quinta-feira, 12 de maio de 2011

Imóvel de três dormitórios tem a maior alta no ano

Gisele Tamamar

Quem pretende comprar um apartamento de três dormitórios na cidade de São Paulo deve preparar o bolso. Esse tipo de imóvel apresentou a maior valorização no período de janeiro a abril entre as unidades pesquisadas, segundo o índice calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o portal de ofertas Zap. O aumento médio foi de 9,3% enquanto a média geral do mercado ficou em 8,4%.

A elevação é maior até que a dos imóveis com um ou dois quartos, tradicionalmente os mais valorizados, que subiram 8,2% e 8,7%, respectivamente.

Para a diretora comercial da Lello Imóveis, Roseli Hernandes, esse cenário de alta pode ser reflexo do comportamento dos proprietários dos imóveis, que acabam elevando o preço pedido para vender melhor com base na valorização dos lançamentos e dos apartamentos de um e dois dormitórios. “O proprietário observa as altas dos outros imóveis e fala: ‘eu também quero ganhar’”, afirma.

Para o coordenador do índice, Eduardo Zylberstajn, os números mostram que os preços dos imóveis continuam subindo, mas ainda é cedo para apontar uma tendência de maior valorização entre os imóveis com três dormitórios. “A demanda ainda é forte, o desemprego continua baixo e o financiamento facilitado.

Essas situações contribuem para que o mercado permaneça aquecido”, destaca.

Prova disso é que na última pesquisa divulgada, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP) apontou uma alta de 35,77% nas vendas de casas e apartamentos usados em fevereiro em comparação com janeiro.

Em relação aos imóveis novos, a comercialização cresceu 125,2% em fevereiro ante o mês anterior. As unidades com dois quartos continuaram na liderança de vendas com representatividade de 41,6% do total.

Já o nicho de três dormitórios aparece em seguida com 32,3% das vendas.

Na análise por bairros, o índice FipeZap mostra que em 19 das 50 localidades pesquisadas (38% dos casos), as valorizações foram maiores para apartamentos com três dormitórios.

O destaque é para o aumento registrado no bairro Ibirapuera, na zona sul da capital. Enquanto o imóvel de dois dormitórios subiu 13,5%, o de três subiu 20,8% liderando o ranking das maiores valorizações.

Segundo a diretora da Lello Imóveis, essa região sempre foi bem procurada, principalmente os imóveis com vista para o parque.

A segunda maior valorização ocorreu na região dos Jardins, zona oeste, com 18,8%. “É uma região nobre, bem localizada com comércio, escolas e lazer. É um lugar considerado chique para morar”, aponta Hernandes.

Na sequência aparece o bairro Itaim Bibi, na zona sul, com aumento de 17,4%. Na opinião de Hernandes, um dos pontos que influenciam essa valorização é a opção “morar perto do trabalho”. A área concentra um grande número de escritórios, o que atrai profissionais interessados em morar na região para fugir do trânsito e ganhar qualidade de vida.

Diante da valorização constatada no preço dos imóveis e o valor envolvido na negociação, a dica dos especialistas é ter cautela na hora de fechar negócio e pesquisar bastante.

A diretora da Lello observa que o índice FipeZap é calculado com base no preço pedido pelos proprietários e que o preço fechado pode ser menor. Por isso, a dica é sempre negociar o valor do imóvel.

“É difícil fechar a venda pelo preço inicial. Sempre tem uma negociação”, afirma Hernandes.

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