Brasil Econômico, Crystie Cantero (Especial Crédito Imobiliário), 25/mai
O mercado imobiliário não para de crescer. Por ano, milhões de famílias procuram realizar o sonho da casa própria, muitas delas formadas por jovens que participam ativamente da economia brasileira. Com o aumento da demanda, o crédito imobiliário vinculado à caderneta de poupança, até então a principal fonte de financiamento imobiliário do país, tende a acabar. Enquanto o crédito imobiliário cresce a uma taxa de 35% ao ano, a poupança fica na casa dos 22%. De acordo com a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), esses recursos devem se esgotar já em 2013. Além disso, com a expansão do mercado, analistas do setor estimam que o crédito imobiliário passe de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 10%.
Frente a esse cenário, é preciso buscar alternativas para financiar o setor imobiliário via mercado de capitais, por meio de instrumentos como os Certificados de Recebíveis Imobiliários ( CRIs), papéis de renda fixa emitidos pelas empresas securitizadoras a partir do empacotamento das Cédulas de Crédito Imobiliário (CCIs) emitidas pelas construtoras com base nos contratos de financiamento de imóveis.
Só durante o ano passado, foram emitidos R$ 7,3 bilhões em CRIs. Este ano, a previsão é de outros R$ 10 bilhões. Gustavo Dezouzart Teixeira Pinto, sócio-gerente da Oliveira Trust, afirma que as operações de CRI têm fomentado o mercado por conta do boom econômico e imobiliário do país. "As operações residenciais estão muito fortes e isso consegue fazer com que o mercado gire", ressalta o especialista.
Há duas semanas, a Caixa Econômica Federal anunciou a oferta de CRIs para investidores não qualificados. São pessoas físicas e aplicadores de menor porte. "Antes, para comprar um certificado recebível, era preciso ter R$ 300 mil disponíveis. ACEF agora tem CRIs de R$ 10 mil, que podem ser negociados no mercado, pagando uma remuneração maior que o CDI. E as pessoas físicas começam a se acostumar com esse papel", comenta Fabio Nogueira, diretor da Brazilian Finance Real Estate, empresa que emitiu R$ 3,7 bilhões de CRIs em 2010. Mais de 1.600 investidores estão testando esse modelo de aplicação.
Nogueira acredita que o Brasil está pronto no que se refere à securitização. Segundo ele, agora é uma questão de crescer em volume e escala. "Ouço especialistas do mercado dizendo que tem de criar produtos, mas já temos Letra Hipotecária, CCIs, CRIs, isso dá conta do mercado. O inovador já está disponível, é completamente desnecessário criar novos papéis.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
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