domingo, 18 de dezembro de 2011

Aquisição de imóvel usado exige cuidados

O sonho da casa própria pode virar pesadelo se o futuro morador não ficar atento a vários detalhes antes de fechar negócio. Especialistas listam alguns dos itens que devem ser observados, um deles a localização. Independente de o imóvel ser ou não usado, é preciso se atentar à oferta de serviços que o bairro oferece. “Tem de ver se o bairro possui boa infraestrutura, se tem farmácia, bancos, padaria e outros serviços”, recomenda a assistente de direção do Procon-SP, Edila Moquedace.

A localização tem papel ainda mais importante quando o comprador pretende morar em casa térrea, em razão da segurança. “Precisa observar se nas redondezas há terrenos baldios e a iluminação do bairro é adequada”, avalia Moquedace. “A quantidade de estabelecimentos comerciais na região também é outro importante indicativo”, completa.
As opções de transporte também devem ser levadas em conta, conforme lembra o economista-chefe do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), Celso Petrucci. “O futuro proprietário deve conhecer o local profundamente, principalmente porque cada um tem uma necessidade de mobilidade. Às vezes é importante para a pessoa morar perto de uma estação de metrô ou trem”, afirma.

Petrucci diz que vale a pena pensar no potencial de valorização do imóvel. “É preciso ficar atento a fatores que podem valorizar ou desvalorizar a residência. Uma dica é escolher imóveis em locais onde são feitas transformações positivas”, diz o economista. A recomendação é ter olhar clínico e se atentar aos detalhes do imóvel usado. Quanto mais antiga a casa, segundo os especialistas, maiores os riscos de apresentar problemas de estrutura, como rachaduras e mofo. “Tem de tomar muito cuidado com as condições do imóvel, observar a presença de infiltrações, procurar saber a situação da rede elétrica e outros itens”, defende a supervisora institucional da Proteste, Polyanna Silva.

Abrir uma torneira ou dar uma descarga podem revelar se há indícios de vazamento no banheiro, por exemplo. Na opinião da especialista, a ajuda de um técnico pode ser útil. “É importante fazer uma vistoria nesta parte mais técnica. Caso a pessoa tenha dificuldade em identificar possíveis problemas, pode contratar gente especializada para auxiliar”, opina Silva.

O economista-chefe do Secovi concorda que é preciso ficar atento à estrutura do imóvel, antes de fechar negócio. “Quando se compra um imóvel novo, normalmente é possível ter acesso ao manual descritivo, o que dá uma ideia de como será instalada, por exemplo, a parte hidráulica, o que já não ocorre nos casos de imóveis usados”, explica.
Celso Petrucci minimiza, no entanto, a importância da ajuda de especialista para analisar a estrutura da residência. “Não tem como o técnico descobrir qual a situação da rede elétrica. Só se ele quebrar a parede”, adianta. Petrucci recomenda conversar com vizinhos ou com o zelador para colher o máximo de informações possíveis sobre o imóvel.

Documentação precisa estar em ordem

Ao se decidir pela aquisição do imóvel, o comprador deve saber em detalhes a situação legal da residência. Deve solicitar ao vendedor certidão vintenária com negativa de ônus e alienação atualizada. O documento serve para descobrir se o imóvel está hipotecado ou se faz parte de alguma herança.

A certidão é emitida no Cartório de Registro de Imóveis e revela a situação do imóvel nos últimos 20 anos. Outro documento importante é a certidão negativa de débito, que é emitida pela Prefeitura e mostra se há pendências referentes ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

A supervisora institucional da Proteste, Polyanna Carlos Silva ressalta que, apesar de burocrático, o trabalho é importante. “Tem que fazer todo levantamento, mesmo que seja trabalhoso. O comprador pode também procurar o Tribunal de Justiça para verificar se há processo em andamento. Se tiver alguma ação judicial pode ter problema”, explica. O Procon recomenda ainda verificar se o imóvel está atrelado a financiamento e se a área do terreno foi declarada como utilidade pública, o que abre a possibilidade de serem feitas desapropriações.

Antes de assinar o contrato, é preciso analisar o texto em detalhes. “Deve-se ler o contrato e riscar as partes em branco. Certificar-se de que tudo o que o vendedor falou está lá, como valor do sinal antecipado e penalidade no caso de atraso de pagamento. É preciso assinar todas as páginas e na presença de testemunha”, recomenda a assessora técnica do Procon-SP, Edila Moquedace. Hoje existem no mercado profissionais que cuidam de toda a documentação.

Fonte:Diário do Grande ABC

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