quinta-feira, 28 de abril de 2011

Escritórios de alto padrão ficam mais caros e escassos em SP e RJ

Brasil Econômico, Natália Flach, 26/abr


Os aluguéis de lajes corporativas devem ficar ainda mais caros no Brasil. Um dos motivos é a alta do Índice Geral de Preços -Mercado ( IGP-M), que reajusta os contratos de locação. No acumulado de 12 meses, esse indicador registra aumento de 10,7%, de acordo com os cálculos da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Outra razão é a relação entre oferta e procura. De acordo com Mariana Hanania, gerente de pesquisa de mercado da Cushman & Wakefield, existe uma grande demanda reprimida por escritórios de alto padrão, principalmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Além disso, os novos prédios têm mais qualidade, o que ajuda a valorizá-los", afirma.

Segundo levantamento da consultoria, o estoque previsto para ser entregue na capital paulista, até 2013, é de 1,36 milhão de metros quadrados. Nas regiões que concentram escritórios de alto padrão - avenidas Paulista, Luís Carlos Berrini e Faria Lima -, o preço do aluguel varia de R$ 134,23 a R$ 85,40, por metro quadrado. A vacância nessas três localidades está entre 5,5% e 11,3%, sendo que o ponto de equilíbrio é 10%.

"Essas regiões estão próximas do esgotamento, por isso há migração de lançamentos de lajes corporativas para locais residenciais com boa infraestrutura, como os bairros Barra Funda e Paraíso". A especialista destaca ainda o crescimento de Alphaville. "A prefeitura tem oferecido incentivos para atrair novos edifícios de escritórios, portanto, o volume de lançamentos aumentou, mas os preços dos aluguéis continuam abaixo do padrão, ficando em torno de R$ 60 o m²".

Na capital fluminense, a situação é ainda mais delicada. O estoque previsto para ser entregue até 2013 soma apenas 491 mil metros quadrados. "O mercado todo tem 5 milhões de metros quadrados e não há para onde ir, por causa das limitações físicas da cidade." Considerando os prédios prontos no fim do ano passado, a vacância da capital é de 5,7%, mas há regiões, como a Orla que chegam a ter somente 2,2%. Os valores de locação variam de R$ 65 (na Cidade Nova) a R$ 155 (na Zona Sul, sem previsão de entrega de novo estoque nos próximos dois anos).

Mariana aponta a Barra da Tijuca como o principal vetor de crescimento do mercado de escritórios no Rio. "Mas vemos potencial de crescimento em capitais como Salvador, Vitória, Curitiba, Porto Alegre e Brasília".

É nestes locais que a Brookfield tem focado as suas operações. A incorporadora, que desenvolve o projeto dos prédios e os vende para grandes investidores, chegou a estudar a criação de um fundo para ser intermediário nos casos de permuta de terrenos. Mas, segundo Alessandro Vedrossi, diretor executivo da unidade de São Paulo, essa possibilidade está de "stand by", assim como o fundo de que iria adquirir imóveis comerciais e ajudar a financiar a operação de novos empreendimentos. "O nosso foco continua sendo a venda dos ativos, porque existe um mercado comprador forte", afirma. " Estudamos fazer um fundo de investimento imobiliário para pequenos investidores", acrescenta. Além disso, o executivo conta que a companhia está estudando entrar no setor hoteleiro.

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