terça-feira, 16 de agosto de 2011

Novos empreendimentos vão estabilizar preço das locações comerciais em SP


Os lançamentos previstos em Alphaville (bairro de Barueri, na Grande São Paulo) e na Chácara Santo Antônio (zona oeste) para os próximos dois anos devem, se não reduzir, pelo menos estabilizar o preço das locações comerciais na capital paulista.

A avaliação é da diretora da imobiliária Herzog, Simone Santos, com base em levantamento produzido pela própria empresa.

Nos próximos dois anos, o estoque de escritórios comerciais na cidade de São Paulo aumentará para 500 mil metros quadrados, diz a pesquisa. Atualmente, o valor é de 350 mil metros quadrados --30% menor.

Os dois bairros que terão o maior número de lançamentos de escritórios são justamente os que possuem o menor preço. Em Alphaville, o valor médio do aluguel por metro quadrado varia entre R$ 60 e R$ 90. Na Chácara Santo Antônio, os preços vão de R$ 65 a R$ 85.

A maior parte desses novos edifícios comerciais, segundo a diretora, será de prédios de maiores recursos tecnológicos e vagas na garagem --em falta no mercado paulistano, que registrou uma subida de 17% no preço médio desse tipo de locação nos últimos doze meses.

"Metade do estoque de prédios comerciais de hoje mal possui ar condicionado. A valorização ocorre principalmente pela falta de prédios nobres", explica. Para ela, um preço mais justo seria alcançado se 10% dos empreendimentos comerciais estivessem vagos. Hoje, a ociosidade é de 2%.

"Agora, quando um contrato de relocação vence, as empresas sofrem com a valorização do mercado e não têm para onde escapar."

A tendência para os próximos anos, diz Santos, é que as empresas que precisem de espaços maiores flexibilizem a sua estrutura. "A área nobre poderá ficar na avenida Faria Lima, e áreas de maior volume de pessoal poderá mudar para esses eixos novos e mais distantes."

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Valores dos imóveis no Grande Recife estão perto do limite, dizem especialistas


Embora preços não estejam convidativos, adquirir imóvel novo está cada vez mais difícil
Foto: JC Imagem Mariana Dantas
Do NE10
Quanto você está disposto a pagar por um apartamento novo com menos de 91m²? Se for no Recife, em um bairro concorrido, você precisará desembolsar até R$ 400 mil. Os últimos lançamentos, por exemplo, oferecem unidades de 90,85 m² na Madalena por R$ 360 mil; de 52,70 m² em Boa Viagem por R$ 258 mil; e de 81,20 m² em Casa Amarela por R$ 285 mil. Esses valores eram no mínimo 40% mais baixos há três anos, antes do aquecimento do mercado imobiliário.

Embora os preços não estejam nada convidativos, adquirir um imóvel novo no Grande Recife está cada vez mais difícil. Dependendo da localização e das características do empreendimento, as unidades de um lançamento se esgotam em menos de um mês. Se o apartamento possuir de 50 a 70 metros quadrados, uma ou duas vagas na garagem e estiver localizado em um bairro concorrido, as unidades são reservadas nos primeiros dias de venda.  Apartamentos com essas características são procurados por mais de 70% do mercado consumidor.

Além da estabilidade econômica do país, da disponibilidade de crédito e financiamentos oferecidos pelos bancos e do desenvolvimento do Estado incentivado por Suape, a oferta de novos apartamentos na Região Metropolitana é a menor dos últimos dez anos. Já a demanda continua a mesma, contribuindo com o aumento do preço dos imóveis. De acordo com os Indicadores de Velocidade de Vendas (IVV), a média de apartamentos novos ofertados no Estado neste ano (até maio) é de 3 mil unidades, enquanto em 2010 a média foi de 5,3 mil imóveis por mês.

A redução na oferta foi provocada pelo crescimento das vendas nos anos de 2009 e 2010 (confira no gráfico), período em que o Governo Federal incentivou a aquisição da casa própria, lançando o programa Minha Casa Minha Vida. Antes do "boom" nas vendas, o preço médio do metro quadrado no Grande Recife era de R$ 2.200. Hoje, o valor gira em torno de R$ 3.200, sem incluir os bairros mais concorridos como Boa Viagem, Casa Forte e Espinheiro, onde o valor do metro quadrado pode atingir até R$ 5.500.

Ilustração: Erika Simona/Do NE10


Para o presidente do conselho da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PE), Marcello Gomes, a tendência é de que o mercado se estabilize. "Estamos em um momento de transição. A oferta está baixa e a procura é grande. Não existe bolha. Vamos chegar a um preço de equilíbrio. Sabemos também que a demanda tem um limite de renda e capacidade de compra. Estamos próximo desse limite", afirmou.

Segundo Marcello Gomes, antes de 2008 não existia financiamento para produção e nem para compra do imóveis. O mercado era restrito às pessoas que podiam pagar o apartamento durante a construção. "Como o mercado de Pernambuco é bastante concorrido, com várias empresas boas e competitivas, o preço do metro quadrado no Recife acabou caindo em relação ao dos outros estados. Os imóveis eram vendidos em até 40 prestações. Hoje é possível pagar em até 360 parcelas. Com essa facilidade, as construtoras puderam recuperar essa defasagem, que atingiu cerca de 40%. E vale ressaltar que, mesmo com o reajuste dos últimos dois anos, ainda temos preços mais baixos do que em Fortaleza, Salvador, Natal e de outras capitais do Nordeste", disse.

O representante da Ademi-PE argumentou ainda que os custos da construção civil aumentaram. "O lucro das construtoras é bem menor que especulam. O gasto com aquisição de terreno passou de 15% para 25% do valor total da obra, sem falar no aumento do preço dos materias, como o cimento. Por conta do grande número de obras em Suape e para a Copa de 2014, a mão de obra também está mais cara".

Foto: Mariana Dantas/NE10

Para Marcello Gomes não existe bolha, e sim uma readequação dos preços

A especialista em mercado imobiliário e professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Suely Leal também acredita que a estabilidade econômica e a melhoria da renda do pernambucano são fatores que contribuem para reduzir o temor de uma crise no setor. No entanto ela destaca que o mercado deve estar atento a outros cenários menos otimistas. "Não há dúvida que estamos vivenciando um ótimo momento econômico em Pernambuco. Mas precisamos ficar em alerta. Os Estados Unidos enfrentam uma crise que já está refletindo em vários países. O Brasil está se protegendo e reduzindo gastos. Se o Governo decidir reduzir o crédito, o mercado imobiliário será diretamente afetado", disse. Ela lembrou também que muitos europeus estão adquirindo imóveis no Litoral Sul do Estado para passar as férias. "Se a crise atingir a Europa, Pernambuco perde esse mercado".

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Outra questão apontada pela professora está relacionada com o perfil dos compradores dos imóveis. "Muitos clientes das construtoras são investidores, que compram as unidades com o objetivo de repassá-las por um preço maior. Isso pode acarretar em especulação imobiliária. Além disso, por mais que a renda da população tenha melhorado, o percentual não acompanhou o aumento dos preços dos imóveis", afirmou, ressaltando que a classe média sente dificuldade para adquirir a casa própria. "Basta observar os prédios à noite para perceber que a maioria das luzes está apagada. Ou seja, não tem ninguém morando porque pertence a um investidor".

A engenheira civil Niara Farias, de 31 anos, desistiu de "trocar" de apartamento. Ela e o marido são proprietários de um imóvel de 48m² na Cidade Universitária. O casal planeja ter filhos no próximo ano e, por isso,  planejava comprar um imóvel maior. Mas, depois de pesquisar bastante, a ideia foi deixada de lado. "Tomei um susto quando comecei a pesquisar. Os valores estão muito acima do que imaginamos. Sabemos que os preços não vão cair. A única solução será juntar mais dinheiro e aguardar um pouco", disse.

O médico recém-formado Fernando Cerqueira Noberto, de 25 anos, pretende comprar um imóvel para investir. "Os preços sobem numa proporção absurda, mas sei que esse processo não tem volta. Como ainda estou solteiro, poderei destinar meu dinheiro para aquisição de um imóvel, que considero a melhor opção de investimento".

Estrangeiros seguem o dinheiro em direção ao Brasil

MYRNA DOMIT
DO "THE NEW YORK TIMES", NO RIO

Refletindo sobre as tempestades financeiras que fustigam a Europa e os Estados Unidos, Seth Zalkin, banqueiro americano vestido casualmente, tomava um cafezinho e parecia satisfeito com sua decisão de mudar-se para cá, em março, com sua mulher e o filho deles.

"Se o resto do mundo está afundando, este é um bom lugar para estar", disse Zalkin, 39 anos.

Para quem guarda uma recordação, mesmo que fraca, da crise da dívida vivida pelo próprio Brasil nos anos 1980, a ordem global foi colocada de ponta-cabeça. A economia dos EUA pode estar se arrastando de joelhos, mas no ano passado a do Brasil cresceu no ritmo mais acelerado de mais de duas décadas anteriores, e o desemprego está em baixa histórica, parte da transformação do Brasil de caso inflacionário perdido em um dos maiores credores de Washington.

Com salários que rivalizam com os de Wall Street, tantos banqueiros, gerentes de fundos hedge, executivos petrolíferos, advogados e engenheiros estrangeiros vêm se mudando para cá que os preços de imóveis comerciais de alto padrão este ano superaram os de Nova York, fazendo do Rio a cidade mais cara das Américas em termos de aluguel desses espaços, segundo a empresa imobiliária Cushman & Wakefield.

Uma mentalidade de corrida ao ouro domina o ambiente, com o número de autorizações de trabalho para estrangeiros subindo 144% nos últimos cinco anos, sendo que o contingente de profissionais altamente instruídos que vêm se radicando no Brasil é liderado por americanos.

Não é de hoje que empresários sentem-se atraídos pelo Brasil, e o mesmo acontece com vigaristas interessados em enriquecer rápido, sonhadores com grandeza amazônica e até mesmo foras-da-lei como Ronald Biggs, o britânico que fugiu para o Rio depois de seu grande assalto a um trem postal inglês em 1963.

Hoje, porém, as escolas que recebem alunos americanos e de outras famílias de língua inglesa têm longas listas de espera, apartamentos podem custar US$ 10 mil por mês nas áreas mais cobiçadas do Rio, e muitos dos recém-chegados são diplomados pelas melhores universidades dos EUA ou possuem experiência de trabalho nos pilares da economia global.

Chegando aqui, eles se deparam com um país que enfrenta um desafio muito diferente daquele que é encarado pelos EUA e a Europa: o receio de que a economia esteja ficando superaquecida.

Uma coisa que constitui um choque especial para os recém-chegados é a força do real. Isso pode beneficiar brasileiros que vêm comprando apartamentos em lugares como South Beach, em Miami, onde os imóveis custam cerca de um terço dos preços de imóveis equivalentes nos bairros de alto padrão do Rio. Mas prejudica os manufatureiros e exportadores brasileiros.

Assim, em uma tentativa de impedir uma valorização ainda maior do real, o Brasil hoje é um dos maiores compradores de títulos do Tesouro americano, elevando seus interesses em jogo na economia americana enfraquecida. É uma quebra nítida com o passado, quando Washington ajudou a montar pacotes de resgate para o Brasil durante suas crises financeiras.

"O Brasil está se saindo muito bem, mas, francamente, semana sim, semana não eu me pergunto 'quando isto vai acabar?'", disse Mark Bures, 42, executivo americano que se mudou para o Rio em 1999, em tempo de assistir a uma desvalorização abrupta do real e outras oscilações acentuadas na prosperidade brasileira.

Alguns poucos americanos que vivem no Brasil há mais tempo chegam a se recordar do último "milagre" econômico do país, no início dos anos 1970, quando o "Wall Street Journal" citou um banqueiro otimista no início de um artigo de primeira página, prevendo que "em dez anos o Brasil será uma das cinco maiores potências do mundo". Em lugar disso, o país acabou onerado com uma dívida externa assustadora.

O boom recente das commodities e o crescimento do consumo interno, resultado da expansão da classe média, ajudaram a converter o Brasil em potência em ascensão que se recuperou facilmente da crise financeira global de 2008. No ano passado a economia cresceu 7,5%, e a expectativa é que este ano registre crescimento de 4% --menor, mas ainda invejável nos Estados Unidos.

Apesar disso, o Brasil apresenta muitos desafios que podem desencorajar estrangeiros que chegam ao país. A legislação trabalhista dá preferência à contratação de profissionais brasileiros em lugar de estrangeiros, e o demorado processo de obtenção de um visto de trabalho pode surpreender quem não está acostumado à colossal burocracia brasileira.

Alguns economistas consideram o real a moeda mais sobrevalorizada do mundo, com relação ao dólar, e a inflação vem subindo (conforme evidenciam Big Macs por US$6,16 e martínis por US$35). As taxas de juros teimam em continuar altas, e analistas discutem a possibilidade de estar se formando uma bolha de crédito, na medida em que os consumidores continuam mergulhados em uma orgia de compras de tudo, desde casas até carros, que já vem acontecendo há anos.

O Brasil não está imune à turbulência nos mercados globais, e o real se enfraqueceu um pouco este mês. O mercado imobiliário carioca tem estado agitado com a aproximação da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, mas sua infraestrutura é insuficiente. Embora tenha diminuído em algumas regiões, a criminalidade violenta ainda assola grandes partes do país e também o Rio, que este mês enfrentou um incidente traumático de sequestro de um ônibus.

Mesmo assim, os estrangeiros vêm chegando, e as autorizações de trabalho para eles aumentaram mais de 30% em número apenas em 2010, segundo o Ministério do Trabalho.

"Eu só falava um português muito básico, mas pude perceber que este lugar estava vivendo um boom", contou Michelle Noyes, 29, nova-iorquina que organizou uma conferência de fundos hedge em São Paulo. Pouco depois disso, ela deu o salto: mudou-se para o Brasil para trabalhar em uma firma de gerenciamento de ativos.

"Me mudei da periferia do setor para o centro", disse Noyes, citando cinco outros americanos, dois de Nova York e três de Chicago, que estão se mudando para o Brasil este mês para tentar sua sorte.

Os americanos formam o maior grupo de estrangeiros que está se mudando para o Brasil, seguidos por contingentes de britânicos e outros europeus. Alguns vêm para contratos de trabalho temporários. Outros estão fundando empreendimentos pequenos ou grandes.

O americano David Neeleman, fundador da JetBlue Airways, recentemente criou a companhia aérea brasileira de baixo custo Azul. Corrado Varoli, italiano que comandava desde Nova York as operações latino-americanas do Goldman Sachs, agora comanda seu próprio banco de investimentos em São Paulo. Novas ponto.coms brasileiras como a Baby.com.br, empresa on-line de venda de fraldas no varejo fundada este ano por dois primos americanos recém-saídos de escolas de administração de empresas como a Wharton e a de Harvard, às vezes conferem ao Brasil um clima de bolha não muito diferente daquele que reinava nos EUA em 1999.

Outros estrangeiros vêm assumindo empregos em empresas brasileiras que estão crescendo com um boom resultante em parte do comércio do Brasil com a China.

"Nossos salários aqui no Brasil são pelo menos 50% mais altos que os salários pagos nos EUA por cargos estratégicos", disse Jacques Sarfatti, gerente para o Brasil da Russell Reynolds, firma que recruta executivos de empresas.

Estrangeiros competem com brasileiros que retornam ao país, vindos do exterior. "É muito evidente que o mercado de trabalho está tão ruim em outros lugares", disse Dara Chapman, 45, californiana que é sócia de um fundo hedge carioca, o Polo Capital. Ela disse que vem recebendo inúmeros currículos de interessados em mudar-se dos EUA para o Brasil.

As enormes descobertas brasileiras de petróleo na camada do pré-sal também vêm atraindo investidores e estrangeiros, entre os quais milhares de filipinos que trabalham em navios e plataformas petrolíferas marítimas. Para suas outras indústrias, o Brasil precisa de estimados 60 mil novos engenheiros, alguns dos quais precisam vir do exterior, em vista das insuficiências do sistema de ensino brasileiro.

"Eu me mudei para cá de Pequim um ano atrás e acho o potencial para o desenvolvimento profissional incrível", disse a chinesa Cynthia Yuanxiu Zhang, 27, gerente de uma empresa de tecnologia. "Já estou planejando estender minha estadia aqui para bem mais adiante nesta década."

Tradução de CLARA ALLAIN

Após alta vertiginosa, preço de imóveis começa a desacelerar

Após um período de alta vertiginosa, o preço dos imóveis residenciais começa a mostrar desaceleração, apesar de seguir em ritmo forte de crescimento, informa reportagem de Mariana Sallowicz e Tatiana Resende.

Venda de imóveis no país despenca no 1º semestre
Financiamento imobiliário com recursos da poupança bate recorde
Percentual financiado sobe para 63% do valor total do imóvel

Os lançamentos de um quarto ou sem divisória, por exemplo, subiram 24,5%, na média, na capital paulista no primeiro semestre ante o mesmo período no ano anterior, segundo levantamento da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio) feito a pedido da Folha. Nos primeiros seis meses de 2010, a elevação havia chegado a 77,2%.

A dúvida agora, com o agravamento da crise econômica mundial e os possíveis reflexos na economia brasileira, é como esse mercado vai se comportar. Em tempos de turbulência, os investidores que aplicam em ações buscam ativos menos voláteis, como imóveis.

Especialistas do setor, porém, apontam que a diminuição no ritmo de alta deve continuar, já que a expansão registrada nos últimos anos não era sustentável.

PDG Realty tem lucro 12% maior no 2º trimestre

A construtora e incorporadora PDG Realty teve lucro líquido ajustado de R$ 247,5 milhões no segundo trimestre, aumento de 12% ante o ganho apurado no mesmo intervalo do ano passado.

O resultado ficou em linha com a média de estimativas obtidas pela Reuters com oito analistas, de ganho de R$ 250 milhões no trimestre.

A geração de caixa operacional da empresa, medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ficou em R$ 442,2 milhões entre abril e junho, 19% acima do montante visto um ano antes. A margem Ebitda, por sua vez, caiu de 28,1% para 25,8%.

No segundo trimestre, a PDG viu sua receita líquida crescer 30%, alcançando R$ 1,7 bilhão.

A companhia, que já consolidou os dados da Agre ao balanço, contabilizou vendas contratadas de R$ 1,8 bilhão no trimestre passado, alta de 17% sobre o mesmo período de 2010. Já as vendas totais, que incluem a fatia de parceiros, somaram R$ 2,3 bilhões.

Os lançamentos, enquanto isso, alcançaram R$ 2,05 bilhões, considerando a participação da PDG nos imóveis, expansão de 14% sobre um ano antes.

Com isso, a empresa cumpriu 40% do ponto-médio da meta de lançamentos para 2011, estimados entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões.

No trimestre passado, a velocidade de vendas --medida pela relação de venda sobre oferta-- foi de 29%, contra 30% um ano antes e 29% dos três primeiros meses de 2011.

Nos primeiro semestre, o lucro líquido da companhia acumulou expansão de 21%, somando R$ 486,6 milhões.

Quanto ao ritmo de entregas, a empresa afirmou ter atingido 44% da estimativa para o ano, que é de 35,17 mil unidades.

A PDG encerrou junho com banco de terrenos com potencial para lançamentos da ordem de R$ 28,4 bilhões.

A companhia informou ainda que, a partir de terça-feira, a presidência da unidade de securitização da PDG será ocupada por Luís Largman, que deixou o cargo de vice-presidente financeiro da Cyrela Brazil Realty, conforme anunciado em meados de julho.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Caixa busca alternativa para financiar imóvel sem subir juros

FELIPE VANINI BRUNING
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para reagir a um possível esgotamento de sua maior fonte de recursos para crédito imobiliário, a Caixa Econômica Federal estuda alternativas à poupança para o financiamento habitacional.

O presidente da Caixa, Jorge Fontes Hereda, afirmou que o ideal é que a poupança, tradicional fonte de recursos da habitação, não seja a única forma de bancar a compra de imóveis.

"Estamos estudando alternativas. Uma delas é um maior mix de LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e poupança", afirmou ele.

"Se não conseguirmos, os juros vão aumentar", completou Hereda. O vice-presidente de finanças da Caixa, Márcio Percival, afirmou, porém, que a situação está equacionada até o final de 2012. "O aumento de juros dos financimentos de imóveis da Caixa vai depender da mudança de estrutura de captação de recursos, que deve ocorrer em 2013", disse.

Líder no empréstimo para aquisição de imóveis no país, com uma fatia de cerca de 75% do mercado, a Caixa teve crescimento de 48,8% em sua carteira habitacional em comparação ao ano passado, de acordo com o resultado trimestral divulgado nesta quinta-feira.

Até este mês, o banco já concedeu R$ 45 bilhões em empréstimos e prevê atingir R$ 90 bilhões até o final do ano --um aumento de 20% em relação a 2010--, número que foi revisto para cima por conta do crescimento.

Segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), de janeiro a junho, R$ 37 bilhões do crédito imobiliário vieram da poupança, o que representou 45% da meta ante 40% em 2010.

REGRAS

No SFH (Sistema Financeiro de Habitação), o trabalhador pode usar o saldo da sua conta individual do FGTS para reduzir o financiamento. No SFH, as moradias devem ser avaliadas em até R$ 500 mil.

Uma das fontes de recursos do SFH é o FGTS, que reúne as contas de todos os trabalhadores e tem juros limitados a 8,16% ao ano mais TR. A linha é direcionada para moradias até R$ 170 mil e para famílias com renda mensal até R$ 4.900.

A outra fonte do SFH é a poupança. Atualmente, as instituições financeiras são obrigadas a direcionar 65% dos depósitos na caderneta para o crédito imobiliário.

A taxa de juros é limitada a 12% ao ano mais TR para financiamentos habitacionais que utilizam 52% dos depósitos da poupança. Os outros 13 pontos percentuais --que completam os 65%-- podem ser direcionados para moradias fora do SFH, logo acima de R$ 500 mil, ou imóveis comerciais de qualquer valor. Nesses dois casos, não há limite para a taxa de juros.

CRISE

De acordo com Hereda, a Caixa está preparada para aumentar a concessão de crédito. "Temos discutido essa possibilidade nas reuniões do conselho e estamos dispostos a cumprir nosso papel de banco público", disse.

Durante a crise de 2008, junto com o Banco do Brasil, a Caixa continuou com o crédito em expansão para estimular a economia. A providência foi adotada a pedido do governo.

Para Hereda, as instituições bancárias privadas erraram ao pisar no freio na crise de 2008.

"Eles perderam espaço e a Caixa conseguiu aumentar sua penetração no segmento comercial", afirmou ele.

MINHA CASA, MINHA VIDA

O vice-presidente de Governo da Caixa, José Urbano Duarte, afirmou que o banco está preparado para implementar as mudanças de limite e de faixa salariais que estão sendo discutidas pelo governo quando forem aprovadas.

"Nossos sistemas e simuladores já estão adaptados para essas mudanças quando elas acontecerem", disse.

Quanto à dificuldade de se encontrar imóveis dentro da faixa de preços estipulada pelo Minha Casa, Minha Vida, Hereda afirmou que o governo precisa se unir.

"Para a maior parte do país, esses recursos são suficientes. Mas, em São Paulo, os terrenos são mais valorizados. Por isso, há necessidade de as três esferas de governo (municipal, estadual e federal) se unirem", afirmou.

Com reportagem de São Paulo

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Aluguel de um dormitório é mais caro que o de três dormitórios por metro quadrado

DE SÃO PAULO

Alugar um apartamento de um dormitório custa mais por metro quadrado do que a locação de um de três dormitórios. É o que mostra a pesquisa de aluguéis residenciais feita pelo Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário) com os contratos assinados em junho.

A locação de uma unidade de um quarto na Bela Vista (centro) custa até R$ 23,22 por metro quadrado, enquanto a de um três-quartos alcança apenas R$ 18,70. A situação se repete em 15 dos 20 bairros estudados.

As maiores diferenças aparecem em bairros próximos ao metrô e com pouca oferta da tipologia, como a Vila Mariana --30% de variação-- e o Ipiranga --32% de diferença.

Confira os preços de locação de unidades em bom estado e com vaga na garagem por metro quadrado de acordo com os contratos fechados em junho deste ano:

UM DORMITÓRIO
Bela Vista - R$ 23,22
Belém - R$ 13,93
Butantã - R$ 16,29
Campo Limpo - R$ 13,32
Casa Verde - R$ 14,93
Ipiranga - R$ 20,29
Jardins - R$ 28,75
Mooca - R$ 15,81
Penha - R$ 14,41
Perdizes - R$ 25,50
Pirituba - R$ 15,88
Santana - R$ 18,92
São Mateus - R$ 9,69
São Miguel Paulista - R$ 11,02
Tatuapé - R$ 15,42
Tucuruvi - R$ 16,54
Vila Maria - R$ 14,17
Vila Mariana - R$ 29,31
Vila Matilde - R$ 14,33

TRÊS DORMITÓRIOS
Bela Vista - R$ 18,70
Belém - R$ 13,11
Butantã - R$ 14,08
Campo Limpo - R$ 13,43
Casa Verde - R$ 11,64
Ipiranga - R$ 15,32
Jabaquara - R$ 18,03
Jardins - R$ 30,86
Mooca - R$ 15,41
Penha - R$ 14,01
Perdizes - R$ 24,35
Pirituba - R$ 13,70
Santana - R$ 16,18
São Mateus - R$ 7,78
Tatuapé - R$ 12,63
Tucuruvi - R$ 16,03
Vila Maria - R$ 15,56
Vila Mariana - R$ 22,41
Vila Matilde - R$ 15,02

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Profissional do setor imobiliário terá teste para certificação

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

Aquela sensação incômoda de que o funcionário do banco não consegue elucidar todas as dúvidas sobre crédito imobiliário pode estar com os dias contados. A Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) vai começar a certificar os profissionais que atuam com produtos desse segmento.

O primeiro teste ocorre no final deste mês e será aplicado a quem trabalha em bancos, securitizadoras e companhias hipotecárias.

O universo potencial é estimado em cerca de 20 mil pessoas, mas profissionais de áreas correlatas, como corretores de imobiliárias, podem se submeter ao teste. Haverá uma prova nos centros da FGV (Fundação Getulio Vargas) em todo o país para quem lida diretamente com o consumidor final e outra para os que atuam com empresas, como construtoras, por exemplo. Nos primeiros dois anos, a adesão será voluntária. "Depois a certificação começa a ser uma exigência", afirma Luiz Antonio França, presidente da entidade.

Para o executivo, "por enquanto, não há problemas porque o mercado é pequeno, mas é preciso ter uma padronização mínima" nas informações e procedimentos, destacando a expansão do setor em ritmo acelerado nos últimos anos.

As operações de crédito imobiliário com recursos da poupança atingiram R$ 37 bilhões no primeiro semestre deste ano, registrando o melhor resultado para esse período na série histórica, iniciada em 1967, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira. Junho, por sua vez, apresentou o melhor resultado mensal da série em valor (R$ 7,78 bilhões) e em quantidade (46,5 mil imóveis). Para todo o ano, a previsão é chegar a R$ 85 bilhões e 540 mil unidades.

NECESSIDADE

França diz que a Abecip está antecipando uma necessidade porque o número de profissionais envolvidos vai continuar crescendo."E a operação tem que ser muito clara para o mutuário", completa, lembrando que os consumidores estão pouco acostumados a fazer financiamentos de longo prazo.

Em 2008, o crédito habitacional representava 2,1% do PIB (Produto Interno Bruto) e a previsão é atingir 4,1% ao final deste ano. Para 2014, a projeção é saltar para 11%.

O executivo reiterou nesta quarta-feira, em coletiva de imprensa para divulgar os números do setor no primeiro semestre, que já em 2013 os recursos da caderneta de poupança não serão suficientes para financiar todo o potencial de clientes.

A outra grande fonte de recursos do crédito imobiliário atualmente é o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), com taxas de juros menores --limitadas a 8,16% ao ano mais TR. A linha, no entanto, só está disponível para moradias de até R$ 170 mil e para famílias com renda até R$ 4.900 --valor que será elevado para R$ 5.400 em breve, após a publicação de portaria no "Diário Oficial da União".

Considerando as duas fontes, os financiamentos chegaram a R$ 49,9 bilhões no acumulado dos seis primeiros meses do ano, com acréscimo de 38%. Em quantidade (645 mil), a expansão foi de 30%.

Análise do crédito deve anteceder busca do imóvel; veja taxas

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

Em tempos de boom do crédito habitacional, corretores relatam que é comum atender clientes que visitam imóveis acima do seu poder de compra porque não têm a real noção de quanto podem conseguir de financiamento.

Além do valor poupado para a entrada, é preciso levar em conta quanto o trabalhador vai poder dispor do salário para o pagamento das prestações, análise que muda de acordo com o banco.

"Há muita gente que não consegue financiamento porque já tem a renda comprometida com a parcela do carro, a escola dos filhos, o plano de saúde", afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo).

"As pessoas estão sempre procurando um pouco acima do seu potencial. E depois vem a pechincha, a contraproposta."

Pesquisar a taxa de juros é apenas uma das "missões" do futuro mutuário, já que a prestação é composta de outros itens, como seguros de morte e invalidez do tomador do empréstimo e do imóvel e a tarifa de administração do contrato, que fazem o CET (Custo Efetivo Total) do financiamento variar caso a caso.

"Por isso, é recomendável fazer simulações para verificar a instituição financeira que oferece as melhores condições", afirma José Pereira Gonçalves, especialista em mercado imobiliário (veja exemplos abaixo). "O desconhecimento se deve ao fato de a transação imobiliária ser muito rara."

Um erro comum, por exemplo, é confundir o dinheiro depositado na conta individual do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que o mutuário pode usar na compra de imóveis de até R$ 500 mil, e a linha de financiamento com recursos do fundo, que reúne as contas de todos os trabalhadores.

Nesse caso, as taxas de juros --limitadas a 8,16% ao ano mais TR-- são menores do que as cobradas em empréstimos com recursos da poupança, mas a linha somente está disponível para moradias de até R$ 170 mil e para famílias com renda até R$ 4.900 --valor que será elevado para R$ 5.400 em breve, após a publicação de portaria no "Diário Oficial da União".

Saber quanto custará a moradia ao fim do financiamento exige uma análise individual, mas, em um empréstimo com pagamento em 20 anos, com 20% de entrada, o mutuário pagará aproximadamente o dobro do valor do imóvel, diz Marcelo Prata, presidente da Canal do Crédito, corretora especializada em financiamentos do setor.

No entanto, ressalta, é importante lembrar que, nesse período, provavelmente haverá valorização do imóvel.

Apesar de os bancos oferecerem financiamentos com prazo de pagamento de até 30 anos, o período contratado tem chegado, na média, a duas décadas. E o mutuário paga em menos tempo: oito anos, de acordo com a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

GASTOS EXTRAS

Os mutuários devem reservar o equivalente a aproximadamente 5% do valor do imóvel para despesas extras. É o custo de realizar o sonho da casa própria sem percalços.
Antes de liberar o financiamento, os bancos cobram uma taxa para avaliar o imóvel (ativo que será a garantia em caso de inadimplência) e outra para fazer a análise jurídica de documentos.

Depois de efetivar o negócio, o mutuário ainda terá de arcar com o custo do registro no cartório e com o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) recolhido à prefeitura.

"Quando a transação é feita com financiamento, os próprios agentes financeiros, de certa forma, acabam servindo de 'consultores', pois só concedem o crédito se não houver restrições na documentação", afirma Gonçalves.

Na aquisição da primeira moradia, há descontos nesses dois últimos itens, o que reduz o percentual para cerca de 4% do valor do imóvel, segundo cálculos de Prata.

Há bancos que incorporam essas despesas no valor financiado --às vezes, a única forma de viabilizar o pagamento de gastos "inesperados".

O número de novos mutuários no mercado imobiliário cresce em ritmo acelerado. Entre junho de 2010 e maio de 2011 (dado mais recente divulgado), os financiamentos com recursos da poupança atingiram R$ 66,8 bilhões.

O montante representa crescimento de 59% na comparação com os 12 meses anteriores, de acordo com a Abecip. Em quantidade (465 mil unidades), a expansão foi de 32%.

Financiamento imobiliário com recursos da poupança bate recorde

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

Atualizado às 10h05.

As operações de crédito imobiliário com recursos da poupança atingiram R$ 37 bilhões no primeiro semestre deste ano, registrando o melhor resultado para esse período na série histórica, iniciada em 1967, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

O valor superou em 55% o montante contabilizado em igual período no ano passado. Em quantidade, foram 236,5 mil unidades financiadas, alcançando também um novo patamar, com expansão de 26% no mesmo comparativo.

Junho, por sua vez, apresentou o melhor resultado mensal da série em valor (R$ 7,78 bilhões) e em quantidade (46,5 mil imóveis).

Os sucessivos recordes estão levando os bancos a procurar fontes alternativas de financiamento, além dos recursos da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Uma delas é a securitização, que consiste na transformação de uma dívida em um papel para investimento no mercado de capitais. O investidor é remunerado com uma taxa de retorno que varia de acordo com as características do financiamento, descontados os custos e o ganho do banco.