Metro quadrado de luxo custa até R$ 35 mil
A escassez de terrenos nos bairros reconhecidamente nobres de São Paulo e a retomada da venda de imóveis para classe média e média baixa fez com que o preço do metro quadrado dos apartamentos de altíssimo padrão em São Paulo alcance até R$ 35 mil, uma alta estimada de 20% só em 2010. Com isso, as transações com os imóveis mais caros destas regiões chegam a bater os R$ 35 milhões. Com uma pesquisa entre imobiliárias especializadas em imóveis de altíssimo padrão e construtoras, o Terra foi atrás de onde estão os imóveis mais caros da capital paulista - que chegam a custar até R$ 35 milhões - e buscou explicações do porquê os preços nestes locais baterem nas dezenas de milhões de reais.
Dez anos depois da operação urbana do Itaim Bibi, situações como o fim dos Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepac) e as restrições à verticalização acabam desencadeando a explosão dos preços. Situação semelhante vivem outros bairros nobres da cidade como Vila Nova Conceição, Jardim Paulista, Jardim América, Ibirapuera e alguns pontos de Moema onde a Lei de Zoneamento restringe a verticalização e/ou faltam terrenos grandes para este tipo de empreendimento. Resultado: A cobertura do Chateau Margaux na Vila Nova Conceição foi vendida por R$ 35 milhões por Athina Onassis em fevereiro, quase R$ 35 mil o m².
"Em primeiro lugar, são pouquíssimos os bairros (valorizados). Dentro desses bairros, falta área livre e enfrentamos restrições de construção", explica o diretor de vendas da incorporadora Bolsa de Imóvel, Daniel Dequech. A valorização no caso da ex-cobertura de Onassis é sensível: em 1998, quando foi lançado, o metro quadrado do edifício valia R$ 5 mil.
Segundo Dequech, essa realidade tem dificultado a "reposição de mercadoria" no altíssimo padrão, ao mesmo tempo em que a economia brasileira vai bem e possibilita o surgimento de novos milionários, com possibilidade de crédito para comprá-los. Assim, "pela lei da oferta e da procura, naturalmente os preços estão subindo, cerca de 20% ao ano", diz o consultor.
A falta de lançamentos tem feito os edifícios consagrados terem valorização sem precedentes. Os apartamentos dos edifícios da Praça Pereira Coutinho, próximos ao parque do Ibirapuera (com imóveis valendo até R$ 35 milhões), próximos ao Shopping Iguatemi (até R$ 15 mil o metro quadrado) e Clube Pinheiros (até R$ 20 mil o metro quadrado), entre outros, não ficam vagos, segundo Guilherme Escobar, sócio-diretor da imobiliária VNC. "Um apartamento bem precificado em um dos bairros mais caros de São Paulo não fica mais de quatro meses parado", diz ele, que espera um faturamento 20% maior este ano por conta do mercado aquecido.
Pressão por quantidade
Para complicar ainda mais, a abertura de capital de algumas construtoras tem se tornado mais um fator de pressão nos preços. Diante da necessidade de apresentar um volume alto de lançamentos para atender às expectativas dos acionistas - e enfrentando a dificuldade de lançar imóveis de alto padrão - as empresas partiram para os imóveis do segmento chamado econômico e supereconômico, onde é possível trabalhar com volume.
"O plano de negócio de empresas listadas na Bovespa não permite que se mantenham no alto padrão, que requer um produto mais trabalhado e terrenos mais difíceis de conseguir. Não tem como as empresas se sustentarem nesse segmento", explica o diretor de incorporações da JHSF, Luciano Amaral. A JHSF, no entanto, espera manter o mesmo número de lançamentos em alto padrão em 2011. "Nosso objetivo é manter o número de lançamentos, mas a dificuldade é grande", explica.
O novo alto padrão
Em meio a esse cenário, algumas construtoras estão apostando no alto padrão mas com pequena metragem, especialmente para ricos solteiros e separados, que não estão interessados em mansões, mas em serviços. "Hoje vemos que não é apenas a metragem que define o alto padrão. O metro quadrado de um apartamento pequeno, com um pé direito duplo, bom acabamento e serviços exclusivos também alcança este nível de preço", explica o sócio diretor da Sotheby's Celso Pinto.
Atualmente, a imobiliária de altíssimo padrão negocia com empresas de luxo internacionais a prestação de serviços em edifícios paulistanos. "Não é para arrumar a casa, apenas. É para cuidar da vida do morador, comprar o ingresso em uma peça ou show", afirma Pinto.
Confira a lista dos apartamentos mais caros de São Paulo
Edifício Chateau Margaux - até R$ 35 milhões (pronto) - Vila Nova Conceição
Edifício L'Essence Jardins - até R$ 35 milhões (pronto) - Jardins
Edifício Adolpho Lindenberg - até R$ 25 milhões (pronto) - Morumbi
Condomínio Parque Cidade Jardim - R$ 25 milhões (pronto) - Cidade Jardim
Edifício Alfredo Volpi - R$ 15 milhões (pronto) - Cidade Jardim
Condomínio Praça Vila Nova - R$ 13 milhões (na planta) - Vila Nova Conceição
Edifício Vitra - R$ 8 milhões (na planta) - Itaim Bibi
Edifício Hemisphere Ibirapuera: R$ 3,5 milhões (na planta) - Ibirapuera
Edifício Chateau Latife - R$ 25 mil (metro quadrado) - (pronto) - Vila Nova Conceição
Edifício Clermont Ferrant - R$ 25 mil (metro quadrado) - (pronto) - Vila Nova Conceição
Edifício San Marino - R$ 20 mil (metro quadrado) - (pronto) - Jardim Europa
Edifício Golden Gate - R$ 20 mil (metro quadrado) - (na planta) - Jardim Europa
Edifício George Sand - R$ 15 mil (metro quadrado) - (pronto) - Jardim Europa
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Ainda há poucas áreas na Vila Nova Conceição para incorporação ultimas quadras.....
ResponderExcluirObrigado por acompanhar meu blog.
ResponderExcluirRealmente seu comentário esta correto,hoje em São Paulo já se encontra uma grande dificuldade de terrenos para novas edificações.Este fator esta causando o aumento do metro quadrado dos terrenos e por seguinte o aumento de preços dos imóveis vendidos em planta.