sexta-feira, 18 de outubro de 2013
IPTU de imóvel com alta valorização terá reajuste por 3 anos
GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO
A Prefeitura de São Paulo admite que donos de imóveis com alta valorização terão aumentos seguidos do IPTU nos próximos três anos.
Segundo a gestão Fernando Haddad (PT), será uma maneira de compensar a trava de aumento (o reajuste máximo) fixada em 30% para imóveis residenciais e 45% para não residenciais (comércio e indústria) -índices que a Câmara quer reduzir.
Com isso, um imóvel com valorização de 90%, por exemplo, teria 30% de reajuste em 2014 e o mesmo aumento em 2015 e 2016, mantendo-se o limite máximo.
A trava foi criada para evitar reajustes excessivos devido à alta valorização imobiliária desde 2009, quando foi feita a última atualização da Planta Genérica de Valores (PGV).
Cálculos mostram, porém, que três em cada quatro contribuintes terão reajuste acima de 20% e até 45% -valor três vezes maior do que a inflação anual, de cerca de 6%. O aumento médio será de 24%.
A proposta de reajuste de IPTU enviada pelo prefeito à Câmara diz que as atualizações da PGV acontecerão a cada quatro anos e não a cada dois, como hoje.
A cobrança do resíduo acima do teto em anos posteriores também aconteceu na gestão Gilberto Kassab (PSD).
Após a repercussão negativa do aumento do imposto, a base aliada de Haddad na Câmara negocia uma redução dessas travas para 20% e 35%, respectivamente.
O prefeito deve recuar e aceitar a mudança.
Também negocia ampliar a isenção para aposentados. Hoje, são isentos aqueles que ganham até três salários mínimos que tenham um imóvel só. Os parlamentares pedem a extensão do benefício para os que ganham até cinco salários mínimos.
Ontem, a prefeita em exercício, Nádia Campeão (PC do B), disse que a redução terá que ser estudada para que se avalie seu impacto no Orçamento da cidade.
"Os compromissos que nós temos com a cidade são fundamentais: transporte público, moradia, saúde, educação. São muitas as exigências da cidade e não se pode discutir só o bônus, é preciso discutir o ônus."
NA PERIFERIA
O vereador José Police Neto (PSD) disse que o aumento atingirá bairros da periferia.
"Sapopemba [zona leste] teve valorização de 104% e os moradores terão que pagar resíduos nos anos posteriores."
Entre as regiões que devem ter os maiores aumentos de IPTU estão Perdizes, Campo Belo, Vila Leopoldina, Jardim Paulista, Vila Mariana e Lapa. A prefeitura diz que 33% dos contribuintes serão isentos e 8% terão redução do imposto.
Link da matéria:http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/10/1358430-iptu-de-imovel-com-alta-valorizacao-tera-reajuste-por-3-anos.shtml
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Crédito imobiliário passa a ser principal linha para pessoa física
Em agosto, valor total do crédito imobiliário ultrapassou crédito pessoal.
Na proporção do PIB, porém, valor de 7,8% é baixo frente a outros países.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
O crédito concedido pelos bancos para a compra da casa própria passou a ser, em agosto deste ano, a principal modalidade de financiamento para as pessoas físicas, segundo números divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (27).
No mês passado, o volume total do crédito imobiliário em mercado (estoque) atingiu a marca de R$ 314,8 bilhões, ultrapassando, pela primeira vez na história, o crédito pessoal (para consumo, o que inclui também o crédito com desconto em folha de pagamento) - que somou R$ 311,5 bilhões.
"De fato, o crédito imobiliário é a principal modalide do crédito para pessoa física do país. Ultrapassou crédito pessoal, que abrange consignado e não consignado. O crédito imobiliário tem aspectos sociais positivos, dado o déficit habitacional existente no país e o fato de que as famílias estão constituindo patrimônio e saindo do aluguel", avaliou Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC.
Embora tenha registrado desaceleração nos últimos anos, o crédito imobiliário, ainda segundo informações da autoridade monetária, continua crescendo bem acima das demais modalidades para pessoas físicas. Em 12 meses até agosto, avançou 35%, contra a expansão de 15% do crédito pessoal no mesmo período. No passdo, porém, os financiamentos imobiliários para pessoas físicas chegaram a crescer 59% em 12 meses.
"Isso [crédito imobiliário] tende gradualmente a mostrar alguma acomodação. Já cresceu 49% ao ano. Agora está em 35%. Na proporção do PIB, está em 7,8% em agosto. O padrão internacional é significativamente mais alto. Países desenvolvidos, por exemplo, no geral tem um crédito imobilárioa acima de 50% do PIB", observou Maciel, do Banco Central.
Fonte:http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2013/09/credito-imobiliario-passa-ser-principal-linha-para-pessoa-fisica.html
Preço de imóveis pode subir e é preciso ter cautela, dizem analistas
Governo subiu valor do imóvel financiado pelo FGTS para R$ 750 mil.
Medida deve aquecer procura por imóveis, dizem representantes do setor.
Darlan Alvarenga
Do G1, em São Paulo
A decisão do governo de elevar o valor do teto de imóveis que podem ser financiados com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) deve aquecer a procura por residências, o que pode fazer com que o preço do metro quadrado volte a subir num ritmo maior, segundo analistas ouvidos pelo G1.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu nesta segunda-feira (30) elevar de R$ 500 mil para R$ 750 mil o teto em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. Para os demais estados, o limite de financiamento será elevado para até R$ 650 mil.
“O mercado tem mantido um aquecimento razoável, mas menor do que antes. Então [o aumento de preços] é um risco, porque agora vai aumentar a procura”, avalia Ana Carolina Gomes, diretora jurídica da Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências. “Temos que aguardar e ver qual será a reação do mercado, mas não vejo horizonte para uma queda de preços”, completa.
Recomendações para o consumidor
A coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, destaca que o mercado imobiliário vinha numa tendência de queda estabilização e até queda de preços. “O consumidor deve ter muito cuidado porque pode ocorrer uma tendência de aumento de preço”, afirma.
Segundo ela, a principal recomendação neste momento é cautela. “Se o mercado perceber que o consumidor está cauteloso e barganhando, pode ser que os preços se mantenham”, acrescenta.
Ana Carolina também recomenda cuidado e que os consumidores procurem fazer uma compra consciente. "Adquirir um imóvel deste montante [acima de R$ 500 mil] a longo prazo exige muita cautela. Da mesma maneira que essa medida facilitou a compra, pode também comprometer uma fatia maior da renda. Então é preciso continuar pesquisando muito e tentar sempre uma redução e um preço que caiba no bolso", avalia.
O diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), Luiz Paulo Pompéia, avaliou como positiva a elevação do teto para R$ 750 mil.
“Sempre que se amplia a faixa é bom para o mercado, porque atinge um público maior e aumenta a procura”, afirma. “Os preços eventualmente podem subir, mas eu diria que o impacto na valorização dos imóveis será muito pequeno, porque apenas uma fatia do mercado foi atingida e que estava fora e agora vai poder entrar”, completa.
Realidade de mercado
Para o advogado William Santos Ferreira, coordenador da pós-graduação da PUC de Direito Imobiliário, a elevação do teto é "positiva" e vem a viabilizar o que já era, segundo ele, uma realidade do mercado.
"Em algumas capitais, as pessoas não conseguem mais comprar imóveis com o teto de R$ 500 mil, até mesmo quem procura unidades com 2 dormitórios. O que é uma contradição, pois o uso do FGTS pressupõe uma finalidade de uso familiar", diz o especialista. "Não dá para só trabalhar com a perspectiva de retração dos preços, pois o recuo não daria na dimensão que permitisse aquisições para quem hoje está fora do mercado em razão do teto de R$ 500 mil", completa.
Ele acredita que a medida irá ajudar a movimentar o mercado novamente, elevando a procura.
Quanto aos preços, o advogado avalia que uma possível alta é um efeito a ser considerado, mas considera que a medida é positiva por permitir a inclusão de mais consumidores no mercado de crédito imobiliário.
"Uma coisa é ter opção de adquirir ou não um imóvel acima de R$ 500 mil com o FGTS. Outra, é não poder escolher", afrima.
Ferreira também recomenda que aqueles que estão procurando imóveis não se precipitem. "O importante é avaliar as várias oportunidades e usar o poder de barganha. Os que estão com imóveis sem vender também não podem de uma hora para outra querer subir de imediato os preços", diz.
Fonte:http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2013/09/preco-de-imoveis-pode-subir-e-e-preciso-ter-cautela-dizem-analistas.html
Governo eleva para R$ 750 mil teto para comprar imóvel com FGTS
Limite vai subir de R$ 500 mil para R$ 750 mil em SP, RJ, MG e DF.
Para os demais estados, limite passou para até R$ 650 mil.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu elevar nesta segunda-feira (30) o valor do imóvel que pode ser comprado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), assim como o valor da casa própria que poder ser financiada dentro das regras do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) – modalidade de crédito que conta com juros mais baratos.
O valor do imóvel subirá de R$ 500 mil para até R$ 750 mil para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal a partir desta terça-feira (1). Nas cidades desses estados, segundo o BC, os preços dos imóveis, assim como os custos, são maiores. Para os demais estados, o limite será elevado para até R$ 650 mil.
"O limite de R$ 500 mil estava vigente desde 2009. De lá para cá, a gente teve inflação. O IGP-M, por exemplo, subiu 27,84% e o IPC da Fipe avançou 23,72%. O setor de construção civil está pedindo isso há mais de dois anos, e as instituições financeiras também. Estavam falando que imóveis não se conseguem mais financiar com recursos da poupança", afirmou o chefe-adjunto do Departamento de Normas do BC, Julio Carneiro. Segundo apurou o G1, o objetivo do governo com a medida é estimular a economia.
Valor do financiamento
Segundo as novas regras, para imóveis financiados dentro das regras do SFH, o limite do financiamento não poderá ser superior a 80% do valor de avaliação do imóvel. Para financiamentos que prevejam a utilização do Sistema de Amortização Constante (SAC), esse percentual poderá atingir 90% do valor de avaliação, informou o Banco Central.
Pelas regras anteriores, segundo o Banco Central, o limite de financiamento era de 90% do valor de avaliação do imóvel tanto para a tabela Price quanto para o SAC. Com as mudanças, somente o SAC continuará com este limite. No caso da tabela Price, o limite cairá para 80%.
O chefe-adjunto do Departamento de Normas do BC explicou que nos financiamentos efetuados por meio do SAC, as prestações começam maiores e depois vão caindo, enquanto que na tabela Price as prestações têm valor fixo. Por isso, disse ele, a amortização é mais rápida pelo sistema SAC.
Taxas de juros
De acordo com Julio Carneiro, da autoridade monetária, atualmente as taxas de mercado para imóveis acima de R$ 500 mil estão em cerca de 10% ao ano. "No SFH, tem gente fazendo [financiamentos] a 8% a 9% ao ano", declarou Carneiro, acrescentando que, por isso, ele não acredita que a medida vá gerar um "boom" no mercado imobiliário.
A decisão do CMN deve aquecer a procura por residências, o que pode fazer com que o preço do metro quadrado volte a subir num ritmo maior, segundo analistas ouvidos pelo G1.
Último reajuste
A última vez que o limite de imóvel que pode ser financiado dentro das regras do SFH subiu foi em abril de 2009, ou seja, há mais de quatro anos. Naquele momento, o valor subiu de R$ 350 mil para até R$ 500 mil.
No final do ano passado, o presidente em exercício do Conselho Curador do FGTS, o assessor especial do Ministério do Trabalho Luiz Fernando Emediato, já tinha afirmado que não via problema em um aumento no valor do imóvel a ser financiado dentro das regras do SFH de R$ 500 mil para R$ 750 mil. Na ocasião, entretanto, ele explicou que a decisão caberia ao CMN.
Fonte:http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2013/09/governo-eleva-para-r-750-mil-teto-para-comprar-imovel-com-fgts.html
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
A importância do laudo de avaliação na hora de comprar ou vender imóveis
O laudo de avaliação de imóveis realizado por profissionais da área de engenharia de avaliações tem a consistência e precisão fundamentadas em técnicas e isentas de envolvimentos emocionais e interesses pessoais. O valor de mercado baseado somente em critérios técnicos muitas vezes mostra diferenças surpreendentes em relação ao valor de venda baseado somente em interesses financeiros. A diferença pode chegar a mais de 50% para mais ou para menos.
O laudo de avaliação difere muito da avaliação de imóveis para fins de compra e venda realizada entre pessoas físicas - onde a determinante do preço é a lei da oferta e da procura. O trabalho de engenharia consiste em determinar o valor de mercado com a utilização de técnicas baseadas nas normas NBR 14653. Muitas vezes, a diferença entre as duas avaliações pode chegar a 50% (para mais ou para menos) devido a aplicação de técnicas isentas de interesses comerciais e fatores emocionais.
É este laudo que determina o valor de mercado ao passo que a avaliação de imóveis residenciais busca obter o preço de venda. A diferença está em determinar preço ou valor. O preço depende da situação do negócio, dos interesses pessoais, comerciais e sentimentais envolvidas no processo. O preço não é único, pode ter vários preços e variações de curto prazo. Basta pesquisar imobiliárias para entender o conceito.
O valor de mercado num determinado momento é único e independente dos interesses das partes envolvidas. O valor final é obtido pela aplicação da estatística, ou seja, procura encontrar um intervalo de valores em que possa situar o valor de mercado do imóvel. Os procedimentos utilizados para determinar o valor de mercado de imóveis são:
Pesquisa de mercado: ponto de partida é a pesquisa de mercado para obter uma amostragem dos valores dos imóveis na região considerando a semelhança de característica dos imóveis. As amostras muito fora do padrão médio são descartadas para não distorcer o resultado final.
Homogeneização dos valores: é a técnica utilizada para uniformizar as diferenças de valores pesquisados, considerando as diferenças dos fatores de homogeneização entre o imóvel a ser valorado em relação aos imóveis da amostra da pesquisa.
Análise estatística: análise estatística dos valores pesquisados para determinar os prováveis ou melhores intervalos de valores.
O que dá qualidade ao valor atribuído ao imóvel é a aplicação de técnicas de análise baseadas nos fatores de homogeneização conforme o tipo de imóvel, sem a interferência de fatores sentimentais, comerciais ou financeiros dos interessados.
Vamos tomar como exemplo uma situação real quando avaliamos um terreno com um pequeno galpão construído. O objetivo do estudo era solucionar um impasse entre os sócios de uma empresa. O que estava em questionamento era o valor do terreno e não da construção, por se tratar de uma obra antiga com pouco valor comercial devido ao material e engenharia empregada fora dos padrões atuais.
- Terreno de aproximadamente 22.000 m2, área urbana da Grande São Paulo.
- Preço de venda do imóvel avaliado por uma das partes: R$ 3.000.000,00
- Preço médio obtido através da pesquisa de mercado dos terrenos nas proximidades: R$128,00 m2;
- Preço do imóvel pelo valor médio do m2: 22.000 m2 x 128,00 = R$2.816.000.
- Maior preço pesquisado do terreno nas proximidades: R$160,00 m2. Foi descartado da amostra por se tratar de um terreno com pequena construção para fins residenciais.
- Preço do imóvel pelo maior preço m2 pesquisado: 22.000 m2 x R$160,00= R$3.520.000,00
- Valor de mercado apresentado no laudo de avaliação: R$2.100,000 a R$2.300.000,00
Basicamente quando se avalia terreno, avalia-se o que pode ser construído e para que negócio podem ser utilizadas as edificações. Portanto são considerados alguns fatores mais significativos, tais como:
Fator oferta: foi realizada uma adequação acima em relação a amostra devida a pouca oferta de terrenos com estas dimensões e características na região.
Fator localização: adequação acima baseado na diferença de melhor posição do imóvel em relação a amostra devido ao endereço do imóvel avaliando servir para fins comerciais e industriais.
Fator topografia: adequação abaixo - após um cuidadoso exame do terreno foi constatado a possibilidade de alagamento, o que inviabilizaria a construção de piso abaixo do nível da rua, ou seja, impossibilidade de construção de garagens. Dependendo do empreendimento teria que pensar em um piso elevado, para evitar possíveis perdas de estoques.
Fator frente x fundos: não teve variação, mas seria aplicado a terrenos com pouca profundidade, formato não retangular ou quadrada com pontas pouco aproveitáveis para construções.
Fator padrão construtivo: desconsiderado em função do galpão ter pouco valor comercial. Serve para adequar as diferenças de nível construtivo dos imóveis.
No fim, os dois fatores que mais influenciaram foram: localização e topografia. Provavelmente se não tivesse sido detectado anormalidade no fator topografia este imóvel seria avaliado bem próximo aos R$3.000.000,00, preço de venda sugerido por um dos sócios. Mesmo considerando o melhor valor de mercado do laudo (R$2.300.000,00, nota-se uma diferença de 30% entre o preço e valor avaliado). Se considerarmos o maior preço do m2 pesquisado a diferença sobe para 53%.
Conforme demonstrado o laudo de avaliação do valor de mercado determinado por profissionais da área de engenharia de avaliações tem a consistência e precisão fundamentadas em técnicas e isentas de envolvimentos emocionais e interesses econômicos. Desta forma, pode-se afirmar com certeza de que aquele valor é único naquele momento, dando a segurança necessária para a tomada das decisões.
Fonte:http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/a-importancia-do-laudo-de-avaliacao-na-hora-de-comprar-ou-vender-imoveis/73312/
domingo, 15 de setembro de 2013
Rigor na vistoria de apartamento novo evita desgaste e gasto futuro
15/09/2013 - 01h30 | DANIEL VASQUES
DE SÃO PAULO
Ao fazer a vistoria do imóvel, é fácil se deixar levar pela emoção. É a hora de entrar pela primeira vez em um ambiente muito esperado que só era conhecido no papel ou durante a visita do apartamento modelo decorado.
Cliente tem 90 dias de garantia para reclamar de falhas no imóvel
Só que é preciso manter a calma, ficar muito atento e não esquecer que a função da vistoria é checar se o imóvel apresenta problemas.
Caso existam, o futuro morador deverá solicitar os reparos à construtora, que o chamará para uma nova vistoria, até os defeitos serem corrigidos.
A analista de contas, Maria Luiza Gonçalves, 53, conta que há cerca de um mês fez a vistoria do apartamento que comprou em Diadema (Grande São Paulo). Segundo ela, havia problemas no botão de uma descarga, na pintura de paredes e no trinco da porta.
Além disso, no dia da visita, faltava água no edifício, o que a impediu de testar o escoamento dos ralos e checar vazamentos. Agora aguarda uma nova vistoria, marcada para o próximo dia 21.
De acordo com a GMK, incorporadora responsável pela obra, a inspeção a que Gonçalves se refere foi apenas uma pré-vistoria, com o objetivo de antecipar a identificação de qualquer problema antes da vistoria de fato.
Para se preparar para a vistoria do imóvel que comprou, construído pela Brookfield, a engenheira química Carolina Grieco, pesquisou na internet sobre o assunto, assistiu a vídeos de orientação e, com seu noivo, os pais e um marceneiro, partiu para a ação.
Avener Prado/Folhapress
Carolina Grieco e Henrique Azevedo Bruno preparam arsenal para a vistoria da casa nova
Carolina Grieco e o noivo, Henrique Azevedo Bruno, preparam arsenal para a vistoria da casa nova
O resultado foi que a visita, prevista para durar até uma hora, levou quatro. Entre os problemas, um azulejo trincado, uma janela que não fechava, um interruptor com defeito e a varanda mal pintada. Grieco diz estar satisfeita com o desfecho, já que tudo foi resolvido na hora.
"Estava com a emoção aflorada. Por isso, é importante levar mais pessoas, para manter o foco", diz.
Segundo Fabio Diogo, diretor da incorporadora, uma auditoria técnica independente é contratada para vistoriar as unidades, mas "podem acontecer casos em que não conformidades sejam percebidas somente na vistoria final, com a presença do proprietário".
O advogado de direito imobiliário Marcelo Tapai diz que, se o imóvel apresentar problema, o cliente deverá solicitar que ele seja anotado no termo de vistoria, refutando promessa verbal da empresa.
Outras recomendações de especialistas são tirar fotos ou filmar os itens com defeito e levar uma trena para medir os cômodos e a garagem.
Ana Carolina Bernardes, diretora-jurídica da Amspa (Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências), afirma que pode haver uma diferença de no máximo 5% no tamanho do imóvel. Se ultrapassar esse percentual, deverá haver algum tipo de compensação ao morador.
O empresário Ely Andrade, 54, conta que verificou falhas na pintura e no alinhamento do granito e gesso na primeira vistoria. Ao todo, foram três, sem solução. "Gastei em torno de R$ 1.500 para resolver. Você jogava a iluminação no imóvel e as imperfeições apareciam."
Editoria de Arte/Folhapress
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Preço atual facilita compra de casa própria
VIVIAM NUNES
DE SÃO PAULO
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Sinais de queda de preço de imóveis já prontos na capital paulista têm dado alento a quem há alguns anos pretende comprar uma moradia em São Paulo e não consegue por causa dos valores.
De 2012 a 2013, considerando os cinco primeiros meses de cada ano, os preços caíram até 5% na maioria das regiões da cidade, de acordo com o Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis).
A desvalorização está longe de reverter a alta recente no mercado, considerando que os valores subiram até 99%, de 2009 a 2012, também segundo o Creci -mas já é um alívio para quem tenta definir qual é o melhor momento para comprar.
Cenário favorece negociação de aluguéis
Para economistas e consultores ouvidos pela Folha, embora a queda de 2013 seja pontual, é, sim, favorável ao consumidor, que tem mais margem para negociar.
"Nos últimos anos, os preços dos imóveis usados subiram muito mais do que os novos, e, agora, ocorre uma correção", diz Celso Amaral, diretor corporativo do Geoimovel, empresa de informações imobiliárias.
NO RITMO DA INFLAÇÃO
"Daqui para a frente, os valores devem subir no ritmo da inflação", acrescenta.
Para Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito, site comparador de empréstimos, o aumento do preços dos imóveis em geral deve ficar agora entre 10% e 15% ao ano, em média.
Assim, para quem pretende trocar o aluguel pelo financiamento, o momento pode ser oportuno, acrescenta o educador financeiro Mauro Calil. "O aluguel é uma despesa que não se reverte na formação de patrimônio, ao contrário da parcela do financiamento", diz.
"O cuidado que deve ser tomado na hora da compra é negociar o maior desconto possível e comparar o custo dos empréstimos em pelo menos dois bancos, além daquele em que se tem conta", complementa Calil.
APOSTA
Embora pague aluguel hoje por um imóvel de cem metros quadrados nos Jardins, o advogado Fernando Costa, 34, não pretende, pelo menos por enquanto, trocar a despesa pelo financiamento.
Costa tem outra estratégia: deixar o dinheiro que tem atualmente (cerca de R$ 200 mil) em uma aplicação como o Tesouro Direto para aumentar o valor da entrada.
O advogado aposta em queda dos preços dos imóveis na região nos próximos quatro anos, apesar da previsão de economistas de alta ao menos no ritmo da inflação.
A simulação ao lado mostra que, para o plano de Costa ser vantajoso, o imóvel que ele deseja comprar no bairro -que hoje custa R$ 1 milhão- não pode ter reajuste nos próximos quatro anos.
Se subir 5% ao ano nesse período, menos que as previsões de mercado, o valor total gasto na compra será maior do que seria se o aluguel fosse substituído agora pelo financiamento imobiliário.
SEGUNDO IMÓVEL
Já para quem já tem um imóvel e está procurando outro para investir -seja para revender ou alugar-, pode valer mais a pena esperar por oportunidades melhores do que comprar agora.
"Os imóveis ainda estão com preços altos e assim fica mais difícil ter um retorno financeiro que compense o investimento", diz Valter Police, planejador financeiro.
"Para investir, é preciso, antes da compra, pesquisar bem o perfil do imóvel desejado e se há demanda suficiente na região por aquele bem -como inquilinos e compradores em potencial."http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/09/1335432-preco-atual-facilita-compra-de-casa-propria.shtml
Fonte:
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Nova regra puxará preço dos imóveis
As novas regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para imóveis residenciais entram em vigor amanhã. Elas darão mais conforto e segurança aos proprietários e moradores. Entre os benefícios, a redução de barulhos vindos do lado de fora e dos vizinhos - especialmente no caso dos apartamentos - e a entrega de um manual de manutenção da estrutura. Por outro lado, os custos extras das construtoras devem aumentar o preço dos imóveis.
A ABNT NBR 15575, nome oficial da norma, foi discutida durante mais de cinco anos e está dividida em seis partes com diversas regras e orientações. Todos os imóveis habitacionais protocolados nas prefeituras a partir de amanhã devem segui-las. Para o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), Eduardo Moura, a maioria das construtoras não terá dificuldade de se adaptar, uma vez que muitas empresas já aplicavam boa parte das técnicas indicadas.
Em relação ao impacto nos preços, ele explica que vai variar não apenas de acordo com a empresa, mas também em relação ao tipo de empreendimento e ao local onde ele será feito, uma vez que as condições do solo e até climáticas são fatores a serem levados em conta. Moura esclarece que, por isso, não há uma estimativa de média de aumento de preços. No entanto, nos mercados do Sudeste, há construtoras avaliando o acréscimo no preço final entre 3% e 7%.
Uma das exigências prevê a entrega de um manual de manutenção ao proprietário. No documento, estarão orientações sobre serviços e materiais necessários para a durabililidade e o bom funcionamento do imóvel. Contudo, os demais benefícios só poderão ser sentidos pelo consumidor com o uso da residência, já que as mudanças ficarão "ocultas", fazendo parte da estrutura do prédio.
A coordenadora da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste), Maria Inês Dolci, orienta que proprietários e moradores lembrem-se sempre das novas normas quando problemas estruturais surgirem. Para ela, embora apenas imóveis a serem protocolados a partir de amanhã sejam obrigados a estar de acordo com as regras, elas podem servir de base também para reclamações de quem já tem um imóvel. "O artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor já determina que os produtos sigam as normas técnicas vigentes", explica Maria Inês.
Fonte:http://www.ademi.org.br/article.php3?id_article=54498&recalcul=oui
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Veja opções para obter recursos para investir em imóvel
A aquisição de um imóvel para investimento, assim como para moradia, é um processo complexo cujo ponto de partida é o quanto se pode aplicar no negócio.
Há uma vasta gama de linhas oferecidas pelos grandes bancos de varejo e por empresas de menor porte, especializadas em financiamento imobiliário.
O investidor, antes de tudo, deve pesquisar e fazer contas, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
"As parcelas não devem comprometer mais do que 30% da renda da família", diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, coordenador de estudos econômicos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
É possível adquirir um imóvel com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) -nesse caso, porém, o bem precisa ser usado para moradia, e não para investimento, como aluguel.
Quem usar o dinheiro para adquirir um imóvel tem de ficar ao menos dois anos morando nele antes de decidir vendê-lo ou alugá-lo para obter uma renda.
Também é preciso que o bem custe até R$ 500 mil.
Há outras restrições. O comprador não pode ter outro financiamento imobiliário nem ter usado seu FGTS nos últimos dois anos (veja detalhes no quadro).
PREÇOS ALTOS
O FGTS pode não ser suficiente para a compra do imóvel em grandes cidades, como a capital paulista.
Isso porque os preços subiram muito nos últimos anos, ultrapassando o limite de R$ 500 mil em cada vez mais bairros do município.
O valor médio do metro quadrado na capital subiu 22% de janeiro a abril deste ano, comparando com o mesmo período de 2012, segundo dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio) para R$ 7.892.
Há bairros, como Vila Nova Conceição, na zona sul, em que o valor ultrapassa R$ 12 mil por metro quadrado.
A empresária Marina Milred, 34, mora em Moema, também na zona sul, onde é praticamente impossível achar hoje imóveis abaixo dos R$ 500 mil.
"Tive de usar recursos próprios. Quis investir em um imóvel na planta próximo de onde moro porque sei que vou vender muito rápido quando ficar pronto e posso acompanhar a construção de perto", afirma a investidora.
O apartamento, desde março, quando Marina fechou o negócio diretamente com a construtora, já valorizou mais de 15% e vale, hoje, em torno de R$ 2,5 milhões.
DISCUSSÃO
Casos como esse têm colocado em discussão a possibilidade de elevação do limite de R$ 500 mil para imóveis comprados com o FGTS.
Construtoras, bancos e consultores afirmam que R$ 750 mil poderia ser um novo teto mais adequado. O Ministério da Fazenda, que divulga por meio do CMN (Conselho Monetário Nacional) esse valor, porém, afirma que "ainda não existe decisão oficial" sobre o tema.
O FGTS tem rendimento baixo -3% ao ano mais TR (Taxa Referencial, atualmente zerada) sobre o valor depositado pelas empresas na conta individual que cada trabalhador tem direito ao ser registrado em carteira.
"Por render pouco, é difícil ter um saldo no FGTS que dê para ser utilizado em imóveis na capital paulista", diz o economista chefe do Secovi (sindicato da indústria da construção), Celso Petrucci.
No caso de Marina, como a finalidade da compra foi investimento, ela não poderia ter utilizado o FGTS, pelas regras do fundo.
FISCALIZAÇÃO
Segundo a Caixa, não há fiscalização específica nesses casos, "mas se for detectado que o imóvel não serve de residência, o comprador pode ser denunciado ao Ministério Público e à Polícia Federal, e terá de pagar o montante utilizado de forma indevida".
Para os imóveis acima da faixa de R$ 500 mil, o comprador pode tomar financiamentos em instituições financeiras, sem uso do FGTS.
Imóvel comercial atrai 'órfãos' da Bolsa e renda fixa
Com o baixo rendimento de outras aplicações -como Bolsa, com perda de cerca de 20% no ano, e renda fixa, que paga pouco no cenário atual de juros baixos-, imóveis comerciais são uma opção procurada por investidores.
A valorização dos imóveis fez com que o público se renovasse. Hoje, o investidor de pequenas salas comerciais (até 60 metros quadrados) tem, em média, 44 anos e renda média familiar de R$ 20 mil ao mês.
Há seis anos, a idade média para esses investidores ultrapassava os 50 anos e a renda familiar era de R$ 46 mil, segundo um estudo da imobiliária Lopes. Para João Henrique, diretor de atendimento da empresa, houve uma migração do investidor da Bolsa para o imóvel.
Em residencial, investidor prefere revenda
Os compradores também estão cada vez mais qualificados: 43% possuem pós-graduação e 47%, ensino superior. "Há muitos médicos, advogados, empresários e profissionais liberais investindo", afirma Henrique.
Antes, a maior parte dos investidores era de empresários bem-sucedidos.
Enquanto a maioria dos imóveis residenciais é adquirida para moradia (entre 80% e 90%, segundo o Secovi-SP, sindicato que representa as construtoras), 36% dos comerciais são comprados por investidores.
RENDA MENSAL
Na maioria dos casos, o investidor compra a sala e tem no aluguel uma garantia de retorno mensal.
Segundo Celso Petrucci, economista chefe do Secovi, a taxa de retorno média fica entre 0,5% e 0,6% ao mês em relação ao valor total do investimento. Se o investidor comprou um imóvel por R$ 500 mil, por exemplo, um aluguel de R$ 2.500 representa um retorno de 0,5%.
O empresário Anderson Willian Figueira, 35, espera ganhos mais altos. Figueira comprou uma sala comercial de cerca de 40 metros quadrados na Barra Funda, zona oeste de São Paulo.
Gastou cerca de R$ 500 mil na compra. Na região, as salas são alugadas por aproximadamente R$ 3.000. O investidor quer construir um mezanino e aumentar o aluguel para em torno de R$ 5.000, com retorno de 1%.
"Não tem outro investimento que dê rentabilidade desse nível, com risco baixo."
Para Amir Makansi, diretor da consultoria imobiliária Anglo Americana, a localização do imóvel é essencial para o sucesso do investimento. "Você tem que estar em uma região que tenha demanda", diz. Por isso, a maior parte das compras para investimento ocorre em regiões já consolidadas, como as avenidas Faria Lima e Paulista.
A expansão ocorre a partir desses polos já consolidados, segundo Henrique, da imobiliária Lopes.
LAJES X SALAS
Aquele que investe em salas comerciais tem um perfil diferente do investidor que aposta em lajes corporativas (grandes escritórios -leia mais na pág. 4).
O comprador da laje é considerado um investidor de grande porte porque consegue alugar andares inteiros para empresas grandes, com contratos longos e baixo risco de inadimplência.
Imóvel comercial deve levar em conta o perfil de cada endereço
O investidor interessado em adquirir uma sala comercial para alugar ou revender deve conhecer bem a região em que pretende aplicar seu dinheiro. A localização pode significar o sucesso ou o fracasso de uma empresa, na avaliação de especialistas.
De acordo com o diretor comercial da imobiliária Coelho da Fonseca, Fernando Sita, imóveis em bairros mais conhecidos têm a vantagem de venda ou locação mais rápida. Ou seja, dificilmente ficarão sem uso.
"Boa localização é aquela que não precisa explicar o endereço de sua loja. Só pelo nome da rua, o cliente já sabe chegar", diz Sita.
Em geral, imóveis em regiões de grande concentração de empresas podem ser alugados por agências bancárias, restaurantes, livrarias, lojas de roupas, por oferecerem serviços a que o trabalhador pode recorrer rapidamente antes e depois do trabalho e no horário de almoço, afirma o consultor do Sebrae-SP Gustavo Carrer.
Dentro dos bairros, a procura pelos imóveis é maior por empresas especializadas em produtos do dia a dia, como padarias, papelarias, açougues, lojas varejistas e serviços bancários.
Já empresas de necessidades eventuais, como mecânica e de material de construção, têm preferência por endereços em avenidas que ligam bairros à região central.
Fernando Sita, da Coelho da Fonseca, diz que imóveis de esquina ganham em visibilidade, o que é bom para o comércio. Já os localizados em rua de mão dupla facilitam a locomoção do cliente.
FACHADA
Fachadas grandes também são valorizadas por futuros inquilinos, diz o consultor do Sebrae-SP Gustavo Carrer, pois têm fácil visualização. "O empresário quer explorar as fachadas. As vitrines precisam ser amplas para chamar o cliente."
No caso de prédios, inquilinos se interessam por edifícios com praça interna e lanchonetes, segundo Belmiro Quintaes, diretor de atendimento da imobiliária Lopes.
"O cliente gosta desse tipo de ambiente", diz Quintaes.
PROBLEMÁTICOS
Imóveis problemáticos, segundo Roseli Hernandes, diretora comercial da imobiliária Lello, são os localizados em áreas degradadas ou com problemas de enchentes. Além da procura ser pequena, o dono deve reembolsar o inquilino em caso de danos.
Mercado de capitais impulsiona financiamentos imobiliários
Folha de São Paulo, Especial, Toni Sciarretta, 26/jun
Bancado no Brasil por 65% dos recursos da poupança deixada nos bancos, os financiamentos imobiliários podem se tornar uma das melhores opções de investimento para o investidor pessoa física e para os fundos de pensão que cuidam do dinheiro de milhares de aposentados e pensionistas.
Em países como os EUA, o Japão e parte da Europa, aplicar em títulos imobiliários é uma das poucas alternativas de baixo risco para fazer o dinheiro render acima do que pagam os bancos.
Poupança cresce e financia expansão imobiliária
A dívida imobiliária (prestações, aluguéis etc.) é "empacotada", convertendo-se em uma aplicação financeira que rende juros conforme as prestações são pagas pelos mutuários e os aluguéis pelos locatários -a chamada securitização.
RISCOS
O risco da transação é o de o mutuário não pagar a prestação ou o inquilino deixar o imóvel, como aconteceu no Shopping West Plaza (zona oeste de São Paulo), quando perdeu locatários para o vizinho Bourbon.
Vale lembrar que, no primeiro caso, há a garantia do imóvel financiado, que serve para cobrir eventuais perdas com inadimplência.
A diferença básica é que, com o dinheiro da poupança, a dívida pertence ao banco.
No caso da securitização, as dívidas pertencem ao conjunto de agentes do mercado de capitais: fundo de investimento, de pensão e aplicadores pessoa física.
IMPULSO
No Brasil, a aplicação em dívida ligada ao crédito imobiliário ganhou impulso após a queda dos juros no ano passado. Agora que as taxas de juros do governo voltaram a subir, diminuiu a diferença a favor dos títulos imobiliários.
"Mesmo com o aumento dos juros, não vejo desaquecimento do mercado de securitização, que se tornou uma fonte importante de financiamento para imóveis comerciais, prédios de escritório e shoppings", disse Onivaldo Scaldo, presidente da Cibrasec, uma das maiores empresas securitizadoras do país.
"A securitização cresce e tem o seu mercado cativo nos shoppings, prédios de escritórios, hotéis e hospitais", disse Osmar Roncolato, vice-presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário).
VANTAGENS
Além de pagar uma taxa melhor do que as demais aplicações de renda fixa, os papéis que ajudam a financiar imóveis dão ao investidor pessoa física isenção de Imposto de Renda.
Entre as opções, está a LCI (Letra de Crédito Imobiliário), uma espécie de CDB (Certificado de Depósito Bancário) em que o banco capta dinheiro para financiar construção e compra de imóveis.
Outro papel disponível é o CRI (Certificado de Recebível Imobiliário), que representa uma fração do conjunto de prestações da casa própria ou de aluguéis que serão pagos.
Ambos os papéis podem ser comprados individualmente ou por meio de fundos de investimentos.
Essa é a melhor opção no caso do CRI, que custa a partir de R$ 300 mil
Fonte:http://www.ademi.org.br/article.php3?id_article=54159&recalcul=oui
Investimento em imóvel implica em renúncia
A alta de preços observada no mercado imobiliário brasileiro nos últimos anos chamou a atenção dos investidores para essa classe de ativos havia muito desprezada.
Segundo os índices de preços de imóveis, a variação de janeiro de 2008 a dezembro de 2012 foi acima de 100%.
Melhorias econômicas observadas no Brasil desde o início da década de 2000 atuaram como ferramentas de impulsão do desenvolvimento do mercado imobiliário nos últimos anos e da valorização dos preços.
No campo das melhorias macroeconômicas, podemos citar o crescimento do país, a expansão do crédito habitacional e a redução do juro.
Segundo dados do IBGE, a economia brasileira cresceu 40% nos últimos dez anos (entre 2002 e 2012) e a taxa de desemprego caiu à marca histórica de 4,6% em dezembro do ano passado. A taxa básica de juros brasileira caiu de 12,25% ao ano, em junho de 2011, para o patamar historicamente baixo de 7,25% ao ano em outubro de 2012.
Esses fatores, conjugados com um deficit habitacional historicamente elevado e uma maior oferta de crédito dos bancos, fizeram o crédito habitacional em relação ao Produto Interno Bruto triplicar no período, atingindo 6% do PIB em 2012.
A alta demanda de compradores aliada às condições econômicas favoráveis promoveram a valorização.
Apesar de a demanda de indivíduos desejando ter a casa própria permanecer elevada, as condições econômicas observadas no passado não devem se repetir no futuro próximo. Ou seja, a taxa básica de juros agora está em trajetória ascendente, o crescimento do país vem desapontando e a taxa de desemprego começa a subir.
Esses fatores levam o investidor a se perguntar "os preços dos imóveis vão continuar subindo?" Considerando um horizonte longo de investimento, por exemplo, 20 anos, é muito provável que a resposta seja sim.
Portanto, se deseja comprar um imóvel para moradia, o adiamento da compra não deve ser muito produtivo se você já encontrou o imóvel que atende a seus anseios.
Entretanto, como qualquer investimento, é no mínimo ingênuo imaginar que comprar um imóvel não envolve riscos de perda do capital aplicado.
Se não implicar em uma perda absoluta, pelo menos envolverá uma perda relativa a alternativas de aplicação de risco similar. Assim, se a intenção é comprar um imóvel como investimento, é preciso estar atento às alternativas de aplicações financeiras e comparar os rendimentos.
No caso de comprar para investir, o aplicador deve considerar alternativas que proporcionem maior liquidez [possibilidade de resgate rápido] e benefícios fiscais.
O fundo imobiliário atendem a esses quesitos, pois o investidor consegue negociá-lo facilmente na Bolsa. Além disso, os rendimentos dos fundos imobiliários são isentos de tributação.
O surpreendente retorno obtido pelos imóveis nos remete à frase que praticamente todos já ouvimos de nosso pai, avô, ou de algum amigo: "compre um imóvel e você não vai perder dinheiro".
Conselhos como esses remontam à antiguidade. O Talmud, livro sagrado do judaísmo, já aconselhava o investimento de um terço do patrimônio do investidor em imóveis. Segundo as escritas, os outros dois terços deveriam ser divididos igualmente em ativos de liquidez imediata e ativos de risco (ações).
Isso não quer dizer que deva dividir seu patrimônio dessa forma, mas que deva sempre diversificar seu portfólio.
Michael Viriato é professor de finanças do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa)
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/06/1301021-investimento-em-imovel-implica-em-renuncia.shtml
terça-feira, 18 de junho de 2013
ANÁLISE-Imóvel de alto padrão volta a seduzir construtoras
Por Juliana Schincariol e Marcela Ayres
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - Passada a fase de grandes investimentos ligados ao programa Minha Casa, Minha Vida, que fez muitas empresas apostarem forte em imóveis para a baixa renda, o segmento de alto padrão está voltando a seduzir construtoras e incorporadoras de peso, além de novas entrantes no mercado.
De um lado, as empresas demonstram otimismo com o aumento da renda média dos brasileiros. De outro, readequam estratégias após lidarem com grandes estoques de imóveis para vender no segmento de baixa renda, frutos do cancelamento de contratos.
Os lançamentos dos imóveis de alto padrão --que chegam a superar 10 mil reais por metro quadrado em alguns municípios-- se concentram nas duas maiores cidades do país, onde a disputa por espaços é cada vez mais acirrada em bairros como Ipanema e Leblon, no Rio, e Moema, Jardins e Pinheiros, em São Paulo.
"A demanda por empreendimento de alto padrão ainda tem muito a crescer, devido ao visível aumento da renda no Brasil e ao crescimento desta fatia da população", disse o vice-presidente financeiro da Cyrela, José Florêncio, sem mencionar números. Nos últimos cinco anos, o segmento representou, em média, 33 por cento dos lançamentos da empresa.
A PDG Realty, que tradicionalmente tem nesses imóveis cerca de 15 por cento de seus lançamentos, avalia inclusive expandir sua atuação, ingressando em Belo Horizonte e em Brasília com os imóveis de alta renda.
"Existe plano para isso, sim (...) para o ano que vem", afirmou o vice-presidente de incorporações da PDG, Antonio Guedes, explicando que a empresa ainda terá que adquirir terrenos para os projetos.
"Ele (segmento de alta renda) é importante para agregar valor à marca, dá margens boas", disse o executivo, sem revelar os números.
A margem bruta do setor de alta renda é de 30 a 35 por cento enquanto que os empreendimentos dentro do programa Minha Casa, Minha Vida é de 20 a 25 por cento, de acordo com um analista que preferiu não ser identificado.
O otimismo de construtoras e incorporadoras com o setor contrasta com o ambiente econômico --o PIB brasileiro ruma em 2013 para o terceiro ano seguido de crescimento abaixo de 3 por cento. Para as companhias, o ânimo se apoia no movimento de crescimento da renda das famílias e em números recentes do setor.
Segundo o Secovi-SP, o mercado de imóveis residenciais novos na capital paulista teve a maior alta de vendas e lançamentos para o mês de abril desde 2004, de 73,8 por cento em relação a abril de 2012. Não há dados específicos gerais sobre o desempenho por segmento.
A incorporadora norte-americana Related Brasil, que chegou ao país em fevereiro de 2012, quando o boom imobiliário já dava sinais de estafa, lançará este ano dois empreendimentos residenciais em São Paulo com Valor Geral de Vendas (VGV) de 1,4 bilhão de reais, cobrando entre 9 mil e 18 mil reais pelo metro quadrado.
"São Paulo é uma metrópole como qualquer outra do mundo, com número crescente de milionários, helicópteros e bancos de investimento", disse o presidente da incorporadora, Daniel Citron.
A Related fechou uma parceria com a RealtOn, especializada em venda de estoques de terrenos, que formará uma equipe exclusiva para vender os empreendimentos da incorporadora, contratando 40 corretores até julho. Esses profissionais custam cerca de três vezes mais do que a média do mercado, segundo o presidente da RealtOn, Rogério Santos.
Há pouco mais de uma semana, a Gafisa vendeu 70 por cento da Alphaville, sua empresa de loteamentos urbanos de alto padrão, por cerca de 3 vezes e meia o seu valor patrimonial, numa demonstração do interesse crescente dos investidores por esse segmento. Ao mesmo tempo, de acordo com analistas do Bank of America Merrill Lynch, o consenso de mercado precificava a Gafisa em 0,8 vez o seu valor patrimonial.
Fonte:http://noticias.r7.com/economia/noticias/analise-imovel-de-alto-padrao-volta-a-seduzir-construtoras-20130618.html
Entre 2007 e 2012, os lançamentos de Alphaville aumentaram mais de quatro vezes, para 1,3 bilhão de reais, informou a Gafisa, que controlou a companhia neste período. Os compradores do controle da Alphaville foram as companhias de investimento Blackstone Real State e Pátria Investimentos.
TERRENOS MAIS CAROS E ESCASSOS
Os terrenos para o segmento de alta renda costumam ser de quatro a dez vezes mais caros do que os voltados para a média renda, enquanto os custos das obras tendem a ser no mínimo o dobro, de acordo com o vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP, Emílio Kallas.
Com a baixa disponibilidade de terrenos em áreas nobres, as empresas pagam mais caro pelas áreas, mas repassam os valores aos consumidores e ainda cobram a mais pelos lugares centrais.
"A gente precisa olhar 100 oportunidades (de terreno) para conseguir fazer um ou dois negócios", diz Citron, da Related. "Mas as pessoas querem morar nessas regiões que estão perto de tudo e elas pagam por isso", acrescentou.
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quarta-feira, 5 de junho de 2013
FHC constitui empresa de investimento imobiliário com ex-ministros
FHC no mercado O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, 81 anos, constituiu uma empresa de investimento imobiliário com seus ex-ministros Pedro Parente e Celso Lafer, o historiador Boris Fausto e mais seis sócios. A Sarlat Empreendimentos e Participações Ltda. foi criada em maio, com capital de R$ 1,9 milhão. FHC disse à coluna que aplicou R$ 222,3 mil na empresa porque o rendimento no mercado financeiro é baixo. "É difícil encontrar investimento em renda fixa que dê alguma coisa."
Foco O objetivo da sociedade, segundo FHC, é investir o dinheiro do grupo na construção de um único empreendimento imobiliário, que ainda será escolhido.
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2013/06/1289920-fhc-constitui-empresa-de-investimento-imobiliario-com-ex-ministros.shtml
Preço de imóveis sobe quase 5% no acumulado de 2013, mostra FipeZap
No mês de maio, preço do m² subiu 1% nas 16 cidades avaliadas.
Custo médio foi de R$ 6.748, valor que salta para R$ 9.160 no Rio.
Do G1, em São Paulo
Metro quadrado chegou a R$ 21.767 no Leblon,
zona sul do Rio.
O preço médio do metro quadrado dos apartamentos prontos em 16 municípios brasileiros subiu para R$ 6.748 em maio, o que representa alta de 1% na comparação com abril, conforme indica o Índice FipeZap Ampliado, divulgado nesta quarta-feira (5). Com isso, o preço anunciado acumula alta de 4,9% nos cinco primeiros meses de 2013.
A variação do último mês é ligeiramente menor que a registrada em abril, quando a alta foi de 1,1%.
As maiores altas foram registradas em Curitiba (3,3%) e no Recife (2,9%). No Rio de Janeiro, que já tem o metro quadrado mais caro do país (R$ 9.160), a variação de preços chegou a 1,2% em maio. Em São Paulo, a alta foi de 1%.
Das 16 cidades cujos preços são monitorados, apenas duas registraram queda nos preços no período: Florianópolis (-0,2%) e Belo Horizonte (-0,1%).
As mais caras
Depois do Rio, Brasília desponta com o segundo metro quadrado mais caro do país, ao custo médio de R$ 8.346. São Paulo ocupa o terceiro lugar, com o metro quadrado anunciado valendo, em média, R$ 7.192. Entre as cidades pesquisadas, o preço mais barato foi encontrado em Vila Velha (R$ 3.542).
Segundo o levantamento, no bairro do Leblon, no Rio, o preço do metro quadrado no mês de maio chegou a R$ 21.767. Na mesma cidade, a Pavuna tem o metro quadrado mais barato (R$ 1.967). Em São Paulo, o preço mais caro segue sendo o do bairro Vila Nova Conceição (R$ 12.703 o m²), com Guaianazes na “lanterna” de custos (R$ 3.163 o m²).
Índice composto
O Índice FipeZap Composto – que acompanha a evolução média do preço nas sete cidades que originalmente faziam parte do indicador e que tem série histórica maior – subiu 0,9% em maio, ante abril.
Ao longo de 2013, o indicador composto tem alta acumulada de 4,7%. No período de 12 meses, o FipeZap Composto registrou aumento de 11,9%, mesma taxa observada em abril, mas quase a metade do que havia sido medido em maio de 2012, quando o aumento foi de 19,9%.
Segundo o estudo, os últimos dados do Índice FipeZap Composto "parecem apontar para uma interrupção, ao menos momentânea, na desaceleração da alta dos preços”.
O Índice FipeZap foi desenvolvido e é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com o portal ZAP Imóveis. O indicador acompanha o preço médio do metro quadrado de apartamentos prontos em 16 municípios brasileiros com base em anúncios da internet. Os municípios abrangidos são: Rio de Janeiro, São Paulo, Niterói, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, São Caetano do Sul, Florianópolis, Porto Alegre, Santo André, Salvador, São Bernardo do Campo, Vitória, Curitiba e Vila Velha.
Fonte:http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/06/preco-de-imoveis-sobe-quase-5-no-acumulado-de-2013-mostra-fipezap.html
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Fundos se popularizam e atraem novos investidores
IstoÉ Dinheiro, Patricia Alves, 28/mai
Crescimento dos centros de compras atrai investidores de ações e de fundos imobiliários. Ainda há muito espaço para lucrar com eles
Shopping center é uma preferência nacional, e não apenas dos consumidores. Nos últimos dois anos, os investidores em ações e em títulos imobiliários também têm obtido bons resultados com o desempenho desse setor. Na média, os fundos imobiliários cujas cotas são negociadas em bolsa - e que, por isso mesmo, têm uma formação de preços mais transparente - renderam, em média, 14,5% nos 12 meses findos em abril. Uma segunda boa notícia é que ainda há muito espaço para crescimento. De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), as vendas dos shoppings devem chegar a R$ 135 bilhões neste ano, um avanço de 13% em relação a 2012. A expansão também será física.
Deverão ser inaugurados 41 novos empreendimentos, o que aumentará a área bruta locável em 12%, de 11,4 milhões para 12,8 milhões de metros quadrados. Segundo Sergio Belleza, consultor de investimentos de São Paulo, os shopping centers reúnem características que o investidor adora: a renda fixa dos ativos imobiliários, com uma pitada de renda variável proveniente do percentual cobrado sobre a receita de vendas. "Um shopping bem projetado e que recebe investimentos regularmente nunca se desvaloriza, pois é um empreendimento que sempre se renova", diz Belleza. Essa qualidade se reflete na rentabilidade dos fundos.
Tantas vantagens não passaram despercebidas ao economista paulista Marco Antonio Martignoni, 72 anos, entusiasta do segmento, há mais de uma década, quando comprou as primeiras cotas do fundo Shopping Pátio Higienópolis, que tem como ativo o shopping homônimo, na capital paulista, e rendeu 15,89% até abril. Atualmente, quatro das dez carteiras imobiliárias de Martignoni dedicam-se principalmente a esses empreendimentos. "Investi em conjuntos comerciais durante muito tempo e, quando saía um inquilino, eu ficava a ver navios, até conseguir um novo locatário para o espaço", afirma. Segundo Martignoni, com os shoppings é diferente. A quantidade de locatários é bem diversificada e numerosa, o que reduz a possibilidade de perdas com vacância.
Além disso, o retorno vem de outras fontes, como o aluguel e a participação nas vendas das lojas, e as receitas com estacionamento, cinema e praça de alimentação. Em 2013, entre os fundos mais rentáveis estão o que possui 100% do Grand Plaza Shopping, em Santo André, com uma rentabilidade de 16,31% nos 12 meses até abril, e o fundo que detém 15% do capital do Parque Dom Pedro Shopping Center, em Campinas, cujos investidores receberam 33,1%. Esse fôlego não dá sinais de acabar. Segundo levantamento da Abrasce, o setor passa por uma mudança radical no que diz respeito à localização dos shoppings. Pela primeira vez, as cidades de menor porte sediarão, até o fim de 2013, mais shopping centers que as capitais brasileiras.
"Essa migração está sendo provocada pela melhoria das condições econômicas e sociais da população brasileira, pelo aumento da demanda e pelo custo menor em relação a um shopping localizado em uma capital", diz Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce. O deslocamento geográfico preserva as margens de lucro, mesmo em tempos de juros mais baixos. Um bom exemplo é o Platinum Outlet, que está sendo construído às margens da rodovia BR-116, no município de Novo Hamburgo, com a proposta de ser o maior shopping de descontos de grandes marcas do Rio Grande do Sul, a ser inaugurado no segundo semestre de 2013. Voltado para consumidores de alta renda, o Platinum Shopping faz parte da carteira do CSHG Brasil Shopping, administrado pela Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), que acumula uma rentabilidade de 19,59% nos 12 meses até abril.
O lugar é estratégico porque está a meio caminho entre Porto Alegre e a região Serrana gaúcha - um tradicional polo de atração turístico, com cidades como Gramado, Canela e Bento Gonçalves. Além disso, por ser o único empreendimento do gênero, na região, a procura de lojas pelos varejistas é alta e a taxa de vacância deve ser baixa. "Embora o shopping esteja ainda em fase de construção, o investimento é parte da nossa estratégia de diversificação geográfica", afirma André Freitas, responsável pela gestão de fundos imobiliários da CSHG. Com mais sete empreendimentos na carteira, o CSHG Brasil Shopping foi um dos destaques de rentabilidade em 2012, com ganho de 49,24%, considerando o valor da cota e as distribuições de rendimentos.
Diferentemente da maioria dos fundos, que investe em um único empreendimento, o Brasil Shopping diversifica, além da localização, o público-alvo e as administradoras de seus empreendimentos. "Quando não se tem um ativo único, o risco é mitigado", afirma Freitas. Segundo ele, no entanto, independentemente da diversidade dos ativos, o investidor deve estar atento à qualidade. "A saúde financeira da administradora, a vacância, o nível de aluguel, o potencial de crescimento e a posição geográfica são itens que o investidor deve avaliar, com a ajuda de um especialista", diz Freitas.
Além disso, é importante ficar atento à garantia de rentabilidade prometida pelo fundo, principalmente nos primeiros anos do fundo. "É necessário avaliar se o retorno oferecido condiz com o ativo e com o seu potencial", afirma. "Não adianta um produto oferecer uma certa renda mensal e não conseguir cumprir esse compromisso após o prazo de garantia." Além dos fundos imobiliários, uma forma de o investidor pessoa física aproveitar o bom momento dos shopping centers é por meio das ações. Atualmente, oito empresas do segmento estão listadas na BM&FBovespa.
Para Marcel Tau Carneiro, analista setorial da Lafis Consultoria, os shoppings são um negócio de renda recorrente e atraem o investidor. "Neste início de ano, as ações das companhias do setor estão em queda, mas é um segmento de boas oportunidades", diz Carneiro. "A baixa reflete mais um movimento da bolsa do que um problema com os papéis." Para Beatriz Nantes, analista da Empiricus Research, com forte geração de caixa, essas empresas podem se tornar, no futuro, boas pagadoras de dividendos. "Neste momento, faz muito mais sentido, para elas, reinvestirem do que distribuírem, mas vai chegar uma fase em que a distribuição de lucros será bem maior", afirma Beatriz.
Vamos ao shopping?
IstoÉ Dinheiro, Patricia Alves, 28/mai
Crescimento dos centros de compras atrai investidores de ações e de fundos imobiliários. Ainda há muito espaço para lucrar com eles
Shopping center é uma preferência nacional, e não apenas dos consumidores. Nos últimos dois anos, os investidores em ações e em títulos imobiliários também têm obtido bons resultados com o desempenho desse setor. Na média, os fundos imobiliários cujas cotas são negociadas em bolsa - e que, por isso mesmo, têm uma formação de preços mais transparente - renderam, em média, 14,5% nos 12 meses findos em abril. Uma segunda boa notícia é que ainda há muito espaço para crescimento. De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), as vendas dos shoppings devem chegar a R$ 135 bilhões neste ano, um avanço de 13% em relação a 2012. A expansão também será física.
Deverão ser inaugurados 41 novos empreendimentos, o que aumentará a área bruta locável em 12%, de 11,4 milhões para 12,8 milhões de metros quadrados. Segundo Sergio Belleza, consultor de investimentos de São Paulo, os shopping centers reúnem características que o investidor adora: a renda fixa dos ativos imobiliários, com uma pitada de renda variável proveniente do percentual cobrado sobre a receita de vendas. "Um shopping bem projetado e que recebe investimentos regularmente nunca se desvaloriza, pois é um empreendimento que sempre se renova", diz Belleza. Essa qualidade se reflete na rentabilidade dos fundos.
Tantas vantagens não passaram despercebidas ao economista paulista Marco Antonio Martignoni, 72 anos, entusiasta do segmento, há mais de uma década, quando comprou as primeiras cotas do fundo Shopping Pátio Higienópolis, que tem como ativo o shopping homônimo, na capital paulista, e rendeu 15,89% até abril. Atualmente, quatro das dez carteiras imobiliárias de Martignoni dedicam-se principalmente a esses empreendimentos. "Investi em conjuntos comerciais durante muito tempo e, quando saía um inquilino, eu ficava a ver navios, até conseguir um novo locatário para o espaço", afirma. Segundo Martignoni, com os shoppings é diferente. A quantidade de locatários é bem diversificada e numerosa, o que reduz a possibilidade de perdas com vacância.
Além disso, o retorno vem de outras fontes, como o aluguel e a participação nas vendas das lojas, e as receitas com estacionamento, cinema e praça de alimentação. Em 2013, entre os fundos mais rentáveis estão o que possui 100% do Grand Plaza Shopping, em Santo André, com uma rentabilidade de 16,31% nos 12 meses até abril, e o fundo que detém 15% do capital do Parque Dom Pedro Shopping Center, em Campinas, cujos investidores receberam 33,1%. Esse fôlego não dá sinais de acabar. Segundo levantamento da Abrasce, o setor passa por uma mudança radical no que diz respeito à localização dos shoppings. Pela primeira vez, as cidades de menor porte sediarão, até o fim de 2013, mais shopping centers que as capitais brasileiras.
"Essa migração está sendo provocada pela melhoria das condições econômicas e sociais da população brasileira, pelo aumento da demanda e pelo custo menor em relação a um shopping localizado em uma capital", diz Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce. O deslocamento geográfico preserva as margens de lucro, mesmo em tempos de juros mais baixos. Um bom exemplo é o Platinum Outlet, que está sendo construído às margens da rodovia BR-116, no município de Novo Hamburgo, com a proposta de ser o maior shopping de descontos de grandes marcas do Rio Grande do Sul, a ser inaugurado no segundo semestre de 2013. Voltado para consumidores de alta renda, o Platinum Shopping faz parte da carteira do CSHG Brasil Shopping, administrado pela Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), que acumula uma rentabilidade de 19,59% nos 12 meses até abril.
O lugar é estratégico porque está a meio caminho entre Porto Alegre e a região Serrana gaúcha - um tradicional polo de atração turístico, com cidades como Gramado, Canela e Bento Gonçalves. Além disso, por ser o único empreendimento do gênero, na região, a procura de lojas pelos varejistas é alta e a taxa de vacância deve ser baixa. "Embora o shopping esteja ainda em fase de construção, o investimento é parte da nossa estratégia de diversificação geográfica", afirma André Freitas, responsável pela gestão de fundos imobiliários da CSHG. Com mais sete empreendimentos na carteira, o CSHG Brasil Shopping foi um dos destaques de rentabilidade em 2012, com ganho de 49,24%, considerando o valor da cota e as distribuições de rendimentos.
Diferentemente da maioria dos fundos, que investe em um único empreendimento, o Brasil Shopping diversifica, além da localização, o público-alvo e as administradoras de seus empreendimentos. "Quando não se tem um ativo único, o risco é mitigado", afirma Freitas. Segundo ele, no entanto, independentemente da diversidade dos ativos, o investidor deve estar atento à qualidade. "A saúde financeira da administradora, a vacância, o nível de aluguel, o potencial de crescimento e a posição geográfica são itens que o investidor deve avaliar, com a ajuda de um especialista", diz Freitas.
Além disso, é importante ficar atento à garantia de rentabilidade prometida pelo fundo, principalmente nos primeiros anos do fundo. "É necessário avaliar se o retorno oferecido condiz com o ativo e com o seu potencial", afirma. "Não adianta um produto oferecer uma certa renda mensal e não conseguir cumprir esse compromisso após o prazo de garantia." Além dos fundos imobiliários, uma forma de o investidor pessoa física aproveitar o bom momento dos shopping centers é por meio das ações. Atualmente, oito empresas do segmento estão listadas na BM&FBovespa.
Para Marcel Tau Carneiro, analista setorial da Lafis Consultoria, os shoppings são um negócio de renda recorrente e atraem o investidor. "Neste início de ano, as ações das companhias do setor estão em queda, mas é um segmento de boas oportunidades", diz Carneiro. "A baixa reflete mais um movimento da bolsa do que um problema com os papéis." Para Beatriz Nantes, analista da Empiricus Research, com forte geração de caixa, essas empresas podem se tornar, no futuro, boas pagadoras de dividendos. "Neste momento, faz muito mais sentido, para elas, reinvestirem do que distribuírem, mas vai chegar uma fase em que a distribuição de lucros será bem maior", afirma Beatriz.
Fonte:IstoÉ Dinheiro, Patricia Alves, 28/mai
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Mercado de imóveis novos encerra 1º trimestre com resultados positivos
mercado de imóveis novos residenciais em São Paulo apresentou resultados surpreendentes no mês de março de 2013, tanto em vendas quanto em lançamentos. De acordo com o departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, no terceiro mês do ano, foram comercializadas 4.087 unidades, um crescimento de 83,9% em relação aos 2.223 imóveis vendidos em março de 2012.
Os lançamentos, conforme dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), atingiram 2.845 unidades, com aumento equivalente a 80,35% em relação às 1.578 unidades de igual mês do ano passado.
Com esses resultados, o mercado imobiliário na cidade de São Paulo fechou o primeiro trimestre com 6.862 unidades vendidas e alta de 27,1%, comparado ao total comercializado entre janeiro e março de 2012 (5.400 imóveis).
Até março, as vendas movimentaram R$ 4,48 bilhões, atualizados pelo INCC-DI da Fundação Getúlio Vargas. O total representou variação positiva de 52,8% diante dos R$ 2,93 bilhões do mesmo período de 2012, motivado por maior volume de lançamentos e vendas de unidades de 4 dormitórios.
O indicador Vendas sobre Oferta (VSO) de 12 meses encerrou março em 59,9%, próximo ao índice do terceiro mês de 2012, de 60,1%.
De acordo com a Embraesp, o volume lançado entre janeiro a março (5.321 imóveis) foi 43,9% superior ao mesmo intervalo de meses de 2012 (3.697 unidades).
Já as vendas acumuladas no primeiro trimestre na Região Metropolitana de São Paulo somaram 11.496 unidades, com crescimento de 18,5% diante dos 9.703 imóveis residenciais apurados em igual período de 2012.
Por fim, a capital paulista participou com 59,7% do total vendido e com 67,0% do volume lançado na Grande São Paulo, de 7.938 imóveis no período de janeiro a março deste ano.
Link da matéria:http://www.jb.com.br/economia/noticias/2013/05/17/mercado-de-imoveis-novos-encerra-1o-trimestre-com-resultados-positivos/
sábado, 11 de maio de 2013
Foguete imobiliário
Brasil Econômico, Eliane Velloso, 08/mai
Em quatro anos, o registro de fundos na Comissão de Valores Mobiliários pulou de R$ 3,4 bilhões para R$ 14 bilhões. Agora o interesse pelo investimento se estabiliza, em movimento semelhante ao do mercado de imóveis.
O mercado imobiliário não para de se oferecer como uma opção de investimento mais seguro e rentável, lastreado na firmeza do cimento e do tijolo. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registra altas expressivas de ofertas de Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) de mais de 300%. Em 2009, o volume ofertado em 34 operações somou R$ 3,4 bilhões e no ano passado chegou a R$ 14 bilhões, com 49 ofertas.
Somente neste ano, a CVM já contabilizou 17 ofertas, no valor total de R$ 4,6 bilhões e analisa outras 20 operações de R$ 3,3 bilhões.Mas apesar de o volume de aplicações crescer tão fortemente, a liquidez ainda se mostra tímida e o volume de negócios em banho maria no mercado de índices da Bolsa de Valores. Além disso, o Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) da BM&F Bovespa, criado ano passado com uma
carteira de carteira composta por cotas de fundos imobiliários negociados na Bolsa, que em 2012 valorizou 35%, agora está patinando. Desde o início do ano até o último dia de abril o IFIX já caiu 1,5% e somente em abril caiu 1,9%.Segundo analistas do mercado, os principais fatores que fizeram o mercado imobiliário disparar nos últimos anos foram a redução da taxa básica de juros, a melhoria das taxas de
emprego, o aumento real da renda e a maior oferta de crédito imobiliário.Segunda o gestor da assessoria financeira Taler, Paulo Colaferro, o mercado imobiliário se mostrou como uma opção confortável e mais segura de investimento. Ele observa, no entanto, que os indicadores negativos de negociação dos fundos mostram um ajuste do mercado, que se verifica principalmente nos imóveis residenciais.A animação com o mercado, no entanto, não ,é verificada apenas no mercado de fundos. Segundo a ISEC Securitizadora, o aumento dos estoques de Certificados de Recebíveis Imobiliários , assim como o de demais produtos financeiros lastreados em imóveis, registram alta média de 25% nos últimos doze meses, segundo dados da CETIP. Neste segmento, as Letras de Crédito Imobiliário apresentaram crescimento de 28% no período, seguidas pelos Certificados de Recebíveis Imobiliários (25%) e pelas Cédulas de Crédito Imobiliário (22,2%).Esses três produtos costumam formar a carteira de Fundos de Investimento Imobiliário que vêm chamando a atenção, principalmente, de pessoas físicas avessas aos riscos da aplicação em Bolsa de Valores ou decepcionadas com o retorno de aplicações tradicionais como os Certificados de Depósito Bancário , que sofreram queda de 12,5%, informa a Cetip.Na avaliação de Nelson Campos, diretor da ISEC Securitizadora - que estrutura produtos financeiros lastreados em crédito imobiliário - o maior interesse por essa classe de ativos ocorre pela necessidade de diversificação dos investimentos. "Além disso, a rentabilidade de alguns títulos com lastro em recebíveis imobiliários é isenta do Imposto de Renda, na fonte e na declaração, para as pessoas físicas", acrescenta.Para pessoas físicas interessadas nesse produto, é importante checar algumas informações antes de aportar seu capital. Recomenda-se, por exemplo, verificar se a instituição financeira que oferece os ativos lastreados em imóveis é registrada na CVM e se tem como rotina alertar, de forma clara e didática, quais são as características do produto e os riscos envolvidos na operação.Todas as operações de securitização devem contar ainda com uma boa estrutura de garantias e instrumentos transparentes de transferência de ativos, para aumentar a segurança aos investidores. Para controlar o fluxo dos ativos negociados, as securitizadoras precisam manter excelente estrutura de controle de carteiras e de fluxo financeiro.
Link sobre a matéria:http://www.ademi.org.br/article.php3?id_article=53434&recalcul=oui
domingo, 28 de abril de 2013
Zonas leste e sul concentram lançamentos em São Paulo
Folha de São Paulo, 26/abr
Preço do metro quadrado de casa em condomínio é 35% menor em relação ao de um apartamento novo na cidade, segundo dados da Embraesp
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Não é preciso mudar-se para o interior para aliar segurança e o conforto de viver em uma casa.
Para atender esse público, o mercado imobiliário tem investido em condomínios horizontais, que reúnem um conjunto de casas com o mesmo padrão e estilo arquitetônico e em geral compartilham uma área comum. A maioria tem sistema próprio de segurança, com acesso restrito.
Essa é a principal vantagem dos condomínios em relação às casas de rua: a segurança. Mas não é a única. O preço também pesa a favor das casas, que podem ser até 35% mais baratas do que um apartamento novo na cidade.
Dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) mostram que, enquanto o preço médio de um lançamento vertical é de R$ 7.200 o metro quadrado (de área útil), em uma casa de condomínio esse valor médio cai para R$ 4.500 o metro quadrado.
Cerca de 80% dos lançamentos horizontais em São Paulo são de médio padrão, com dois quartos e 77 m². A maioria está na zona leste, onde ainda há terrenos", diz Luiz Paulo Pompeia, presidente da Embraesp. Os demais são de padrão elevado e estão na zona sul da capital.
LUXO SÓ
Esse segmento está aquecido. Apenas em janeiro e fevereiro deste ano, 50 condomínios horizontais, com 505 casas, foram lançados na capital. Em 2012, foram 748 casas em 74 empreendimentos.
Desde 2007, segundo Pompeia, o lançamento mais luxuoso vendeu unidades de 998 m² por R$ 6,1 milhões (ao lado do parque Ibirapuera, na zona sul) e o mais barato ofereceu um imóvel de 46 m² por R$ 51 mil em Guarulhos, na Grande São Paulo.
A advogada Cristina Hees, 45, está comprando uma dessas casas recém-lançadas em um condomínio fechado no bairro Chácara Flora, na zona sul.
Segundo ela, a sensação é de total segurança. "É bastante protegido", diz Hees, que não conhece todos os vizinhos, mas aprova a integração: "Quando um viaja, é o vizinho que cuida da casa do outro. Às vezes, um vai à padaria e traz pão para todos".
CONSTRUÇÃO
Ela passou uma temporada no México com a família e, na volta, buscou apartamentos em São Paulo. "Achei tudo caríssimo." Foi quando encontrou a casa de 540 m² em que mora hoje.
Elaine da Cruz, professora da pós-graduação em negócios imobiliários da Faculdade de Administração da USP (Universidade de São Paulo), explica que o metro quadrado de uma casa é mais barato em razão do processo de construção.
Para fazer um prédio de oito andares, é preciso enterrar alguns milhares de reais no solo, e ninguém vê. Além disso, muitas das casas em São Paulo são geminadas."
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Mercado imobiliário encolhe em 2012, aponta estudo
Para representantes do setor, mercado de imóveis passa por momento de ajuste, após anos de forte crescimento
Um levantamento divulgado nesta quarta-feira pela empresa Lopes aponta que o mercado nacional de lançamentos imobiliários alcançou 80 bilhões de reais em 2012. O valor geral de venda (VGV) dos imóveis foi 7% menor que o registrado no ano anterior. De acordo com o estudo, o número de lançamentos comerciais também foi menor: a queda foi de 15% no período.
A pesquisa detalhou por perfil e região uma parcela de 86% do valor dos imóveis lançados no país em 2012. Empreendimentos da Região Metropolitana de São Paulo e do Rio de Janeiro responderam por quase metade dos lançamentos, com 28 bilhões de reais e 11 bilhões de reais, respectivamente.
Em terceiro lugar no ranking das capitais com maior valor de venda está Belo Horizonte. A cidade mineira subiu três posições na comparação com o estudo de 2011, com um VGV de 3,9 bilhões de reais. Belo Horizonte é também o mercado que detém o maior número de lançamento de hotéis. No ano passado, foram nove empreendimentos do tipo na cidade, ante cinco em São Paulo e seis no Rio.
Na opinião da diretora geral de atendimento da Lopes, Mirella Parpinelle, a desaceleração verificada no ano passado deverá continuar em 2013. O motivo, para ela, é que nos últimos anos houve uma aceleração muito forte dos lançamentos comerciais e agora o setor passa por um momento de adaptação.
A pesquisa da Lopes também identificou uma tendência de procura por espaços de pequeno porte. Em 2012, 68% dos lançamentos eram de até 69 metros quadrados. "Vemos o crescimento de estúdios e apartamentos que não são para famílias grandes, mas com serviços para solteiros e casais", disse Caio Augusto Pereira, gerente de inteligência de mercado da empresa.
Momento de ajuste — Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a quantidade de imóveis financiados caiu em 2012: foram cedidos recursos para a compra de 453 mil empreendimentos, número 8% menor que o registrado em 2011. Outra pesquisa, realizada pelo Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi-SP), apontou que, de janeiro a novembro do ano passado, o lançamento de novos imóveis caiu 23% na cidade de São Paulo. Assim como a diretora da Lopes, o Secovi atribui a queda ao momento de ajuste que passa o setor. "Esse movimento foi o que chamamos de 'freio de arrumação', ou seja, uma parada técnica para redimensionar a capacidade de operação", afirmou em nota o sindicato.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Construtoras têm prejuízo e estoque de imóveis sobe em 2012
Construção vê queda de vendas e lançamentos e alta de estoques no ano.
Levantamento feito pela Austin Rating compilou balanços de 12 empresas.
Simone CunhaDo G1, em São Paulo
Com redução no número de lançamentos, de unidades vendidas e aumento dos estoques de imóveis ao longo de 2012, o setor de construção teve um ano difícil, segundo levantamento feito pela Austin Rating a pedido do G1, com base nos resultados divulgados por 12 construtoras listadas na Bolsa.
Resultado das 12 construtoras no ano passado, em R$ bilhões
2012
Variação em relação a 2011
Prejuízo do Período
1,4
- 176%
VGV Lançado
30,6
13,2%
Número de Unidades Lançada
95,5
-42,3%
Vendas Contratadas
26,2
27,4%
Número de Unidades Vendidas
108,6
23,4%
Estoque, em valor
14,3
42,6%
Estoque, em unidades
9,3
112,9%
A redução do número de vendas e a elevação do estoque apontam que houve desaceleração do mercado, segundo o analista da Austin Rating Felipe Queiroz. “Como setor, o desempenho das construtoras foi negativo em 2012. As construtoras tiveram um nível aquém do esperado. O faturamento total recuou 30%, o resultado financeiro teve queda forte e o setor deixou de apresentar lucro para apresentar resultado negativo”, diz.
O número de unidades lançadas caiu 42,3% em 2012 em relação a 2011: foram 95,5 mil. Segundo Queiroz, a forte desaceleração tem impacto direto no desempenho do setor. As vendas do conjunto de empresas também caíram mais de 20% em volume e em unidades. As vendas contratadas caíram 27,4%, para R$ 26,2 milhões. O número de unidades vendidas caiu 23,4%, para 108,6 mil.
As vendas recuaram numa proporção menor do que as unidades lançadas, mas mesmo assim as empresas não conseguiram desovar o estoque, que acabou aumentando. O estoque dobrou em unidades, de 4,4 mil para 9,3 mil unidades, uma alta de 112,9%. Em valor, o estoque aumentou 42,6%, de R$ 10 bilhões para R$ 14,3 bilhões.
O desempenho negativo, segundo Queiroz, está atrelado principalmente ao menor ritmo do crescimento do volume de crédito e ao aumento dos preços dos imóveis. Um dos indicadores de que os preços subiram é o VGV (Valor Geral de Vendas) dos lançamentos, que subiu 13,2%, de R$ 17 bilhões para R$ 30,6 bilhões. “Isso significa que ou estão criando imóveis com valor agregado maior ou há valorização do metro quadrado, alta no preço”, aponta Queiroz.
No conjunto, esse grupo de construtoras reverteu o lucro obido em 2011, de R$ 1,87 bilhão, para um prejuízo de R$ 1,42 bilhão em 2012.
Para Queiroz, os números do conjunto de empresas mostram que o boom no setor imobiliário vem desacelerando, apesar do número de unidades vendidas ainda ser considerável, acima de 108 mil.
Fonte: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/construtoras-tem-prejuizo-e-estoque-de-imoveis-sobe-43-em-2012.html
Simone CunhaDo G1, em São Paulo
Com redução no número de lançamentos, de unidades vendidas e aumento dos estoques de imóveis ao longo de 2012, o setor de construção teve um ano difícil, segundo levantamento feito pela Austin Rating a pedido do G1, com base nos resultados divulgados por 12 construtoras listadas na Bolsa.
Resultado das 12 construtoras no ano passado, em R$ bilhões
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Variação em relação a 2011
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Prejuízo do Período
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1,4
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VGV Lançado
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30,6
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13,2%
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Número de Unidades Lançada
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-42,3%
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Vendas Contratadas
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26,2
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27,4%
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Número de Unidades Vendidas
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108,6
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23,4%
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Estoque, em valor
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14,3
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42,6%
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Estoque, em unidades
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9,3
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112,9%
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A redução do número de vendas e a elevação do estoque apontam que houve desaceleração do mercado, segundo o analista da Austin Rating Felipe Queiroz. “Como setor, o desempenho das construtoras foi negativo em 2012. As construtoras tiveram um nível aquém do esperado. O faturamento total recuou 30%, o resultado financeiro teve queda forte e o setor deixou de apresentar lucro para apresentar resultado negativo”, diz.
O número de unidades lançadas caiu 42,3% em 2012 em relação a 2011: foram 95,5 mil. Segundo Queiroz, a forte desaceleração tem impacto direto no desempenho do setor. As vendas do conjunto de empresas também caíram mais de 20% em volume e em unidades. As vendas contratadas caíram 27,4%, para R$ 26,2 milhões. O número de unidades vendidas caiu 23,4%, para 108,6 mil.
As vendas recuaram numa proporção menor do que as unidades lançadas, mas mesmo assim as empresas não conseguiram desovar o estoque, que acabou aumentando. O estoque dobrou em unidades, de 4,4 mil para 9,3 mil unidades, uma alta de 112,9%. Em valor, o estoque aumentou 42,6%, de R$ 10 bilhões para R$ 14,3 bilhões.
O desempenho negativo, segundo Queiroz, está atrelado principalmente ao menor ritmo do crescimento do volume de crédito e ao aumento dos preços dos imóveis. Um dos indicadores de que os preços subiram é o VGV (Valor Geral de Vendas) dos lançamentos, que subiu 13,2%, de R$ 17 bilhões para R$ 30,6 bilhões. “Isso significa que ou estão criando imóveis com valor agregado maior ou há valorização do metro quadrado, alta no preço”, aponta Queiroz.
No conjunto, esse grupo de construtoras reverteu o lucro obido em 2011, de R$ 1,87 bilhão, para um prejuízo de R$ 1,42 bilhão em 2012.
Para Queiroz, os números do conjunto de empresas mostram que o boom no setor imobiliário vem desacelerando, apesar do número de unidades vendidas ainda ser considerável, acima de 108 mil.
Fonte: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/construtoras-tem-prejuizo-e-estoque-de-imoveis-sobe-43-em-2012.html
Fonte: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/construtoras-tem-prejuizo-e-estoque-de-imoveis-sobe-43-em-2012.html
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