quarta-feira, 26 de junho de 2013

Veja opções para obter recursos para investir em imóvel

A aquisição de um imóvel para investimento, assim como para moradia, é um processo complexo cujo ponto de partida é o quanto se pode aplicar no negócio. Há uma vasta gama de linhas oferecidas pelos grandes bancos de varejo e por empresas de menor porte, especializadas em financiamento imobiliário. O investidor, antes de tudo, deve pesquisar e fazer contas, segundo especialistas ouvidos pela Folha. "As parcelas não devem comprometer mais do que 30% da renda da família", diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, coordenador de estudos econômicos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
É possível adquirir um imóvel com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) -nesse caso, porém, o bem precisa ser usado para moradia, e não para investimento, como aluguel. Quem usar o dinheiro para adquirir um imóvel tem de ficar ao menos dois anos morando nele antes de decidir vendê-lo ou alugá-lo para obter uma renda. Também é preciso que o bem custe até R$ 500 mil. Há outras restrições. O comprador não pode ter outro financiamento imobiliário nem ter usado seu FGTS nos últimos dois anos (veja detalhes no quadro). PREÇOS ALTOS O FGTS pode não ser suficiente para a compra do imóvel em grandes cidades, como a capital paulista. Isso porque os preços subiram muito nos últimos anos, ultrapassando o limite de R$ 500 mil em cada vez mais bairros do município. O valor médio do metro quadrado na capital subiu 22% de janeiro a abril deste ano, comparando com o mesmo período de 2012, segundo dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio) para R$ 7.892. Há bairros, como Vila Nova Conceição, na zona sul, em que o valor ultrapassa R$ 12 mil por metro quadrado. A empresária Marina Milred, 34, mora em Moema, também na zona sul, onde é praticamente impossível achar hoje imóveis abaixo dos R$ 500 mil. "Tive de usar recursos próprios. Quis investir em um imóvel na planta próximo de onde moro porque sei que vou vender muito rápido quando ficar pronto e posso acompanhar a construção de perto", afirma a investidora. O apartamento, desde março, quando Marina fechou o negócio diretamente com a construtora, já valorizou mais de 15% e vale, hoje, em torno de R$ 2,5 milhões. DISCUSSÃO Casos como esse têm colocado em discussão a possibilidade de elevação do limite de R$ 500 mil para imóveis comprados com o FGTS. Construtoras, bancos e consultores afirmam que R$ 750 mil poderia ser um novo teto mais adequado. O Ministério da Fazenda, que divulga por meio do CMN (Conselho Monetário Nacional) esse valor, porém, afirma que "ainda não existe decisão oficial" sobre o tema.
O FGTS tem rendimento baixo -3% ao ano mais TR (Taxa Referencial, atualmente zerada) sobre o valor depositado pelas empresas na conta individual que cada trabalhador tem direito ao ser registrado em carteira. "Por render pouco, é difícil ter um saldo no FGTS que dê para ser utilizado em imóveis na capital paulista", diz o economista chefe do Secovi (sindicato da indústria da construção), Celso Petrucci. No caso de Marina, como a finalidade da compra foi investimento, ela não poderia ter utilizado o FGTS, pelas regras do fundo. FISCALIZAÇÃO Segundo a Caixa, não há fiscalização específica nesses casos, "mas se for detectado que o imóvel não serve de residência, o comprador pode ser denunciado ao Ministério Público e à Polícia Federal, e terá de pagar o montante utilizado de forma indevida". Para os imóveis acima da faixa de R$ 500 mil, o comprador pode tomar financiamentos em instituições financeiras, sem uso do FGTS.

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