do país, que não deverá chegar a 2%", avalia.

Vendas de materiais desaceleram
As vendas de materiais de construção ficaram praticamente estagnadas nos últimos meses. No acumulado de janeiro a julho, as vendas do setor aumentaram 2,2%, ante avanço de 2,9% registrado em 2011.

"As vendas da indústria nos últimos meses ficaram muito abaixo do previsto. Começamos o ano com previsão de crescimento de 4,5% de previsão. Em abril, baixamos para 3,4%, mas, em agosto, já deu uma boa melhorada e estamos mantendo os 3,4%", diz Walter Cover, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). A entidade projeta que o PIB do país ficará em torno de 2%.
Segundo a Abramat, a maior queda nas vendas no 1º semestre foi sentida no varejo, que representa 50% das vendas do setor, e no mercado de infraestrutura, que representa uma fatia de 25%, por conta da desaceleração nas contratações de novas obras.

"As vendas para o mercado imobiliário continuaram aquecidas por conta de lançamentos que foram feitos em 2010 e 2011 e que agora entraram na fase de acabamento", afirma Cover.

Minha Casa, Minha Vida
A professora da FGV destaca, entretanto, que houve, de fato, uma desaceleração no ritmo de contratações de obras públicas e nas construções de novos empreendimentos imobiliários.

"As contratações nessa segunda fase do Minha Casa, Minha Vida ficaram bem aquém das expectativas. Mas a revisão do valor dos imóveis para financiamentos pode ser agora um incentivo para que se retomem as contratações", afirma.

Portaria publicada no dia 29 pelo Ministério das Cidades reajustou os valores máximos de aquisição dos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida. Na capital e nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio e Brasília, o valor subiu de R$ 65 mil para R$ 76 mil para os enquadrados no faixa 1, que ganham até R$ 1.600.

Apesar da desaceleração no primeiro semestre, os representantes do setor se dizem otimistas com o desemprenho dos próximos meses.

"Não tenho dúvida de que os resultados do terceiro e quarto trimestre serão melhores, uma vez que todas as medidas que vínhamos solicitando já foram tomadas", diz o presidente da CBIC, citando a revisão dos valores de aquisição dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida, o lançamento do programa de concessões de rodovias e ferrovias e os novos planos para redução do custo da energia elétrica e para portos e aeroportos, prometidos para as próximas semanas.

"Todas estas medidas irão certamente recolocar as empresas do setor em atividades e ajudarão a dar continuidade nas contratações e nos investimentos", diz Safady, lembrando que a indústria da construção civil responde por 43% da formação bruta de capital no país.

Para o presidente da Abramat, a prorrogação do Imposto de Produtos Industrializados (IPI) para materiais de construção será outro fator que ajudará a estimular novos investimentos e vendas nos próximos meses. "As intenções de investimento na indústria da construção certamente voltarão a crescer, e quem fazia planos de iniciar uma obra irá entrar com muito mais otimismo agora, sabendo que os preços não vão subir até o final de 2013", avalia.