sábado, 5 de novembro de 2011

Preço dos imóveis tende à estabilidade, diz construtora

Incorporadora Yuny afirma que vendas já não estão tão aquecidas como em 2010 e que há menor pressão de especuladores sobre os preços

Infinity Tower: prédio da Yuny na região da Faria Lima está quase totalmente pré-locado

São Paulo – Os preços do mercado imobiliário subiram rapidamente nos últimos anos, mas agora tendem a permanecer em um patamar de estabilidade, segundo Estácio Sá, diretor financeiro da incorporadora Yuny, focada no público de alta renda e na região da avenida Faria Lima, principal centro financeiro de São Paulo.

Ele explicou que os principais indicadores de vendas têm apontado desaceleração na velocidade de comercialização nos últimos meses, o que indica que os compradores estão mais seletivos. O aumento dos juros no começo deste ano também foi um balde de água fria para quem especulava com a alta dos preços dos imóveis.

Ainda que inferior à de 2010, a velocidade de vendas tem sido alta em relação à média histórica. Dois terços de todos os lançamentos feitos em São Paulo neste ano já estão com mais de 60% das unidades vendidas. “Em termos de viabilidade econômica, o que uma incorporadora geralmente precisa é vender 50% do estoque em até 12 meses após o lançamento. Isso está acontecendo. O que já não há mais são aqueles empreendimentos que eram completamente vendidos em um final de semana, como no ano passado.”

Nesse novo cenário, a continuidade do aumento dos preços de imóveis como nos últimos anos já não seria mais factível. “Os preços subiram forte porque os custos das incorporadoras aumentaram e porque os valores de mercado ficaram vários anos represados antes da segunda metade da década passada. Mas não vejo mais isso.”

No segmento residencial, uma das preocupações do mercado está relacionada à fonte de financiamento para que os bancos continuem a ampliar o crédito imobiliário – algo que tem influência direta no preço dos imóveis. Os recursos da caderneta de poupança, que são a principal fonte de financiamento dos bancos para empréstimos imobiliários, devem terminar em 2012, segundo especialistas.

Estácio Sá, da Yuny, afirma, no entanto, que o problema não é generalizado. É verdade que o Santander já está mais conservador do que no passado no crédito imobiliário porque chegou próximo ao limite de utilização dos recursos da poupança. Outro banco que cresceu muito e agora pisou um pouco no freio foi o Itaú.

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