Valor Econômico, Chiara Quintão, 14/nov
A PDG Realty, maior incorporadora do país, tornou-se geradora de caixa operacional no terceiro trimestre. No período, o fluxo de caixa ficou positivo em R$ 164,5 milhões, ante o consumo de caixa de R$ 495 milhões no terceiro trimestre de 2010 e de R$ 520 milhões no segundo trimestre de 2011. A mudança foi possível graças ao menor ritmo de crescimento da companhia e ao aumento do volume de unidades entregues. "No acumulado de 2011, teremos fluxo de caixa negativo, mas no ano de 2012, o indicador será positivo", diz o presidente da companhia, Zeca Grabowsky.
Até um empreendimento ficar pronto, os clientes da PDG pagam, em geral, apenas 20% do preço da unidade adquirida. Após a entrega das chaves, a dívida dos clientes é repassada aos bancos, e os cerca de 80% restantes do pagamento de cada unidade entram no caixa da companhia. Os recursos que estão ingressando em decorrência dos repasses se referem, principalmente, a imóveis lançados pela PDG em 2008 e 2009 e a lançamentos da Agre (incorporada pela companhia em meados de 2010) de 2007 e 2008. A PDG estima entregar ao redor de 34 mil unidades em 2011 e 38 mil em 2012. Em 2010, foram 20,093 mil unidades.
A PDG tem meta de lançar de R$ 9 bilhões a R$ 11 bilhões em 2012, o que vai significar ficar em linha com o ponto mínimo do 'guidance' para 2011, ou crescer até 22%. Conforme Grabowsky, não há sinais de retração de demanda, mas não se sabe quais serão os efeitos da crise internacional no Brasil, o que explica a maior cautela para a meta do ano que vem. Neste ano, os lançamentos devem ficar mais próximos do ponto mínimo da projeção de R$ 9 bilhões a R$ 10 bilhões, ou seja, crescer 30% ante 2010. Sem considerar a participação de Agre, a PDG mais que dobrou o Valor Global de Vendas (VGV) lançado no ano passado.
A desaceleração do ritmo de crescimento representa menos despesas com compra de terrenos e lançamentos. A estimativa da companhia é que, em valores revisados, seu banco de terrenos corresponda ao VGV de R$ 30 bilhões, o que possibilita lançar projetos por três anos. O lançamento de parte mais antiga desse estoque de áreas permitirá projetos com margens melhores. Para 2012, a PDG estima margem bruta entre 30% e 32%, ante o patamar de 28% a 30% esperado para 2011. No terceiro trimestre, a margem bruta foi de 30,4%, ante 28,5% no mesmo intervalo de 2010.
A companhia obteve lucro líquido de R$ 257,494 milhões no trimestre, valor 2% acima do obtido no mesmo período do ano passado. Na comparação dos dois intervalos, a receita líquida da companhia aumentou 19%, para R$ 1,840 bilhão. O crescimento do lucro ficou bem abaixo da expansão da receita devido a margens menores de obras mais antigas que ainda são contabilizadas no balanço da companhia. No segundo semestre de 2012, esses projetos com margens inferiores devem deixar de ter impacto na rentabilidade da PDG.
O lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) subiu 16%, para R$ 481,2 milhões. A margem Ebitda foi de 26,1%, em linha com os 26,7% do terceiro trimestre de 2010.
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