são paulo - Dos investidores estrangeiros que estão de olho no mercado imobiliário brasileiro, seja de empresas ou de fundos de investimento, os ingleses, os europeus e os chineses parecem demonstrar maior apetite nos grandes centros do País. Para unir projetos e oportunidades a esses investidores, a Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico (Adit) realizará, em maio, a sexta edição da feira Adit Invest, com que espera movimentar R$ 2,3 bilhões.
"O número é 30% maior ante os negócios realizados em 2010, e deve-se principalmente ao bom momento do mercado imobiliário brasileiro, que está sendo reconhecido mundialmente", afirmou Luiz Henrique Lessa, presidente da Adit. Para ele, é notável o crescimento de demanda dos investidores. "Temos grandes oportunidades em termos de espaço no Brasil", disse ele.
Além de atrair aportes na área residencial, as grandes obras voltadas à área de infraestrutura nos setores de aviação, transporte e saneamento básico contribuirão para que os investidores estrangeiros continuem a ver o Brasil com bons olhos.
De acordo com Lorena Gomes Leite, especialista em investimentos imobiliários e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), esse interesse decorre de circunstâncias como a crise internacional que desvalorizou imóveis em alguns países, mas se refletiu em atratividade nos emergentes, pelo franco crescimento. "E o Brasil tem trabalhado com políticas de promoção e atração de investidores internacionais", lembra ela.
Uma das provas da tendência de que o olhar estrangeiro realmente está nos imóveis nacionais vem dos portugueses do grupo Avistar, que se associaram à construtora nacional Teto Planejamento para erguer um prédio de 110 apartamentos para a classe C. Outro exemplo do interesse externo no País está no fundo de investimento inglês Charlemagne Capital, que junto à alagoana Record Engenharia anunciou a construção de um edifício de 312 unidades no nordeste. Já a britânica RG Salamanca foi além: fechou com a Ecocil, empresa de capital nacional instalada no Rio Grande do Norte, 14 prédios para a classe média, em que prevê mais 25 mil unidades para o "Minha Casa, Minha Vida".
Fonte DCI de 30/4/11
sábado, 30 de abril de 2011
Novo conceito dribla falta de espaço
Valor Econômico, Daniela D'Ambrosio, 29/abr
Com esgotamento na Faria Lima, o "mix used" garante bons ganhos às incorporadoras
Já há quem chame o quadrilátero das principais avenidas que cruzam a região da Faria Lima e da Vila Olímpia de Manhattan brasileira. Exageros à parte, o fato é que, ao menos pelos preços e sofisticação dos projetos, a região não deixa nada a desejar. O esgotamento do potencial construtivo dos prédios comerciais de grande porte fez com que as incorporadoras importassem o conceito "mix used" - sucesso imobiliário em Nova York, Londres, Tóquio e Dubai. São projetos que reúnem residenciais e pequenas salas comerciais no mesmo endereço ou, até mesmo, na mesma torre.
Assinados por arquitetos, decoradores e paisagistas cobiçados, os novos empreendimentos vendem localização e diferenciais de projeto. "Preço aqui é um mero detalhe", diz Branca Cesaroni, coordenadora da Lopes, no estande de vendas do Horizonte.
Não exatamente "detalhes tão pequenos", como cantaria o rei Roberto Carlos - sócio de 50% do empreendimento com a sua Emoções Incorporadora. O preço é mantido em sigilo absoluto, até porque os incorporadores - Emoções, Toledo Ferrari e AAM - estão esperando o termômetro do pré-lançamento para definir o valor. Há, no mercado, quem aposte em algo como R$ 17 mil a R$ 20 mil o metro quadrado. A maioria dos apartamentos têm entre 54 m2 e 82 m2, mas há lofts e coberturas, com metragens maiores. O prédio chama a atenção pelo tamanho: 40 andares.
A chegada breve de vizinhos nobres - leia-se prédios comerciais de grande porte - levam para a região um contingente de executivos extremamente bem remunerados, que ganham a opção de trabalhar a pé. Há vários arranha-céus corporativos em construção na região, endereço de renomados bancos de investimentos e sede de grandes corporações nacionais e multinacionais.
Profissionais com bônus suficiente para gastar R$ 2 milhões em um loft de pouco mais de 100 m2. Os novos - e nobres- endereços comerciais da região, o shoppings Vila Olímpia e o Iguatemi JK, que dever ser inaugurado no fim do ano, terminam de compor o luxuoso cenário da região. Até o Parque do Povo e a ciclovia são vendidos como diferenciais da região.
A algumas quadras dali, outro empreendimento vai chamar a atenção quando estiver concluído. É o da Stan, empresa que tem como sócios João Alves de Queiroz Filho - o Júnior, dono da Hypermarcas - e os antigos sócios do banco Banamex. Com valor geral de vendas de R$ 250 milhões, vai lançar um residencial com apartamentos de 30 m2 a 100 m2, com vários formatos; e salas comerciais a partir de 50 m2, que podem chegar a quase 1 mil m2 para quem quiser comprar um andar inteiro.
Embora esteja um pouco "mais adiante", alguns quarteirões depois da Juscelino, o objetivo da Stan é usar o endereço Faria Lima para vender bem o projeto. Além das salas comerciais e do residencial, há ainda uma torre corporativa, que não foi à venda e já está sendo construída. "Não existe um projeto único, integrando essas três possibilidades na Faria Lima", diz Leila Jacy, diretora de incorporação da Stan. "Nem haverá porque não há mais permissão para se construir naquela região", diz.
Em um terreno de 12 mil m2 - que levou quase três anos para ser formado e envolveu a compra de 46 casas - os três prédios serão dispostos em formato de "U" e um bulevar central, com praça e um restaurante ainda não escolhido. A empresa tambem não informa valores, mas, segundo fontes do setor, o residencial deve ficar na faixa de R$ 12 mil a R$ 13 mil o metro quadrado e o comercial entre R$ 15 mil e R$ 16 mil m2.
A Gafisa foi a primeira a testar o conceito. Em uma rua paralela ao quarteirão mais nobre da Faria Lima, lançou, em novembro de 2009, um edifício - em fase de construção. Restam duas unidades residenciais a serem vendidas, com valor de R$ 16 mil o m2. No lançamento, o valor médio era de R$ 13 mil, o que na época foi considerado um valor bastante elevado e acabou servindo como um novo patamar para a região. Cerca de 35% das vendas foi para investidores e o restante para proprietários que utilizarão os imóveis.
Carlos Eduardo Toledo, da Toledo Ferrari, acredita que o público investidor seja maioria no empreendimento Horizonte. "Há muitas empresas que procuram endereços nobres e espaços menores", aposta. Também acredita que, como 75% dos apartamentos têm metragens menores (de até 82 m2), atraia investidores. "O tíquete médio é relativamente baixo para a região", diz.
Toledo comprou o terreno, que estava alugado para uma concessionária, de uma família - que vendeu parte em dinheiro e ficou com algumas unidades - há três anos. Comprou as Cepac's (título do governo que permitem construir na região) no último leilão dos papéis, quando estava cotado a R$ 4 mil. "Pra essa conta fechar, precisam caprichar no preço", diz fonte. Para garantir o sucesso do empreendimento - afinal são 346 unidades - gastaram R$ 10 milhões, entre estande, apartamentos decorados e material de mídia.
Com esgotamento na Faria Lima, o "mix used" garante bons ganhos às incorporadoras
Já há quem chame o quadrilátero das principais avenidas que cruzam a região da Faria Lima e da Vila Olímpia de Manhattan brasileira. Exageros à parte, o fato é que, ao menos pelos preços e sofisticação dos projetos, a região não deixa nada a desejar. O esgotamento do potencial construtivo dos prédios comerciais de grande porte fez com que as incorporadoras importassem o conceito "mix used" - sucesso imobiliário em Nova York, Londres, Tóquio e Dubai. São projetos que reúnem residenciais e pequenas salas comerciais no mesmo endereço ou, até mesmo, na mesma torre.
Assinados por arquitetos, decoradores e paisagistas cobiçados, os novos empreendimentos vendem localização e diferenciais de projeto. "Preço aqui é um mero detalhe", diz Branca Cesaroni, coordenadora da Lopes, no estande de vendas do Horizonte.
Não exatamente "detalhes tão pequenos", como cantaria o rei Roberto Carlos - sócio de 50% do empreendimento com a sua Emoções Incorporadora. O preço é mantido em sigilo absoluto, até porque os incorporadores - Emoções, Toledo Ferrari e AAM - estão esperando o termômetro do pré-lançamento para definir o valor. Há, no mercado, quem aposte em algo como R$ 17 mil a R$ 20 mil o metro quadrado. A maioria dos apartamentos têm entre 54 m2 e 82 m2, mas há lofts e coberturas, com metragens maiores. O prédio chama a atenção pelo tamanho: 40 andares.
A chegada breve de vizinhos nobres - leia-se prédios comerciais de grande porte - levam para a região um contingente de executivos extremamente bem remunerados, que ganham a opção de trabalhar a pé. Há vários arranha-céus corporativos em construção na região, endereço de renomados bancos de investimentos e sede de grandes corporações nacionais e multinacionais.
Profissionais com bônus suficiente para gastar R$ 2 milhões em um loft de pouco mais de 100 m2. Os novos - e nobres- endereços comerciais da região, o shoppings Vila Olímpia e o Iguatemi JK, que dever ser inaugurado no fim do ano, terminam de compor o luxuoso cenário da região. Até o Parque do Povo e a ciclovia são vendidos como diferenciais da região.
A algumas quadras dali, outro empreendimento vai chamar a atenção quando estiver concluído. É o da Stan, empresa que tem como sócios João Alves de Queiroz Filho - o Júnior, dono da Hypermarcas - e os antigos sócios do banco Banamex. Com valor geral de vendas de R$ 250 milhões, vai lançar um residencial com apartamentos de 30 m2 a 100 m2, com vários formatos; e salas comerciais a partir de 50 m2, que podem chegar a quase 1 mil m2 para quem quiser comprar um andar inteiro.
Embora esteja um pouco "mais adiante", alguns quarteirões depois da Juscelino, o objetivo da Stan é usar o endereço Faria Lima para vender bem o projeto. Além das salas comerciais e do residencial, há ainda uma torre corporativa, que não foi à venda e já está sendo construída. "Não existe um projeto único, integrando essas três possibilidades na Faria Lima", diz Leila Jacy, diretora de incorporação da Stan. "Nem haverá porque não há mais permissão para se construir naquela região", diz.
Em um terreno de 12 mil m2 - que levou quase três anos para ser formado e envolveu a compra de 46 casas - os três prédios serão dispostos em formato de "U" e um bulevar central, com praça e um restaurante ainda não escolhido. A empresa tambem não informa valores, mas, segundo fontes do setor, o residencial deve ficar na faixa de R$ 12 mil a R$ 13 mil o metro quadrado e o comercial entre R$ 15 mil e R$ 16 mil m2.
A Gafisa foi a primeira a testar o conceito. Em uma rua paralela ao quarteirão mais nobre da Faria Lima, lançou, em novembro de 2009, um edifício - em fase de construção. Restam duas unidades residenciais a serem vendidas, com valor de R$ 16 mil o m2. No lançamento, o valor médio era de R$ 13 mil, o que na época foi considerado um valor bastante elevado e acabou servindo como um novo patamar para a região. Cerca de 35% das vendas foi para investidores e o restante para proprietários que utilizarão os imóveis.
Carlos Eduardo Toledo, da Toledo Ferrari, acredita que o público investidor seja maioria no empreendimento Horizonte. "Há muitas empresas que procuram endereços nobres e espaços menores", aposta. Também acredita que, como 75% dos apartamentos têm metragens menores (de até 82 m2), atraia investidores. "O tíquete médio é relativamente baixo para a região", diz.
Toledo comprou o terreno, que estava alugado para uma concessionária, de uma família - que vendeu parte em dinheiro e ficou com algumas unidades - há três anos. Comprou as Cepac's (título do governo que permitem construir na região) no último leilão dos papéis, quando estava cotado a R$ 4 mil. "Pra essa conta fechar, precisam caprichar no preço", diz fonte. Para garantir o sucesso do empreendimento - afinal são 346 unidades - gastaram R$ 10 milhões, entre estande, apartamentos decorados e material de mídia.
Emoções, de Roberto Carlos, vai focar em imóveis de alto padrão
Valor Econômico, 29/abr
De fora, o azul predominante do estande montado na Juscelino Kubitschek chama atenção. Dentro, a cor preferida do cantor Roberto Carlos continua predominando o cenário. Abre-se a primeira porta, a segunda e eis que surge uma maquete de mais de cinco metros. Um prédio predominantemente azul.
Três apartamentos luxuosamente decorados pela arquiteta de ambientes Patricia Anastasiadis, são quase uma experiência sensorial. A decoração moderna e os móveis e objetos cuidadosamente dispostos se fundem com um agradável aroma e a música "Além do Horizonte" ao fundo. Nas várias TVs de plasma dispostas nos decorados, shows do Rei.
O Horizonte é o primeiro empreendimento da Emoções Incorporadora, sociedade entre o cantor Roberto Carlos, seu empresário Dody Sirena e Ubirajara Guimarães, amigo do cantor há mais de 30 anos. Nesse projeto, a Emoções tem 50% e a Toledo Ferrari e a AAM Incorporadora, outros 50%.
A ideia de criar a Emoções surgiu há dois anos, mas a empresa foi constituída no fim do ano passado. Investidor tradicional do ramo imobiliário, o cantor resolveu entrar oficialmente no ramo para investir no segmento de alto padrão. "Roberto Carlos diz que, se não fosse cantor, seria arquiteto, ele não está no dia a dia, mas está bastante envolvido no negócio", disse Jaime Sirena, irmão de Dody e responsável pela empresa, em entrevista recente ao Valor. "Ele participou ativamente do projeto."
Segundo Sirena, a intenção é fazer investimentos diretos da ordem de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos. A empresa, segundo o executivo, está olhando outras oportunidades em bairros nobres de São Paulo e municípios próximos. Deve fazer mais um lançamento ainda este ano.
Roberto Carlos ainda não foi usado como garoto-propaganda - pelo menos não diretamente - mas deve fazer um "pocket- show" para um seleto grupo de interessados no dia do lançamento, previsto para o fim de maio ou início de junho.
De fora, o azul predominante do estande montado na Juscelino Kubitschek chama atenção. Dentro, a cor preferida do cantor Roberto Carlos continua predominando o cenário. Abre-se a primeira porta, a segunda e eis que surge uma maquete de mais de cinco metros. Um prédio predominantemente azul.
Três apartamentos luxuosamente decorados pela arquiteta de ambientes Patricia Anastasiadis, são quase uma experiência sensorial. A decoração moderna e os móveis e objetos cuidadosamente dispostos se fundem com um agradável aroma e a música "Além do Horizonte" ao fundo. Nas várias TVs de plasma dispostas nos decorados, shows do Rei.
O Horizonte é o primeiro empreendimento da Emoções Incorporadora, sociedade entre o cantor Roberto Carlos, seu empresário Dody Sirena e Ubirajara Guimarães, amigo do cantor há mais de 30 anos. Nesse projeto, a Emoções tem 50% e a Toledo Ferrari e a AAM Incorporadora, outros 50%.
A ideia de criar a Emoções surgiu há dois anos, mas a empresa foi constituída no fim do ano passado. Investidor tradicional do ramo imobiliário, o cantor resolveu entrar oficialmente no ramo para investir no segmento de alto padrão. "Roberto Carlos diz que, se não fosse cantor, seria arquiteto, ele não está no dia a dia, mas está bastante envolvido no negócio", disse Jaime Sirena, irmão de Dody e responsável pela empresa, em entrevista recente ao Valor. "Ele participou ativamente do projeto."
Segundo Sirena, a intenção é fazer investimentos diretos da ordem de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos. A empresa, segundo o executivo, está olhando outras oportunidades em bairros nobres de São Paulo e municípios próximos. Deve fazer mais um lançamento ainda este ano.
Roberto Carlos ainda não foi usado como garoto-propaganda - pelo menos não diretamente - mas deve fazer um "pocket- show" para um seleto grupo de interessados no dia do lançamento, previsto para o fim de maio ou início de junho.
Investidores estrangeiros apostam no Brasil
DCI, Paula Cristina, 29/abr
O megainvestidor do setor imobiliário Sam Zell, dono da Equity International, já disse que o Brasil seria sua escolha se tivesse de fazer uma única aposta nos próximos anos. Seguindo os passos de Zell, investidores estrangeiros têm dirigido um novo olhar para a construção civil brasileira. Ingleses, portugueses e espanhóis passaram a considerar mais atentamente a possibilidade de investir em prédios residenciais e comerciais nos grandes centros do País como um bom destino para o seu dinheiro. Para unir projetos e oportunidades a esses investidores, a Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico (Adit), que nasceu há seis anos promovendo investimentos imobiliários no nordeste, realiza em maio a sexta edição da feira Adit Invest, que agora abrange território nacional e espera movimentar R$ 2,3 bilhões nos três dias de evento.
"Esse número representa um crescimento de 30% ante os negócios realizados em 2010, e deve-se principalmente ao bom momento do mercado imobiliário brasileiro, que está sendo reconhecido mundialmente", afirmou Luiz Henrique Lessa, presidente da Adit.
Para o executivo, os investidores estrangeiros estão prontos para entrar no território nacional e o Brasil está se preparando para recebê-los. "Notamos um crescimento notável de demanda entre os investidores estrangeiros, muito porque o Brasil agora possui uma política e economia estável e está em destaque, mas também porque temos uma classe média que consome muito em termos de espaço", disse.
Para Henrique Lessa, as principais oportunidades de negócios estão principalmente, em centros de logística e distribuição, shoppings e moradia para baixa renda. "Com o bom desempenho econômico do Brasil, vê-se cada vez mais necessidade de novas moradias e galpões para logística e distribuição", afirmou.
Europa e China
Para o presidente do Sinduscon-Rio, Roberto Kauffmann, o interesse por investimento vem principalmente dos europeus e dos chineses que atuam na Venezuela e querem se instalar no Brasil. Ele conta que há cerca de três meses recebeu do Consulado da China uma sondagem em nome de dez empresários, a metade dos quais estava de olho no segmento habitacional econômico. Entre as empresas que fizeram negócios no Brasil em 2010 está o fundo de investimento inglês Charlemagne Capital, que negociou, junto da alagoana Record Engenharia, a construção de um edifício de 312 unidades. Já a britânica RG Salamanca foi além, e fechou com a Ecocil, do Rio Grande do Norte, 14 prédios para a classe média, num total de 1.311 unidades. E já estão nos planos da dupla 25 mil unidades para o "Minha Casa, Minha Vida". Os portugueses do grupo Avistar se associaram à construtora Teto Planejamento para erguer um prédio de 110 apartamento para classe C. Mesmo com todo o otimismo dos investidores, o presidente da Adit destaca apenas um gargalo
para a atração de mais investidores internacionais: a dificuldade de conseguir linhas de crédito. Para Lessa, ainda há muito que caminhar na conversa entre governo federal, bancos e investidores para que se encontre um denominador comum. "Já estamos sendo ouvidos, e isso é um bom sinal. Mas ainda é necessário que sejam criadas facilidades dentro dos bancos para motivar o investidor estrangeiro", diz o presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário.
No mundo
O crescimento dos investimentos estrangeiros não é tendência só no mercado brasileiro. Uma recente pesquisa da Jones Lang LaSalle na área de Global Capital Markets, aponta o volume global de investimento imobiliário estrangeiro cerca de 60% maior em 2010, ante 2009, com cerca de 40% (US$ 130 bilhões) de todo o investimento direto em imobiliário no mundo. O número é equivalente ao de 2006, quando houve um boom imobiliário mundial. No continente americano, os investimentos duplicaram de 2009 a 2010, pulando de US$ 14 bilhões para US$ 31 bilhões.
Para Lorena Gomes Leite, especialista em investimentos imobiliários e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) o aumento possui dois grandes prismas. "Muitos investidores europeus encontraram uma oportunidade nos EUA, devido a desvalorização dos imóveis lá. Investir em um prédio comercial em Manhattan e gastar US$ 40 milhões tornou-se altamente atrativo. Além disso, o Brasil também foi de suma importância para este número, já que o País tem trabalhado com políticas de promoção e atração de investidores internacionais", explica.
Otimismo
Outro importante termômetro do setor é a pesquisa global trimestral realizada pela Colliers International, em que grande parte dos mercados imobiliários mundiais está em alta. O estudo aponta que o Brasil, inclusive, paira como um dos mercados imobiliários emergentes mais atrativos para investidores estrangeiros, ao lado de países como Polônia e Ucrânia. "Hoje, ser um País emergente com estabilidade econômica é extremamente positivo", afirmou Lessa, que continuou: "Parece batido afirmar isso, mas a classe média é de suma importância para este resultado. A classe C nunca viajou tanto, nunca comprou tanto imóvel como com o programa do Governo Federal 'Minha Casa, Minha Vida'". De acordo com a pesquisa, 60% dos entrevistados demonstraram interesse em ampliar sua carteira imobiliária nos próximos 12 meses. "A maioria dos entrevistados demonstrou otimismo no mercado imobiliário global", observa Ricardo Betancourt, presidente da Colliers no Brasil.
Dentre os investidores que pretendem ampliar sua carteira, 70% o fariam em seu próprio país e 30% afirmaram que considerariam ir além de seu mercado doméstico. Na pesquisa anterior, feita no primeiro trimestre deste ano, 20% dos entrevistados demonstraram interesse em investir fora dos seus mercados. Os locais mais mencionados para investimentos estrangeiros foram Nova York, Chicago, São Francisco, Washington, Londres, Sydney, Cingapura e Hong Kong.
O megainvestidor do setor imobiliário Sam Zell, dono da Equity International, já disse que o Brasil seria sua escolha se tivesse de fazer uma única aposta nos próximos anos. Seguindo os passos de Zell, investidores estrangeiros têm dirigido um novo olhar para a construção civil brasileira. Ingleses, portugueses e espanhóis passaram a considerar mais atentamente a possibilidade de investir em prédios residenciais e comerciais nos grandes centros do País como um bom destino para o seu dinheiro. Para unir projetos e oportunidades a esses investidores, a Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico (Adit), que nasceu há seis anos promovendo investimentos imobiliários no nordeste, realiza em maio a sexta edição da feira Adit Invest, que agora abrange território nacional e espera movimentar R$ 2,3 bilhões nos três dias de evento.
"Esse número representa um crescimento de 30% ante os negócios realizados em 2010, e deve-se principalmente ao bom momento do mercado imobiliário brasileiro, que está sendo reconhecido mundialmente", afirmou Luiz Henrique Lessa, presidente da Adit.
Para o executivo, os investidores estrangeiros estão prontos para entrar no território nacional e o Brasil está se preparando para recebê-los. "Notamos um crescimento notável de demanda entre os investidores estrangeiros, muito porque o Brasil agora possui uma política e economia estável e está em destaque, mas também porque temos uma classe média que consome muito em termos de espaço", disse.
Para Henrique Lessa, as principais oportunidades de negócios estão principalmente, em centros de logística e distribuição, shoppings e moradia para baixa renda. "Com o bom desempenho econômico do Brasil, vê-se cada vez mais necessidade de novas moradias e galpões para logística e distribuição", afirmou.
Europa e China
Para o presidente do Sinduscon-Rio, Roberto Kauffmann, o interesse por investimento vem principalmente dos europeus e dos chineses que atuam na Venezuela e querem se instalar no Brasil. Ele conta que há cerca de três meses recebeu do Consulado da China uma sondagem em nome de dez empresários, a metade dos quais estava de olho no segmento habitacional econômico. Entre as empresas que fizeram negócios no Brasil em 2010 está o fundo de investimento inglês Charlemagne Capital, que negociou, junto da alagoana Record Engenharia, a construção de um edifício de 312 unidades. Já a britânica RG Salamanca foi além, e fechou com a Ecocil, do Rio Grande do Norte, 14 prédios para a classe média, num total de 1.311 unidades. E já estão nos planos da dupla 25 mil unidades para o "Minha Casa, Minha Vida". Os portugueses do grupo Avistar se associaram à construtora Teto Planejamento para erguer um prédio de 110 apartamento para classe C. Mesmo com todo o otimismo dos investidores, o presidente da Adit destaca apenas um gargalo
para a atração de mais investidores internacionais: a dificuldade de conseguir linhas de crédito. Para Lessa, ainda há muito que caminhar na conversa entre governo federal, bancos e investidores para que se encontre um denominador comum. "Já estamos sendo ouvidos, e isso é um bom sinal. Mas ainda é necessário que sejam criadas facilidades dentro dos bancos para motivar o investidor estrangeiro", diz o presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário.
No mundo
O crescimento dos investimentos estrangeiros não é tendência só no mercado brasileiro. Uma recente pesquisa da Jones Lang LaSalle na área de Global Capital Markets, aponta o volume global de investimento imobiliário estrangeiro cerca de 60% maior em 2010, ante 2009, com cerca de 40% (US$ 130 bilhões) de todo o investimento direto em imobiliário no mundo. O número é equivalente ao de 2006, quando houve um boom imobiliário mundial. No continente americano, os investimentos duplicaram de 2009 a 2010, pulando de US$ 14 bilhões para US$ 31 bilhões.
Para Lorena Gomes Leite, especialista em investimentos imobiliários e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) o aumento possui dois grandes prismas. "Muitos investidores europeus encontraram uma oportunidade nos EUA, devido a desvalorização dos imóveis lá. Investir em um prédio comercial em Manhattan e gastar US$ 40 milhões tornou-se altamente atrativo. Além disso, o Brasil também foi de suma importância para este número, já que o País tem trabalhado com políticas de promoção e atração de investidores internacionais", explica.
Otimismo
Outro importante termômetro do setor é a pesquisa global trimestral realizada pela Colliers International, em que grande parte dos mercados imobiliários mundiais está em alta. O estudo aponta que o Brasil, inclusive, paira como um dos mercados imobiliários emergentes mais atrativos para investidores estrangeiros, ao lado de países como Polônia e Ucrânia. "Hoje, ser um País emergente com estabilidade econômica é extremamente positivo", afirmou Lessa, que continuou: "Parece batido afirmar isso, mas a classe média é de suma importância para este resultado. A classe C nunca viajou tanto, nunca comprou tanto imóvel como com o programa do Governo Federal 'Minha Casa, Minha Vida'". De acordo com a pesquisa, 60% dos entrevistados demonstraram interesse em ampliar sua carteira imobiliária nos próximos 12 meses. "A maioria dos entrevistados demonstrou otimismo no mercado imobiliário global", observa Ricardo Betancourt, presidente da Colliers no Brasil.
Dentre os investidores que pretendem ampliar sua carteira, 70% o fariam em seu próprio país e 30% afirmaram que considerariam ir além de seu mercado doméstico. Na pesquisa anterior, feita no primeiro trimestre deste ano, 20% dos entrevistados demonstraram interesse em investir fora dos seus mercados. Os locais mais mencionados para investimentos estrangeiros foram Nova York, Chicago, São Francisco, Washington, Londres, Sydney, Cingapura e Hong Kong.
MUITO MEDO
29/4/2011
O medo é o ácido da alma, mas o amor e a confiança são seus mais doces perfumes. Henry Ward Beecher
M uitos dos nossos medos têm a sua utilidade, e podem inclusive ser essenciais. Contudo outros não o são, de modo algum. Ainda assim, não importa quão realístico ou irrealístico seu medo possa ser. Na verdade, é sempre bom saber o que é realmente o medo, e onde está a sua origem.
Por que desperdiçar a sua energia evitando o medo, quando você pode usar a sua energia saudável para confrontá-lo? Ouça: você não está sozinho. Deus está com suas mãos estendidas, pronto a alcançá-lo neste momento de temor e insegurança.
Tudo que você precisa fazer é depositar sua total confiança naquele que tem todas as coisas sob controle. Evite, portanto, esconder-se atrás das suas reações negativas. Poupe a si mesmo de muitas angústias. Se existe algo no dia de hoje que lhe está causando um grande e pesado temor, fale com o Pai, e liberte-se para uma vida de corajosa e determinada confiança.
Nélio DaSilva
Para Meditação:
O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida, a quem temerei? O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida, a quem temerei? Salmos 27:1-3
O medo é o ácido da alma, mas o amor e a confiança são seus mais doces perfumes. Henry Ward Beecher
M uitos dos nossos medos têm a sua utilidade, e podem inclusive ser essenciais. Contudo outros não o são, de modo algum. Ainda assim, não importa quão realístico ou irrealístico seu medo possa ser. Na verdade, é sempre bom saber o que é realmente o medo, e onde está a sua origem.
Por que desperdiçar a sua energia evitando o medo, quando você pode usar a sua energia saudável para confrontá-lo? Ouça: você não está sozinho. Deus está com suas mãos estendidas, pronto a alcançá-lo neste momento de temor e insegurança.
Tudo que você precisa fazer é depositar sua total confiança naquele que tem todas as coisas sob controle. Evite, portanto, esconder-se atrás das suas reações negativas. Poupe a si mesmo de muitas angústias. Se existe algo no dia de hoje que lhe está causando um grande e pesado temor, fale com o Pai, e liberte-se para uma vida de corajosa e determinada confiança.
Nélio DaSilva
Para Meditação:
O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida, a quem temerei? O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida, a quem temerei? Salmos 27:1-3
Fundos imobiliários seguem em alta
O Globo, Especial Imóveis Comerciais, 28/abr
Valorização de imóveis e isenção do IR tornam aplicação cada vez mais atrativa. Rentabilidade média alcançou 32,86% em 2010
Com a alta dos imóveis, valorizam os investimentos associados a eles, diz o sócio da Aria Capital, Bruno Nahon. Em 2010, os fundos imobiliários tiveram uma rentabilidade média de 32,86%, ou seja, 483% a mais que os ganhos da poupança (6,81%) e 337% que os do CDI (9,75%), referência usada pelos fundos de renda fixa e pelo mercado com um todo. O melhor desempenho, de acordo com o especialista, registrou um retorno de 44,97% - um fundo imobiliário multiuso (escritórios para locação e hotéis). "Neste caso, o resultado apurado com a exploração do empreendimento é distribuído mensalmente aos cotistas. O valor da cota reflete não somente o resultado dos aluguéis - escritórios e quartos de hotel -, mas também a valorização do imóvel como um todo", explica.
Os fundos de investimento imobiliário surgiram em 1993, mas só em 2005, com a isenção de Imposto de Renda, o volume de operações com esses ativos aumentou. Atualmente, de acordo com Nahon, são mais de 80 fundos, com patrimônio total em torno de R$ 9 bilhões. "Somente em 2010, foram emitidas cotas de novos fundos que somaram R$ 4 bilhões." Do total, 50 fundos possuem negociação de cotas no mercado secundário (ambiente de bolsa ou balcão organizado da BM&FBovespa) e movimentaram R$ 377 milhões em 2010, ante R$ 229 milhões em 2009. "Apesar de relativamente incipiente, o mercado secundário de cotas de fundos de investimento imobiliário vem crescendo ano após ano", destaca o sócio da Aria Capital.
Pequeno investidor
Os bons ventos do mercado sopram nas vendas e também na locação. Os ganhos mensais com aluguel variam, em média, entre 0,5% e 0,6% sobre o valor total nominal do imóvel, diz o diretor da Lopes Consultoria Rio, Luigi Martins. "Em alguns casos, podem chegar a 0,8%, o que é excelente/' No Américas Corporate, prédio onde está a própria Lopes Consultoria, na Avenida das Américas, ele conta que a rentabilidade é de 1%. "Atualmente, tenho o metro quadrado locado por R$ 110,00. E posso vendê-lo a R$ 12 mil, R$ 13 mil."
Além do profissional liberal que aplica na compra de um escritório na Barra, pequenos investidores buscam imóveis comerciais como alternativa de poupança. "Um imóvel valoriza, seguramente, da ordem de 30% ao ano", estima o presidente da imobiliária Ra- tri móvel, Rubem Vasconcelos. Com um desembolso inicial de R$ 160 mil, por exemplo, ele diz que é possível comprar salas com 27 metros quadrados na Barra. "Ficou muito fácil adquirir um imóvel. A pessoa paga 25% na obra e 75% na entrega. Isso incrementou muito os negócios com unidades comerciais."
Do total de compradores de imóveis empresariais, o vice-presidente da RJZ Cyrela, Rogério Jonas Zylbersztajn, calcula que 54,3% são investidores. Nos residenciais, esse índice, até março, era de 22,2%, que procuram, em média, apartamentos de 80 metros quadrados.
Essa recuperação vem amparada não só na neces¬sidade do comprador final, mas marca, na avaliação do diretor-superintendente da imobiliária Basimóvel, Mário Amorim, a entrada no setor do pequeno investidor. "Esse poupador descobre um mercado de boa rentabilidade e liquidez, alternativo ao mercado financeiro, que oferece alto risco ou aplicações de perfil conservador, de retorno mais baixo. O poupador individual é quem compra uma ou várias salas. Além, claro, dos grandes investidores, muitas vezes baseados em fundos internacionais, que também aumentam seus aportes nas construções."
Nos imóveis empresariais, Amorim estima que 60% das unidades são vendidas para poupadores, com fins de complemento de renda ou previdência.
Como funciona
Os fundos de investimento imobiliário são fundos fechados, ou seja, que não admitem resgates de cotas. O retorno previsto para os aplicadores se dá por meio da distribuição (em geral mensal) dos resultados dos investimentos/portfólio da carteira ou da dissolução do fundo a partir da venda de seus ativos. Os recursos captados podem ser destinados tanto a projetos imobiliários, como à aquisição de imóveis prontos, além de títulos e valores mobiliários lastreados em ativos imobiliários. A classificação dos fundos pode ser feita pelo tipo de imóvel investido (hospedagem, hospitalar, industrial, varejo, escritórios, etc.), ou por finalidade do investimento. Nesse caso, os de renda regular são aqueles com ganhos obtidos de aluguéis dos imóveis investidos ou pelo pagamento das parcelas dos títulos de crédito adquiridos pelo fundo, como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Já os fundos de ganho de capital operam pela valorização das contas através da valorização dos bens imobiliários adquiridos pelo fundo. Os fundos imobiliários de investimentos gerais, por sua vez, resultam do conjunto de aluguéis, juros, dividendos e ganhos de capital na compra e venda de ativos. Finalmente, os de securitização são os fundos que viabilizaram uma operação de securitização pré-definida, como um build-to-suit ou um sale and lease-back.
Dentre os fundos mais rentáveis de 2010, estão presentes os variados tipos de imóveis, como shoppings, hospitais, hotéis e edifícios comerciais. A maioria pode ser enquadrada como fundo de renda fixa.
Valorização de imóveis e isenção do IR tornam aplicação cada vez mais atrativa. Rentabilidade média alcançou 32,86% em 2010
Com a alta dos imóveis, valorizam os investimentos associados a eles, diz o sócio da Aria Capital, Bruno Nahon. Em 2010, os fundos imobiliários tiveram uma rentabilidade média de 32,86%, ou seja, 483% a mais que os ganhos da poupança (6,81%) e 337% que os do CDI (9,75%), referência usada pelos fundos de renda fixa e pelo mercado com um todo. O melhor desempenho, de acordo com o especialista, registrou um retorno de 44,97% - um fundo imobiliário multiuso (escritórios para locação e hotéis). "Neste caso, o resultado apurado com a exploração do empreendimento é distribuído mensalmente aos cotistas. O valor da cota reflete não somente o resultado dos aluguéis - escritórios e quartos de hotel -, mas também a valorização do imóvel como um todo", explica.
Os fundos de investimento imobiliário surgiram em 1993, mas só em 2005, com a isenção de Imposto de Renda, o volume de operações com esses ativos aumentou. Atualmente, de acordo com Nahon, são mais de 80 fundos, com patrimônio total em torno de R$ 9 bilhões. "Somente em 2010, foram emitidas cotas de novos fundos que somaram R$ 4 bilhões." Do total, 50 fundos possuem negociação de cotas no mercado secundário (ambiente de bolsa ou balcão organizado da BM&FBovespa) e movimentaram R$ 377 milhões em 2010, ante R$ 229 milhões em 2009. "Apesar de relativamente incipiente, o mercado secundário de cotas de fundos de investimento imobiliário vem crescendo ano após ano", destaca o sócio da Aria Capital.
Pequeno investidor
Os bons ventos do mercado sopram nas vendas e também na locação. Os ganhos mensais com aluguel variam, em média, entre 0,5% e 0,6% sobre o valor total nominal do imóvel, diz o diretor da Lopes Consultoria Rio, Luigi Martins. "Em alguns casos, podem chegar a 0,8%, o que é excelente/' No Américas Corporate, prédio onde está a própria Lopes Consultoria, na Avenida das Américas, ele conta que a rentabilidade é de 1%. "Atualmente, tenho o metro quadrado locado por R$ 110,00. E posso vendê-lo a R$ 12 mil, R$ 13 mil."
Além do profissional liberal que aplica na compra de um escritório na Barra, pequenos investidores buscam imóveis comerciais como alternativa de poupança. "Um imóvel valoriza, seguramente, da ordem de 30% ao ano", estima o presidente da imobiliária Ra- tri móvel, Rubem Vasconcelos. Com um desembolso inicial de R$ 160 mil, por exemplo, ele diz que é possível comprar salas com 27 metros quadrados na Barra. "Ficou muito fácil adquirir um imóvel. A pessoa paga 25% na obra e 75% na entrega. Isso incrementou muito os negócios com unidades comerciais."
Do total de compradores de imóveis empresariais, o vice-presidente da RJZ Cyrela, Rogério Jonas Zylbersztajn, calcula que 54,3% são investidores. Nos residenciais, esse índice, até março, era de 22,2%, que procuram, em média, apartamentos de 80 metros quadrados.
Essa recuperação vem amparada não só na neces¬sidade do comprador final, mas marca, na avaliação do diretor-superintendente da imobiliária Basimóvel, Mário Amorim, a entrada no setor do pequeno investidor. "Esse poupador descobre um mercado de boa rentabilidade e liquidez, alternativo ao mercado financeiro, que oferece alto risco ou aplicações de perfil conservador, de retorno mais baixo. O poupador individual é quem compra uma ou várias salas. Além, claro, dos grandes investidores, muitas vezes baseados em fundos internacionais, que também aumentam seus aportes nas construções."
Nos imóveis empresariais, Amorim estima que 60% das unidades são vendidas para poupadores, com fins de complemento de renda ou previdência.
Como funciona
Os fundos de investimento imobiliário são fundos fechados, ou seja, que não admitem resgates de cotas. O retorno previsto para os aplicadores se dá por meio da distribuição (em geral mensal) dos resultados dos investimentos/portfólio da carteira ou da dissolução do fundo a partir da venda de seus ativos. Os recursos captados podem ser destinados tanto a projetos imobiliários, como à aquisição de imóveis prontos, além de títulos e valores mobiliários lastreados em ativos imobiliários. A classificação dos fundos pode ser feita pelo tipo de imóvel investido (hospedagem, hospitalar, industrial, varejo, escritórios, etc.), ou por finalidade do investimento. Nesse caso, os de renda regular são aqueles com ganhos obtidos de aluguéis dos imóveis investidos ou pelo pagamento das parcelas dos títulos de crédito adquiridos pelo fundo, como CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Já os fundos de ganho de capital operam pela valorização das contas através da valorização dos bens imobiliários adquiridos pelo fundo. Os fundos imobiliários de investimentos gerais, por sua vez, resultam do conjunto de aluguéis, juros, dividendos e ganhos de capital na compra e venda de ativos. Finalmente, os de securitização são os fundos que viabilizaram uma operação de securitização pré-definida, como um build-to-suit ou um sale and lease-back.
Dentre os fundos mais rentáveis de 2010, estão presentes os variados tipos de imóveis, como shoppings, hospitais, hotéis e edifícios comerciais. A maioria pode ser enquadrada como fundo de renda fixa.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Burocracia causa atraso na entrega de imóveis em SP
Além da falta de mão de obra especializada, demora em obter documentação da obra compromete o cumprimento de prazos
28 de abril de 2011
Naiana Oscar e Luiz Guilherme Gerbelli - O Estado de S.Paulo
O "boom imobiliário" escancarou uma série de gargalos na indústria da construção civil nos últimos anos. Alguns deles, como a escassez de material e de máquinas, estão aos poucos sendo superados com gestão e planejamento. Mas ainda há dois entraves que a indústria não dá jeito de vencer: a falta de mão de obra e a burocracia, que emperra obras e reduz a rentabilidade do setor.
A cidade de São Paulo, segundo os empresários, é um bom exemplo disso. Eles relatam que antes da retomada do setor imobiliário os trâmites para obter alvarás e regularizar a obra levavam em média seis meses para serem concluídos. Agora, não duram menos de um ano. Um projeto mais complexo pode ter de passar pelo crivo de até 10 secretarias municipais, sem contar os órgãos colegiados, que se reúnem a cada 15 dias para avaliar os pedidos. São quilos de papéis levados de um lado para o outro.
"O fato é que registramos um crescimento de 40% nos últimos cinco anos e os órgãos públicos mantiveram as mesmas estruturas", afirma Celso Petrucci, economista do Secovi-SP. Ele considera a burocracia o maior obstáculo enfrentado pelo setor atualmente e diz que esse é um dos principais fatores que podem frear o crescimento do mercado imobiliário daqui para a frente.
Da compra do terreno até a entrega das chaves, as incorporadoras se deparam com dois momentos críticos para a documentação. Primeiro, para obter o alvará do projeto, que libera a venda das unidades, e, em seguida, para conseguir a autorização de construção. Essas etapas iniciais não chegam a impactar no prazo para entrega das chaves ou gerar atraso para o consumidor. "Mas doem no nosso bolso, e quem acaba pagando por isso, no fim, é o cliente", diz Petrucci.
Na segunda-feira passada, o Estado revelou que, para evitar desgastes com atrasos de obras, as incorporadoras passaram a trabalhar com prazos maiores. No primeiro trimestre de 2007, 25% dos empreendimentos lançados na Grande São Paulo tinham prazo de entrega entre 30 e 45 meses, o máximo praticado no setor. Agora, eles já são 40% dos lançamentos.
No ano passado, a Secretaria de Habitação de São Paulo autorizou a construção de 9,4 milhões de metros quadrados. O secretário Ricardo Pereira Leite admite que o processo está cada vez mais complexo. "Mas isso é resultado de exigências da própria sociedade, que quer evitar impactos ambientais e de trânsito, por exemplo. Por isso as restrições aumentaram."
Com o prédio praticamente concluído, começa a corrida para obtenção do "habite-se" (ou alvará de conclusão). Na capital paulista, o documento é emitido pelas subprefeituras. Em 2010, elas concederam um total de 3,8 mil certificados.
Essas documentações finais é que podem contribuir com o atraso na entrega das chaves para o morador. Sem o "habite-se", as construtoras têm invadido o prazo de 180 dias previstos em contrato, para atrasos eventuais. "Isso era raro de acontecer e virou regra", diz Ricardo Yazbek, vice-presidente do Secovi.
Além dos órgãos públicos, os cartórios de registro de imóveis também estão sobrecarregados, principalmente depois do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que prevê isenções de taxas cartoriais. "São centenas de matrículas que chegam para serem feitas de graça", afirma o presidente da Associação dos Registradores de Imóveis de São Paulo, Flauzilino Araújo.
Os cartórios têm prazo de 30 dias para concluir os serviços. "Mas em algumas cidades, chega a ultrapassar os 60 dias", diz uma fonte. Os donos de cartórios negam que não tenham capacidade para atender à demanda do programa, mas dizem que, financeiramente, ele tem se tornado inviável.
28 de abril de 2011
Naiana Oscar e Luiz Guilherme Gerbelli - O Estado de S.Paulo
O "boom imobiliário" escancarou uma série de gargalos na indústria da construção civil nos últimos anos. Alguns deles, como a escassez de material e de máquinas, estão aos poucos sendo superados com gestão e planejamento. Mas ainda há dois entraves que a indústria não dá jeito de vencer: a falta de mão de obra e a burocracia, que emperra obras e reduz a rentabilidade do setor.
A cidade de São Paulo, segundo os empresários, é um bom exemplo disso. Eles relatam que antes da retomada do setor imobiliário os trâmites para obter alvarás e regularizar a obra levavam em média seis meses para serem concluídos. Agora, não duram menos de um ano. Um projeto mais complexo pode ter de passar pelo crivo de até 10 secretarias municipais, sem contar os órgãos colegiados, que se reúnem a cada 15 dias para avaliar os pedidos. São quilos de papéis levados de um lado para o outro.
"O fato é que registramos um crescimento de 40% nos últimos cinco anos e os órgãos públicos mantiveram as mesmas estruturas", afirma Celso Petrucci, economista do Secovi-SP. Ele considera a burocracia o maior obstáculo enfrentado pelo setor atualmente e diz que esse é um dos principais fatores que podem frear o crescimento do mercado imobiliário daqui para a frente.
Da compra do terreno até a entrega das chaves, as incorporadoras se deparam com dois momentos críticos para a documentação. Primeiro, para obter o alvará do projeto, que libera a venda das unidades, e, em seguida, para conseguir a autorização de construção. Essas etapas iniciais não chegam a impactar no prazo para entrega das chaves ou gerar atraso para o consumidor. "Mas doem no nosso bolso, e quem acaba pagando por isso, no fim, é o cliente", diz Petrucci.
Na segunda-feira passada, o Estado revelou que, para evitar desgastes com atrasos de obras, as incorporadoras passaram a trabalhar com prazos maiores. No primeiro trimestre de 2007, 25% dos empreendimentos lançados na Grande São Paulo tinham prazo de entrega entre 30 e 45 meses, o máximo praticado no setor. Agora, eles já são 40% dos lançamentos.
No ano passado, a Secretaria de Habitação de São Paulo autorizou a construção de 9,4 milhões de metros quadrados. O secretário Ricardo Pereira Leite admite que o processo está cada vez mais complexo. "Mas isso é resultado de exigências da própria sociedade, que quer evitar impactos ambientais e de trânsito, por exemplo. Por isso as restrições aumentaram."
Com o prédio praticamente concluído, começa a corrida para obtenção do "habite-se" (ou alvará de conclusão). Na capital paulista, o documento é emitido pelas subprefeituras. Em 2010, elas concederam um total de 3,8 mil certificados.
Essas documentações finais é que podem contribuir com o atraso na entrega das chaves para o morador. Sem o "habite-se", as construtoras têm invadido o prazo de 180 dias previstos em contrato, para atrasos eventuais. "Isso era raro de acontecer e virou regra", diz Ricardo Yazbek, vice-presidente do Secovi.
Além dos órgãos públicos, os cartórios de registro de imóveis também estão sobrecarregados, principalmente depois do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que prevê isenções de taxas cartoriais. "São centenas de matrículas que chegam para serem feitas de graça", afirma o presidente da Associação dos Registradores de Imóveis de São Paulo, Flauzilino Araújo.
Os cartórios têm prazo de 30 dias para concluir os serviços. "Mas em algumas cidades, chega a ultrapassar os 60 dias", diz uma fonte. Os donos de cartórios negam que não tenham capacidade para atender à demanda do programa, mas dizem que, financeiramente, ele tem se tornado inviável.
Faltam imóveis, mas sobra gente querendo casa para alugar
As famílias demoram para encontrar o que procuram e, quando encontram, é muito caro. Donos de imóveis aumentam o valor dos novos aluguéis.
imprimir O problema já fez aumentar em 15% o preço do alugueis em São Paulo só nos últimos 12 meses. É a lei da oferta e da procura. Com poder aquisitivo maior, muita gente está querendo se mudar para bairros melhores ou mais próximos do trabalho. Aproveitando a demanda, os donos de imóveis estão aumentando o valor dos novos aluguéis.
Com as paredes mofadas e muita umidade no ar, quem sofre é Felipe. “Todo o problema respiratório dele de alergia vem recorrente do ambiente insalubre em que ele mora”, conta a empresária Luciana Curi.
Luciana tentou negociar uma reforma com a proprietária da casa, mas nada feito. A empresária decidiu procurar outra para alugar, mas está difícil. “Os alugueis estão muito caros. Só acho por uns R$ 1,3 mil e imóvel menor do que hoje, em que se pagam R$ 1,1 mil”, comenta Luciana.
O Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) está acompanhando esse movimento dos preços. Na cidade de São Paulo, os aluguéis novos subiram mais de 15% nos últimos 12 meses. É mais do que o IGP-M, índice usado pra corrigir os contratos já vigentes de aluguel.
O problema, de acordo com o Secovi, é um descompasso de mercado: mais gente interessada no aluguel do que imóveis para alugar. As famílias demoram para encontrar o que procuram e, quando encontram, é muito caro.
Para o vice-presidente do sindicato, Francisco Crestana, a procura maior reflete o aumento da renda. Já a oferta de imóveis esbarra na falta de interesse de muitos investidores. “Precisava ter mais gente construindo imóveis para alugar. A tributação sobre a receita do aluguel é desanimadora e faz com que o investidor pule fora disso”, aponta Crestana.
A gerente da imobiliária Léa Faggion diz que só este mês apareceram mais de 400 pessoas interessadas em locação, mas eles só têm 170 imóveis para alugar. O cliente nem consegue negociar direito.
“Se ele não alugar, tem quem alugue. Eu tenho pessoas interessadas que dizem: ‘Eu vou pensar, eu te ligo logo’. Quando já ligou, já havia outras propostas na frente e, infelizmente, perdeu o negócio”, comenta Léa Faggion.
Os imóveis de três dormitórios, segundo o Secovi, são os que têm os maiores reajustes nos novos contratos de aluguel, justamente porque são os mais procurados.
Fonte Bom dia Brasil g1 de 28/4/11
imprimir O problema já fez aumentar em 15% o preço do alugueis em São Paulo só nos últimos 12 meses. É a lei da oferta e da procura. Com poder aquisitivo maior, muita gente está querendo se mudar para bairros melhores ou mais próximos do trabalho. Aproveitando a demanda, os donos de imóveis estão aumentando o valor dos novos aluguéis.
Com as paredes mofadas e muita umidade no ar, quem sofre é Felipe. “Todo o problema respiratório dele de alergia vem recorrente do ambiente insalubre em que ele mora”, conta a empresária Luciana Curi.
Luciana tentou negociar uma reforma com a proprietária da casa, mas nada feito. A empresária decidiu procurar outra para alugar, mas está difícil. “Os alugueis estão muito caros. Só acho por uns R$ 1,3 mil e imóvel menor do que hoje, em que se pagam R$ 1,1 mil”, comenta Luciana.
O Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) está acompanhando esse movimento dos preços. Na cidade de São Paulo, os aluguéis novos subiram mais de 15% nos últimos 12 meses. É mais do que o IGP-M, índice usado pra corrigir os contratos já vigentes de aluguel.
O problema, de acordo com o Secovi, é um descompasso de mercado: mais gente interessada no aluguel do que imóveis para alugar. As famílias demoram para encontrar o que procuram e, quando encontram, é muito caro.
Para o vice-presidente do sindicato, Francisco Crestana, a procura maior reflete o aumento da renda. Já a oferta de imóveis esbarra na falta de interesse de muitos investidores. “Precisava ter mais gente construindo imóveis para alugar. A tributação sobre a receita do aluguel é desanimadora e faz com que o investidor pule fora disso”, aponta Crestana.
A gerente da imobiliária Léa Faggion diz que só este mês apareceram mais de 400 pessoas interessadas em locação, mas eles só têm 170 imóveis para alugar. O cliente nem consegue negociar direito.
“Se ele não alugar, tem quem alugue. Eu tenho pessoas interessadas que dizem: ‘Eu vou pensar, eu te ligo logo’. Quando já ligou, já havia outras propostas na frente e, infelizmente, perdeu o negócio”, comenta Léa Faggion.
Os imóveis de três dormitórios, segundo o Secovi, são os que têm os maiores reajustes nos novos contratos de aluguel, justamente porque são os mais procurados.
Fonte Bom dia Brasil g1 de 28/4/11
Cuidados na aquisição de imóveis
Jornal do Commercio, Raul Monegaglia, 26/abr
A economia brasileira passa por um período de estabilidade nunca antes experimentada. Com a estabilidade, veio o apetite pelo consumo, a tranqüilidade para contrair dívidas de longo prazo e a oportunidade de adquirir a tão sonhada casa própria. Nesse cenário positivo, o mercado imobiliário também vem crescendo a cada ano. Segundo o Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP), no ano de 2010 foram mais de 35.000 unidades residenciais vendidas. Esse número só contempla unidades novas.
Com esse aquecimento, além das unidades novas para moradia, muitos vislumbram uma oportunidade de investimento. Dessa maneira, acabam adquirindo imóveis usados, comerciais ou residenciais, muitas vezes para reforma e posterior venda ou locação.
Independentemente do motivo da aquisição, para se fazer uma compra de imóvel com segurança, seja novo ou usado, é preciso observar, ressal¬vadas as peculiaridades de cada situação, alguns pontos básicos:
- Para imóveis novos, é necessário que se verifique, primeiramente, se o processo de incorporação do empreendimento está corretamente registrado, bem como se foi constituído o patrimônio de afetação. Quando há patrimônio de afetação, significa dizer que o empreendimento está seguro.
O patrimônio de afetação é o conjunto de bens e recursos atribuídos a um determinado empreendimento, destacando-o dos demais empreendimentos ou bens de uma construtora. O empreendimento possui terreno, administração e contabilidade independente, não se confundindo com o patrimônio total da construtora/incorporadora. Assim, se ocorrer um comprometimento (falência) da empresa, o patrimônio de afetação (empreendimento) não será atingido por tal mazela, ficando seus compradores seguros. Normalmente, esse destaque de patrimônio se faz através de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE).
- Para imóveis usados, a primeira precaução é verificar se o vendedor é mesmo o proprietário do imóvel. Normalmente, imóveis que são vendidos por intermédio de imobiliárias são mais seguros com relação a isso, pois elas detêm essa informação, ou, ao menos, deveriam deter, por se tratar de uma obrigação legal da corretagem.
Outra precaução a ser tomada é exigir todas as certidões referentes ao imóvel objeto da compra, bem como as certidões referentes à pessoa do vendedor. A verificação das certidões serve para garantir que o objeto não possui qualquer pendência referente a tributos ou taxas e, no caso de imóveis em edifícios, nenhuma pendência condominial.
As certidões referentes ao vendedor, seja pessoa física ou jurídica, servem para verificar se a pessoa que está vendendo é idônea e não possui pendência judicial (execuções/cobranças) nem administrativa (protestos). Se existir alguma pendência é necessário solicitar maiores informações ao vendedor. A preocupação central, nesses casos, é verificar se o vendedor, ao se desfazer daquele imóvel, se tornará insolvente perante seus credores. Caso se confirme a inadimplência por parte do vendedor, seus credores poderão anular a venda e retomar o imóvel alienado, restando ao comprador apenas a possibilidade de ingressar com uma ação de regresso contra o vendedor.
Ante as oportunidades do mercado imobiliário e a ansiedade de se adquirir um imóvel, seja para moradia, seja para investimento, faz-se necessário a observação desses simples cuidados, para que sejam mitigados ou mensurados os riscos que envolvem a operação.
A economia brasileira passa por um período de estabilidade nunca antes experimentada. Com a estabilidade, veio o apetite pelo consumo, a tranqüilidade para contrair dívidas de longo prazo e a oportunidade de adquirir a tão sonhada casa própria. Nesse cenário positivo, o mercado imobiliário também vem crescendo a cada ano. Segundo o Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP), no ano de 2010 foram mais de 35.000 unidades residenciais vendidas. Esse número só contempla unidades novas.
Com esse aquecimento, além das unidades novas para moradia, muitos vislumbram uma oportunidade de investimento. Dessa maneira, acabam adquirindo imóveis usados, comerciais ou residenciais, muitas vezes para reforma e posterior venda ou locação.
Independentemente do motivo da aquisição, para se fazer uma compra de imóvel com segurança, seja novo ou usado, é preciso observar, ressal¬vadas as peculiaridades de cada situação, alguns pontos básicos:
- Para imóveis novos, é necessário que se verifique, primeiramente, se o processo de incorporação do empreendimento está corretamente registrado, bem como se foi constituído o patrimônio de afetação. Quando há patrimônio de afetação, significa dizer que o empreendimento está seguro.
O patrimônio de afetação é o conjunto de bens e recursos atribuídos a um determinado empreendimento, destacando-o dos demais empreendimentos ou bens de uma construtora. O empreendimento possui terreno, administração e contabilidade independente, não se confundindo com o patrimônio total da construtora/incorporadora. Assim, se ocorrer um comprometimento (falência) da empresa, o patrimônio de afetação (empreendimento) não será atingido por tal mazela, ficando seus compradores seguros. Normalmente, esse destaque de patrimônio se faz através de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE).
- Para imóveis usados, a primeira precaução é verificar se o vendedor é mesmo o proprietário do imóvel. Normalmente, imóveis que são vendidos por intermédio de imobiliárias são mais seguros com relação a isso, pois elas detêm essa informação, ou, ao menos, deveriam deter, por se tratar de uma obrigação legal da corretagem.
Outra precaução a ser tomada é exigir todas as certidões referentes ao imóvel objeto da compra, bem como as certidões referentes à pessoa do vendedor. A verificação das certidões serve para garantir que o objeto não possui qualquer pendência referente a tributos ou taxas e, no caso de imóveis em edifícios, nenhuma pendência condominial.
As certidões referentes ao vendedor, seja pessoa física ou jurídica, servem para verificar se a pessoa que está vendendo é idônea e não possui pendência judicial (execuções/cobranças) nem administrativa (protestos). Se existir alguma pendência é necessário solicitar maiores informações ao vendedor. A preocupação central, nesses casos, é verificar se o vendedor, ao se desfazer daquele imóvel, se tornará insolvente perante seus credores. Caso se confirme a inadimplência por parte do vendedor, seus credores poderão anular a venda e retomar o imóvel alienado, restando ao comprador apenas a possibilidade de ingressar com uma ação de regresso contra o vendedor.
Ante as oportunidades do mercado imobiliário e a ansiedade de se adquirir um imóvel, seja para moradia, seja para investimento, faz-se necessário a observação desses simples cuidados, para que sejam mitigados ou mensurados os riscos que envolvem a operação.
Escritórios de alto padrão ficam mais caros e escassos em SP e RJ
Brasil Econômico, Natália Flach, 26/abr
Os aluguéis de lajes corporativas devem ficar ainda mais caros no Brasil. Um dos motivos é a alta do Índice Geral de Preços -Mercado ( IGP-M), que reajusta os contratos de locação. No acumulado de 12 meses, esse indicador registra aumento de 10,7%, de acordo com os cálculos da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Outra razão é a relação entre oferta e procura. De acordo com Mariana Hanania, gerente de pesquisa de mercado da Cushman & Wakefield, existe uma grande demanda reprimida por escritórios de alto padrão, principalmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Além disso, os novos prédios têm mais qualidade, o que ajuda a valorizá-los", afirma.
Segundo levantamento da consultoria, o estoque previsto para ser entregue na capital paulista, até 2013, é de 1,36 milhão de metros quadrados. Nas regiões que concentram escritórios de alto padrão - avenidas Paulista, Luís Carlos Berrini e Faria Lima -, o preço do aluguel varia de R$ 134,23 a R$ 85,40, por metro quadrado. A vacância nessas três localidades está entre 5,5% e 11,3%, sendo que o ponto de equilíbrio é 10%.
"Essas regiões estão próximas do esgotamento, por isso há migração de lançamentos de lajes corporativas para locais residenciais com boa infraestrutura, como os bairros Barra Funda e Paraíso". A especialista destaca ainda o crescimento de Alphaville. "A prefeitura tem oferecido incentivos para atrair novos edifícios de escritórios, portanto, o volume de lançamentos aumentou, mas os preços dos aluguéis continuam abaixo do padrão, ficando em torno de R$ 60 o m²".
Na capital fluminense, a situação é ainda mais delicada. O estoque previsto para ser entregue até 2013 soma apenas 491 mil metros quadrados. "O mercado todo tem 5 milhões de metros quadrados e não há para onde ir, por causa das limitações físicas da cidade." Considerando os prédios prontos no fim do ano passado, a vacância da capital é de 5,7%, mas há regiões, como a Orla que chegam a ter somente 2,2%. Os valores de locação variam de R$ 65 (na Cidade Nova) a R$ 155 (na Zona Sul, sem previsão de entrega de novo estoque nos próximos dois anos).
Mariana aponta a Barra da Tijuca como o principal vetor de crescimento do mercado de escritórios no Rio. "Mas vemos potencial de crescimento em capitais como Salvador, Vitória, Curitiba, Porto Alegre e Brasília".
É nestes locais que a Brookfield tem focado as suas operações. A incorporadora, que desenvolve o projeto dos prédios e os vende para grandes investidores, chegou a estudar a criação de um fundo para ser intermediário nos casos de permuta de terrenos. Mas, segundo Alessandro Vedrossi, diretor executivo da unidade de São Paulo, essa possibilidade está de "stand by", assim como o fundo de que iria adquirir imóveis comerciais e ajudar a financiar a operação de novos empreendimentos. "O nosso foco continua sendo a venda dos ativos, porque existe um mercado comprador forte", afirma. " Estudamos fazer um fundo de investimento imobiliário para pequenos investidores", acrescenta. Além disso, o executivo conta que a companhia está estudando entrar no setor hoteleiro.
Os aluguéis de lajes corporativas devem ficar ainda mais caros no Brasil. Um dos motivos é a alta do Índice Geral de Preços -Mercado ( IGP-M), que reajusta os contratos de locação. No acumulado de 12 meses, esse indicador registra aumento de 10,7%, de acordo com os cálculos da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Outra razão é a relação entre oferta e procura. De acordo com Mariana Hanania, gerente de pesquisa de mercado da Cushman & Wakefield, existe uma grande demanda reprimida por escritórios de alto padrão, principalmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Além disso, os novos prédios têm mais qualidade, o que ajuda a valorizá-los", afirma.
Segundo levantamento da consultoria, o estoque previsto para ser entregue na capital paulista, até 2013, é de 1,36 milhão de metros quadrados. Nas regiões que concentram escritórios de alto padrão - avenidas Paulista, Luís Carlos Berrini e Faria Lima -, o preço do aluguel varia de R$ 134,23 a R$ 85,40, por metro quadrado. A vacância nessas três localidades está entre 5,5% e 11,3%, sendo que o ponto de equilíbrio é 10%.
"Essas regiões estão próximas do esgotamento, por isso há migração de lançamentos de lajes corporativas para locais residenciais com boa infraestrutura, como os bairros Barra Funda e Paraíso". A especialista destaca ainda o crescimento de Alphaville. "A prefeitura tem oferecido incentivos para atrair novos edifícios de escritórios, portanto, o volume de lançamentos aumentou, mas os preços dos aluguéis continuam abaixo do padrão, ficando em torno de R$ 60 o m²".
Na capital fluminense, a situação é ainda mais delicada. O estoque previsto para ser entregue até 2013 soma apenas 491 mil metros quadrados. "O mercado todo tem 5 milhões de metros quadrados e não há para onde ir, por causa das limitações físicas da cidade." Considerando os prédios prontos no fim do ano passado, a vacância da capital é de 5,7%, mas há regiões, como a Orla que chegam a ter somente 2,2%. Os valores de locação variam de R$ 65 (na Cidade Nova) a R$ 155 (na Zona Sul, sem previsão de entrega de novo estoque nos próximos dois anos).
Mariana aponta a Barra da Tijuca como o principal vetor de crescimento do mercado de escritórios no Rio. "Mas vemos potencial de crescimento em capitais como Salvador, Vitória, Curitiba, Porto Alegre e Brasília".
É nestes locais que a Brookfield tem focado as suas operações. A incorporadora, que desenvolve o projeto dos prédios e os vende para grandes investidores, chegou a estudar a criação de um fundo para ser intermediário nos casos de permuta de terrenos. Mas, segundo Alessandro Vedrossi, diretor executivo da unidade de São Paulo, essa possibilidade está de "stand by", assim como o fundo de que iria adquirir imóveis comerciais e ajudar a financiar a operação de novos empreendimentos. "O nosso foco continua sendo a venda dos ativos, porque existe um mercado comprador forte", afirma. " Estudamos fazer um fundo de investimento imobiliário para pequenos investidores", acrescenta. Além disso, o executivo conta que a companhia está estudando entrar no setor hoteleiro.
Escritórios de alto padrão ficam mais caros e escassos em SP e RJ
Brasil Econômico, Natália Flach, 26/abr
Os aluguéis de lajes corporativas devem ficar ainda mais caros no Brasil. Um dos motivos é a alta do Índice Geral de Preços -Mercado ( IGP-M), que reajusta os contratos de locação. No acumulado de 12 meses, esse indicador registra aumento de 10,7%, de acordo com os cálculos da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Outra razão é a relação entre oferta e procura. De acordo com Mariana Hanania, gerente de pesquisa de mercado da Cushman & Wakefield, existe uma grande demanda reprimida por escritórios de alto padrão, principalmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Além disso, os novos prédios têm mais qualidade, o que ajuda a valorizá-los", afirma.
Segundo levantamento da consultoria, o estoque previsto para ser entregue na capital paulista, até 2013, é de 1,36 milhão de metros quadrados. Nas regiões que concentram escritórios de alto padrão - avenidas Paulista, Luís Carlos Berrini e Faria Lima -, o preço do aluguel varia de R$ 134,23 a R$ 85,40, por metro quadrado. A vacância nessas três localidades está entre 5,5% e 11,3%, sendo que o ponto de equilíbrio é 10%.
"Essas regiões estão próximas do esgotamento, por isso há migração de lançamentos de lajes corporativas para locais residenciais com boa infraestrutura, como os bairros Barra Funda e Paraíso". A especialista destaca ainda o crescimento de Alphaville. "A prefeitura tem oferecido incentivos para atrair novos edifícios de escritórios, portanto, o volume de lançamentos aumentou, mas os preços dos aluguéis continuam abaixo do padrão, ficando em torno de R$ 60 o m²".
Na capital fluminense, a situação é ainda mais delicada. O estoque previsto para ser entregue até 2013 soma apenas 491 mil metros quadrados. "O mercado todo tem 5 milhões de metros quadrados e não há para onde ir, por causa das limitações físicas da cidade." Considerando os prédios prontos no fim do ano passado, a vacância da capital é de 5,7%, mas há regiões, como a Orla que chegam a ter somente 2,2%. Os valores de locação variam de R$ 65 (na Cidade Nova) a R$ 155 (na Zona Sul, sem previsão de entrega de novo estoque nos próximos dois anos).
Mariana aponta a Barra da Tijuca como o principal vetor de crescimento do mercado de escritórios no Rio. "Mas vemos potencial de crescimento em capitais como Salvador, Vitória, Curitiba, Porto Alegre e Brasília".
É nestes locais que a Brookfield tem focado as suas operações. A incorporadora, que desenvolve o projeto dos prédios e os vende para grandes investidores, chegou a estudar a criação de um fundo para ser intermediário nos casos de permuta de terrenos. Mas, segundo Alessandro Vedrossi, diretor executivo da unidade de São Paulo, essa possibilidade está de "stand by", assim como o fundo de que iria adquirir imóveis comerciais e ajudar a financiar a operação de novos empreendimentos. "O nosso foco continua sendo a venda dos ativos, porque existe um mercado comprador forte", afirma. " Estudamos fazer um fundo de investimento imobiliário para pequenos investidores", acrescenta. Além disso, o executivo conta que a companhia está estudando entrar no setor hoteleiro.
Os aluguéis de lajes corporativas devem ficar ainda mais caros no Brasil. Um dos motivos é a alta do Índice Geral de Preços -Mercado ( IGP-M), que reajusta os contratos de locação. No acumulado de 12 meses, esse indicador registra aumento de 10,7%, de acordo com os cálculos da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Outra razão é a relação entre oferta e procura. De acordo com Mariana Hanania, gerente de pesquisa de mercado da Cushman & Wakefield, existe uma grande demanda reprimida por escritórios de alto padrão, principalmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Além disso, os novos prédios têm mais qualidade, o que ajuda a valorizá-los", afirma.
Segundo levantamento da consultoria, o estoque previsto para ser entregue na capital paulista, até 2013, é de 1,36 milhão de metros quadrados. Nas regiões que concentram escritórios de alto padrão - avenidas Paulista, Luís Carlos Berrini e Faria Lima -, o preço do aluguel varia de R$ 134,23 a R$ 85,40, por metro quadrado. A vacância nessas três localidades está entre 5,5% e 11,3%, sendo que o ponto de equilíbrio é 10%.
"Essas regiões estão próximas do esgotamento, por isso há migração de lançamentos de lajes corporativas para locais residenciais com boa infraestrutura, como os bairros Barra Funda e Paraíso". A especialista destaca ainda o crescimento de Alphaville. "A prefeitura tem oferecido incentivos para atrair novos edifícios de escritórios, portanto, o volume de lançamentos aumentou, mas os preços dos aluguéis continuam abaixo do padrão, ficando em torno de R$ 60 o m²".
Na capital fluminense, a situação é ainda mais delicada. O estoque previsto para ser entregue até 2013 soma apenas 491 mil metros quadrados. "O mercado todo tem 5 milhões de metros quadrados e não há para onde ir, por causa das limitações físicas da cidade." Considerando os prédios prontos no fim do ano passado, a vacância da capital é de 5,7%, mas há regiões, como a Orla que chegam a ter somente 2,2%. Os valores de locação variam de R$ 65 (na Cidade Nova) a R$ 155 (na Zona Sul, sem previsão de entrega de novo estoque nos próximos dois anos).
Mariana aponta a Barra da Tijuca como o principal vetor de crescimento do mercado de escritórios no Rio. "Mas vemos potencial de crescimento em capitais como Salvador, Vitória, Curitiba, Porto Alegre e Brasília".
É nestes locais que a Brookfield tem focado as suas operações. A incorporadora, que desenvolve o projeto dos prédios e os vende para grandes investidores, chegou a estudar a criação de um fundo para ser intermediário nos casos de permuta de terrenos. Mas, segundo Alessandro Vedrossi, diretor executivo da unidade de São Paulo, essa possibilidade está de "stand by", assim como o fundo de que iria adquirir imóveis comerciais e ajudar a financiar a operação de novos empreendimentos. "O nosso foco continua sendo a venda dos ativos, porque existe um mercado comprador forte", afirma. " Estudamos fazer um fundo de investimento imobiliário para pequenos investidores", acrescenta. Além disso, o executivo conta que a companhia está estudando entrar no setor hoteleiro.
Incorporadoras renovam apostas em imóveis de luxo
Brasil Econômico, Amanda Vidigal Amorim e Natália Flach, 26/abr
O mercado imobiliário de luxo no Brasil está em franco crescimento. Não se trata de um ritmo igual aos dos empreendimentos voltados para a classe C, que recebem incentivos do governo federal, mas atrai as incorporadoras pela alta rentabilidade. Elbio Fernandéz Mera, proprietário da imobiliária Fernandéz Mera e vice-presidente de comercialização do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo ( Secovi São Paulo), afirma que os próximos anos serão de crescimento para o segmento. "Nos últimos anos, as incorporadoras estiveram muito focadas em prédios mais simples, com apartamentos menores. Agora estamos vendo uma demanda enorme por imóveis de luxo", afirma.
Segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), de 2006 até março deste ano, foram lançados 13 empreendimentos de luxo na cidade de São Paulo. O número pode parecer pequeno, mas o movimento gerado por eles, é grande. "Foram apenas 481 unidades de alto luxo lançadas desde 2006 na capital paulista. Apesar disso, os empreendimentos renderam para as construtoras R$ 2,75 bilhões", afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor de pesquisas da consultoria. "Consideramos de luxo imóveis com valor acima de R$ 4 milhões. Já o alto padrão são aqueles empreendimentos a partir de R$ 500 mil. Os dois segmentos apresentam uma demanda constante".
Em São Paulo, o metro quadrado mais caros entre estes imóveis é de um apartamento no bairro do Itaim Bibi, zona sul da cidade, que chega a R$ 19 mil. O luxo não se restringe aos acabamentos e ao espaço de cada imóvel, que chega a ter mais de mil metros quadrados. Djean Cruz, diretor regional de Odebrecht Realizações, afirma que um dos empreendimentos da construtora em Salvador oferece um teleférico que transporta os moradores ao píer próximo ao prédio, onde eles podem embarcar e desembarcar de seus barcos. "Estes detalhes fazem a diferença. É preciso saber que tipo de luxo pode ser funcional aos moradores", diz Cruz, ressaltando que há oportunidades para imóveis de luxo e alto padrão em todo o país.
A única ressalva que Cruz faz é da diferença de valorização das residências no Nordeste em comparação com o Sudeste. "Os imóveis que nós vendemos em Salvador ou Recife valem cerca de R$ 4 milhões, mas não valeriam menos de R$ 8 milhões se estivessem em São Paulo, por exemplo", afirma o executivo.
Maior mercado
A capital paulista atrai não apenas investimentos altos, mas também nomes que diferenciam os empreendimentos. Daniel Libeskind, arquiteto americano responsável pelo projeto que irá substituir as torres gêmeas destruídas no ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 em Nova York, foi contratado pela construtora JHSF para projetar o edifício Vitra. Com 14 apartamentos, com plantas exclusivas e tamanhos que variam entre 565 metros quadrados e 1.145 metros quadrados, ele tem atualmente a cobertura mais cara da cidade. O preço de R$ 22 milhões, segundo Pompéia, atrai uma fatia de público que busca mais segurança. "O consumidor desses empreendimentos são visados pelo seu poder aquisitivo. Está cada vez mais difícil morar em casa quando se
São Paulo ainda é a cidade com o maior número de empreendimentos no segmento imobiliário de luxo, mas Cruz afirma que algumas regiões atraem cada vez mais investimentos dentro deste segmento. "Em Pernambuco, vivemos um momento de expansão. Com o Porto de Suape, estamos investindo na região que terá bairros inteiros projetados. É preciso atender os empresários que estão se instalando por lá."
Há opções em bairros não tradicionais
Os apartamentos de luxo em São Paulo são encontrados especialmente em bairros como Morumbi, Higienópolis, Moema, Jardins e Itaim Bibi. Mas Luiz Paulo Pompéia, diretor de pesquisas da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), afirma que novas regiões próximas a capital paulista começam a se tornar referência no segmento. "O empreendimento mais caro fora de São Paulo é a Fazenda Boa Vista, da JHSF, que oferece, por exemplo, a opção de flats administrados pelo hotel Fasano", diz.
Os interessados em alugar as casas da Fazenda Boa Vista pagarão R$ 2 milhões por mês pelo serviço. O local é o único empreendimento no Brasil com dois campos de golfe de 18 buracos cada. "Estas iniciativas mostram como o mercado tem, sim, uma demanda e que está crescendo para outros locais, fugindo do caos das grandes cidades", afirma Pompéia. A Granja Viana, em Cotia, na Grande São Paulo, também aparece como opção aos bairros saturados da capital.
Novos bairros
Com o aumento da procura por apartamentos de altíssimo padrão, bairros que tradicionalmente não eram referência para imóveis de luxo vêm ganhando espaço neste segmento. Na capital paulista, a zona leste é um exemplo de região que recebe cada vez mais esses empreendimentos. Elbio Fernandéz Mera, vice-presidente de comercialização do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) e proprietário da imobiliária Fernandéz Mera, explica que são apartamentos de alto padrão, mas que não chegam ainda a alcançar o custo médio de R$ 19 mil pelo metro quadrado como ocorre em imóveis de luxo localizados de outras áreas.
"Encontramos apartamentos em bairros como a Chácara Klabin e o Jardim Anália Franco, que não são tradicionais em imóveis de alto padrão, onde o metro quadrado parte de R$ 11 mil." Estes apartamentos se diferenciam dos de luxo, com metragens até mil metros quadrados e valores partindo dos R$ 4 milhões. Segundo Mera, os imóveis de alto padrão em regiões nobres da zona leste oferecem um produto a um cliente que busca sofisticação e conforto, mas quer, por exemplo, ficar perto da família. " Esses bairros são antigos e tradicionais, e vemos constantemente as mulheres querendo morar perto dos pais delas. Isso está obrigando as construtoras a apostar em locais que ainda não são referência no mercado de luxo."
Financiamentos para o público de alto poder aquisitivo anima bancos
Imobiliárias dedicadas ao mercado de luxo têm feito parcerias com bancos para oferecer aos seus clientes a possibilidade de financiar suas novas propriedades. A Sotheby's, por exemplo, firmou, no ano passado, acordo com o HSBC cuja meta é atingir um volume de crédito equivalente a R$ 1,5 bilhão, em quatro anos. "Já tínhamos feito uma parceria com o Santander em 2009, com validade de um ano, mas, por discordâncias da diretoria, preferimos fazer um contrato mais ousado com o HSBC", diz Celso Pinto, diretor da Sotheby's Internacional Realty Brasil São Paulo. Depois do divórcio, o Santander também buscou nova parceria, a Century 21 Exclusive. Definitivamente, não é por falta de dinheiro que esses compradores decidem pelo financiamento. Segundo o executivo, muitos deles preferem dividir o valor do imóvel para não precisar mexer nas suas aplicações ou vender ativos. "Se o cliente possui uma aplicação que rende 15% ao ano, pode ser mais vantajoso mantê-la e parcelar o imóvel do que se desfazer desses recursos", afirma Pinto. O executivo diz ainda que há clientes que alugam o escritório novo ou a mais recente casa de praia para pagar as prestações.
O mercado imobiliário de luxo no Brasil está em franco crescimento. Não se trata de um ritmo igual aos dos empreendimentos voltados para a classe C, que recebem incentivos do governo federal, mas atrai as incorporadoras pela alta rentabilidade. Elbio Fernandéz Mera, proprietário da imobiliária Fernandéz Mera e vice-presidente de comercialização do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo ( Secovi São Paulo), afirma que os próximos anos serão de crescimento para o segmento. "Nos últimos anos, as incorporadoras estiveram muito focadas em prédios mais simples, com apartamentos menores. Agora estamos vendo uma demanda enorme por imóveis de luxo", afirma.
Segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), de 2006 até março deste ano, foram lançados 13 empreendimentos de luxo na cidade de São Paulo. O número pode parecer pequeno, mas o movimento gerado por eles, é grande. "Foram apenas 481 unidades de alto luxo lançadas desde 2006 na capital paulista. Apesar disso, os empreendimentos renderam para as construtoras R$ 2,75 bilhões", afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor de pesquisas da consultoria. "Consideramos de luxo imóveis com valor acima de R$ 4 milhões. Já o alto padrão são aqueles empreendimentos a partir de R$ 500 mil. Os dois segmentos apresentam uma demanda constante".
Em São Paulo, o metro quadrado mais caros entre estes imóveis é de um apartamento no bairro do Itaim Bibi, zona sul da cidade, que chega a R$ 19 mil. O luxo não se restringe aos acabamentos e ao espaço de cada imóvel, que chega a ter mais de mil metros quadrados. Djean Cruz, diretor regional de Odebrecht Realizações, afirma que um dos empreendimentos da construtora em Salvador oferece um teleférico que transporta os moradores ao píer próximo ao prédio, onde eles podem embarcar e desembarcar de seus barcos. "Estes detalhes fazem a diferença. É preciso saber que tipo de luxo pode ser funcional aos moradores", diz Cruz, ressaltando que há oportunidades para imóveis de luxo e alto padrão em todo o país.
A única ressalva que Cruz faz é da diferença de valorização das residências no Nordeste em comparação com o Sudeste. "Os imóveis que nós vendemos em Salvador ou Recife valem cerca de R$ 4 milhões, mas não valeriam menos de R$ 8 milhões se estivessem em São Paulo, por exemplo", afirma o executivo.
Maior mercado
A capital paulista atrai não apenas investimentos altos, mas também nomes que diferenciam os empreendimentos. Daniel Libeskind, arquiteto americano responsável pelo projeto que irá substituir as torres gêmeas destruídas no ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 em Nova York, foi contratado pela construtora JHSF para projetar o edifício Vitra. Com 14 apartamentos, com plantas exclusivas e tamanhos que variam entre 565 metros quadrados e 1.145 metros quadrados, ele tem atualmente a cobertura mais cara da cidade. O preço de R$ 22 milhões, segundo Pompéia, atrai uma fatia de público que busca mais segurança. "O consumidor desses empreendimentos são visados pelo seu poder aquisitivo. Está cada vez mais difícil morar em casa quando se
São Paulo ainda é a cidade com o maior número de empreendimentos no segmento imobiliário de luxo, mas Cruz afirma que algumas regiões atraem cada vez mais investimentos dentro deste segmento. "Em Pernambuco, vivemos um momento de expansão. Com o Porto de Suape, estamos investindo na região que terá bairros inteiros projetados. É preciso atender os empresários que estão se instalando por lá."
Há opções em bairros não tradicionais
Os apartamentos de luxo em São Paulo são encontrados especialmente em bairros como Morumbi, Higienópolis, Moema, Jardins e Itaim Bibi. Mas Luiz Paulo Pompéia, diretor de pesquisas da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), afirma que novas regiões próximas a capital paulista começam a se tornar referência no segmento. "O empreendimento mais caro fora de São Paulo é a Fazenda Boa Vista, da JHSF, que oferece, por exemplo, a opção de flats administrados pelo hotel Fasano", diz.
Os interessados em alugar as casas da Fazenda Boa Vista pagarão R$ 2 milhões por mês pelo serviço. O local é o único empreendimento no Brasil com dois campos de golfe de 18 buracos cada. "Estas iniciativas mostram como o mercado tem, sim, uma demanda e que está crescendo para outros locais, fugindo do caos das grandes cidades", afirma Pompéia. A Granja Viana, em Cotia, na Grande São Paulo, também aparece como opção aos bairros saturados da capital.
Novos bairros
Com o aumento da procura por apartamentos de altíssimo padrão, bairros que tradicionalmente não eram referência para imóveis de luxo vêm ganhando espaço neste segmento. Na capital paulista, a zona leste é um exemplo de região que recebe cada vez mais esses empreendimentos. Elbio Fernandéz Mera, vice-presidente de comercialização do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) e proprietário da imobiliária Fernandéz Mera, explica que são apartamentos de alto padrão, mas que não chegam ainda a alcançar o custo médio de R$ 19 mil pelo metro quadrado como ocorre em imóveis de luxo localizados de outras áreas.
"Encontramos apartamentos em bairros como a Chácara Klabin e o Jardim Anália Franco, que não são tradicionais em imóveis de alto padrão, onde o metro quadrado parte de R$ 11 mil." Estes apartamentos se diferenciam dos de luxo, com metragens até mil metros quadrados e valores partindo dos R$ 4 milhões. Segundo Mera, os imóveis de alto padrão em regiões nobres da zona leste oferecem um produto a um cliente que busca sofisticação e conforto, mas quer, por exemplo, ficar perto da família. " Esses bairros são antigos e tradicionais, e vemos constantemente as mulheres querendo morar perto dos pais delas. Isso está obrigando as construtoras a apostar em locais que ainda não são referência no mercado de luxo."
Financiamentos para o público de alto poder aquisitivo anima bancos
Imobiliárias dedicadas ao mercado de luxo têm feito parcerias com bancos para oferecer aos seus clientes a possibilidade de financiar suas novas propriedades. A Sotheby's, por exemplo, firmou, no ano passado, acordo com o HSBC cuja meta é atingir um volume de crédito equivalente a R$ 1,5 bilhão, em quatro anos. "Já tínhamos feito uma parceria com o Santander em 2009, com validade de um ano, mas, por discordâncias da diretoria, preferimos fazer um contrato mais ousado com o HSBC", diz Celso Pinto, diretor da Sotheby's Internacional Realty Brasil São Paulo. Depois do divórcio, o Santander também buscou nova parceria, a Century 21 Exclusive. Definitivamente, não é por falta de dinheiro que esses compradores decidem pelo financiamento. Segundo o executivo, muitos deles preferem dividir o valor do imóvel para não precisar mexer nas suas aplicações ou vender ativos. "Se o cliente possui uma aplicação que rende 15% ao ano, pode ser mais vantajoso mantê-la e parcelar o imóvel do que se desfazer desses recursos", afirma Pinto. O executivo diz ainda que há clientes que alugam o escritório novo ou a mais recente casa de praia para pagar as prestações.
Bulevar vai cobrir avenida do Estado
Folha de São Paulo, Evandro Spinelli, 26/abr
Área sobre o rio Tamanduateí ligará Mercadão a centro gastronômico que será construído no terreno do prédio São Vito
Projeto para a região do parque Dom Pedro, no centro de São Paulo, será apresentado nesta semana pela prefeitura
No lugar do famoso treme-treme, um centro gastronômico. No lugar da avenida degradada, um bulevar.
O terreno do antigo edifício São Vito, que já está em fase final de demolição, será utilizado para a construção de um centro gastronômico ligado ao Senac e de um estacionamento subterrâneo.
O complexo será interligado ao Mercado Municipal, logo em frente, por um bulevar que cobrirá a avenida do Estado e o rio Tamanduateí por um trecho de cerca de 240 m.
Já a avenida será "rebaixada" -ou seja, vai virar um túnel- no trecho entre a avenida Mercúrio e a rua General Carneiro. O viaduto Diário Popular será demolido.
Com isso, o Mercadão será integrado ao parque Dom Pedro, onde já existe o museu Catavento, no Palácio das Indústrias, sem a travessia de avenidas movimentadas.
Ao redor do parque haverá uma série de equipamentos culturais e de ensino. As âncoras do projeto são o Mercadão, o museu Catavento, o futuro Museu da História de São Paulo, na Casa das Retortas, e o novo prédio do Senac, onde serão ministrados cursos de gastronomia.
Também haverá mudanças no terminal de ônibus do parque Dom Pedro e obras em vários pontos do entorno.
Todas essas melhorias descritas, no entanto, ainda dependem de mais parcerias, como a fechada com o Senac. A prefeitura não tem prazo nem custo do projeto.
O plano de revitalização da região do parque Dom Pedro foi elaborado pela Fupam (Fundação para a Pesquisa Ambiental), a um custo de cerca de R$ 500 mil.
Nesta semana, deve ser feito o anúncio oficial de todos os detalhes do projeto, nas mãos do prefeito Gilberto Kassab (que saiu do DEM para fundar o PSD) desde quinta-feira da semana passada.
GARAGENS
Em todo o complexo devem ser criadas cerca de 2.000 vagas de garagem. A falta de vagas para estacionar é uma das principais reclamações dos comerciantes e consumidores do Mercadão.
Uma das garagens ficará embaixo do Senac. A instituição ligada ao comércio já fechou o acordo com a prefeitura em relação à escola de gastronomia. A questão da garagem, no entanto, ainda está em negociação, já que envolve uma concessão do serviço que a prefeitura quer fazer neste semestre.
Oficialmente, o Senac diz que mantém negociações com a prefeitura, mas que ainda não está definida a forma de utilização do espaço.
Outra garagem será em duas quadras inteiras da rua 25 de Março, onde já existe um edifício-garagem irregular da década de 1980. No lugar será erguido um shopping popular para camelôs da 25. A garagem ficará no subsolo.
Área sobre o rio Tamanduateí ligará Mercadão a centro gastronômico que será construído no terreno do prédio São Vito
Projeto para a região do parque Dom Pedro, no centro de São Paulo, será apresentado nesta semana pela prefeitura
No lugar do famoso treme-treme, um centro gastronômico. No lugar da avenida degradada, um bulevar.
O terreno do antigo edifício São Vito, que já está em fase final de demolição, será utilizado para a construção de um centro gastronômico ligado ao Senac e de um estacionamento subterrâneo.
O complexo será interligado ao Mercado Municipal, logo em frente, por um bulevar que cobrirá a avenida do Estado e o rio Tamanduateí por um trecho de cerca de 240 m.
Já a avenida será "rebaixada" -ou seja, vai virar um túnel- no trecho entre a avenida Mercúrio e a rua General Carneiro. O viaduto Diário Popular será demolido.
Com isso, o Mercadão será integrado ao parque Dom Pedro, onde já existe o museu Catavento, no Palácio das Indústrias, sem a travessia de avenidas movimentadas.
Ao redor do parque haverá uma série de equipamentos culturais e de ensino. As âncoras do projeto são o Mercadão, o museu Catavento, o futuro Museu da História de São Paulo, na Casa das Retortas, e o novo prédio do Senac, onde serão ministrados cursos de gastronomia.
Também haverá mudanças no terminal de ônibus do parque Dom Pedro e obras em vários pontos do entorno.
Todas essas melhorias descritas, no entanto, ainda dependem de mais parcerias, como a fechada com o Senac. A prefeitura não tem prazo nem custo do projeto.
O plano de revitalização da região do parque Dom Pedro foi elaborado pela Fupam (Fundação para a Pesquisa Ambiental), a um custo de cerca de R$ 500 mil.
Nesta semana, deve ser feito o anúncio oficial de todos os detalhes do projeto, nas mãos do prefeito Gilberto Kassab (que saiu do DEM para fundar o PSD) desde quinta-feira da semana passada.
GARAGENS
Em todo o complexo devem ser criadas cerca de 2.000 vagas de garagem. A falta de vagas para estacionar é uma das principais reclamações dos comerciantes e consumidores do Mercadão.
Uma das garagens ficará embaixo do Senac. A instituição ligada ao comércio já fechou o acordo com a prefeitura em relação à escola de gastronomia. A questão da garagem, no entanto, ainda está em negociação, já que envolve uma concessão do serviço que a prefeitura quer fazer neste semestre.
Oficialmente, o Senac diz que mantém negociações com a prefeitura, mas que ainda não está definida a forma de utilização do espaço.
Outra garagem será em duas quadras inteiras da rua 25 de Março, onde já existe um edifício-garagem irregular da década de 1980. No lugar será erguido um shopping popular para camelôs da 25. A garagem ficará no subsolo.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Justiça já dá parecer favorável a vítimas de atrasos
Em abril, a Justiça de São Paulo condenou duas construtoras a ressarcirem clientes por não entregarem os imóveis no prazo
24 de abril de 2011
Naiana Oscar, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Casado e com dois filhos, Marcos, de 41 anos, decidiu em 2008 que estava na hora de deixar a casa da mãe. Para apartar as brigas entre nora e sogra, comprou um apartamento em outro bairro de São Paulo e fez planos para se mudar em novembro do ano seguinte. Mas o projeto de apaziguar a família teve de ser adiado pelo boom imobiliário, do qual Marcos, a mulher e os filhos acabaram virando vítimas.
Por problemas de gestão, falta de mão de obra e de materiais, o imóvel comprado por ele está com previsão de entrega para setembro de 2011: quase dois anos de atraso. Há duas semanas, a Justiça decidiu, em primeira instância, que o caso de Marcos merecia uma reparação e determinou que a incorporadora Ecoesfera, responsável pela obra, pagasse a ele uma indenização por danos morais e materiais, equivalente a mais de R$ 100 mil. A decisão é uma das primeiras a beneficiar as vítimas do chamado boom imobiliário.
Na sentença, o juiz Carlos Eduardo Borges Fantacini exige da incorporadora o pagamento de 0,84% do valor do imóvel (R$ 213 mil) por mês de atraso até a entrega das chaves. A multa começa a valer em novembro de 2009, quando o empreendimento deveria ter sido concluído. Com isso, o juiz desconsiderou o prazo de seis meses garantido em contrato às construtoras para eventuais atrasos. "Apesar de estar previsto contratualmente, o atraso é incompreensível e inaceitável. Por isso, a Justiça ignorou o prazo de carência que resguarda a construtora", afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional do Pro Teste. Ela aconselha os consumidores a tomarem providências judiciais assim que os 180 dias expirarem. "O comprador fica com a esperança de que o imóvel será entregue no mês seguinte e quando percebe já se passou mais de um ano", alerta.
Transtornos. No caso de Marcos, como compensação pelos danos morais, o juiz determinou que 20% do valor do imóvel sejam abatidos do saldo devedor. "Estamos satisfeitos com a decisão, mas o transtorno não tem preço", diz Marcos. Esse é um nome fictício porque o cliente beneficiado pela ação pediu para não ser identificado com medo de represália por parte de consumidores que também estão esperando pelo imóvel. Segundo ele, alguns compradores temem que a incorporadora vá a falência caso os atrasos sejam divulgados. "Mas todos estamos vivendo um absurdo. Na esperança de me mudar este ano, matriculei meus filhos numa escola mais próxima da nova casa: além de a mensalidade ser mais cara, continuamos longe da escola e gastando com deslocamento."
Em outra decisão, também de duas semanas atrás, a juíza Adriana Porto Mendes, condenou a construtora MVG, de Guarulhos, a indenizar em R$ 45 mil, um dos clientes que ainda espera para entrar no apartamento que deveria ter ficado pronto em dezembro de 2009. "Alguns dos moradores se mudaram em fevereiro, mas só vou quando tudo estiver no lugar", diz o cliente beneficiado pela Justiça, que também pediu para não ser identificado. "Eles estão vivendo numa obra e não num condomínio."
Procurada, a MVG não retornou às ligações da reportagem e a Ecoesfera informou, por e-mail, que "os contratos, na sua quase totalidade, foram renegociados com sucesso e todos os clientes informados do novo cronograma de entrega".
Decisões. Também chama a atenção outra manifestação recente da Justiça feita pelo juiz Danilo Mansoni Barioni, da 3.ª Vara Cível de São Paulo, num despacho anterior a uma sentença contra a Gafisa. Em resposta à defesa da construtora, que se compromete apenas a antecipar a vistoria das unidades, o juiz escreveu: "Noutras palavras, a ré diz que descumpriu o contrato, e para atenuar os transtornos decorrentes do descumprimento, vai tomar medidas que visem a atrasar um pouco menos. Seria cômico se não fosse triste".
Para o advogado Marcelo Eduardo Tapai, que se dedica a ações de consumidores contra empresas do mercado imobiliário, as decisões são um sinal de como o judiciário está vendo os atrasos generalizados. "São três pareceres diferentes, de juízes diferentes, em fóruns diferentes, mas que demonstram uma harmonia da Justiça em torno dessa questão."
É justamente para evitar esses desgastes que as empresas estão estendendo os prazos das obras. Até o início da década de 90, o período de espera superava 48 meses, porque o caixa dependia da parcela dos clientes. Após o Plano Real, o prazo foi sendo reduzido até atingir, em 2001, ciclos inferiores a 24 meses. Agora, mesmo com tecnologias mais avançadas de construção, os atrasos obrigaram as incorporadoras a colocar o pé no freio.
24 de abril de 2011
Naiana Oscar, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Casado e com dois filhos, Marcos, de 41 anos, decidiu em 2008 que estava na hora de deixar a casa da mãe. Para apartar as brigas entre nora e sogra, comprou um apartamento em outro bairro de São Paulo e fez planos para se mudar em novembro do ano seguinte. Mas o projeto de apaziguar a família teve de ser adiado pelo boom imobiliário, do qual Marcos, a mulher e os filhos acabaram virando vítimas.
Por problemas de gestão, falta de mão de obra e de materiais, o imóvel comprado por ele está com previsão de entrega para setembro de 2011: quase dois anos de atraso. Há duas semanas, a Justiça decidiu, em primeira instância, que o caso de Marcos merecia uma reparação e determinou que a incorporadora Ecoesfera, responsável pela obra, pagasse a ele uma indenização por danos morais e materiais, equivalente a mais de R$ 100 mil. A decisão é uma das primeiras a beneficiar as vítimas do chamado boom imobiliário.
Na sentença, o juiz Carlos Eduardo Borges Fantacini exige da incorporadora o pagamento de 0,84% do valor do imóvel (R$ 213 mil) por mês de atraso até a entrega das chaves. A multa começa a valer em novembro de 2009, quando o empreendimento deveria ter sido concluído. Com isso, o juiz desconsiderou o prazo de seis meses garantido em contrato às construtoras para eventuais atrasos. "Apesar de estar previsto contratualmente, o atraso é incompreensível e inaceitável. Por isso, a Justiça ignorou o prazo de carência que resguarda a construtora", afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional do Pro Teste. Ela aconselha os consumidores a tomarem providências judiciais assim que os 180 dias expirarem. "O comprador fica com a esperança de que o imóvel será entregue no mês seguinte e quando percebe já se passou mais de um ano", alerta.
Transtornos. No caso de Marcos, como compensação pelos danos morais, o juiz determinou que 20% do valor do imóvel sejam abatidos do saldo devedor. "Estamos satisfeitos com a decisão, mas o transtorno não tem preço", diz Marcos. Esse é um nome fictício porque o cliente beneficiado pela ação pediu para não ser identificado com medo de represália por parte de consumidores que também estão esperando pelo imóvel. Segundo ele, alguns compradores temem que a incorporadora vá a falência caso os atrasos sejam divulgados. "Mas todos estamos vivendo um absurdo. Na esperança de me mudar este ano, matriculei meus filhos numa escola mais próxima da nova casa: além de a mensalidade ser mais cara, continuamos longe da escola e gastando com deslocamento."
Em outra decisão, também de duas semanas atrás, a juíza Adriana Porto Mendes, condenou a construtora MVG, de Guarulhos, a indenizar em R$ 45 mil, um dos clientes que ainda espera para entrar no apartamento que deveria ter ficado pronto em dezembro de 2009. "Alguns dos moradores se mudaram em fevereiro, mas só vou quando tudo estiver no lugar", diz o cliente beneficiado pela Justiça, que também pediu para não ser identificado. "Eles estão vivendo numa obra e não num condomínio."
Procurada, a MVG não retornou às ligações da reportagem e a Ecoesfera informou, por e-mail, que "os contratos, na sua quase totalidade, foram renegociados com sucesso e todos os clientes informados do novo cronograma de entrega".
Decisões. Também chama a atenção outra manifestação recente da Justiça feita pelo juiz Danilo Mansoni Barioni, da 3.ª Vara Cível de São Paulo, num despacho anterior a uma sentença contra a Gafisa. Em resposta à defesa da construtora, que se compromete apenas a antecipar a vistoria das unidades, o juiz escreveu: "Noutras palavras, a ré diz que descumpriu o contrato, e para atenuar os transtornos decorrentes do descumprimento, vai tomar medidas que visem a atrasar um pouco menos. Seria cômico se não fosse triste".
Para o advogado Marcelo Eduardo Tapai, que se dedica a ações de consumidores contra empresas do mercado imobiliário, as decisões são um sinal de como o judiciário está vendo os atrasos generalizados. "São três pareceres diferentes, de juízes diferentes, em fóruns diferentes, mas que demonstram uma harmonia da Justiça em torno dessa questão."
É justamente para evitar esses desgastes que as empresas estão estendendo os prazos das obras. Até o início da década de 90, o período de espera superava 48 meses, porque o caixa dependia da parcela dos clientes. Após o Plano Real, o prazo foi sendo reduzido até atingir, em 2001, ciclos inferiores a 24 meses. Agora, mesmo com tecnologias mais avançadas de construção, os atrasos obrigaram as incorporadoras a colocar o pé no freio.
Prazo mais longo provoca aumento de preço
Naiana Oscar, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Naquela pequena reforma da casa já é assim: quanto mais tempo leva, mais cara fica. Na construção civil, a lógica não poderia ser outra. A dilatação dos prazos de entrega das chaves vai se refletir, necessariamente, no custo das obras e, como consequência, no preço dos imóveis.
"Obras mais lentas consomem mais custos fixos: é preciso pagar o engenheiro ou o pedreiro por mais tempo, por exemplo", explica João da Rocha Lima, pesquisador do Núcleo de Real Estate da USP. "Uma grua acaba ficando parada no canteiro. No fim, paga-se pela ineficiência das equipes e dos equipamentos."
Ainda não é possível saber quanto a dilatação dos prazos pode impactar os preços dos imóveis, que já dispararam nos últimos anos. De acordo com o índice FipeZap, o valor do metro quadrado teve uma elevação de 82%, ao se comparar o mês de janeiro de 2008 a janeiro deste ano. Parte desse aumento é justificada pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que mede a inflação do setor.
Os empresários reclamam, no entanto, que o indicador não reflete a realidade, por ignorar, entre outros fatores, o encarecimento dos terrenos e a "improdutividade" da mão de obra.
A espera por documentação é outro argumento do setor. "Os cartórios e órgãos públicos não fizeram IPO (oferta inicial de ações)", justifica Eduardo Zaidan, diretor de economia do Sinduscon-SP, ao repetir uma frase dita à exaustão por empresários para justificar atrasos nas obras e aumento de custos.
Uma pesquisa do Núcleo de Real Estate da USP mostra que, em alguns casos, o prazo para obter o licenciamento do empreendimento saltou de seis meses para até dois anos. "Um acréscimo de 12 meses nesse prazo, com o terreno estocado e pago, exige 12% a mais no preço para pagar a taxa de retorno do investimento", explica João da Rocha Lima.
Desaquecimento. Os primeiros dados de 2011 mostram um mercado menos eufórico, o que poderia significar preços mais estáveis. A venda de imóveis novos na capital paulista recuou 34,6% em fevereiro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo levantamento feito pelo Secovi-SP.
No setor e entre estudiosos do mercado imobiliário, a interpretação não é de que esses números indicam a iminência de uma crise de demanda. O que se afirma é que o crescimento vai continuar, mas será, a partir de agora, apenas orgânico.
"No ano passado, tivemos uma explosão de vendas, porque a demanda natural se somou à demanda reprimida na época da crise", diz João da Rocha Lima.
O setor, portanto, vive um dilema: ao mesmo tempo que se fala de uma acomodação dos preços, por causa de uma natural redução da demanda, as empresas imobiliárias têm se deparado com resultados que começam a preocupar.
A margem Ebitda das companhias de capital aberto do setor caiu de 22% para 18% entre 2009 e 2010.
"Os estouros de obra admitidos pela Cyrela e pela MRV no último balanço podem ser generalizados", disse um analista do setor.
A busca por margens melhores e a pressão dos custos podem levar novamente os preços para cima.
Na ponta, os corretores de imóveis veem os prazos maiores como um benefício para o consumidor, já que as parcelas seriam divididas em mais vezes. "As construtoras não estão mais vendendo produtos e sim formas de pagamento. Ao ampliar o prazo conseguem fazer com que as prestações fiquem mais acessíveis", diz Luiz Carlos Rechichian, conselheiro do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP).
SÃO PAULO - Naquela pequena reforma da casa já é assim: quanto mais tempo leva, mais cara fica. Na construção civil, a lógica não poderia ser outra. A dilatação dos prazos de entrega das chaves vai se refletir, necessariamente, no custo das obras e, como consequência, no preço dos imóveis.
"Obras mais lentas consomem mais custos fixos: é preciso pagar o engenheiro ou o pedreiro por mais tempo, por exemplo", explica João da Rocha Lima, pesquisador do Núcleo de Real Estate da USP. "Uma grua acaba ficando parada no canteiro. No fim, paga-se pela ineficiência das equipes e dos equipamentos."
Ainda não é possível saber quanto a dilatação dos prazos pode impactar os preços dos imóveis, que já dispararam nos últimos anos. De acordo com o índice FipeZap, o valor do metro quadrado teve uma elevação de 82%, ao se comparar o mês de janeiro de 2008 a janeiro deste ano. Parte desse aumento é justificada pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que mede a inflação do setor.
Os empresários reclamam, no entanto, que o indicador não reflete a realidade, por ignorar, entre outros fatores, o encarecimento dos terrenos e a "improdutividade" da mão de obra.
A espera por documentação é outro argumento do setor. "Os cartórios e órgãos públicos não fizeram IPO (oferta inicial de ações)", justifica Eduardo Zaidan, diretor de economia do Sinduscon-SP, ao repetir uma frase dita à exaustão por empresários para justificar atrasos nas obras e aumento de custos.
Uma pesquisa do Núcleo de Real Estate da USP mostra que, em alguns casos, o prazo para obter o licenciamento do empreendimento saltou de seis meses para até dois anos. "Um acréscimo de 12 meses nesse prazo, com o terreno estocado e pago, exige 12% a mais no preço para pagar a taxa de retorno do investimento", explica João da Rocha Lima.
Desaquecimento. Os primeiros dados de 2011 mostram um mercado menos eufórico, o que poderia significar preços mais estáveis. A venda de imóveis novos na capital paulista recuou 34,6% em fevereiro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo levantamento feito pelo Secovi-SP.
No setor e entre estudiosos do mercado imobiliário, a interpretação não é de que esses números indicam a iminência de uma crise de demanda. O que se afirma é que o crescimento vai continuar, mas será, a partir de agora, apenas orgânico.
"No ano passado, tivemos uma explosão de vendas, porque a demanda natural se somou à demanda reprimida na época da crise", diz João da Rocha Lima.
O setor, portanto, vive um dilema: ao mesmo tempo que se fala de uma acomodação dos preços, por causa de uma natural redução da demanda, as empresas imobiliárias têm se deparado com resultados que começam a preocupar.
A margem Ebitda das companhias de capital aberto do setor caiu de 22% para 18% entre 2009 e 2010.
"Os estouros de obra admitidos pela Cyrela e pela MRV no último balanço podem ser generalizados", disse um analista do setor.
A busca por margens melhores e a pressão dos custos podem levar novamente os preços para cima.
Na ponta, os corretores de imóveis veem os prazos maiores como um benefício para o consumidor, já que as parcelas seriam divididas em mais vezes. "As construtoras não estão mais vendendo produtos e sim formas de pagamento. Ao ampliar o prazo conseguem fazer com que as prestações fiquem mais acessíveis", diz Luiz Carlos Rechichian, conselheiro do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP).
Construtoras esticam prazo de entrega
Comprador de imóvel novo precisa esperar mais por causa da estratégia adotada pelas empresas para evitar desgastes diante dos atrasos nas obras
24 de abril de 2011
Naiana Oscar, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - A euforia que tomou conta do mercado imobiliário brasileiro nos últimos cinco anos pegou em cheio, primeiro, o bolso do consumidor: o preço do imóvel praticamente dobrou no período. Agora, além de pagar mais caro pela casa própria, o cliente terá de esperar mais tempo para se mudar.
Levantamento feito a pedido do Estado pela Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) mostra que, no primeiro trimestre de 2007, 25% dos empreendimentos lançados na Grande São Paulo tinham prazo de entrega entre 30 e 45 meses, o máximo praticado no setor. Entre janeiro e março de 2011, esse tempo já é estabelecido para 40% dos lançamentos. Até então, a maioria dos imóveis eram entregues em até 15 meses.
A dilatação dos prazos para entrega das chaves está sendo adotada pela maioria das construtoras e incorporadoras, numa tentativa de evitar os desgastes com atrasos de obra, como os que vêm ocorrendo desde o fim de 2009. Um levantamento feito com dados do Tribunal de Justiça de São Paulo dá uma ideia da gravidade do problema: entre 2008 e 2010, o número de processos contra construtoras passou de 202 para mais de 500.
"As obras entregues com atraso foram contratadas com a cabeça de 2007, quando havia mão de obra, insumos e equipamentos disponíveis no mercado", diz o diretor de economia do Sindicato da Construção em São Paulo, Eduardo Zaidan. Naquela época, com dinheiro em caixa para investir, houve uma corrida das incorporadoras para lançar empreendimentos. O resultado não poderia ter sido outro: o que havia em abundância começou a faltar. "Veio uma pressão enorme de falta de gente, máquinas, material e na hora de entregar o imóvel, simplesmente, ele não estava pronto. Não dá mais para prometer no mesmo prazo."
A incorporadora paulistana MaxCap já acrescentou seis meses ao prazo previsto para a conclusão da obra. Além disso, incluiu no contrato uma cláusula em que orienta os compradores a não planejarem compromissos durante o prazo de "carência", que garante à construtora a possibilidade de atrasar em 180 dias a entrega das chaves, por motivos fundamentados, como a incidência de chuva ou mesmo falta de mão de obra.
"Mesmo assim, os atrasos vão continuar, não tem saída", diz José Paim de Andrade Junior, presidente da MaxCap. Dos 40 projetos que a empresa tem em andamento, 70% estão com atrasos superiores a três meses. "Estamos trabalhando com uma mão de obra menos qualificada e, portanto, menos produtiva."
A PDG, maior incorporadora do País, também vai levar mais tempo para entregar seus empreendimentos. Com 200 canteiros de obras em execução atualmente, a companhia estendeu os prazos em quatro meses. "Estamos em regiões diferentes do Brasil que exigem planejamento diferenciado", afirma Milton Goldfarb, presidente da Goldfarb, empresa da PDG.
24 de abril de 2011
Naiana Oscar, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - A euforia que tomou conta do mercado imobiliário brasileiro nos últimos cinco anos pegou em cheio, primeiro, o bolso do consumidor: o preço do imóvel praticamente dobrou no período. Agora, além de pagar mais caro pela casa própria, o cliente terá de esperar mais tempo para se mudar.
Levantamento feito a pedido do Estado pela Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) mostra que, no primeiro trimestre de 2007, 25% dos empreendimentos lançados na Grande São Paulo tinham prazo de entrega entre 30 e 45 meses, o máximo praticado no setor. Entre janeiro e março de 2011, esse tempo já é estabelecido para 40% dos lançamentos. Até então, a maioria dos imóveis eram entregues em até 15 meses.
A dilatação dos prazos para entrega das chaves está sendo adotada pela maioria das construtoras e incorporadoras, numa tentativa de evitar os desgastes com atrasos de obra, como os que vêm ocorrendo desde o fim de 2009. Um levantamento feito com dados do Tribunal de Justiça de São Paulo dá uma ideia da gravidade do problema: entre 2008 e 2010, o número de processos contra construtoras passou de 202 para mais de 500.
"As obras entregues com atraso foram contratadas com a cabeça de 2007, quando havia mão de obra, insumos e equipamentos disponíveis no mercado", diz o diretor de economia do Sindicato da Construção em São Paulo, Eduardo Zaidan. Naquela época, com dinheiro em caixa para investir, houve uma corrida das incorporadoras para lançar empreendimentos. O resultado não poderia ter sido outro: o que havia em abundância começou a faltar. "Veio uma pressão enorme de falta de gente, máquinas, material e na hora de entregar o imóvel, simplesmente, ele não estava pronto. Não dá mais para prometer no mesmo prazo."
A incorporadora paulistana MaxCap já acrescentou seis meses ao prazo previsto para a conclusão da obra. Além disso, incluiu no contrato uma cláusula em que orienta os compradores a não planejarem compromissos durante o prazo de "carência", que garante à construtora a possibilidade de atrasar em 180 dias a entrega das chaves, por motivos fundamentados, como a incidência de chuva ou mesmo falta de mão de obra.
"Mesmo assim, os atrasos vão continuar, não tem saída", diz José Paim de Andrade Junior, presidente da MaxCap. Dos 40 projetos que a empresa tem em andamento, 70% estão com atrasos superiores a três meses. "Estamos trabalhando com uma mão de obra menos qualificada e, portanto, menos produtiva."
A PDG, maior incorporadora do País, também vai levar mais tempo para entregar seus empreendimentos. Com 200 canteiros de obras em execução atualmente, a companhia estendeu os prazos em quatro meses. "Estamos em regiões diferentes do Brasil que exigem planejamento diferenciado", afirma Milton Goldfarb, presidente da Goldfarb, empresa da PDG.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Saiba como utilizar o FGTS para financiar a casa própria
O dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pode ser utilizado pelo trabalhador para adquirir uma casa própria, pagar prestações ou liquidar saldo devedor de um financiamento bancário de imóvel residencial. Pode utilizar o benefício no financiamento de imóveis quem trabalhou pelo menos três anos (somados, não necessariamente consecutivos) sob regime do FGTS e não esteja comprando ou financiando outra residência (concluída ou em construção) pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
O imóvel tem que estar localizado na cidade em que se trabalha ou na sua região metropolitana, ou em município em que já reside há no mínimo um ano. O valor de avaliação do imóvel, que será feita ao solicitar o financiamento, tem de ser de até R$ 500 mil. A Caixa Econômica Federal, operadora do FGTS, financia o que for menor: o preço estipulado pela avaliação (feita pelos engenheiros da Caixa) ou o preço de compra/venda (pretendido pelo vendedor do imóvel).
A propriedade não pode ter sido adquirida com financiamento pelo FGTS nos últimos três anos, e o comprador não pode ter, na mesma cidade, mais que 40% de uma outra residência quitada ou financiada.
Também não é possível usar o FGTS para ficar em dia com prestações atrasadas de um financiamento imobiliário por meio de banco. É preciso estar com pagamento regularizado para fazer qualquer abatimento ou amortização de saldo devedor. Quem tem o nome sujo em algum serviço de proteção de crédito também não consegue dar entrada no financiamento.
A Caixa recomenda aos trabalhadores esperar até o dia 10 de cada mês para sacar o dinheiro, já que o saldo da conta é corrigido sempre nessa data, com juros e atualização monetária. O comprador pode ver seu saldo no site do FGTS.
Nos dois primeiros meses deste ano, foram feitos 165.313 saques no FGTS, num total de R$ 647,2 milhões, para pagamento total ou parcial do preço de aquisição do imóvel, segundo a Caixa.
Os documentos necessários para solicitar o uso do FGTS no financiamento imobiliário são: RG, CPF, certidão de nascimento, certidão negativa de débitos relativa a tributos federais e dívida ativa da União, declaração negativa de propriedade do imóvel, declaração de isenção de Imposto de Renda (IR) (ou declaração ou recibo de entrega), recibo de condomínio ou aluguel (ou contas de água, luz, telefone ou gás), algum comprovante de rendimento mensal (extrato de conta bancária, fatura de cartão de crédito ou contracheque) e cartão do PIS/PASEP ou outro documento com o número de identificação.
Também é pedida uma cópia da Carteira de Trabalho, extrato da conta vinculada do FGTS, declaração do empregador, solicitação de movimentação de conta vinculada do FGTS (para que a operadora possa depois transferir o dinheiro para a conta do vendedor) e autorização de débito.
Essa relação muda se o comprador for casado, se ele aplica o dinheiro do FGTS em algum fundo ou se pretende financiar 100% do valor do imóvel ou só alguma parte dele. Por isso, é preciso consultar a relação completa de documentos no site da Caixa Econômica Federal para saber qual documentação adicional é pedida para o seu caso.
No site do FGTS na Caixa também é possível acessar um manual do FGTS em moradia própria com toda a legislação.
Os documentos citados acima podem ser levados a qualquer banco que faça parte do SFH, como Caixa, Bradesco, Banco do Brasil, HSBC e Itaú, por exemplo. Lá, é preciso solicitar o financiamento e as condições oferecidas pela instituição. Quem está financiando um imóvel direto na construtora só pode usar o FGTS para quitar a dívida restante do financiamento, e não para começar a pagar o imóvel, por exemplo.
Segundo o gerente regional de construção civil da Caixa em São Paulo, Nédio Rosselli, a meta da instituição é de liberar o crédito em até 20 dias úteis a partir da data da entrega dos documentos. Após o pagamento de uma taxa total de R$ 800 (na Caixa), um engenheiro da instituição avalia o imóvel para ver se ele tem condições de habitação e definir seu valor de mercado. "(O imóvel) pode até estar precisando de pintura ou reforma, mas tem que estar pronto para ser habitado, e com probabilidade de 'durar' até o fim do prazo de pagamento", afirma.
O banco então analisa se poderá oferecer o crédito ao comprador, baseando-se em sua renda. Se autorizado e assinado o contrato, o banco encaminha o pedido para a Caixa, que credita o valor do financiamento na conta do vendedor do imóvel. O crédito fica então bloqueado até que seja feita a escritura de compra e venda registrada em cartório, segundo Rosselli.
O imóvel tem que estar localizado na cidade em que se trabalha ou na sua região metropolitana, ou em município em que já reside há no mínimo um ano. O valor de avaliação do imóvel, que será feita ao solicitar o financiamento, tem de ser de até R$ 500 mil. A Caixa Econômica Federal, operadora do FGTS, financia o que for menor: o preço estipulado pela avaliação (feita pelos engenheiros da Caixa) ou o preço de compra/venda (pretendido pelo vendedor do imóvel).
A propriedade não pode ter sido adquirida com financiamento pelo FGTS nos últimos três anos, e o comprador não pode ter, na mesma cidade, mais que 40% de uma outra residência quitada ou financiada.
Também não é possível usar o FGTS para ficar em dia com prestações atrasadas de um financiamento imobiliário por meio de banco. É preciso estar com pagamento regularizado para fazer qualquer abatimento ou amortização de saldo devedor. Quem tem o nome sujo em algum serviço de proteção de crédito também não consegue dar entrada no financiamento.
A Caixa recomenda aos trabalhadores esperar até o dia 10 de cada mês para sacar o dinheiro, já que o saldo da conta é corrigido sempre nessa data, com juros e atualização monetária. O comprador pode ver seu saldo no site do FGTS.
Nos dois primeiros meses deste ano, foram feitos 165.313 saques no FGTS, num total de R$ 647,2 milhões, para pagamento total ou parcial do preço de aquisição do imóvel, segundo a Caixa.
Os documentos necessários para solicitar o uso do FGTS no financiamento imobiliário são: RG, CPF, certidão de nascimento, certidão negativa de débitos relativa a tributos federais e dívida ativa da União, declaração negativa de propriedade do imóvel, declaração de isenção de Imposto de Renda (IR) (ou declaração ou recibo de entrega), recibo de condomínio ou aluguel (ou contas de água, luz, telefone ou gás), algum comprovante de rendimento mensal (extrato de conta bancária, fatura de cartão de crédito ou contracheque) e cartão do PIS/PASEP ou outro documento com o número de identificação.
Também é pedida uma cópia da Carteira de Trabalho, extrato da conta vinculada do FGTS, declaração do empregador, solicitação de movimentação de conta vinculada do FGTS (para que a operadora possa depois transferir o dinheiro para a conta do vendedor) e autorização de débito.
Essa relação muda se o comprador for casado, se ele aplica o dinheiro do FGTS em algum fundo ou se pretende financiar 100% do valor do imóvel ou só alguma parte dele. Por isso, é preciso consultar a relação completa de documentos no site da Caixa Econômica Federal para saber qual documentação adicional é pedida para o seu caso.
No site do FGTS na Caixa também é possível acessar um manual do FGTS em moradia própria com toda a legislação.
Os documentos citados acima podem ser levados a qualquer banco que faça parte do SFH, como Caixa, Bradesco, Banco do Brasil, HSBC e Itaú, por exemplo. Lá, é preciso solicitar o financiamento e as condições oferecidas pela instituição. Quem está financiando um imóvel direto na construtora só pode usar o FGTS para quitar a dívida restante do financiamento, e não para começar a pagar o imóvel, por exemplo.
Segundo o gerente regional de construção civil da Caixa em São Paulo, Nédio Rosselli, a meta da instituição é de liberar o crédito em até 20 dias úteis a partir da data da entrega dos documentos. Após o pagamento de uma taxa total de R$ 800 (na Caixa), um engenheiro da instituição avalia o imóvel para ver se ele tem condições de habitação e definir seu valor de mercado. "(O imóvel) pode até estar precisando de pintura ou reforma, mas tem que estar pronto para ser habitado, e com probabilidade de 'durar' até o fim do prazo de pagamento", afirma.
O banco então analisa se poderá oferecer o crédito ao comprador, baseando-se em sua renda. Se autorizado e assinado o contrato, o banco encaminha o pedido para a Caixa, que credita o valor do financiamento na conta do vendedor do imóvel. O crédito fica então bloqueado até que seja feita a escritura de compra e venda registrada em cartório, segundo Rosselli.
Acelera a venda de imóveis em Fortaleza
Imóveis em Fortaleza são vendidos em tempo médio de seis meses. Há cinco anos, se demorava até 18 meses para vender um empreendimento todo
20.04.2011| 01:30
No ano passado, a média de tempo para venda de imóveis cresceu 78,44% (EDIMAR SOARES) Seis meses é o tempo médio que se leva para vender todo um empreendimento no mercado de imóveis em Fortaleza. E pensar que, há cinco anos, o corretor tinha que suar entre 16 meses e 18 meses para fechar as vendas de todos os apartamentos de um prédio. Hoje, há quem consiga vender tudo em três ou quatro dias, dependendo da localização e do preço, claro.
Em 2010, o Índice de Velocidade de Vendas (IVV) cresceu 78,44% em relação a 2009, ficando em 13,46%. No ano anterior, o índice era de 7,55%, segundo dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis do Ceará (Secovi). O IVV se refere a quantidade de imóveis vendidos no mês a cada lote de cem ofertados.
“Entre outubro de 2010 e março de 2011 o setor viveu uma velocidade de vendas absurda”, avalia o tesoureiro do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, Armando Cavalcante. Ele cita como exemplo o último lançamento de prédio comercial na Aldeota, da construtora Manhattan. “Em uma semana, a quase totalidade das salas comerciais do prédio foi vendida”, exemplifica. Armando calcula que o prédio tenha vinte andares e, no mínimo, dez salas por andar. O metro quadrado de sala comercial na Aldeota custa em média R$ 5 mil.
Esse é o perfil que vende mais rápido em Fortaleza: unidades menores em áreas nobres, segundo o sócio diretor da imobiliária Viva Imóveis, Paulo Angelim. “Não é qualquer coisa que vende. Há que se considerar a qualidade, o preço, o tamanho e a localização”, ressalta Angelim.
Em se falando de imóveis residenciais, a Aldeota e o Meireles também concentram o ritmo mais intenso de vendas. Lá, se demora entre três e quatro meses para se vender um empreendimento. Os apartamentos que vendem mais rápido têm entre 85 metros quadrados e 115 metros quadrados.
Nas regiões mais periféricas, como Maraponga, Messejana e Parangaba, se vende mais rápido imóveis entre 50 metros quadrados e 60 metros quadrados. “Na Maraponga, no entanto, vendo em um semestre o mesmo imóvel que demoro até um ano para vender na Messejana”, exemplifica Paulo Angelim para explicar como varia a velocidade de vendas na cidade de Fortaleza. “Não dá para generalizar”, diz.
Arrefecida
Para o presidente do Conselho de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Apollo Scherer, a procura e a venda de imóveis no primeiro trimestre de 2011 desacelerou em relação ao final de 2010, por causa da sequência de feriadões. “Sentimos que a demanda recuou, mas deve ser retomada a procura e a venda maior por imóveis logo após a Semana Santa”, acredita.
O tesoureiro do Conselho Federal de Corretores, Armando Cavalcante, não acredita que o ritmo acelerado das vendas irá se manter nos próximos anos.
“O volume e a velocidade de vendas continuará crescente até a Copa de 2014, mas em ritmo mais moderado. Seremos um mercado equilibrado”, afirma.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O boom do mercado imobiliário de Fortaleza é comum a outras capitais brasileiras sub-sedes da Copa. O aumento da demanda foi estimulada pelo aumento do crédito, da renda e programa como Minha Casa Minha Vida.
Luar Maria Brandão
luar@opovo.com.br
20.04.2011| 01:30
No ano passado, a média de tempo para venda de imóveis cresceu 78,44% (EDIMAR SOARES) Seis meses é o tempo médio que se leva para vender todo um empreendimento no mercado de imóveis em Fortaleza. E pensar que, há cinco anos, o corretor tinha que suar entre 16 meses e 18 meses para fechar as vendas de todos os apartamentos de um prédio. Hoje, há quem consiga vender tudo em três ou quatro dias, dependendo da localização e do preço, claro.
Em 2010, o Índice de Velocidade de Vendas (IVV) cresceu 78,44% em relação a 2009, ficando em 13,46%. No ano anterior, o índice era de 7,55%, segundo dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis do Ceará (Secovi). O IVV se refere a quantidade de imóveis vendidos no mês a cada lote de cem ofertados.
“Entre outubro de 2010 e março de 2011 o setor viveu uma velocidade de vendas absurda”, avalia o tesoureiro do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, Armando Cavalcante. Ele cita como exemplo o último lançamento de prédio comercial na Aldeota, da construtora Manhattan. “Em uma semana, a quase totalidade das salas comerciais do prédio foi vendida”, exemplifica. Armando calcula que o prédio tenha vinte andares e, no mínimo, dez salas por andar. O metro quadrado de sala comercial na Aldeota custa em média R$ 5 mil.
Esse é o perfil que vende mais rápido em Fortaleza: unidades menores em áreas nobres, segundo o sócio diretor da imobiliária Viva Imóveis, Paulo Angelim. “Não é qualquer coisa que vende. Há que se considerar a qualidade, o preço, o tamanho e a localização”, ressalta Angelim.
Em se falando de imóveis residenciais, a Aldeota e o Meireles também concentram o ritmo mais intenso de vendas. Lá, se demora entre três e quatro meses para se vender um empreendimento. Os apartamentos que vendem mais rápido têm entre 85 metros quadrados e 115 metros quadrados.
Nas regiões mais periféricas, como Maraponga, Messejana e Parangaba, se vende mais rápido imóveis entre 50 metros quadrados e 60 metros quadrados. “Na Maraponga, no entanto, vendo em um semestre o mesmo imóvel que demoro até um ano para vender na Messejana”, exemplifica Paulo Angelim para explicar como varia a velocidade de vendas na cidade de Fortaleza. “Não dá para generalizar”, diz.
Arrefecida
Para o presidente do Conselho de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Apollo Scherer, a procura e a venda de imóveis no primeiro trimestre de 2011 desacelerou em relação ao final de 2010, por causa da sequência de feriadões. “Sentimos que a demanda recuou, mas deve ser retomada a procura e a venda maior por imóveis logo após a Semana Santa”, acredita.
O tesoureiro do Conselho Federal de Corretores, Armando Cavalcante, não acredita que o ritmo acelerado das vendas irá se manter nos próximos anos.
“O volume e a velocidade de vendas continuará crescente até a Copa de 2014, mas em ritmo mais moderado. Seremos um mercado equilibrado”, afirma.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O boom do mercado imobiliário de Fortaleza é comum a outras capitais brasileiras sub-sedes da Copa. O aumento da demanda foi estimulada pelo aumento do crédito, da renda e programa como Minha Casa Minha Vida.
Luar Maria Brandão
luar@opovo.com.br
SP: efeito sazonal continua em fevereiro no mercado de imóveis novo
O segundo mês de 2011 confirmou a sazonalidade tradicionalmente observada no início do ano no mercado de imóveis novos residenciais da cidade de São Paulo e região. A capital apresentou resultados melhores em relação a janeiro, mas muito aquém dos números registrados em fevereiro de 2010.
A venda de imóveis novos atingiu 1.869 unidades, um crescimento de 125,2% em comparação ao mês anterior, quando foram comercializadas 830 unidades. Em relação a fevereiro de 2010 (com 2.858 unidades), houve queda de 34,6%.
De acordo com o Departamento de Economia e Estatística, responsável pela Pesquisa do Mercado Imobiliário, o indicador de desempenho de comercialização VSO (Venda Sobre Oferta) acompanhou em fevereiro a evolução das vendas em unidades. O VSO médio da cidade de São Paulo foi de 13,2%, diante dos 6,7% de janeiro e dos 21,1% de fevereiro de 2010.
No mês, 86,4% (1.614 unidades) das vendas ocorreram na fase de lançamento, período de maior esforço para promoção e comercialização do produto. Os primeiros seis meses a partir do lançamento caracterizam-se por campanhas em jornais, divulgação em mídia eletrônica (TV e rádio) e nos estandes de vendas.
O período de pós-lançamento, ou seja, unidades em oferta há mais de seis meses e com limite de tempo de permanência de três anos - conforme critério da pesquisa -, teve participação de 13,6% (255 unidades) do total de imóveis negociados em fevereiro.
Número de dormitórios - O nicho de dois dormitórios ocupou novamente a liderança em termos de comercialização, com escoamento de 777 unidades, equivalente a 41,6% do total. Imóveis de 3 dormitórios aparecem em seguida, com 603 unidades e 32,3% de vendas do mês.
Os maiores sucessos na venda de 2 dormitórios ocorreram em bairros das zonas Sul (Morumbi, Cupecê) e Leste (Brás, Cangaíba) e na região central da cidade, com valores médios de até R$ 180 mil ou na faixa entre R$ 240 mil a R$ 370 mil. No segmento de 3 dormitórios, a região Sul prevaleceu. Os valores médios das unidades com melhores resultados atingiram uma faixa ampla, desde R$ 250 mil até R$ 500 mil.
Das unidades negociadas em fevereiro, 89,1% possuíam área útil de até 130m² - ou seja, 1.666 imóveis em relação ao total de 1.869 comercializados. Unidades novas com área entre 45m² e 65m² mereceram destaque, com 38,8% (725 imóveis) do total negociado.
Região Metropolitana - A Região Metropolitana de São Paulo também sofreu efeito da sazonalidade. Em fevereiro, a venda de 3.728 unidades significou alta de 47,1% sobre o total escoado no primeiro mês do ano (2.535 imóveis). Houve, porém, redução de 31,7% em relação ao volume percebido em igual período do ano passado, quando foram vendidas 5.459 unidades.
Em termos de relevância nas vendas, exatamente a metade (50,1%) do volume de unidades comercializado na Região Metropolitana se concentrou na cidade de São Paulo.
O comportamento reflete a nova condição do município, que chegou a representar mais de 70% das vendas até 2005, mas perdeu espaço para cidades vizinhas, devido à escassez de terrenos que viabilizem empreendimentos dentro dos padrões urbanísticos impostos pela prefeitura.
O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, considera prematuro afirmar que o desaquecimento registrado no primeiro bimestre irá se consolidar nos próximos meses do ano.
- Em março, além de se perceber a influência do período de Carnaval, os resultados poderão não mostrar a desenvoltura dos anos anteriores.
Ele afirma que as empresas de incorporação, há anos atrás, sobreviviam no mercado imobiliário nos segmentos de classes de maior poder aquisitivo, com atuação tradicional em nichos de três e quatro dormitórios, principalmente. A ascensão das classes populares, aliada a outros fatores microeconômicos, agregou uma nova e significativa demanda, com necessidades diversas do segmento tradicional.
Imóveis considerados econômicos precisam de estrutura empresarial específica, com adoção de tecnologia de produção em escala e até com percepção de redução das margens. Algumas empresas de capital aberto sinalizam por meio da imprensa que retornarão à sua vocação original, de atender o mercado tradicional, diminuindo a participação do segmento econômico em seus lançamentos - avaliou Petrucci. No mercado, disse o economista, irão conviver empresas que terão como público-alvo as camadas "econômicas", assim como aquelas que voltarão a buscar mais o mercado tradicional.
A venda de imóveis novos atingiu 1.869 unidades, um crescimento de 125,2% em comparação ao mês anterior, quando foram comercializadas 830 unidades. Em relação a fevereiro de 2010 (com 2.858 unidades), houve queda de 34,6%.
De acordo com o Departamento de Economia e Estatística, responsável pela Pesquisa do Mercado Imobiliário, o indicador de desempenho de comercialização VSO (Venda Sobre Oferta) acompanhou em fevereiro a evolução das vendas em unidades. O VSO médio da cidade de São Paulo foi de 13,2%, diante dos 6,7% de janeiro e dos 21,1% de fevereiro de 2010.
No mês, 86,4% (1.614 unidades) das vendas ocorreram na fase de lançamento, período de maior esforço para promoção e comercialização do produto. Os primeiros seis meses a partir do lançamento caracterizam-se por campanhas em jornais, divulgação em mídia eletrônica (TV e rádio) e nos estandes de vendas.
O período de pós-lançamento, ou seja, unidades em oferta há mais de seis meses e com limite de tempo de permanência de três anos - conforme critério da pesquisa -, teve participação de 13,6% (255 unidades) do total de imóveis negociados em fevereiro.
Número de dormitórios - O nicho de dois dormitórios ocupou novamente a liderança em termos de comercialização, com escoamento de 777 unidades, equivalente a 41,6% do total. Imóveis de 3 dormitórios aparecem em seguida, com 603 unidades e 32,3% de vendas do mês.
Os maiores sucessos na venda de 2 dormitórios ocorreram em bairros das zonas Sul (Morumbi, Cupecê) e Leste (Brás, Cangaíba) e na região central da cidade, com valores médios de até R$ 180 mil ou na faixa entre R$ 240 mil a R$ 370 mil. No segmento de 3 dormitórios, a região Sul prevaleceu. Os valores médios das unidades com melhores resultados atingiram uma faixa ampla, desde R$ 250 mil até R$ 500 mil.
Das unidades negociadas em fevereiro, 89,1% possuíam área útil de até 130m² - ou seja, 1.666 imóveis em relação ao total de 1.869 comercializados. Unidades novas com área entre 45m² e 65m² mereceram destaque, com 38,8% (725 imóveis) do total negociado.
Região Metropolitana - A Região Metropolitana de São Paulo também sofreu efeito da sazonalidade. Em fevereiro, a venda de 3.728 unidades significou alta de 47,1% sobre o total escoado no primeiro mês do ano (2.535 imóveis). Houve, porém, redução de 31,7% em relação ao volume percebido em igual período do ano passado, quando foram vendidas 5.459 unidades.
Em termos de relevância nas vendas, exatamente a metade (50,1%) do volume de unidades comercializado na Região Metropolitana se concentrou na cidade de São Paulo.
O comportamento reflete a nova condição do município, que chegou a representar mais de 70% das vendas até 2005, mas perdeu espaço para cidades vizinhas, devido à escassez de terrenos que viabilizem empreendimentos dentro dos padrões urbanísticos impostos pela prefeitura.
O economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, considera prematuro afirmar que o desaquecimento registrado no primeiro bimestre irá se consolidar nos próximos meses do ano.
- Em março, além de se perceber a influência do período de Carnaval, os resultados poderão não mostrar a desenvoltura dos anos anteriores.
Ele afirma que as empresas de incorporação, há anos atrás, sobreviviam no mercado imobiliário nos segmentos de classes de maior poder aquisitivo, com atuação tradicional em nichos de três e quatro dormitórios, principalmente. A ascensão das classes populares, aliada a outros fatores microeconômicos, agregou uma nova e significativa demanda, com necessidades diversas do segmento tradicional.
Imóveis considerados econômicos precisam de estrutura empresarial específica, com adoção de tecnologia de produção em escala e até com percepção de redução das margens. Algumas empresas de capital aberto sinalizam por meio da imprensa que retornarão à sua vocação original, de atender o mercado tradicional, diminuindo a participação do segmento econômico em seus lançamentos - avaliou Petrucci. No mercado, disse o economista, irão conviver empresas que terão como público-alvo as camadas "econômicas", assim como aquelas que voltarão a buscar mais o mercado tradicional.
Falta de escritórios coloca São Paulo e Rio entre as mais caras do mundo
Valor Econômico, Daniela D'Ambrosio, 12/abr
As duas capitais brasileiras têm as menores taxas de vacância, segundo a Colliers
Douglas Frye, presidente mundial da Colliers, consultoria global de venda e aluguel de imóveis comerciais, nunca tinha vindo ao Brasil - apesar de ter inúmeras informações sobre o país e de a subsidiária estar aqui desde 1997. Impressionado com o tamanho do país e com a energia e atitude dos brasileiros, Frye fala, com desenvoltura, sobre dados demográficos e ascensão da classe média. "O Brasil é o país que tem a melhor história para contar hoje", diz o executivo. "A China ainda peca na questão da transparência."
O executivo acaba de voltar do Fórum Mundial de Davos e se diz impressionado com a popularidade do país. "A liderança global está mudando e o Brasil é um dos principais destaques", afirma. "Talvez vocês não percebam como usam bem a tecnologia a seu favor, vocês são grandes usuários de internet". Mas ressalta, também, os desafios da infraestrutura e do crescimento rápido. "O Brasil terá que saber gerenciar essa expansão", afirma.
Apesar do forte aumento de preços no mercado imobiliário brasileiro nos últimos dois anos - no mercado de escritórios, os aluguéis chegaram a dobrar em endereços mais nobres e, na média, em 2010, os preços tiveram aumento real de 17% - Frye defende que não existe bolha. "A alta dos preços dos imóveis é saudável e tem fundamento, está baseada simplesmente na demanda e oferta."
Estudo global da Colliers mostra que São Paulo e Rio são as duas cidades do mundo com taxa de vacância (índice de escritórios vagos) mais baixas do mundo, 2,6% e 1,6%, respectivamente. Na América Latina, essa taxa é de 5,9%. Em Nova York, a vacância é de 12,4%. Em Londres está em 8,2% e em Shangai, de 13,1%.
A evolução do mercado de escritórios é recente. Apesar da crise de 2008, a rápida recuperação do mercado brasileiro e a necessidade das companhias em expandir atuação e, consequentemente, buscar espaços maiores, fez com que a oferta disponível fosse ocupada rapidamente. Em 2003, a taxa de vacância em São Paulo era de 14,7%, contra 2,6% em 2010. É uma das quedas mais expressivas em sete anos.
Desde o ano passado, as duas cidades brasileiras figuram no ranking dos aluguéis de escritórios mais caros do mundo - situação favorecida pela valorização do real frente ao dólar. Levantamento global da Colliers, com base nos preços de dezembro de 2010, mostra que o preço médio do metro quadrado no Rio custava US$ 94,74 (o que coloca a cidade na sexta posição, atrás de cidades como Hong Kong, Londres e Paris). São Paulo ficou em oitavo lugar, com aluguel médio de US$ 79,73 o m2. Na Faria Lima, por exemplo, os preços pedidos já se aproximam de R$ 200.
Uma comparação com outras cidades da América Latina torna mais evidente a falta de oferta de escritórios de alto padrão no Brasil. Segundo dados da Colliers, São Paulo tem hoje menos escritórios do que Buenos Aires e Santiago e a metade da Cidade do México. Essa situação, no entanto, é temporária. O mercado é cíclico e, diante do aquecimento atual, há muitos projetos por vir. O mercado paulistano receberá cerca de 230 mil m2 em 2011, 13% do estoque atual. Até 2014, a cidade de São Paulo ganhará cerca de 850 mil m2 em novos edifícios e há mais 600 mil m2 em projeto, ainda sem data de definida para lançamento
Atualmente, São Paulo é a oitava cidade com maior quantidade de metros quadrados em construção, perde para quatro cidades chinesas, Moscou, Tóquio e Cidade do México. "O Brasil vai chegar no topo dos investimentos em 2012", afirma, acrescentando que, com o aumento da oferta, os preços dos aluguéis devem se estabilizar.
A visita de Frye ao Brasil se justifica tanto pela importância do país no cenário global, quanto pela estratégia da companhia. A Colliers pretende fazer a aquisição de uma empresa de gestão de condomínios - mercado no qual as suas concorrentes diretas já atuam. Com faturamento global de US$ 2 bilhões em 2010, a Colliers não abre a receita no Brasil. É líder na comercialização de imóveis industriais, mas ainda tem uma participação inferior às multinacionais do setor, Jones Lang La Salle, CB Richard Ellis e Cushman & Wakefield.
As duas capitais brasileiras têm as menores taxas de vacância, segundo a Colliers
Douglas Frye, presidente mundial da Colliers, consultoria global de venda e aluguel de imóveis comerciais, nunca tinha vindo ao Brasil - apesar de ter inúmeras informações sobre o país e de a subsidiária estar aqui desde 1997. Impressionado com o tamanho do país e com a energia e atitude dos brasileiros, Frye fala, com desenvoltura, sobre dados demográficos e ascensão da classe média. "O Brasil é o país que tem a melhor história para contar hoje", diz o executivo. "A China ainda peca na questão da transparência."
O executivo acaba de voltar do Fórum Mundial de Davos e se diz impressionado com a popularidade do país. "A liderança global está mudando e o Brasil é um dos principais destaques", afirma. "Talvez vocês não percebam como usam bem a tecnologia a seu favor, vocês são grandes usuários de internet". Mas ressalta, também, os desafios da infraestrutura e do crescimento rápido. "O Brasil terá que saber gerenciar essa expansão", afirma.
Apesar do forte aumento de preços no mercado imobiliário brasileiro nos últimos dois anos - no mercado de escritórios, os aluguéis chegaram a dobrar em endereços mais nobres e, na média, em 2010, os preços tiveram aumento real de 17% - Frye defende que não existe bolha. "A alta dos preços dos imóveis é saudável e tem fundamento, está baseada simplesmente na demanda e oferta."
Estudo global da Colliers mostra que São Paulo e Rio são as duas cidades do mundo com taxa de vacância (índice de escritórios vagos) mais baixas do mundo, 2,6% e 1,6%, respectivamente. Na América Latina, essa taxa é de 5,9%. Em Nova York, a vacância é de 12,4%. Em Londres está em 8,2% e em Shangai, de 13,1%.
A evolução do mercado de escritórios é recente. Apesar da crise de 2008, a rápida recuperação do mercado brasileiro e a necessidade das companhias em expandir atuação e, consequentemente, buscar espaços maiores, fez com que a oferta disponível fosse ocupada rapidamente. Em 2003, a taxa de vacância em São Paulo era de 14,7%, contra 2,6% em 2010. É uma das quedas mais expressivas em sete anos.
Desde o ano passado, as duas cidades brasileiras figuram no ranking dos aluguéis de escritórios mais caros do mundo - situação favorecida pela valorização do real frente ao dólar. Levantamento global da Colliers, com base nos preços de dezembro de 2010, mostra que o preço médio do metro quadrado no Rio custava US$ 94,74 (o que coloca a cidade na sexta posição, atrás de cidades como Hong Kong, Londres e Paris). São Paulo ficou em oitavo lugar, com aluguel médio de US$ 79,73 o m2. Na Faria Lima, por exemplo, os preços pedidos já se aproximam de R$ 200.
Uma comparação com outras cidades da América Latina torna mais evidente a falta de oferta de escritórios de alto padrão no Brasil. Segundo dados da Colliers, São Paulo tem hoje menos escritórios do que Buenos Aires e Santiago e a metade da Cidade do México. Essa situação, no entanto, é temporária. O mercado é cíclico e, diante do aquecimento atual, há muitos projetos por vir. O mercado paulistano receberá cerca de 230 mil m2 em 2011, 13% do estoque atual. Até 2014, a cidade de São Paulo ganhará cerca de 850 mil m2 em novos edifícios e há mais 600 mil m2 em projeto, ainda sem data de definida para lançamento
Atualmente, São Paulo é a oitava cidade com maior quantidade de metros quadrados em construção, perde para quatro cidades chinesas, Moscou, Tóquio e Cidade do México. "O Brasil vai chegar no topo dos investimentos em 2012", afirma, acrescentando que, com o aumento da oferta, os preços dos aluguéis devem se estabilizar.
A visita de Frye ao Brasil se justifica tanto pela importância do país no cenário global, quanto pela estratégia da companhia. A Colliers pretende fazer a aquisição de uma empresa de gestão de condomínios - mercado no qual as suas concorrentes diretas já atuam. Com faturamento global de US$ 2 bilhões em 2010, a Colliers não abre a receita no Brasil. É líder na comercialização de imóveis industriais, mas ainda tem uma participação inferior às multinacionais do setor, Jones Lang La Salle, CB Richard Ellis e Cushman & Wakefield.
Estudo prevê transformação da Luz em nova Santa Cecília
Do Metro
cidades@eband.com.br
O projeto Nova Luz pretende transformar a região da cracolândia em um bairro de classe média, similar às regiões da Bela Vista, Consolação e Santa Cecília. No estudo de viabilidade financeira elaborado pelo consórcio responsável pelo projeto, são esboçados três cenários para o futuro da região.
No primeiro deles, classificado como pessimista, mesmo com todas as intervenções previstas, não haveria grandes alterações na valorização dos imóveis, que viria apenas da instalação de novos equipamentos públicos, praças, comércio e serviços. Já no segundo cenário, chamado pelo consórcio de realista, a Nova Luz passará a ser vista pelo mercado imobiliário da mesma forma que bairros como Bela Vista e Consolação.
De acordo com a avaliação do consórcio, formado pelas empresas Concremat, Cia City, Aecom e FGV, assim como a Nova Luz, as duas regiões estão próximas do centro e possuem boa oferta de equipamentos públicos e de imóveis residenciais.
No terceiro cenário, classificado como otimista, as obras na cracolândia transformarão a região em uma nova Santa Cecília – o documento destaca que essa equiparação se dá quando considerada a parte mais valorizada do bairro.
O estudo aponta que, após a conclusão das obras, a oferta de imóveis de interesse social, como exige a lei Concessão Urbanística aprovada na Câmara Municipal de São Paulo, terá três faixas de preço. A previsão do estudo de viabilidade financeira é de que as unidades tenham 37 m², 50 m² e 65 m². O custo irá variar de R$ 114 mil a R$ 222 mil. Ainda serão oferecidas residências de alto padrão, cujo valor pode chegar, no cenário mais otimista, a cerca de R$ 425 mil.
Na projeção, a unidade com menor metragem deve atingir famílias com faixa de renda acima de sete salários mínimos (R$ 3.815). No caso dos imóveis de alto padrão, de 100 m², a previsão é atrair famílias com renda superior a 30 mínimos (R$ 16.350).
cidades@eband.com.br
O projeto Nova Luz pretende transformar a região da cracolândia em um bairro de classe média, similar às regiões da Bela Vista, Consolação e Santa Cecília. No estudo de viabilidade financeira elaborado pelo consórcio responsável pelo projeto, são esboçados três cenários para o futuro da região.
No primeiro deles, classificado como pessimista, mesmo com todas as intervenções previstas, não haveria grandes alterações na valorização dos imóveis, que viria apenas da instalação de novos equipamentos públicos, praças, comércio e serviços. Já no segundo cenário, chamado pelo consórcio de realista, a Nova Luz passará a ser vista pelo mercado imobiliário da mesma forma que bairros como Bela Vista e Consolação.
De acordo com a avaliação do consórcio, formado pelas empresas Concremat, Cia City, Aecom e FGV, assim como a Nova Luz, as duas regiões estão próximas do centro e possuem boa oferta de equipamentos públicos e de imóveis residenciais.
No terceiro cenário, classificado como otimista, as obras na cracolândia transformarão a região em uma nova Santa Cecília – o documento destaca que essa equiparação se dá quando considerada a parte mais valorizada do bairro.
O estudo aponta que, após a conclusão das obras, a oferta de imóveis de interesse social, como exige a lei Concessão Urbanística aprovada na Câmara Municipal de São Paulo, terá três faixas de preço. A previsão do estudo de viabilidade financeira é de que as unidades tenham 37 m², 50 m² e 65 m². O custo irá variar de R$ 114 mil a R$ 222 mil. Ainda serão oferecidas residências de alto padrão, cujo valor pode chegar, no cenário mais otimista, a cerca de R$ 425 mil.
Na projeção, a unidade com menor metragem deve atingir famílias com faixa de renda acima de sete salários mínimos (R$ 3.815). No caso dos imóveis de alto padrão, de 100 m², a previsão é atrair famílias com renda superior a 30 mínimos (R$ 16.350).
Construtora pode ser acionada na Justiça por 'vício'
Advogado alerta sobre invasão à intimidade alheia
Ainda segundo o advogado Hamilton Quirino, se a pessoa incomodada é proprietária do apartamento, ela pode inclusive acionar a Justiça alegando "vício de construção". A ação pode ser iniciada em até um ano após a mudança do morador (prazo para o conhecimento do problema) tanto para rescisão da compra, quanto para pedir abatimento no preço do imóvel. Mas isso só vale para unidades novas (construídas há até cinco anos). Outra opção é pedir a reparação, no caso acústica, o que poderá ser feito em até três anos. Aos inquilinos, só resta mesmo muita conversa.
No caso de uma ação contra os vizinhos, explica Quirino, esta até poderia ser feita com base no artigo 1.277 do Código Civil (direito de vizinhança). Mas, para isso, seria preciso ter provas:
- A vida condominial é baseada no princípio do direito-dever. O meu direito acaba quando começa o do outro. O primeiro passo seria notificar o casal e, caso a medida não surta efeito, partir para a Justiça. Mas como provar? Como evitar ser acusado de violar a privacidade?
Conversa franca, uma solução para o impasse
Sim, porque se por um lado, quem reclama alega estar buscando seus direitos, de outro...
- Todos têm direito à sua privacidade, assegurada como princípio fundamental pela Constituição. Ou seja, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas não podem ser violados - frisa o advogado.
Síndico de um prédio na Tijuca, J. W. precisou ter muito jogo de cintura para resolver um impasse entre vizinhos que durou mais de um ano:
- A moradora que se sentia incomodada com a situação queria um pedido de desculpas durante a assembleia. Logicamente, não havia necessidade para tanto. Mas que foi difícil convencê-la, foi.
Ainda segundo o advogado Hamilton Quirino, se a pessoa incomodada é proprietária do apartamento, ela pode inclusive acionar a Justiça alegando "vício de construção". A ação pode ser iniciada em até um ano após a mudança do morador (prazo para o conhecimento do problema) tanto para rescisão da compra, quanto para pedir abatimento no preço do imóvel. Mas isso só vale para unidades novas (construídas há até cinco anos). Outra opção é pedir a reparação, no caso acústica, o que poderá ser feito em até três anos. Aos inquilinos, só resta mesmo muita conversa.
No caso de uma ação contra os vizinhos, explica Quirino, esta até poderia ser feita com base no artigo 1.277 do Código Civil (direito de vizinhança). Mas, para isso, seria preciso ter provas:
- A vida condominial é baseada no princípio do direito-dever. O meu direito acaba quando começa o do outro. O primeiro passo seria notificar o casal e, caso a medida não surta efeito, partir para a Justiça. Mas como provar? Como evitar ser acusado de violar a privacidade?
Conversa franca, uma solução para o impasse
Sim, porque se por um lado, quem reclama alega estar buscando seus direitos, de outro...
- Todos têm direito à sua privacidade, assegurada como princípio fundamental pela Constituição. Ou seja, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas não podem ser violados - frisa o advogado.
Síndico de um prédio na Tijuca, J. W. precisou ter muito jogo de cintura para resolver um impasse entre vizinhos que durou mais de um ano:
- A moradora que se sentia incomodada com a situação queria um pedido de desculpas durante a assembleia. Logicamente, não havia necessidade para tanto. Mas que foi difícil convencê-la, foi.
Novos empreendimentos, Condomínios-Club chegam a Teresina
Os espaços são compostos com piscinas, academias, lounges, quadras recreativas
Ganhando espaço no mercado imobiliário do país, os chamados Condomínios-Club vêm atraindo um grande público que procura morar com conforto e segurança. Os espaços são compostos com piscinas, academias, lounges, quadras recreativas e salão de jogos que proporcionam, ante de tudo, qualidade de vida. Tudo com a segurança de um condomínio fechado.
Essa nova tendência de mercado também já chegou ao Piauí com investimentos da Patrimônio Incorporadora que lançou, com sucesso, o Smille Horto empreendimento que está sendo construído na avenida Homero Castelo Branco e que foi o primeiro nesse segmento a ser lançado no Estado. Com uma enorme área de lazer, o local contempla beach soccer/beach volley, cinema, quadra poliesportiva, academia, spa e muitas outras opções que visam garantir qualidade de vida aos futuros moradores. Devido a excelente aceitação por parte das famílias, a Patrimônio lança agora o Smile Club Morada do Sol, localizado no bairro Morada do Sol, priorizando novamente o conceito de viver bem.
Para Henrique Manzari, gerente de marketing da empresa, a correria do dia a dia faz com que cada vez mais famílias busquem espaços como os Condominios-Club que proporcionam comodidade e segurança. “É comum em uma família, em que pai e mãe trabalham fora, reduzir o tempo disponível para atividades de lazer com os filhos e também individuais como ir a uma academia, por exemplo. Pensando nisso, o conceito de condomínio-clube tem ganhado cada vez mais adeptos, pois coloca em destaque a comodidade no acesso a esses serviços”, explica Manzari.
Além das estruturas de lazer e valor acessível, a segurança se mostra como mais um fator preponderante na escolha dos consumidores, já que com a opção de usufruir de tantos serviços dentro do próprio condomínio as pessoas ficam menos expostas à violência das ruas. Deste modo, a infraestrutura de lazer se consolida cada dia mais como requisito para a comercialização de imóveis movimentando o setor de construção civil, que é um dos que mais emprega e gera renda no país.
Ganhando espaço no mercado imobiliário do país, os chamados Condomínios-Club vêm atraindo um grande público que procura morar com conforto e segurança. Os espaços são compostos com piscinas, academias, lounges, quadras recreativas e salão de jogos que proporcionam, ante de tudo, qualidade de vida. Tudo com a segurança de um condomínio fechado.
Essa nova tendência de mercado também já chegou ao Piauí com investimentos da Patrimônio Incorporadora que lançou, com sucesso, o Smille Horto empreendimento que está sendo construído na avenida Homero Castelo Branco e que foi o primeiro nesse segmento a ser lançado no Estado. Com uma enorme área de lazer, o local contempla beach soccer/beach volley, cinema, quadra poliesportiva, academia, spa e muitas outras opções que visam garantir qualidade de vida aos futuros moradores. Devido a excelente aceitação por parte das famílias, a Patrimônio lança agora o Smile Club Morada do Sol, localizado no bairro Morada do Sol, priorizando novamente o conceito de viver bem.
Para Henrique Manzari, gerente de marketing da empresa, a correria do dia a dia faz com que cada vez mais famílias busquem espaços como os Condominios-Club que proporcionam comodidade e segurança. “É comum em uma família, em que pai e mãe trabalham fora, reduzir o tempo disponível para atividades de lazer com os filhos e também individuais como ir a uma academia, por exemplo. Pensando nisso, o conceito de condomínio-clube tem ganhado cada vez mais adeptos, pois coloca em destaque a comodidade no acesso a esses serviços”, explica Manzari.
Além das estruturas de lazer e valor acessível, a segurança se mostra como mais um fator preponderante na escolha dos consumidores, já que com a opção de usufruir de tantos serviços dentro do próprio condomínio as pessoas ficam menos expostas à violência das ruas. Deste modo, a infraestrutura de lazer se consolida cada dia mais como requisito para a comercialização de imóveis movimentando o setor de construção civil, que é um dos que mais emprega e gera renda no país.
ASSUMINDO FRACASSO
O que pertence a você cabe a você controlar. Quando você decide assumir os seus próprios resultados, então você se coloca no controle daqueles resultados. Winston Churchill
Q uando você fracassa em não alcançar os resultados desejados, qual é a primeira coisa que você deve fazer? Assumir o fracasso. Se você não assumir responsabilidades pelos seus fracassos, você continuará a experiemntar mais e mais deles.
Mas existe um caminho melhor. Porque você pode assumir total responsabilidade pelo seu fracasso, você pode também se autocapacitar para ir muito além dos seus fracassos. Quando você assume os seus fracassos, você passa a decidir quais serão os resultados futuros e eles poderão ser aquilo que você deseja que eles sejam.
Admita seus fracassos, assuma-os, abrace-os. Quando você se abre para assumir a sua própria responsabilidade pelos seus próprios fracassos, você se posiciona para magníficos sucessos.
Nélio DaSilva
Para Meditação:
Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue. Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe. Sei que desejas a verdade no íntimo; e no coração me ensinas a sabedoria. Salmos 51:3,4,6
Q uando você fracassa em não alcançar os resultados desejados, qual é a primeira coisa que você deve fazer? Assumir o fracasso. Se você não assumir responsabilidades pelos seus fracassos, você continuará a experiemntar mais e mais deles.
Mas existe um caminho melhor. Porque você pode assumir total responsabilidade pelo seu fracasso, você pode também se autocapacitar para ir muito além dos seus fracassos. Quando você assume os seus fracassos, você passa a decidir quais serão os resultados futuros e eles poderão ser aquilo que você deseja que eles sejam.
Admita seus fracassos, assuma-os, abrace-os. Quando você se abre para assumir a sua própria responsabilidade pelos seus próprios fracassos, você se posiciona para magníficos sucessos.
Nélio DaSilva
Para Meditação:
Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue. Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe. Sei que desejas a verdade no íntimo; e no coração me ensinas a sabedoria. Salmos 51:3,4,6
Próximas tarefas
Folha de São Paulo, Janela, 03/abr
Os dados da economia brasileira do primeiro trimestre e as novas previsões do Banco Central para o crescimento do PIB e o comportamento da inflação neste ano mostram que ninguém pode nem deve "jogar a toalha" diante das pressões sobre os custos da produção.
A alta das commodities e o aumento do emprego e da renda são uma realidade, e espera-se que deem resultado as medidas macroprudenciais para controlar a inflação, como o corte do Orçamento da União, a contenção do crédito e a taxação dos investimentos externos. Assim, o mais amargo de todos os remédios, a alta dos juros já elevados, tenderá a voltar à prateleira.
Mas outros fatores poderão impactar o crescimento econômico. Ainda não se tem ao certo toda a dimensão das consequências da catástrofe do Japão sobre sua economia e a do mundo. Mesmo que aquele país substitua por outras alternativas a energia dos quatro reatores nucleares de Fukushima que serão desativados, e restabeleça sua produção e sua infraestrutura, não se sabe quanto tempo esse processo vai demandar.
Ao mesmo tempo, a crise nos países árabes que elevou o preço do petróleo, junto com a persistência da alta das commodities, tem reflexos para todos os países, especialmente os desenvolvidos que já contavam neste ano com uma recuperação razoável.
Neste cenário encontra-se o Brasil, agora com perspectivas de um crescimento menor e uma inflação maior em 2011, que não será contida apenas com medidas no âmbito financeiro.
É preciso criar instrumentos para concretizar o que a presidente Dilma colocou como uma prioridade: o aumento da oferta para o atendimento da demanda. Desonerar os investimentos será indispensável para financiar o aumento da produção e da produtividade.
Também será preciso agilizar, na União, nos Estados e nos Municípios, os prometidos programas de formação e qualificação de mão de obra. A indústria da construção é um dos setores que já vive uma situação de pleno emprego e necessita urgentemente continuar contratando pessoal qualificado, para assegurar a expansão das obras privadas, do Programa Minha Casa, Minha Vida e do PAC, bem como as obras esportivas de expansão da infraestrutura para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Neste quadro, o abastecimento dos insumos da construção dentro dos orçamentos definidos precisa estar assegurado. Para tanto, a importação tem sido importante, devendo ser utilizada para frear os aumentos de preços internos, incentivados, entre outros fatores, por elevações das alíquotas de importação.
Não se pode perder de vista que o setor da construção continue desempenhando o papel de impulsionador do crescimento econômico. Nos últimos 5 anos, o PIB da construção cresceu 31,95% "puxando" o PIB nacional que no período se elevou em 23,87%. Continuemos assim.
Os dados da economia brasileira do primeiro trimestre e as novas previsões do Banco Central para o crescimento do PIB e o comportamento da inflação neste ano mostram que ninguém pode nem deve "jogar a toalha" diante das pressões sobre os custos da produção.
A alta das commodities e o aumento do emprego e da renda são uma realidade, e espera-se que deem resultado as medidas macroprudenciais para controlar a inflação, como o corte do Orçamento da União, a contenção do crédito e a taxação dos investimentos externos. Assim, o mais amargo de todos os remédios, a alta dos juros já elevados, tenderá a voltar à prateleira.
Mas outros fatores poderão impactar o crescimento econômico. Ainda não se tem ao certo toda a dimensão das consequências da catástrofe do Japão sobre sua economia e a do mundo. Mesmo que aquele país substitua por outras alternativas a energia dos quatro reatores nucleares de Fukushima que serão desativados, e restabeleça sua produção e sua infraestrutura, não se sabe quanto tempo esse processo vai demandar.
Ao mesmo tempo, a crise nos países árabes que elevou o preço do petróleo, junto com a persistência da alta das commodities, tem reflexos para todos os países, especialmente os desenvolvidos que já contavam neste ano com uma recuperação razoável.
Neste cenário encontra-se o Brasil, agora com perspectivas de um crescimento menor e uma inflação maior em 2011, que não será contida apenas com medidas no âmbito financeiro.
É preciso criar instrumentos para concretizar o que a presidente Dilma colocou como uma prioridade: o aumento da oferta para o atendimento da demanda. Desonerar os investimentos será indispensável para financiar o aumento da produção e da produtividade.
Também será preciso agilizar, na União, nos Estados e nos Municípios, os prometidos programas de formação e qualificação de mão de obra. A indústria da construção é um dos setores que já vive uma situação de pleno emprego e necessita urgentemente continuar contratando pessoal qualificado, para assegurar a expansão das obras privadas, do Programa Minha Casa, Minha Vida e do PAC, bem como as obras esportivas de expansão da infraestrutura para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Neste quadro, o abastecimento dos insumos da construção dentro dos orçamentos definidos precisa estar assegurado. Para tanto, a importação tem sido importante, devendo ser utilizada para frear os aumentos de preços internos, incentivados, entre outros fatores, por elevações das alíquotas de importação.
Não se pode perder de vista que o setor da construção continue desempenhando o papel de impulsionador do crescimento econômico. Nos últimos 5 anos, o PIB da construção cresceu 31,95% "puxando" o PIB nacional que no período se elevou em 23,87%. Continuemos assim.
Projeto de lei prevê multa por atraso na entrega de imóvel
Extra, 03/abr
Tramita na Câmara o Projeto de Lei 178/2011, do deputado Eli Corrêa Filho (DEM-SP), que torna nulas as cláusulas contratuais que garantem tolerância para o atraso na entrega de imóveis. A proposta altera a Lei do Condomínio (Lei 4591/1964). Segundo o texto, em caso de atraso, a construtora terá que pagar multa correspondente a 2% do valor do contrato ao comprador. A multa teria correção monetária, acrescida de juros de 1% ao mês, até a data da efetiva entrega do imóvel. A construtora também ficaria sujeita a uma multa administrativa mensal de 0,5% do valor total do empreendimento, a ser aplicada pelo Procon.
Tramita na Câmara o Projeto de Lei 178/2011, do deputado Eli Corrêa Filho (DEM-SP), que torna nulas as cláusulas contratuais que garantem tolerância para o atraso na entrega de imóveis. A proposta altera a Lei do Condomínio (Lei 4591/1964). Segundo o texto, em caso de atraso, a construtora terá que pagar multa correspondente a 2% do valor do contrato ao comprador. A multa teria correção monetária, acrescida de juros de 1% ao mês, até a data da efetiva entrega do imóvel. A construtora também ficaria sujeita a uma multa administrativa mensal de 0,5% do valor total do empreendimento, a ser aplicada pelo Procon.
Preço dos imóveis em Pernambuco ainda vai crescer
Salão Imobiliário reúne construtoras, bancos e cartórios para incetivar o comprador a fechar negócio
Da Redação do pe360graus.com
010203AmpliarFoto: Reprodução / TV Globo
010203
Veja mais
Vídeo | Preço dos imóveis em Pernambuco ainda vai crescer
Os economistas prevêem que os imóveis devem ficar ainda mais valorizados nos próximos meses, em Pernambuco. Os preços dos apartamentos vendidos na planta ou
recém-construídos revelam essa tendência. Quem pensa em comprar para investir, pode conhecer as oportunidades que o mercado oferece no Salão Imobiliário, realizado no Centro de Convenções, em Olinda.
A operadora de máquinas Maricélia Cabral foi com a filha, que será a proprietária do imóvel. "Queremos um apartamento com três quartos, em Barra de Jangada ou em Piedade, mas que tenha uma área boa", detalha.
O salão tem 4 mil imóveis em oferta - do popular ao alto luxo. A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PE) reuniu no local 32 empreendedores. E ainda bancos e cartórios. A intenção é facilitar a vida do comprador. E, claro, incentivá-lo a fazer negócio.
"É uma ótima oportunidade de fazer negócio, porque você pode ir ao sistema financeiro, há representantes de três bancos no local. Sair com a carta de crédito aprovada na hora, assinar contrato de compra e venda e registrar no cartório. Tudo isso dentro do Salão", destaca o presidente da Ademi-PE, Alexandre Mirinda (foto 2).
Este é o quarto ano do Salão Imobiliário. E tempo de mercado aquecido. De acordo com a Ademi, há dois anos, o metro quadrado ficava em torno de R$ 3 mil nas áreas mais valorizadas da Região Metropolitana. Hoje está em R$ 4 mil.
Quem entende do assunto diz que o momento é muito bom para quem quer investir em imóvel porque é provável que ele se valorize ainda mais. Mas, e quem precisa comprar para morar? "O mercado está em aquecimento, com tendência de crescimento dos preços. O crescimento não deve ser tão significativo como nos dois últimos anos, mas ainda tende a crescer, dado o aquecimento da economia de Pernambuco", afirma o economista Alexandre Jatobá (foto 3).
Da Redação do pe360graus.com
010203AmpliarFoto: Reprodução / TV Globo
010203
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Os economistas prevêem que os imóveis devem ficar ainda mais valorizados nos próximos meses, em Pernambuco. Os preços dos apartamentos vendidos na planta ou
recém-construídos revelam essa tendência. Quem pensa em comprar para investir, pode conhecer as oportunidades que o mercado oferece no Salão Imobiliário, realizado no Centro de Convenções, em Olinda.
A operadora de máquinas Maricélia Cabral foi com a filha, que será a proprietária do imóvel. "Queremos um apartamento com três quartos, em Barra de Jangada ou em Piedade, mas que tenha uma área boa", detalha.
O salão tem 4 mil imóveis em oferta - do popular ao alto luxo. A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PE) reuniu no local 32 empreendedores. E ainda bancos e cartórios. A intenção é facilitar a vida do comprador. E, claro, incentivá-lo a fazer negócio.
"É uma ótima oportunidade de fazer negócio, porque você pode ir ao sistema financeiro, há representantes de três bancos no local. Sair com a carta de crédito aprovada na hora, assinar contrato de compra e venda e registrar no cartório. Tudo isso dentro do Salão", destaca o presidente da Ademi-PE, Alexandre Mirinda (foto 2).
Este é o quarto ano do Salão Imobiliário. E tempo de mercado aquecido. De acordo com a Ademi, há dois anos, o metro quadrado ficava em torno de R$ 3 mil nas áreas mais valorizadas da Região Metropolitana. Hoje está em R$ 4 mil.
Quem entende do assunto diz que o momento é muito bom para quem quer investir em imóvel porque é provável que ele se valorize ainda mais. Mas, e quem precisa comprar para morar? "O mercado está em aquecimento, com tendência de crescimento dos preços. O crescimento não deve ser tão significativo como nos dois últimos anos, mas ainda tende a crescer, dado o aquecimento da economia de Pernambuco", afirma o economista Alexandre Jatobá (foto 3).
Venda de imóveis salta 233% em quatro anos
De 2006 até o ano passado, mercado imobiliário passou por "boom" e incentivos governamentais
Até quem presta bastante atenção nas mudanças da paisagem urbana vai se impressionar com a velocidade do crescimento do mercado imobiliário da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), nos últimos cinco anos. Em 2010, o volume de negócios envolvendo imóveis superou a casa de R$ 2 bilhões. Uma elevação de 33% sobre o ano imediatamente anterior (R$ 1,5 bilhão), e de 233% sobre 2006, quando teve início a curva ascendente do setor na RMF, com total movimentado de R$ 600 milhões. O salto foi de quase 3,5 vezes o valor inicial da comparação. Os dados são do presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis do Ceará (Secovi-CE), Sérgio Porto, que atualmente também preside a Federação Nacional dos Secovis.
Ele antecipou as informações do balanço geral do segmento no ano passado, que será divulgado, oficialmente, na segunda semana deste mês. "Esse resultado é realmente inédito. Um recorde histórico. Estamos muito satisfeitos com as vendas de imóveis na RMF", comentou, acrescentando que parte desse desempenho se deve às facilidades nos financiamentos.
Prazos elásticos e renda
Além da Caixa Econômica Federal, que é o principal agente de financiamento do mercado imobiliário, vários bancos privados estão ampliando suas participações neste negócio.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Apollo Scherer, além da elasticidade dos prazos para pagamento há um conjunto de fatores, que juntos propiciaram o boom do setor não só em Fortaleza, mas no restante do Brasil. "Houve, é verdade, um aumento nos financiamentos que eram de 15 e 20 anos para 25 e até 30 anos. Mas, são muitos os motivos. A evolução do mercado de trabalho, os avanços no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e o ganho de renda com ampliação da classe média brasileira também contribuíram bastante para esse desempenho", contou. Apollo afirmou que esse novo cenário serviu de base para que um maior número de pessoas pudesse comprar um imóvel próprio. Para ele, esse quadro poderá continuar por mais algum tempo. "Há uma tendência não nessa mesma velocidade ou nesse volume, mas o crescimento vai ser constante. Temos uma carência muito grande de imóveis. Alta demanda reprimida. Há milhões de pessoas sem residência no País", completou.
Novos compradores lá fora
Para o presidente do Creci-CE, a Copa do Mundo de 2014 e, também, as Olimpíadas de 2016, já estão chamando a atenção de investidores do exterior, interessados nesse mercado. "Muitos pensam em segunda moradia mesmo. Mas, na maioria, está sendo despertado o desejo de investir em imóveis para negócios. São shoppings, centros comerciais, resorts e hotéis, por exemplo", exemplificou.
Conforme Apollo, é um outro tipo de venda que corretores de imóveis já estão observando se desenvolver no Brasil, sobretudo, no Ceará. "O Estado está na rota turística. Com a realização da Copa, fica muito mais forte essa movimentação do mercado percebida por conta do interesse dos estrangeiros".
MERCADO IMOBILIÁRIO
Copa será atrativo para estrangeiro
Investidores dos Estados Unidos, Europa e Qatar apostam em novos segmentos imobiliários no Brasil
Estabilidade econômica e crescimento da renda populacional, não são mais os únicos atrativos que puxam os investimentos estrangeiros para o mercado imobiliário brasileiro. A Copa do Mundo 2014 no País é, atualmente, o fator que tem decidido o destino do capital estrangeiro voltado para o setor. Foi o que disse o presidente da Adit Brasil, Luiz Henrique Lessa, durante almoço ontem com agentes do setor em Fortaleza.
Na oportunidade ele anunciou a sexta edição do Adit Invest 2011. Com o objetivo de aproveitar o momento e assegurar bons negócios, o evento, que é itinerante, ocorrerá este ano, de 10 a 12 de maio, em Fortaleza. A ideia é reunir empresários do mercado imobiliário do Brasil, Estados Unidos e Europa para dialogarem acerca das novas oportunidades do segmento. Investidores do Qatar virão pela primeira vez ao evento dispostos a apostar em novos empreendimentos.
Novo perfil
E o perfil dos investimentos tem mesmo mudado. Se antes os grupos empresariais buscavam principalmente por empreendimentos ligados ao turismo, hoje já existe uma procura por outros perfis imobiliários, como projetos hoteleiros urbanos, segunda residência, mercados corporativos, que também fazem parte da estrutura que será demandada para o cenário da Copa do Mundo.
De acordo com Lessa, em 2010 foram gerados mais de R$ 1,8 bilhão em negócios prospectados durante o Adit Invest. Para este ano, espera-se, pelo menos, um incremento de 20%, chegando aos R$ 2,16 bilhões.
Além das conferências, a programação contará com uma rodada de negócios e um salão imobiliário turístico.
ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER
Até quem presta bastante atenção nas mudanças da paisagem urbana vai se impressionar com a velocidade do crescimento do mercado imobiliário da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), nos últimos cinco anos. Em 2010, o volume de negócios envolvendo imóveis superou a casa de R$ 2 bilhões. Uma elevação de 33% sobre o ano imediatamente anterior (R$ 1,5 bilhão), e de 233% sobre 2006, quando teve início a curva ascendente do setor na RMF, com total movimentado de R$ 600 milhões. O salto foi de quase 3,5 vezes o valor inicial da comparação. Os dados são do presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis do Ceará (Secovi-CE), Sérgio Porto, que atualmente também preside a Federação Nacional dos Secovis.
Ele antecipou as informações do balanço geral do segmento no ano passado, que será divulgado, oficialmente, na segunda semana deste mês. "Esse resultado é realmente inédito. Um recorde histórico. Estamos muito satisfeitos com as vendas de imóveis na RMF", comentou, acrescentando que parte desse desempenho se deve às facilidades nos financiamentos.
Prazos elásticos e renda
Além da Caixa Econômica Federal, que é o principal agente de financiamento do mercado imobiliário, vários bancos privados estão ampliando suas participações neste negócio.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Apollo Scherer, além da elasticidade dos prazos para pagamento há um conjunto de fatores, que juntos propiciaram o boom do setor não só em Fortaleza, mas no restante do Brasil. "Houve, é verdade, um aumento nos financiamentos que eram de 15 e 20 anos para 25 e até 30 anos. Mas, são muitos os motivos. A evolução do mercado de trabalho, os avanços no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e o ganho de renda com ampliação da classe média brasileira também contribuíram bastante para esse desempenho", contou. Apollo afirmou que esse novo cenário serviu de base para que um maior número de pessoas pudesse comprar um imóvel próprio. Para ele, esse quadro poderá continuar por mais algum tempo. "Há uma tendência não nessa mesma velocidade ou nesse volume, mas o crescimento vai ser constante. Temos uma carência muito grande de imóveis. Alta demanda reprimida. Há milhões de pessoas sem residência no País", completou.
Novos compradores lá fora
Para o presidente do Creci-CE, a Copa do Mundo de 2014 e, também, as Olimpíadas de 2016, já estão chamando a atenção de investidores do exterior, interessados nesse mercado. "Muitos pensam em segunda moradia mesmo. Mas, na maioria, está sendo despertado o desejo de investir em imóveis para negócios. São shoppings, centros comerciais, resorts e hotéis, por exemplo", exemplificou.
Conforme Apollo, é um outro tipo de venda que corretores de imóveis já estão observando se desenvolver no Brasil, sobretudo, no Ceará. "O Estado está na rota turística. Com a realização da Copa, fica muito mais forte essa movimentação do mercado percebida por conta do interesse dos estrangeiros".
MERCADO IMOBILIÁRIO
Copa será atrativo para estrangeiro
Investidores dos Estados Unidos, Europa e Qatar apostam em novos segmentos imobiliários no Brasil
Estabilidade econômica e crescimento da renda populacional, não são mais os únicos atrativos que puxam os investimentos estrangeiros para o mercado imobiliário brasileiro. A Copa do Mundo 2014 no País é, atualmente, o fator que tem decidido o destino do capital estrangeiro voltado para o setor. Foi o que disse o presidente da Adit Brasil, Luiz Henrique Lessa, durante almoço ontem com agentes do setor em Fortaleza.
Na oportunidade ele anunciou a sexta edição do Adit Invest 2011. Com o objetivo de aproveitar o momento e assegurar bons negócios, o evento, que é itinerante, ocorrerá este ano, de 10 a 12 de maio, em Fortaleza. A ideia é reunir empresários do mercado imobiliário do Brasil, Estados Unidos e Europa para dialogarem acerca das novas oportunidades do segmento. Investidores do Qatar virão pela primeira vez ao evento dispostos a apostar em novos empreendimentos.
Novo perfil
E o perfil dos investimentos tem mesmo mudado. Se antes os grupos empresariais buscavam principalmente por empreendimentos ligados ao turismo, hoje já existe uma procura por outros perfis imobiliários, como projetos hoteleiros urbanos, segunda residência, mercados corporativos, que também fazem parte da estrutura que será demandada para o cenário da Copa do Mundo.
De acordo com Lessa, em 2010 foram gerados mais de R$ 1,8 bilhão em negócios prospectados durante o Adit Invest. Para este ano, espera-se, pelo menos, um incremento de 20%, chegando aos R$ 2,16 bilhões.
Além das conferências, a programação contará com uma rodada de negócios e um salão imobiliário turístico.
ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER
Isenção de IR na poupança prejudica os mais pobres
Valor Econômico, Marcos Köhler (Opinião), 01/abr
A mística criada em torno dos depósitos de poupança se opõe à necessidade de mudança na sua estrutura tributária e normativa. Sempre nos vêm à cabeça os cofrinhos de criança e as cadernetas encapadas em plástico que ajudaram a popularizar em todas as faixas etárias essa alternativa de aplicação nos anos 70. Esse mundo ingênuo do "pequeno poupador" acabou e só existe na nossa memória coletiva. Segundo as estatísticas, a poupança virou coisa de gente grande, muito grande, e o custo da ilusão passadista pode ser medido em bilhões. Mais precisamente, R$ 7 bilhões por ano.
A isenção de imposto de renda para os depósitos de poupança é um subsídio hoje capturado pelos estratos de alta renda da sociedade. Para quem é efetivamente pobre - não importa se correntista da poupança ou pretendente a financiamento imobiliário - quanto antes se extinguir o subsídio, melhor. As razões são muitas.
Inicialmente, é preciso desfazer o mito de que a poupança é uma aplicação prioritariamente dos pobres. A poupança tem mais depositantes com saldos entre R$ 50 mil e R$ 200 mil que os CDBs. Um milhão e meio de seus depositantes têm saldo superior a R$ 50 mil.
Também ao contrário do que muitos imaginam, a poupança é um ativo financeiro competitivo. Não foi à-toa que, entre junho de 2006 e junho de 2010, seu saldo cresceu de 8,5% para 10% do PIB, enquanto os fundos de renda fixa declinaram, ainda que marginalmente, de 30,5% para 29,6% do PIB. Quem tem a impressão de que a poupança rende pouco comete um erro de perspectiva. Compara a rentabilidade bruta das demais aplicações com a rentabilidade da poupança, quando deveria olhar para a rentabilidade líquida. Sobre as demais aplicações incidem diversos encargos tributários e custos de transação que não recaem sobre a poupança. Uma aplicação financeira ordinária é tributada entre 15% e 22,5% pelo IR e, a depender dos prazos, pelo IOF. No caso dos fundos, paga taxas de administração que podem chegar a 4% ao ano. Em outras, pode haver penalidades sobre a rentabilidade contratada em caso de retirada antecipada. A partir da introdução da marcação a mercado, o investidor tem que lidar, especialmente no curto prazo, com a volatilidade, o que pode gerar perdas nominais, mais prováveis em prazos curtos. Em todas as hipóteses, a liquidez é bastante travada ou o custo de recuperação da liquidez é elevado. Já a poupança, por sua padronização, simplicidade, e constância de regras, pode ser considerada uma aplicação com custos de transação zero para todos os fins práticos. Quando todos esses fatores são considerados, a competitividade da poupança é inegável.
A magnitude do subsídio à poupança é pouco conhecida, o que leva a sociedade a não avaliar com mais cuidado a justiça e a eficácia do subsídio, mesmo na situação atual, em que o Estado mostra claros limites fiscais e se obriga a cortes severos no orçamento.
Quem de fato captura o subsídio embutido nos juros baixos é o vendedor do imóvel, não o comprador
O valor anual da renúncia fiscal sobre os rendimentos pode ser calculado pelo produto do saldo da poupança (R$ 370 bilhões) pelo percentual de 1,9% ao ano. Esse é o percentual que deveria ser acrescido à rentabilidade atual da poupança para que sua rentabilidade líquida se mantivesse inalterada, na hipótese de cobrança de IR de 20% sobre seus rendimentos.
Para determinar os beneficiários efetivos do subsídio, é preciso considerar os efeitos econômicos da redução do custo dos financiamentos que ele proporciona e como a regulação e as normas do SFH canalizam os recursos e incentivos do Sistema.
Os limites de valor de imóvel e de financiamento no SFH são muito elevados quando se leva em conta a renda da população mais afetada pelo déficit habitacional - aquela com renda de até três salários mínimos. O valor máximo de imóvel pode chegar a R$ 500 mil e o de financiamento, a R$ 450 mil, cifras inalcançáveis para as famílias pobres.
Além de não serem focalizados na população realmente atingida pelo déficit habitacional, há um problema adicional com os juros subsidiados do SFH: quase 70% dos recursos são dirigidos ao financiamento de imóveis usados. Sendo a oferta de usados inelástica no curto prazo, os juros subsidiados pressionam fortemente a demanda sobre um parque habitacional limitado, o que está ajudando a pressionar os preços, que sobem bem acima da inflação. Com a subida dos preços, quem de fato captura o subsídio embutido nos juros baixos é o vendedor do imóvel, não o comprador. Se o mercado não discrimina o preço de imóveis novos e usados nessa onda de preços, as construtoras também estão aptas a capturar esse subsídios, elevando suas margens.
Da parte dos agentes financeiros, embora a regulamentação do SBPE preveja, em princípio, que 65% dos depósitos sejam aplicados em financiamentos habitacionais, há uma série de vazamentos nas normas, de tal modo que a percentagem dos saldos efetivos de financiamentos habitacionais é apenas uma fração do saldo total da poupança. Operações não relacionadas ao financiamento à moradia acabam se beneficiando de um funding barato lastreado em renúncia fiscal, ajudando as instituições a auferirem elevadas margens brutas à custa da redução da receita pública.
Finalmente há uma grave questão federativa envolvida. O imposto de renda é dividido com estados e municípios por meio dos fundos de participação (FPE e FPM). A perda de arrecadação de R$ 7 bilhões anuais impõe uma "renúncia" fiscal involuntária para esses entes da ordem de R$ 3,2 bilhões anuais. Essa receita permitiria que investissem na oferta de terrenos e infraestrutura urbana de boa qualidade. A oferta de imóveis de baixo custo se expandiria - em vez de se pressionar a demanda com juros subsidiados - e se poderia reduzir os riscos a que as populações pobres das regiões metropolitanas brasileiras estão expostas.
A mística criada em torno dos depósitos de poupança se opõe à necessidade de mudança na sua estrutura tributária e normativa. Sempre nos vêm à cabeça os cofrinhos de criança e as cadernetas encapadas em plástico que ajudaram a popularizar em todas as faixas etárias essa alternativa de aplicação nos anos 70. Esse mundo ingênuo do "pequeno poupador" acabou e só existe na nossa memória coletiva. Segundo as estatísticas, a poupança virou coisa de gente grande, muito grande, e o custo da ilusão passadista pode ser medido em bilhões. Mais precisamente, R$ 7 bilhões por ano.
A isenção de imposto de renda para os depósitos de poupança é um subsídio hoje capturado pelos estratos de alta renda da sociedade. Para quem é efetivamente pobre - não importa se correntista da poupança ou pretendente a financiamento imobiliário - quanto antes se extinguir o subsídio, melhor. As razões são muitas.
Inicialmente, é preciso desfazer o mito de que a poupança é uma aplicação prioritariamente dos pobres. A poupança tem mais depositantes com saldos entre R$ 50 mil e R$ 200 mil que os CDBs. Um milhão e meio de seus depositantes têm saldo superior a R$ 50 mil.
Também ao contrário do que muitos imaginam, a poupança é um ativo financeiro competitivo. Não foi à-toa que, entre junho de 2006 e junho de 2010, seu saldo cresceu de 8,5% para 10% do PIB, enquanto os fundos de renda fixa declinaram, ainda que marginalmente, de 30,5% para 29,6% do PIB. Quem tem a impressão de que a poupança rende pouco comete um erro de perspectiva. Compara a rentabilidade bruta das demais aplicações com a rentabilidade da poupança, quando deveria olhar para a rentabilidade líquida. Sobre as demais aplicações incidem diversos encargos tributários e custos de transação que não recaem sobre a poupança. Uma aplicação financeira ordinária é tributada entre 15% e 22,5% pelo IR e, a depender dos prazos, pelo IOF. No caso dos fundos, paga taxas de administração que podem chegar a 4% ao ano. Em outras, pode haver penalidades sobre a rentabilidade contratada em caso de retirada antecipada. A partir da introdução da marcação a mercado, o investidor tem que lidar, especialmente no curto prazo, com a volatilidade, o que pode gerar perdas nominais, mais prováveis em prazos curtos. Em todas as hipóteses, a liquidez é bastante travada ou o custo de recuperação da liquidez é elevado. Já a poupança, por sua padronização, simplicidade, e constância de regras, pode ser considerada uma aplicação com custos de transação zero para todos os fins práticos. Quando todos esses fatores são considerados, a competitividade da poupança é inegável.
A magnitude do subsídio à poupança é pouco conhecida, o que leva a sociedade a não avaliar com mais cuidado a justiça e a eficácia do subsídio, mesmo na situação atual, em que o Estado mostra claros limites fiscais e se obriga a cortes severos no orçamento.
Quem de fato captura o subsídio embutido nos juros baixos é o vendedor do imóvel, não o comprador
O valor anual da renúncia fiscal sobre os rendimentos pode ser calculado pelo produto do saldo da poupança (R$ 370 bilhões) pelo percentual de 1,9% ao ano. Esse é o percentual que deveria ser acrescido à rentabilidade atual da poupança para que sua rentabilidade líquida se mantivesse inalterada, na hipótese de cobrança de IR de 20% sobre seus rendimentos.
Para determinar os beneficiários efetivos do subsídio, é preciso considerar os efeitos econômicos da redução do custo dos financiamentos que ele proporciona e como a regulação e as normas do SFH canalizam os recursos e incentivos do Sistema.
Os limites de valor de imóvel e de financiamento no SFH são muito elevados quando se leva em conta a renda da população mais afetada pelo déficit habitacional - aquela com renda de até três salários mínimos. O valor máximo de imóvel pode chegar a R$ 500 mil e o de financiamento, a R$ 450 mil, cifras inalcançáveis para as famílias pobres.
Além de não serem focalizados na população realmente atingida pelo déficit habitacional, há um problema adicional com os juros subsidiados do SFH: quase 70% dos recursos são dirigidos ao financiamento de imóveis usados. Sendo a oferta de usados inelástica no curto prazo, os juros subsidiados pressionam fortemente a demanda sobre um parque habitacional limitado, o que está ajudando a pressionar os preços, que sobem bem acima da inflação. Com a subida dos preços, quem de fato captura o subsídio embutido nos juros baixos é o vendedor do imóvel, não o comprador. Se o mercado não discrimina o preço de imóveis novos e usados nessa onda de preços, as construtoras também estão aptas a capturar esse subsídios, elevando suas margens.
Da parte dos agentes financeiros, embora a regulamentação do SBPE preveja, em princípio, que 65% dos depósitos sejam aplicados em financiamentos habitacionais, há uma série de vazamentos nas normas, de tal modo que a percentagem dos saldos efetivos de financiamentos habitacionais é apenas uma fração do saldo total da poupança. Operações não relacionadas ao financiamento à moradia acabam se beneficiando de um funding barato lastreado em renúncia fiscal, ajudando as instituições a auferirem elevadas margens brutas à custa da redução da receita pública.
Finalmente há uma grave questão federativa envolvida. O imposto de renda é dividido com estados e municípios por meio dos fundos de participação (FPE e FPM). A perda de arrecadação de R$ 7 bilhões anuais impõe uma "renúncia" fiscal involuntária para esses entes da ordem de R$ 3,2 bilhões anuais. Essa receita permitiria que investissem na oferta de terrenos e infraestrutura urbana de boa qualidade. A oferta de imóveis de baixo custo se expandiria - em vez de se pressionar a demanda com juros subsidiados - e se poderia reduzir os riscos a que as populações pobres das regiões metropolitanas brasileiras estão expostas.
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