domingo, 30 de janeiro de 2011

PDG unifica marcas e lança nova estratégia de comunicação

Em 2010, após estudo profundo de branding realizado pela Ana Couto Branding & Design, a PDG, maior incorporadora das Américas em valor de mercado, decidiu unificar as marcas das empresas do grupo. A partir de fevereiro de 2011, a CHL, Goldfarb, Agre e LN passam a responder como PDG, com discurso unificado, que tem como objetivo aumentar a visibilidade nacional, expandir o contato com os diferentes públicos de interesse e consolidar a empresa como a primeira opção do mercado de construção civil para compra e investimento em imóveis. A mudança será gradual, começando pelas campanhas publicitárias de produtos e pelo novo portal.

Todas as operações serão preservadas e comandadas pelo CEO, Zeca Grabowsky. Para ele, a empresa terá uma “imagem” única e otimizará os investimentos em campanhas publicitárias, que agora terão a mesma identidade e proporcionarão maior reconhecimento da marca.

— A comunicação será mais eficiente e a PDG se firmará em todo o território nacional, potencializando seus resultados. Daremos a correta percepção de tamanho da companhia. Somos todos PDG. Todas as campanhas publicitárias seguirão uma única linha de comunicação, diferente dos anúncios de lançamentos já existentes — ressalta Zeca.

O novo logotipo tem como base o quadrado, forma que mostra por meio das linhas retas, a racionalidade, essencial na hora de fechar um negócio. Para dar vida à imagem, três cores foram inseridas: roxo, cinza e amarelo, que serão usadas de acordo com perfil de cada empreendimento. O estudo criou usos diferenciados e mensagens específicas para os diversos públicos. Para anúncios do segmento AA, o cinza e o branco devem prevalecer. No segmento AB, o roxo, o branco e o cinza serão predominantes, com fotos que mostram sofisticação e elegância. Para a classe C, as cores escolhidas são o roxo e o amarelo, com imagens que reforçam a alegria.

A PDG nasceu em 2003 como uma área de investimentos no ramo imobiliário dentro do banco Pactual. Em 2006, tornou-se uma unidade de negócio independente. Com a abertura de capital em janeiro de 2007, a empresa iniciou o crescimento rumo ao topo do mercado: adquiriu a Goldfarb, focada no segmento econômico; a CHL, líder do Rio de Janeiro; em 2010, a AGRE, com capilaridade expressiva e forte presença em São Paulo, Norte e Nordeste; e, também em 2010, a LN, com quem já atuava em parceria no Paraná e Santa Catarina. Com sua expertise financeira e a aquisição dessas unidades de negócios estratégicas, que tem mais de 40 anos de experiência no mercado, a PDG tornou-se a maior incorporadora das Américas em valor de mercado e está presente em mais de 100 cidades, onde entregou cerca de 65 mil unidades. A empresa representa solidez e segurança em sua gestão e prevê, para 2011, guidance de lançamentos entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões. Hoje, atua em todos os segmentos, do alto luxo ao econômico.

A PDG Sul – PR/SC/RS

Na região Sul do País, a PDG atua no mercado imobiliário no segmento A, A/B e C com empreendimentos em Porto Alegre, Alvorada, Canoas, Novo Hamburgo e Caxias do Sul no Rio Grande do Sul; São José e Joinville em Santa Catarina e ainda Londrina e Curitiba no Paraná. A PDG soma 17 obras em andamento totalizando 787.393,79m² m2 em construção que dão forma a 5.375 unidades de imóveis.

Construção terá crescimento menor de vendas em 2011

Valor Econômico, 28/jan


Depois de multiplicarem por mais de cinco seus negócios desde 2006, é possível prever que as incorporadoras imobiliárias vão desacelerar o ritmo de alta dos lançamentos e vendas em 2011. Apesar disso, também é fácil garantir que elas ainda estão longe de botar o pé no freio.

PDG, Cyrela, MRV, Rossi, Brookfield, Even, CCDI e Inpar, que já divulgaram prévias operacionais do quarto trimestre, informaram lançamentos totais de R$ 27,6 bilhões em 2010, o que representa crescimento de 55% sobre 2009. Na comparação com 2006, quando as empresas foram para a bolsa e passaram a divulgar balanços, houve expansão de 456%. Naquele ano, os lançamentos somaram apenas R$ 4,9 bilhões. O aumento médio anual desde 2006 foi de 53%.

Em termos de vendas, o valor contratado por essas companhias atingiu R$ 25,8 bilhões no ano passado, total 47% maior na comparação com 2009 e 662% superior aos R$ 3,4 bilhões de 2006. A média anual de crescimento foi de 66% no período.

A continuidade do crescimento do mercado em 2011, segundo Rubens Menin, presidente da MRV, está calcada em três fundamentos básicos: aumento da renda do brasileiro, crédito imobiliário ainda muito baixo como proporção do PIB e forte demanda. "Toda a indústria vai crescer. Quando a economia está estável, a indústria acompanha", diz.

Ao falar da procura, Menin cita estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que estima que, por ano, 1,5 milhão de novas famílias formadas querem comprar imóveis, enquanto os lançamentos anuais equivalem a pouco mais de um terço disso. Isso sem falar na demanda reprimida, já que durante mais de 20 anos a oferta de financiamento para casa própria foi restrita.

Menin informou que a projeção de vendas da MRV deve ser divulgada em breve. Sem revelar números antecipadamente, e depois do crescimento de 33% verificado no ano passado, para R$ 3,75 bilhões, o executivo sinalizou apenas que o mercado não conseguirá manter a velocidade de crescimento dos últimos anos.

Para o primeiro trimestre, a companhia já informou que o ritmo de lançamentos ficará perto de R$ 2 bilhões, número próximo do total de R$ 1,85 bilhão dos últimos três meses de 2010.

No caso da Cyrela, que já apresentou as projeções para 2011, nota-se que o intervalo de crescimento para os lançamentos fica entre 10% e 20% sobre 2010, enquanto no ano passado a expansão foi de 33% (considerando a parcela da companhia). Em termos de vendas, a faixa de crescimento esperada é maior, de 22% a 35%, especialmente porque 60% dos lançamentos do ano passado foram feitos no quarto trimestre, o que ampliou o estoque.

Segundo o diretor financeiro da Cyrela, Luis Largman, a concentração de lançamentos nos últimos três meses não foi planejada e decorreu principalmente de atrasos em autorizações na capital paulista. "Atrasou um pouquinho, mas já está tudo resolvido", afirmou ele, ressaltando o bom volume de vendas alcançado no quarto trimestre, quando a empresa vendeu 55% do total lançado no período.

Ao comentar a desaceleração prevista nos lançamentos neste ano, Largman não quis dizer se isso é uma tendência. "Quanto maior a base, na margem você cresce um pouco menos. Mas o número da projeção divulgada é o que melhor reflete a foto da companhia para o futuro. Não dá para saber se será sempre assim", disse o executivo.

Ao anunciar a meta de crescimento de lançamentos de 10% a 20% para 2011, depois de ter elevado esse volume em 152% em 2010, o diretor superintendente da CCDI, Francisco Sciarotta Neto, ressaltou que a base de comparação cresceu muito e não dá para ter o mesmo nível agora. A prioridade neste ano, segundo ele, será a melhora de margens.

Esse ganho, entretanto, não deve ser garantido por aumentos de preços, como ocorreu nos últimos anos. De acordo com Largman, da Cyrela, nos segmentos de classe média alta e luxo, o preço do metro quadrado deve apenas acompanhar a inflação, embora haja espaço para altas maiores nos apartamentos voltados para classe média e popular.

Já Rubens Menin, da MRV, prevê que os imóveis para baixa renda vão apenas acompanhar a inflação. "Esse segmento é mais limitado por renda. Os preços sobem naturalmente com o custo da construção. Não gostaria que explodisse (como em outras faixas)", afirma o executivo, destacando ainda que os terrenos têm peso pequeno no custo total.

Para sustentar as margens acima da média do mercado, diz ele, a companhia está expandindo o número médio de unidades por empreendimento, com elevação das cerca de 300 atuais para um intervalo de 400 a 500.

Brasileiro vai passar a trocar mais de casa, diz presidente da Gafisa

G1, Darlan Alvarenga, 27/jan


Executivo diz que não há bolha e que preços de imóveis não vão cair.

Wilson Amaral diz que crescimento do setor em 2011 será o dobro do PIB.

"Não há bolha. O mercado da construção civil ainda está nos primórdios do desenvolvimento. O brasileiro compra imóvel para ele mesmo morar ou para o filho, não tem nada de especulação". A afirmação é de Wilson Amaral, presidente da Gafisa, maior construtora do país no segmento residencial e dona das marcas Tenda e Alphaville.

Na avaliação do executivo, o mercado imobiliário seguirá aquecido nos próximos anos, com preços em alta e taxas de crescimento superiores ao do PIB. "Não vai cair o preço", diz. "A necessidade de novas casas que no Brasil é de cerca de 1,5 milhão por ano. Temos uma demanda tão grande que, se o PIB crescer 4 ou 4,5% em 2011, vamos crescer pelo menos o dobro".

Segundo o presidente da Gafisa, com o crescimento da renda, desemprego baixo, inflação controlada e maior oferta de crédito, o brasileiro passará a comprar mais imóveis e a trocar mais vezes de residência. "Nos países desenvolvidos, as famílias mudam de residência até sete vezes em média ao longo da vida. No Brasil, a média não chega a duas casas. Mas isso vai mudar. É uma tendência clara", afirma.

Amaral destaca que lançamentos imobiliários para a média e baixa renda, sem obrigatoriedade de valor de entrada, eram raros até poucos anos atrás. "Financiar um apartamento novo em 30 anos, pagando R$ 450 por mês, isso não existia. A pessoa casava, entrava numa casinha e morria na casinha", diz.

Como em outros setores da economia, o segmento que mais cresce é o de média e baixa renda. Na Gafisa, a marca Tenda, voltada para empreendimentos de até R$ 200 mil, já responde por 36% do volume financeiro dos lançamentos da empresa. Dos 212 projetos em desenvolvimento do grupo, 100 são Tenda, 70 da marca Gafisa e 42 da Alphaville. Em cinco anos, a previsão é que a marca Tenda represente 50% dos negócios.

Os números consolidados de 2010 da Gafisa, que possui ações na Bovespa, só serão públicos em março. Pelos cálculos de Amaral, o total de vendas foi 22% maior que o registrado e 2009. Já no volume financeiro dos empreendimentos lançados, a estimativa é que o total em 2010 atinja R$ 4,6 bilhões, o que representará um crescimento é de 92%.

Perfil do novo comprador

A estratégia da Gafisa é atuar em todos os segmentos. Mesmo porque o cliente de hoje de um apartamento popular, de dois dormitórios e área entre 40 e 50 metros quadrados, pode se tornar amanhã o cliente de um imóvel de médio ou alto padrão.

Segundo Amaral, o cliente do novo mercado imobiliário costuma ter entre 25 e 30 anos, ganha entre R$ 3 mil e R$ 3,5 mil e que está na progressão da carreira. "Daqui a 5, 6 anos, essa pessoa vai estar ganhando mais, a família estará maior e chance dela comprar outra casa será muito grande", diz. "À medida que a nova classe C for sendo incorporada, essa progressão será natural", afirma o executivo de 57 anos, que reside atualmente na sua sexta residência.

Nas modalidades oferecidas atualmente pelas construtoras, o valor pago entre o lançamento e a entrega das chaves costuma ficar entre 25% e 30% do valor do imóvel, o que facilita bastante na hora de obter um financiamento. "Se a prestação coube no primeiro mês, a tendência é quitar o financiamento em menos de 30 anos, porque o valor mensal sempre cai", afirma Amaral. Na Gafisa, o tempo médio entre o lançamento do imóvel e a inauguração é entre 2 anos e 2 anos e meio. Nos empreendimentos da marca Tenda, o prazo é menor, entre 12 e 18 meses.

Prédios sem tijolos para 'Minha Casa Minha Vida'

A Gafisa aposta no sucesso do programa "Minha Casa, Minha Vida" para alavancar as vendas no segmento de média e baixa renda. A construtora não revela o número de unidades contratadas dentro do programa, mas diz que o maior volume de entregas ocorrerá a partir desse ano. "Ninguém consegue entregar uma casa em um ano", afirma Amaral. "As empresas se mobilizaram, compraram os terrenos, aprovaram os projetos na Caixa, fizeram os lançamentos, venderam e agora estão entregando", diz Amaral.

A garantia e estímulos federais para esse modelo de moradia (a fase 2 do "Minha Casa, Minha Vida" prevê mais 2 milhões de residências) levou a Gafisa a implantar até uma nova tecnologia de construção de unidades padronizadas, com moldes de alumínio no lugar da alvenaria estrutural.

"São prédios sem tijolos", explica Amaral. "É um processo muito mais rápido e mais limpo. O acabamento das paredes é quase perfeito, não precisa fazer massa. Dá para fazer um prédio desse tipo em quatro, cinco meses".

No primeiro empreendimento com o uso desta tecnologia, em Cotia, a construtora ergueu 128 prédios de quatro pavimentos numa área de 450 mil m². A partir de seis modelos básicos de forma, a construtora dispõe atualmente de 30 tipos de plantas padronizadas e adaptáveis à legislação de cada cidade.

Embora o crédito seja crescente, o setor da construção civil já alerta para a necessidade de novos fundos para o financiamento imobiliário, que já está próximo a 4% do PIB. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), projeta que o financiamento imobiliário poderá chegar a 11% do PIB em 2014

"O país não vai conseguir desenvolver esse mercado só com os recursos da caderneta de poupança", afirma Amaral. "Com a estabilização econômica, o Brasil já está permitindo a criação de novos produtos como a securitização".

Nos últimos 10 anos, aumentou o tamanho da varanda e diminuiu o tamanho da sala"

Tendências em alta

Segundo o presidente da Gafisa, a construção de condomínios com vários prédios e em áreas um pouco mais afastadas do centro das capitais é uma tendência em alta no mercado brasileiro. "Com mais torres, você costuma ter uma área de lazer maior e o condomínio costuma ser mais barato", explica.

Amaral admite, porém, que a carência de terrenos tem contribuído para o aumento do número de lançamentos fora das capitais. "O prédio mais antigo vai estar mais bem localizado, não tem jeito", diz. Segundo ele, o custo do terreno no preço total de um lançamento representa entre 5% e 10% na marca Tenda e entre 15% e 20% na marca Gafisa. "Já numa área nobre de São Paulo, por exemplo, esse custo pode representar 50%", afirma.

Segundo o executivo, é na infra-estrutura do condomínio e no desenho da planta do imóvel que os novos lançamentos costumam vencer a disputa pela preferência do comprador. "Hoje, a distribuição dos ambientes é muito mais inteligente. Já os antigos nem sempre há mais de uma vaga da garagem e varanda", compara. "Nos últimos 10 anos, aumentou o tamanho da varanda e diminuiu o tamanho da sala. Essa tendência vai perdurar, pois a varanda gourmet é o sonho de consumo de qualquer um".

Aluguel de imóveis corporativos de alto padrão tem valorização de 14% em SP

Folha de São Paulo, Mercado Aberto, 26/jan


Os preços dos aluguéis dos escritórios de alto padrão subiram, em média, 14% no ano passado na cidade de São Paulo. O valor médio cobrado pelo metro quadrado atingiu R$ 112 - um dos maiores valores da história já cobrados na cidade -, segundo a consultoria Binswanger Brazil.

A valorização é reflexo do excesso da demanda e da falta de oferta.

"Nos últimos quatro anos, poucos imóveis corporativos novos foram entregues no município. E, do outro lado, muitas empresas procuraram novos espaços", diz Rafael Camargo, sócio-diretor da Binswanger.

A oferta, porém, deve aumentar nos próximos anos. A consultoria projeta que até 2012 serão entregues cerca de 500 mil metros quadrados de edifícios de alto padrão, sendo 293 mil ainda neste ano.

Esses números estão acima da média histórica, de 120 mil metros quadrados ao ano, segundo Camargo.

"Com essa retomada, os preços de locação devem sofrer um pequeno ajuste para baixo, de 10% a 15%, no segundo semestre do ano que vem", afirma.

A taxa de vacância (relação entre o número de imóveis disponíveis e o volume total construído) de edifícios de alto padrão fechou o ano passado em 5,7%, abaixo dos 6,4% em 2009, de acordo com a consultoria.

A região da cidade com o valor do aluguel mais alto no ano passado foi a Faria Lima, que registrou R$ 180 pelo metro quadrado. A Berrini ficou em segundo lugar, com valores de até R$ 130.

Preço de imóveis em São Paulo pode cair em 2011

Após quatro anos de valorização acima da inflação, o preço dos imóveis em São Paulo deve estagnar em 2011 e, em alguns casos, até cair. Com o metro quadrado de alguns bairros supervalorizado, a dificuldade para vender um imóvel pode proporcionar a oportunidade de encontrar preços mais baixos que os atuais.

De acordo com o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), o preço dos apartamentos atingiu o seu teto e eventuais flutuações de preço se darão apenas em locais específicos, de alta procura. A expectativa é que a demanda, que atingiu 36 mil unidades na capital paulista, também se mantenha.

Com esse cenário, espera-se que as unidades populares e de classe média ocupem a liderança das estatísticas de lançamento e venda, principalmente os apartamentos de dois dormitórios. No setor de luxo, o mercado deve se manter estável, devido aos preços já elevados.

De acordo com João Crestana, presidente do Secovi, 2011 deve ser um bom ano para aqueles que pretendem comprar o seu primeiro imóvel para morar. Porém, ele desaconselha aqueles que pretendam fazer a aquisição como investimento para uma revenda rápida.

"Com a estabilização dos preços, vai ficar difícil para aquele que pretende especular e ter um ganho rápido. Porém, quem quer comprar para morar, essa estabilização pode ser benéfica", disse.

Para o diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) Luiz Paulo Pompéia, o preço do metro quadrado de alguns bairros da capital paulista já superou o valor razoável na comparação com regiões similares.

Ele citou o caso da Vila Olímpia, que tem o metro quadrado valendo em média cerca de R$ 9 mil. Para Pompéia, o bairro, que possui problemas que desvalorizam imóveis residenciais, como trânsito, não poderia ter metro quadrado mais caro que Moema, por exemplo, que possui metro quadrado valendo entre R$ 7 mil e R$ 8 mil.

"Em alguns bairros, o preço do metro quadrado já encontrou seu teto e irá estagnar por algum tempo. Em alguns deles, se houver problemas de liquidez, pode haver até queda", disse o diretor da Embraesp.

Crédito

De acordo com Crestana, a oferta de crédito neste ano deve ser suficiente para manter o mercado nos mesmos níveis de 2010. A previsão é de que o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo disponibilize cerca de R$ 65 bilhões para o setor.

Porém, ele acredita que as principais fontes de dinheiro para o financiamento habitacional - caderneta de poupança e recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - sejam insuficientes daqui dois anos, caso a procura siga em crescimento.

"Precisamos intensificar os debates para atrair novas fontes de recursos para a produção e aquisição da imóveis. No mundo todo os fundos de pensão são grandes financiadores, o que ainda não acontece no Brasil", afirmou.

Faltam terrenos

Celso Luiz Petrucci, diretor-executivo e economista-chefe do Secovi-SP, afirma que um desafio para o setor é a aquisição de terrenos urbanos para construção. Atualmente, o mercado aguarda definições sobre as Operações Urbanas Lapa-Brás, Mooca-Vila Carioca. Previstas desde o plano diretor de 2002, com outros nomes e áreas, elas nunca foram regulamentadas.

Nos dois casos, a Prefeitura deve oferecer facilidades para que o mercado invista nessas regiões, que tem grandes áreas ocupadas por galpões ou indústrias que deixaram a cidade.

"Hoje, o que acontece é que há um crescimento para as franjas da cidade e para a Grande São Paulo, o que faz com que os moradores precisem se locomover a partir de distâncias maiores, sendo que o mais correto seria o contrário: adensar os locais que estão mais providos de bens públicos e de transporte", afirma.

Segundo ele, também há contatos com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para que áreas contaminadas possam ser adquiridas e depois de devidamente tratadas, voltem ao mercado. "Nesse caso, o que se deseja é que se diminua a burocracia para que soluções definitivas possam ser apresentadas", disse.

Fonte Jornal do Brasil

Imóveis com dois dormitórios são foco da classe média

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC

O mercado imobiliário tem refletido por meio dos últimos balanços o bom momento do setor. Para se ter ideia, de janeiro a novembro do ano passado foram comercializadas 31 mil unidades residenciais novas na cidade de São Paulo - número bem próximo ao registrado no mesmo período de 2009, de 30 mil moradias. As unidades de dois quartos registraram aproximadamente 40% do total das vendas, seguidas por imóveis de três e quatro dormitórios com, respectivamente, 32% e 17%. Já os de um quarto representaram 11%.

O levantamento, realizado pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação), prevê que 2010 fechará com aproximadamente 36 mil unidades comercializadas. Esse volume só não foi maior devido às dificuldades de as empresas lançarem empreendimentos - especialmente pela escassez de terrenos em condições favoráveis para a incorporação, principalmente.



Para João Crestana, presidente do Secovi-SP, a diminuição de lançamentos "reforça a necessidade cada vez maior de o poder público e a iniciativa privada estudarem a metrópole de maneira estratégica."

GRANDE SÃO PAULO - A RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) - que engloba o Grande ABC - foi responsável pela venda de 58 mil imóveis novos. A Capital participou com 53% desse montante, ou seja, 31 mil unidades, entre janeiro e novembro do ano passado. No mesmo período, os lançamentos na Região Metropolitana totalizaram 57 mil unidades.

Vale lembrar que o último estudo divulgado pela Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) - de janeiro a setembro de 2010 - mostra que foram lançadas 6.124 unidades na região, contra 3.187 no mesmo período de 2009.

No que diz respeito às vendas, foram comercializadas 4.540 moradias, de janeiro a setembro de 2010. Desse total, 58,85% das comercializações foram de imóveis com três dormitórios; 26,39% de dois quartos e 14,76% das residências com quatro quartos.

PERSPECTIVAS - O mercado imobiliário no Grande ABC tem fôlego para se manter aquecido (o que significa dizer ativo e dinâmico) nos próximos três anos, segundo a Acigabc.

Para o vice-presidente do Secovi-SP do Interior (que responde pela região), Flavio Amary, o crescimento do mercado imobiliário pode ir além e manter expansão nos próximos seis anos. "Com o deficit habitacional que temos, possivelmente, temos que abastecer, ainda, muitas famílias."

Além disso, segundo o executivo, a classe média representa mais da metade da população do País, atualmente. A expansão do crédito, as taxas de juros acessíveis para aquisição de moradias - que ele estima girarem 8,6% mais TR (Taxa Referencial) até 10,5% mais TR ao ano - e os prazos de até 30 anos para o pagamento são fatores que vão de encontro a esta classe.

Preço de imóvel deve subir em ritmo mais lento em São Paulo

Folha de São Paulo, Mariana Sallowicz, 13/jan


O preço dos imóveis residenciais na cidade de São Paulo deve estabilizar e subir a um ritmo próximo dos índices de inflação em 2011, após ter passado por forte valorização nos últimos anos, dizem especialistas. O presidente do Secovi-SP (sindicato que representa o setor de habitação), João Crestana, afirma que em 2010 os aumentos atingiram seu ponto máximo.

"As construtoras já estão detectando que lançamentos com preços "mais ousados" estão sendo vendidos com menos velocidade, o que aponta para a acomodação. Empreendimentos antes vendidos em dois ou três meses agora saem em até seis."

Para Crestana, as fortes valorizações poderão ocorrer apenas em regiões onde haja demandas específicas e não de forma generalizada.

Só no ano passado, o metro quadrado médio dos lançamentos teve alta de cerca de 30%, segundo informações da empresa de pesquisas imobiliárias Geoimovel.

Já a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), variou 5,91% em 2010. Para 2011, o mercado estima um índice de 5,34%.

"Houve um grande descolamento entre o preço dos imóveis e a inflação por causa da forte demanda após anos de retração", diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

"Além disso, tivemos em 2010 mais vendas do que lançamentos, o que reduziu os estoques e contribuiu para o aumento. Já 2011 será um ano de equilíbrio e acomodação dos preços", afirma.

O professor de finanças do Insper Rafael Paschoarelli também vê uma tendência de desaceleração.

Na opinião dele, a redução na disponibilidade de crédito para financiamento, com o esgotamento de recursos da poupança, é um fator de pressão. "Será preciso desenvolver novas fontes, que serão mais caras, o que funcionará como um freio."

VENDAS

As vendas de imóveis novos residenciais na capital paulista totalizaram 31 mil unidades entre janeiro e novembro de 2010, enquanto os lançamentos somaram 29,8 mil, segundo o Secovi.

A expectativa da entidade é encerrar o ano com 36 mil unidades comercializadas e 34 mil lançadas. Para 2011, estima 5% de alta nas vendas e lançamentos.

Jovens são atraídos

Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC

O boom imobiliário trouxe um novo perfil de consumidor para o segmento. Segundo empresários, o número de jovens entre 25 e 35 anos que buscam a compra do primeiro imóvel no Grande ABC já ultrapassou os 50% do percentual de interessados. Para eles, a facilidade no acesso ao crédito dos últimos anos e programas como o Minha Casa, Minha Vida que concedem benefícios e descontos, são os principais fatores para a mudança.

Com o aumento da procura pelo crédito, cresceram também os saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em 29% de janeiro a abril de 2010, frente ao mesmo período de 2009. O benefício pode ser utilizado na compra de imóveis.

Casais em busca do primeiro imóvel e sem filhos também são o foco de vendas dos empreendimentos do Grande ABC, segundo o empresário Milton Casari. "Temos de ter em mente que há mercado para todas as faixas de renda na região, mas os jovens são a maioria absoluta na busca por apartamentos menores, de 42 m² a 70 m² e com preços de até R$ 150 mil."

Cortejando esses consumidores, as empresas já modificam projetos e focam os novos empreendimentos do setor nesse público que prefere apartamentos menores. "Antes eles tinham muita dificuldade em conseguir crédito de R$ 50 mil até R$ 70 mil e hoje conseguem até R$ 200 mil. Eles foram trazidos para esse mercado e perceberam que têm poder de consumo para adquirir o sonho da casa própria", explica Aparecido Viana, outro empresário do segmento.

Para atingir mais consumidores, uma empresa do setor lançou em Diadema empreendimentos que custam cerca de R$ 155 mil, sem vagas de garagem. A ideia é trazer preços menores para atingir, principalmente, os solteiros em busca da independência. "Queremos sentir como será a recepção desses conjuntos. Eles saem, em média, R$ 10 mil mais baratos do que os que possuem garagem e têm 46 metros quadrados. Sabemos que é nessa faixa de preço que há déficit habitacional e temos uma demanda enorme para receber esses imóveis", explica Mauro Silva, sócio do empreendimento que será lançado neste mês.

Apesar do nicho de mercado, a escassez de terrenos na região já começa a mostrar as garras. É cada vez mais difícil para incorporadoras conseguir espaços para construir torres que entrem no valor do Minha Casa, Minha Vida - que contemplam preços de até R$ 130 mil. "Esperamos que neste ano o valor de subsídio possa chegar para imóveis de até R$ 150 mil."

Com o casamento a caminho, Rafael Mônico é um dos muitos jovens que se apoiaram no programa federal para realizar o sonho da casa própria. Ele e a namorada, moradores de Santo André, compraram em Mauá um apartamento de 52 m² por R$ 115 mil. "Meu financiamento é diferente porque não tenho comprovação de renda por holerite e tive de fazer por comprovação bancária. Apresentei a documentação ao banco, que percebeu que minha renda ficava dentro do valor de subsídio. Por isso, no apartamento que valeria R$ 111 mil, ainda consegui R$ 14 mil pela Caixa. Vou pagar em 25 anos. A primeira parcela é de R$ 581 e a última, de R$ 300."

No entanto, Mônico deixa claro que a perspectiva da família é migrar para um espaço maior em breve. "Sempre morei em apartamento pequeno, e se tiver só um filho dá para morar no apartamento, mas meu sonho ainda é morar em uma casa."

Megaprojeto desafia tradição no ABC

Valor Econômico, Daniela D'Ambrosio e Marti Olmos, 04/jan


A cena se repete há anos e já envolveu algumas gerações. Se a ideia é comprar roupa da moda, jantar em um bom restaurante ou assistir aos últimos lançamentos do cinema, um inexplicável impulso leva o sulsancaetanense a pegar o carro e percorrer de 15 a 20 quilômetros, ou mais, em direção à capital paulista. Há quem não abra mão da viagem até para cortar o cabelo ou simplesmente tomar uma cerveja com amigos.

Cruzar a "fronteira" para consumir e divertir-se é algo natural e incorporou-se à vida de boa parte dos moradores de classes média e alta, jovens ou não, dessa que é a mais rica e aparentemente contraditória cidade do ABC, dona de invejáveis índices de desenvolvimento humano e qualidade de vida.

É por isso que o maior lançamento da cidade, encravado em um espaço de 300 mil metros quadrados, vai muito além da ousadia de um mega empreendimento imobiliário. Significa quebrar paradigmas. Concebido pela Sobloco, o Espaço Cerâmica - que ganhou este nome por abrigar uma antiga fábrica de cerâmica da Magnesita - chama a atenção pelo tamanho em uma cidade de apenas 15 quilômetros quadrados. Mas, apesar de toda a pompa e dos novos conceitos que procura imprimir, seu maior desafio será conseguir mudar hábitos incorporados há anos por diferentes gerações.

Em um único e novo espaço, a cidade passará a ter algo corriqueiro para os habitantes de São Paulo e até outras cidades do ABC, mas que ainda não faz parte da vida de quem mora em São Caetano. O novo bairro planejado terá o primeiro shopping da cidade, com lojas, restaurantes e seis salas de cinema. A Rede D'0r está levando um hospital São Luizpara lá. Além dos espaços para vários prédios comerciais e residenciais de alto padrão. Os apartamentos começam em 164 m2e chegam a até 300 m2. O preço de uma unidade das maiores encosta em R$ 2 milhões.

O morador de São Caetano tem escolas públicas melhores que as do resto do país, inclusive escolas de inglês e música e bolsa de estudos para a faculdade. Por outro lado, por mais díspar que possa parecer, em São Caetano, os cinemas disponíveis no passado acabaram por fechar, o que se chamava de shopping em um apertado espaço no centro da cidade virou prédio comercial e as poucas lojas que restaram estão em uma galeria sem graça e, pior ainda: a rede hospitalar particular empobreceu - o tradicional Hospital São Caetano fechou as portas recentemente - levando a população a buscar serviços de saúde em outras cidades.

A primeira fase foi vendida em cerca de dez dias e a segunda foi 70% negociada no primeiro mês

Não faltam motivos para deixar essa cidade encravada na maior região metropolitana do país com jeitão provinciano. A proximidade com São Paulo acabou fazendo de toda a região do ABC uma área com menos atrativos de entretenimento, consumo e moradia. Isso foi mudando, com o tempo e com a substituição de antigas fábricas pelo setor de serviços. Mas no caso de São Caetano essa transformação não avançou muito. Cercado por bairros de São Paulo, de diferentes regiões, e pelas vizinhas Santo André e São Bernardo do Campo, o município acabou crescendo sem opções que agradem às classes A e B.

Boa parte dos habitantes guarda um disfarçado preconceito contra a cidade e se sente meio desconfortável quando alguém aparece para almoçar fora. As sugestões de restaurante do sulsancaetanense estão, em geral, fora dos limites da cidade. Por isso, quem desconhece o hábito local estranha quando, ao entrar no carro, o morador amigo segue direto para as vias que os conduzirá para fora da cidade.

A peregrinação pela gastronomia dos vizinhos é mais forte em almoços de negócios. É igualmente comum deslocar para hotéis de São Paulo os visitantes que precisam trabalhar em empresas importantes da cidade. É o que faz a GM, que tem a sede e a maior fábrica no coração da principal via da de São Caetano, a avenida Goiás.

Isso deve mudar. Pelo menos é o que esperam os idealizadores do empreendimento, as empresas que abraçaram o projeto e investidores. "Fizemos um geomapeamento e vários estudos até chegar no modelo atual", afirma Luiz Augusto Pereira de Almeida, diretor da Sobloco, dona de metade do espaço, junto com a Magnesita, que originalmente era dona do terreno e agora possui 50% do projeto.

A Multiplan, dona do Morumbi Shopping e do Barra Shopping, estima investimentos da ordem de R$ 260 milhões no local. Entre os restaurantes já confirmados estão Cristallo e Aplebee's e das lojas há desde âncoras como Etna, Rennere Riachuelo até Le Lis Blanc, Richard's e Victor Hugo - um mix diferente do que existe na região. Falta cerca de um ano para ser inaugurado e o shopping está 70% locado. Curiosamente, a cidade sede de uma das maiores e mais tradicionais varejista de eletroeletrônicos do Brasil, a Casas Bahia, terá no shopping um concorrente direto: o Ponto Frio. "Nossa intenção é atrair os moradores de toda a região, inclusive da região de São Paulo mais próxima a São Caetano", afirma Pedro Côrtes, superintendente de incorporação imobiliária da Multiplan.

Há dois anos, o bairro planejado atraiu um consórcio de peso para a área residencial: PDG Realty, Lindenberge Rossi. Apostaram em apartamentos de altíssimo padrão, em uma cidade com apenas dois prédios com apartamentos de mais de 300 m2e o chamado Jardim São Caetano, o bairro de casas mais luxuoso da cidade. O sucesso de vendas até agora dá indícios de que as incorporadoras não exageraram - como se poderia supor, a princípio. A primeira fase foi totalmente vendida em cerca de dez dias e a segunda, com os apartamentos maiores, foi 70% negociada nos primeiros 30 dias.

Um único investidor comprou 42 apartamentos e 26 lotes de casas - o projeto tem 120 lotes para construção de casas (abriu 55% para venda e negociou tudo). O investimento total foi de R$ 42 milhões. "São muitos gigantes juntos e se eles apostam eu também posso arriscar nesse negócio", diz o comerciário de 63 anos, que mora no Jardim São Caetano.

Guardadas as exageradas proporções, como esse morador, São Caetano é uma exceção. Uma cidade fora da curva. Uma simples análise dos indicadores sócio-econômicos do município mostra que o projeto - vencidas as barreiras culturais - é adequado aos padrões da cidade.

A renda média familiar per capital está em R$ 1.399 (2010), segundo o Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (INPES). É quase o dobro da média nacional. O valor apurado na PNDA, do IBGE, para a renda per capita por domicílio em 2009 foi de R$ 776.

É certo que parte dos altos índices que medem qualidade de vida na cidade se deve a um resultado matemático: o número baixo de pessoas morando numa área pequena, eleva as médias de extensão de rede de água e esgoto e de pavimentação, por exemplo. Mas não é só isso que faz de São Caetano uma região atrativa para empreendedores.

Outros números que impressionam na pesquisa do INPES, um dos mais renomados no ABC, referem-se à divisão de classes. A classe A abrange 17% da população de São Caetano e a B outros 51%. Para efeito de comparação, quando se somam os habitantes de toda a região do ABC, formada por sete municípios, com total de 2,354 milhões de pessoas, a classe A representa 4,8%.

O baixo número de habitantes no município - 140,1 mil -, traz mais um desafio para os empreendedores do Espaço Cerâmica, segundo análise de Maria do Carmo Romeiro, diretora do INPES. "Para dar certo, um empreendimento desse porte não pode contar apenas com a população local. Precisa conseguir atrair os habitantes de outros municípios do ABC. Se tiver sucesso, até as pessoas que moram na Baixada Santista vão querer frequentar o espaço", destaca. O trânsito cada vez mais complicado em São Paulo pode até ajudar.

Maria do Carmo alerta, ainda, para o desafio de o novo empreendimento conseguir atrair uma população altamente conectada. A participação de famílias que acessam internet a partir de computador instalado no domicílio chega a 80,4% em São Caetano. No Brasil, a média é de 27%, segundo o INPES.

Segundo a pesquisadora, o INPES tem sido procurado por empresas que buscam dados para sustentar projetos voltados para o alto poder aquisitivo da região. As estatísticas de hoje indicam como certo que um centro de consumo sofisticado poderá segurar em São Caetano o dinheiro que hoje viaja até templos de consumo da vizinhança, como o Morumbi Shopping . Mas só o tempo dirá se a novidade mudará hábitos peculiares, que somente quem é da cidade entende, apesar de não saber explicar.

De uma ruína industrial a ousado empreendimento

A Cerâmica São Caetano foi mais uma entre as várias fábricas do ABC desativadas nas últimas décadas e engolidas pela cidade. Esqueleto de empresas que faliram ou simplesmente trocaram de endereço, tornaram-se enormes e valiosos vazios que conviveram - e ainda convivem - com o cenário urbano e, aos poucos, mudam completamente a cara da cidade.

Fundada em 1913, a Cerâmica São Caetano ficou famosa pelos ladrilhos, telhas e tijolos refratários produzidos ali. O Bairro Cerâmica, no entorno da então fábrica, desenvolveu-se ao longo do século passado em função da empresa - que foi desativada em 2003, sob comando da Magnesita. Foi quando os moradores começaram a questionar o futuro do respeitável espaço de 360 mil m2

"São Caetano sofreu com a desindustrialização e faltavam espaços para empresas de tecnologia", afirma Aparecido Viana, corretor de imóveis que atua há 47 anos na região. "Aquele espaço estava lá, precisava de um projeto arrojado."

Viana conseguiu exclusividade de venda da área em 1997 e logo em seguida Magnesita e Sobloco - empresa que planeja, realiza e administra grandes bairros, como a Riviera de São Lourenço e Parque Faber, em São Carlos - fecharam parceria para conceber o novo projeto. Cada um detém participação de 50% no negócio.

Até o momento, a Sobloco já investiu R$ 25 milhões no empreendimento. "É o maior projeto de revitalização urbana do país", afirma Luiz Augusto Pereira de Almeida, diretor da Sobloco.

Da entrada do projeto até a aprovação foram 10 anos. A Sobloco teve de fazer três alterações importantes. Uma delas foi o plano de obras e sistema de galerias pluviais. As enchentes no entorno do terreno sempre foram um problema grave da região. Segundo a Sobloco, as obras incluíram a construção de uma galeria e piscinões capazes de absorver 235 mil m3, em convênio com o governo do Estado. A segunda foi o prolongamento de uma avenida e duplicação de outras duas, incluindo a ligação de uma delas (Guido Aliberti) com a avenida do Estado. A terceira alteração consistiu na execução de quatro novas linhas de transmissão de alta tensão, cada uma com 1,1 km de extensão, por conta da remoção da antiga linha de energia que passava pelo meio do terreno.

Depois da doação de uma parte do terreno para vias e dois parques públicos, o espaço útil para empreendimentos ficou com 300 mil m2- 70% será destinado a comércio e serviços e 30% para residencial. O shopping da Multiplan ocupará quase 20% do terreno, mas a empresa também adquiriu quatro torres comerciais, onde, a princípio, deve construir salas comerciais. A empresa pagou R$ 81 milhões pelo terreno.

O empreendimento está em fase de licitação de cerca de 15 mil m2de prédios comerciais. "Tivemos mais de 50 interessados", diz Viana. Terá ainda uma Cobasi, um Hospital São Luis e uma concessionária de veículos. A área residencial foi a primeira a ser licitada e ficou com consórcio entre Lindenberg, PDGe Rossi, que pagaram, conforme comunicado em abril de 2008, cerca de R$ 90 milhões.

Imóveis de luxo no norte e no nordeste são a aposta do ano

DCI, 04/jan


O valor chama a atenção: R$ 15 milhões. Este montante é referente a apenas uma residência, que hoje é possível encontrar no norte e nordeste do Brasil. Imóveis de luxo em empreendimentos milionários são a aposta para este ano, o que comprova que o mercado imobiliário de todo o País por enquanto vai bem. Exemplo de cidade em ascensão e que tem recebido condomínios cinco-estrelas é Porto Velho, em Rondônia, tida como uma das capitais que mais crescem no Brasil. Este desenvolvimento acelerado está sendo acompanhado de perto pelo setor imobiliário, que movimenta cerca de US$ 5 bilhões ao ano no País.

Em dezembro, o setor imobiliário de Porto Velho bateu recordes de vendas com o residencial Alphaville Porto Velho. No lançamento, em menos de seis horas todos os 591 lotes foram vendidos, tendo a imobiliária Social Imóveis se destacado como a campeã de vendas do empreendimento.

Rondonienses de diversas cidades do estado chegaram a pegar senhas e enfrentar fila para garantir seu terreno em um condomínio de luxo que já está consolidado em 40 cidades de 20 estados do Brasil.

De acordo com o diretor da Social Imóveis, Ailton Arthur, o mercado deve crescer ainda mais. "Hoje, Porto Velho está em um momento próspero em todas as áreas, e com o mercado imobiliário não poderia ser diferente. A construção das usinas do Madeira - que estão trazendo em média 300 pessoas por dia à capital -, o bom momento econômico do estado e a possibilidade da saída para o Pacífico explicam esse crescimento e mostram que ele não é tão passageiro assim", diz Ailton Arthur.

O Ceará também tem sido palco de investimentos da categoria premium para imóveis e incorporações de alto padrão. Com atuação no estado e, ainda, no Maranhão, no Piauí e também no Pará, a IN's Brasil foi eleita pela Christie's Great Estates - braço imobiliário da conceituada casa de leilões Christie's -, representante exclusiva para comercialização de imóveis de alto luxo nessas localidades.

De acordo com Francisco Próspero, diretor Executivo da IN's Brasil, a expectativa é que o mercado cearense cresça de forma significativa "porque realmente existem ali produtos imobiliários premium, sobretudo apartamentos e casas", disse ele.

Para o executivo, o investimento em acabamento e o crescimento exponencial da economia nesses estados resultam em investimentos altos das construtoras e imobiliárias.

"O Ceará está bem servido de incorporadoras de alto padrão, empresas de gabarito internacional, bem preparadas. Um dos diferenciais no quesito premium ficará no âmbito da qualidade dos acabamentos. Será, em muitos casos, mais importante que a própria dimensão de um imóvel", afirma Próspero.

Para ele, produtos como casas de praia de alto padrão com frente para o mar têm procura alta, e muitas vezes o que se encontra são condomínios com muitos imóveis em um mesmo local. "Atualmente, os clientes querem um pouco mais de tranquilidade e conforto", argumenta o executivo. No escopo de ofertas da IN's Brasil no estado, está um sítio localizado em Flecheiras, no Município de Trairi, com 7.028 metros quadrados de área total, orçado em R$ 1,8 milhão.

Novos palcos em São Paulo

O mercado imobiliário de alto padrão também começa a chegar a municípios conhecidos por abrigarem classes mais baixas, sem uma conhecida demanda por imóveis de luxo. Um exemplo é a cidade de Diadema, no Grande ABC, que receberá o Condomínio Vitta Parque, lançado pelas incorporadoras Helbor e Setin este ano. "Vendemos, no fim de semana de lançamento, 70% do empreendimento", explica Antônio Settin, presidente do grupo.

De acordo com o executivo, a cidade de Diadema, com mais de 300 mil habitantes, não tinha empreendimentos do porte do Vitta Parque, que tem mais de 15 mil metros quadrados e apartamentos de 3 e 4 dormitórios que podem chegar a 113 metros quadrados. "Não vejo isso como um crescimento, mas como o suprimento de uma demanda reprimida", explica.

O empreendimento fica localizado a 300 metros do Shopping Praça da Moça, a cinco minutos da Rodovia dos Imigrantes e a cerca de 15 minutos do Metrô Jabaquara, tornando-se acessível mesmo para quem trabalha em São Paulo.

A aposta da Setin em Diadema faz parte das novidades do grupo, que espera crescer 18% em 2011, e prevê um valor geral de vendas (VGV) de R$ 1 bilhão, distribuído em dez empreendimentos residenciais e comerciais.

O residencial cinco-estrelas Alphaville Porto Velho, em Rondônia, viu todos os 591 lotes lançados em dezembro serem comercializados em menos de seis horas. A imobiliária Social Imóveis foi a campeã de vendas do empreendimento, e afirma que imóveis de luxo têm sido o alvo de novos parques milionários. Para o diretor da Social Imóveis, Ailton Arthur, o destaque no caso deve-se às usinas do Madeira que têm tido forte apelo na região.

Um bom ano novo para os imóveis

Não há dúvidas de que o mercado imobiliário, nas grandes metrópoles, e particularmente em São Paulo, vive um momento ímpar. O aquecimento está por todos os lados, atingindo diversos perfis de imóveis e extrapolando as fronteiras das regiões e bairros tradicionalmente mais bem valorizados. Quem investiu em imóveis nos últimos dois anos, a não ser que tenha feito uma escolha extremamente equivocada, fez um ótimo negócio.

Faz parte do senso comum pensar em imóveis como investimento seguro. A ressalva que até hoje se fazia era relativa à falta de liquidez neste mercado, argumento em certo ponto discutível, uma vez que a velocidade de uma transação imobiliária irá depender da demanda, do perfil da unidade escolhida, de sua localização e conservação. Ou seja, é possível obter liquidez, desde que se invista corretamente.

A realidade, agora, mudou, e para melhor. O mercado tornou-se muito mais dinâmico, ampliando as possibilidades de investimento, seja para quem procura obter rendimento extra por intermédio da locação imobiliária, para os que querem comprar para revender ou mesmo para aqueles que buscam uma nova casa para morar, já que estarão assegurando um patrimônio próprio em seu nome.

O fato mais concreto e sintomático deste novo mercado talvez seja o expressivo crescimento das ofertas imobiliárias na planta e, principalmente, do aumento das vendas de imóveis residenciais usados. O aumento do poder aquisitivo e a ampliação da oferta de crédito pelos bancos alavancaram novos negócios. Além disso, muitas pessoas compraram imóveis como opção de investimento, uma vez que houve queda da rentabilidade dos fundos de renda fixa e turbulência nas bolsas de valores.

Houve, ainda, incremento nas vendas de imóveis comerciais, com ênfase em salas e conjuntos, além de lojas, salões e casas, refletindo a retomada da economia após um período de incertezas entre o final de 2008 e o início de 2009. A expansão de clínicas médicas e odontológicas, além de escritórios nas mais diversas áreas, contribuiu para este cenário.

Toda esta movimentação está atrelada, em grande parte, à percepção dos investidores quanto à boa rentabilidade das locações. No caso de imóveis comerciais, o valor do aluguel,, dependendo do perfil e da localização, pode atingir até 1% do seu valor de venda. Trata-se de uma opção extremamente atrativa.

Entre os imóveis residenciais, uma novidade: a escassez da oferta de apartamentos de um ou dois dormitórios aqueceu a demanda por unidades de três cômodos, inclusive em regiões mais afastadas do centro, ampliando os horizontes da valorização imobiliária.

A esta conjuntura favorável soma-se a maior facilidade com que as pessoas interessadas em alugar um imóvel em São Paulo estão conseguindo comprovar renda e, com isso, ter suas fichas aprovadas mais rapidamente no processo de fechamento dos contratos de locação residencial, o que acelerou ainda mais o fechamento de novos negócios no último ano.

A velocidade com que novos contratos de locação são firmados é outro fator determinante que vem atraindo investidores ao mercado imobiliário. A demanda aquecida faz com que unidades residenciais em bom estado de conservação, bem localizadas, sejam alugadas em períodos que por vezes não chegam a ultrapassar 15 dias após o anúncio da oferta.

A situação atual da alta demanda imobiliária, especialmente na área de locação, se deve à ascensão da classe C. Casais novos e pessoas que estão no início de sua atividade econômica buscam moradia, alguns se arriscam no financiamento imobiliário para aquisição da casa própria, e outros que preferem o aluguel como opção para ficarem próximos ao local de trabalho ou no mesmo bairro da família.

Acreditamos que 2011 será um ano de consolidação desta nova conjuntura do mercado imobiliário. As boas perspectivas da economia, o aumento do emprego formal, a oferta de crédito abundante, a expansão das empresas e dos negócios, o bom momento da construção civil e a estabilidade da legislação que regula a compra, venda e locação de imóveis são indicativos de bons ventos, ainda melhores do que já estamos vivenciando, para proprietários, inquilinos e investidores.

Fonte DCI

Venda de imóvel cresce no Estado

Diário do Grande ABC


Mesmo com as festividades e gastos tradicionais de fim de ano, a procura e compra de imóveis usados no Estado de São Paulo cresceu 7,45% em novembro, ante outubro, pondo fim a dois meses seguidos de baixa. Na região formada pelas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco a alta foi de 6,44% - o que contribuiu para que o índice estadual de vendas aumentasse.

A pesquisa, realizada pelo Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), mostra que as vendas em novembro totalizaram 1.079 casas e apartamentos usados.

Corretores de imobiliárias instaladas no Grande ABC ouvidos pelo Diário confirmam que o fim de ano foi bom para os negócios. A média de crescimento nas vendas nos últimos meses de 2010 foi de 12%, segundo Aparecido Viana, proprietário de uma imobiliária da região. "Este fim de ano foi bastante aquecido. Pessoas que pertencem a faixa econômica (que procuram imóveis entre R$ 250 mil até R$ 350 mil) aproveitam benefícios como 13º salário, PLR (Participação nos Lucros e Resultados), por exemplo, para completarem a entrada no momento da compra", esclarece o empresário.

A gerente de outra imobiliária também do Grande ABC apresentada como Shirley, afirma que o fim de 2010 propiciou inúmeras comercializações. "A procura foi grande. Isso reflete, principalmente, que o aumento da renda do trabalhador atrelado às facilidades de financiamento tem dado certo."

O delegado do Creci-SP da região, Alvarino Lemes, enfatiza que, de uma forma geral, as imobiliárias das sete cidades tiveram aumento de vendas entre 3% e 7%, em média, entre novembro e dezembro de 2010, em relação aos demais meses. "Conseguimos manter crescimento sustentável até o fim do ano. Isso porque, além da economia aquecida, temos ofertas bastante atrativas, que contemplam as diversas faixas salariais familiares."

A reação das vendas - e da locação de imóveis residenciais - se refletiu também no índice estadual de preços de imóveis usados para morar. O índice de novembro cresceu 11,41% em comparação com outubro, quando havia registrado queda de 3,04%. Em setembro, quando foi lançado, ficara negativo em 2,12%.

Em novembro, o número de novas locações aumentou na Capital (+ 1,85%), no Litoral (+ 36,26%) e na região, Guarulhos e Osasco (+1,21%). Só no Interior houve queda de 1,15%. Imóveis com aluguel mensal de até R$ 600 foram os mais alugados no Interior (51,37% do total) e na Grande São Paulo. Na Capital e no Litoral predominaram os com aluguel de até R$ 800 - eles somaram 50,23% e 57,55% do total, respectivamente.



PREFERÊNCIA



A pesquisa aponta ainda que os apartamentos ganharam das casas na preferência dos compradores. Eles representaram 50,05% do total de negócios formalizados. Casas e apartamentos usados de valor até R$ 140 mil foram os mais vendidos no Interior (52,41% do total) e no Litoral (52,28%). No Grande ABC, Guarulhos e Osasco, essa faixa subiu para até R$ 180 mil (60,47%).

Na Capital, prevaleceram os imóveis com preço final superior a R$ 200 mil, que totalizaram 66% das vendas.



Financiamentos lideraram modalidade de compra



A venda feita por meio de financiamento bancário superou as realizadas à vista em três das quatro regiões em que se divide a pesquisa do Creci-SP.

Os bancos financiaram 65,78% dos imóveis vendidos no Grande ABC, Guarulhos e Osasco - as comercializações à vista responderam por 31,05% do total, as financiadas pelos proprietários por 1,58% e as efetivadas por meio de consórcios, também por 1,58%.

No Interior, as instituições financeiras bancaram 54,14% do total vendido e, na Capital, 53,11%. Em todas essas regiões, a Caixa Econômica Federal ocupa papel de destaque.

O Litoral foi a exceção nesse quadro de domínio do crédito bancário. Casas e apartamentos usados vendidos por financiamento da estatal e de outros bancos somaram 35,22% dos negócios efetivados pelas 1.653 imobiliárias pesquisadas.

A venda à vista somou 57,31%, a feita a prazo pelos proprietários ficou em 7,16% e os consórcios tiveram participação restrita, de apenas 0,30%.da Redação

De volta ao mercado.

Caros seguidores,
Após um ótimo e necessário período de férias estou retornando as minhas atividades de consultoria de investimentos imobiliários.
Vou reiniciar minhas postagens de informações e notícias do mercado,sempre primando pela isenção e com o objetivo de manter informado meus investidores.
Ótimo ano a todos e bons negócios.