domingo, 30 de janeiro de 2011

Preço de imóvel deve subir em ritmo mais lento em São Paulo

Folha de São Paulo, Mariana Sallowicz, 13/jan


O preço dos imóveis residenciais na cidade de São Paulo deve estabilizar e subir a um ritmo próximo dos índices de inflação em 2011, após ter passado por forte valorização nos últimos anos, dizem especialistas. O presidente do Secovi-SP (sindicato que representa o setor de habitação), João Crestana, afirma que em 2010 os aumentos atingiram seu ponto máximo.

"As construtoras já estão detectando que lançamentos com preços "mais ousados" estão sendo vendidos com menos velocidade, o que aponta para a acomodação. Empreendimentos antes vendidos em dois ou três meses agora saem em até seis."

Para Crestana, as fortes valorizações poderão ocorrer apenas em regiões onde haja demandas específicas e não de forma generalizada.

Só no ano passado, o metro quadrado médio dos lançamentos teve alta de cerca de 30%, segundo informações da empresa de pesquisas imobiliárias Geoimovel.

Já a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), variou 5,91% em 2010. Para 2011, o mercado estima um índice de 5,34%.

"Houve um grande descolamento entre o preço dos imóveis e a inflação por causa da forte demanda após anos de retração", diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

"Além disso, tivemos em 2010 mais vendas do que lançamentos, o que reduziu os estoques e contribuiu para o aumento. Já 2011 será um ano de equilíbrio e acomodação dos preços", afirma.

O professor de finanças do Insper Rafael Paschoarelli também vê uma tendência de desaceleração.

Na opinião dele, a redução na disponibilidade de crédito para financiamento, com o esgotamento de recursos da poupança, é um fator de pressão. "Será preciso desenvolver novas fontes, que serão mais caras, o que funcionará como um freio."

VENDAS

As vendas de imóveis novos residenciais na capital paulista totalizaram 31 mil unidades entre janeiro e novembro de 2010, enquanto os lançamentos somaram 29,8 mil, segundo o Secovi.

A expectativa da entidade é encerrar o ano com 36 mil unidades comercializadas e 34 mil lançadas. Para 2011, estima 5% de alta nas vendas e lançamentos.

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