Os domicílios próprios continuam sendo a maioria no Estado. Segundo a pesquisa do ano passado, 78,77% das famílias moram em residências próprias.
[ i ] Crescimento mercado de aluguel é resultado do vertiginoso aumento do número de pessoas que vieram morar em Manaus. Foto: Danilo Mello Manaus - De acordo com dados do Censo de 2010, o número de famílias que passou a morar de aluguel no Amazonas cresceu 139%, desde a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000. Há dez anos, o volume de residências alugadas não passava de 9% do total de domicílios do Estado e no ano passado, a taxa subiu para 14,66%.
“Podemos ver que a porcentagem de pessoas que mora em casa própria não teve grande mudança, mas se considerarmos os números absolutos de quem passou a alugar, o crescimento foi enorme”, observa o Supervisor de Disseminação de Informações do IBGE do Amazonas, Adjalma Nogueira Jaques.
Os domicílios próprios continuam sendo a maioria no Estado. Segundo a pesquisa do ano passado, 78,77% das famílias moram em residências próprias. Em números absolutos, a quantidade de casas compradas por moradores cresceu 32% desde o último censo, mas em representatividade, este número caiu quase 5 pontos percentuais. Em 2000, os domicílios próprios representavam 83,43%.
Uma das explicações para o grande número de residências alugadas pode estar no novo perfil populacional do Amazonas. Nos últimos dez anos, Manaus foi o município brasileiro com mais de um milhão de habitantes que mais cresceu, com uma taxa de 2,51% ao ano, passando de nona para sétima cidade mais populosa do Brasil, de acordo com o último Censo. O Produto Interno Bruto do Estado (PIB),que mede a riqueza gerada, também cresceu e já é o quarto maior do País, acumulando, só nos últimos dois anos, crescimento de 13,8%.
“Nos últimos dez anos Manaus se tornou um polo de desenvolvimento econômico e quando acontece isso as pessoas tendem a migrar em busca de melhores condições de vida. Esse desenvolvimento demandou mão de obra que foi absorvida e passou a residir na cidade”, avalia Adjalma Jaques.
Para o vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Amazonas (Creci/AM), Ricardo Benzecry, o crescimento de aluguéis deve-se à migração de trabalhadores. Segundo o empresário, 95% dos clientes de locação atendidos por sua empresa são de outros Estados.
“Este crescimento nos aluguéis é notadamente de uma população que está em trânsito. Esses trabalhadores vêm para ficar dois anos, em média, então preferem locar, a comprar. Tanto que hoje as condições de venda são quase iguais a de um aluguel, mesmo assim existe uma demanda muito grande de locação por conta desta população que esta experimentando a região”. Segundo Benzecry, só depois deste período é que parte dos trabalhadores que permanece no Estado passa a avaliar a compra de um imóvel.
De acordo com o vice-presidente do Creci/AM, investir na compra de um imóvel para locação é uma das aplicações mais rentáveis no momento, mas o avanço deste mercado ainda esbarra na pesada carga tributária que recai sobre o proprietário do imóvel. “Por incrível que pareça o maior inimigo do mercado é o governo, pois se não fosse a tributação tão pesada para ao investidor ele estaria muito mais abastecido e os preços mais baratos. O dono do imóvel chega a pagar 27% em impostos por mês sobre um imóvel alugado”, conta.
O Censo de 2010 do IBGE aponta ainda que 6,07% da população do Amazonas vive em casas cedidas ou emprestadas e que 0,5% habitam domicílios em outras situações, o que inclui casas invadidas ou sem proprietário reconhecido.
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