No 2º semestre, porém, o movimento do mercado imobiliário em sete capitais foi de desaceleração
03 de janeiro de 2012 | 23h 59
Hugo Passarelli, do Economia & Negócios
SÃO PAULO - Preços ainda em alta, mas em ritmo notadamente menor. Esse foi o retrato do mercado imobiliário em sete capitais brasileiras em 2011, principalmente no segundo semestre, quando a alta dos valores dos apartamentos esfriou. De agosto a dezembro de 2011, o preço médio do metro quadrado subiu 6,1% contra 9% no mesmo período um ano antes, segundo o índice FipeZap - a série do indicador começa em agosto de 2010. No acumulado do ano, o avanço é de 26%. Em dezembro, a elevação do índice geral foi de 1,1%, a menor do ano, após um pico de 2,7% em abril.
O esfriamento da atividade econômica do Brasil explica, em parte, esse resultado. "A desaceleração da economia, já observada em vários indicadores, se reflete também no mercado imobiliário", afirma Eduardo Zylberstajn, economista coordenador do FipeZap. "O movimento de alta dos imóveis foi muito expressivo e os preços atingiram níveis que começam a ficar difíceis de se compatibilizar com uma parcela importante da população, então é natural que o mercado busque um novo nível", completa.
Entre as sete capitais pesquisadas pelo índice, o preço médio do metro quadrado dos apartamentos fechou dezembro entre R$ 7.919 (Distrito Federal) e R$ 3.539 (Salvador). No Rio de Janeiro, foi de R$ 7.421; em São Paulo, R$ 6.066; Recife, R$ 4.666; Belo Horizonte, R$ 4.619 e Fortaleza, R$ 4.277. Na média, o valor ficou em R$ 6.185.
Um destaque do indicador em dezembro foi o Distrito Federal, onde os valores recuaram 0,2%, a primeira queda na capital do País desde o início da série. Os valores do metro quadrado começaram a subir menos em junho, para então registrar o resultado negativo no mês passado. "Nós temos de ficar atentos para ver se esse movimento (desaceleração e depois queda) vai ser semelhante nas outras capitais", afirma Zylberstajn.
Em São Paulo, o ano encerrou com alta de 27% do metro quadrado de apartamentos, acima do fechado em 2010 (24%) e do índice geral neste ano. O segundo semestre, porém, foi de arrefecimento na capital paulista - alta de 11% contra 13% igual período de 2010. Em dezembro, o avançou foi de 1,4% e pela primeira vez superou a valorização no Rio de Janeiro, de 1,1%. Na capital fluminense, a alta acumulada do ano foi de 35%, contra 40% em 2010.
Recife foi exceção nesse movimento de desaceleração. O preço médio do metro quadrado avançou 2,4% em dezembro, enquanto nas demais capitais, exceto São Paulo e Rio, o aumento não passou da casa de 1%.
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