segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

IGP-M tem nova alta e encarece o aluguel

O Globo, Karina Lignelli, 26/fev


Índice usado como indexador de contratos sobe 1% e acumula variação de 11,3% em 12 meses

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) deu um novo salto. Usado como indexador de vários tipos de contratos, como os de aluguel, o indicador registrou alta de 1% em fevereiro - em janeiro, ficou em 0,79%. De acordo com dados divulgados ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o IGP-M já acumula uma variação de 11,3% em 12 meses.

O Índice de Preços do Atacado (IPA), que representa 60% do IGP-M, subiu de 0,76% para 1,20%. O destaque nesse segmento ficou por conta do grupo de produtos agropecuários (commodities), cujos preços estão 19,08% mais altos que em junho de 2008, período pré-crise global.

- As quebras de safras provocaram falta de produtos no mundo todo, e a demanda está alta - explicou o coordenador de análises econômicas do Ibre/FGV, Salomão Quadros.

No Índice de Preços no Consumidor (IPC), a variação foi de 0,67%, depois de subir 1,08% em janeiro. Dos sete grupos de despesas que compõem o indicador, cinco registraram baixas, com destaque para alimentação, que vinha em trajetória positiva e recuou de 1,47% para 0,24%. Entre as altas, destaque para a habitação, que subiu 0,22% para 0,51%. Por último, o INCC (que mede os custos na construção civil e representa 10% do total do IGP-M), registrou taxa de 0,39% em fevereiro, contra 0,37% de janeiro.

Segundo Quadros, ainda é cedo para fazer previsões sobre o fim das altas.

- Novos aumentos das commodities são esperados, mas não na amplitude de 2010. A diminuição da inflação deverá acontecer, mas num ritmo que exige paciência.

Ruim para quem aluga, bom para quem compra

A divulgação do índice não é boa notícia para quem aluga um imóvel. Mas, segundo o vice-presidente do Secovi-Rio (sindicato da habitação), Leonardo Schneider, a compra de unidades para locação se tornou um ótimo negócio, bem mais rentável do que investir em ações ou fundos de renda fixa.

- Quem pretende alugar vai ter que negociar e administrar essa alta dos preços da melhor forma possível - afirmou.

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