De 2006 até o ano passado, mercado imobiliário passou por "boom" e incentivos governamentais
Até quem presta bastante atenção nas mudanças da paisagem urbana vai se impressionar com a velocidade do crescimento do mercado imobiliário da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), nos últimos cinco anos. Em 2010, o volume de negócios envolvendo imóveis superou a casa de R$ 2 bilhões. Uma elevação de 33% sobre o ano imediatamente anterior (R$ 1,5 bilhão), e de 233% sobre 2006, quando teve início a curva ascendente do setor na RMF, com total movimentado de R$ 600 milhões. O salto foi de quase 3,5 vezes o valor inicial da comparação. Os dados são do presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis do Ceará (Secovi-CE), Sérgio Porto, que atualmente também preside a Federação Nacional dos Secovis.
Ele antecipou as informações do balanço geral do segmento no ano passado, que será divulgado, oficialmente, na segunda semana deste mês. "Esse resultado é realmente inédito. Um recorde histórico. Estamos muito satisfeitos com as vendas de imóveis na RMF", comentou, acrescentando que parte desse desempenho se deve às facilidades nos financiamentos.
Prazos elásticos e renda
Além da Caixa Econômica Federal, que é o principal agente de financiamento do mercado imobiliário, vários bancos privados estão ampliando suas participações neste negócio.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Apollo Scherer, além da elasticidade dos prazos para pagamento há um conjunto de fatores, que juntos propiciaram o boom do setor não só em Fortaleza, mas no restante do Brasil. "Houve, é verdade, um aumento nos financiamentos que eram de 15 e 20 anos para 25 e até 30 anos. Mas, são muitos os motivos. A evolução do mercado de trabalho, os avanços no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e o ganho de renda com ampliação da classe média brasileira também contribuíram bastante para esse desempenho", contou. Apollo afirmou que esse novo cenário serviu de base para que um maior número de pessoas pudesse comprar um imóvel próprio. Para ele, esse quadro poderá continuar por mais algum tempo. "Há uma tendência não nessa mesma velocidade ou nesse volume, mas o crescimento vai ser constante. Temos uma carência muito grande de imóveis. Alta demanda reprimida. Há milhões de pessoas sem residência no País", completou.
Novos compradores lá fora
Para o presidente do Creci-CE, a Copa do Mundo de 2014 e, também, as Olimpíadas de 2016, já estão chamando a atenção de investidores do exterior, interessados nesse mercado. "Muitos pensam em segunda moradia mesmo. Mas, na maioria, está sendo despertado o desejo de investir em imóveis para negócios. São shoppings, centros comerciais, resorts e hotéis, por exemplo", exemplificou.
Conforme Apollo, é um outro tipo de venda que corretores de imóveis já estão observando se desenvolver no Brasil, sobretudo, no Ceará. "O Estado está na rota turística. Com a realização da Copa, fica muito mais forte essa movimentação do mercado percebida por conta do interesse dos estrangeiros".
MERCADO IMOBILIÁRIO
Copa será atrativo para estrangeiro
Investidores dos Estados Unidos, Europa e Qatar apostam em novos segmentos imobiliários no Brasil
Estabilidade econômica e crescimento da renda populacional, não são mais os únicos atrativos que puxam os investimentos estrangeiros para o mercado imobiliário brasileiro. A Copa do Mundo 2014 no País é, atualmente, o fator que tem decidido o destino do capital estrangeiro voltado para o setor. Foi o que disse o presidente da Adit Brasil, Luiz Henrique Lessa, durante almoço ontem com agentes do setor em Fortaleza.
Na oportunidade ele anunciou a sexta edição do Adit Invest 2011. Com o objetivo de aproveitar o momento e assegurar bons negócios, o evento, que é itinerante, ocorrerá este ano, de 10 a 12 de maio, em Fortaleza. A ideia é reunir empresários do mercado imobiliário do Brasil, Estados Unidos e Europa para dialogarem acerca das novas oportunidades do segmento. Investidores do Qatar virão pela primeira vez ao evento dispostos a apostar em novos empreendimentos.
Novo perfil
E o perfil dos investimentos tem mesmo mudado. Se antes os grupos empresariais buscavam principalmente por empreendimentos ligados ao turismo, hoje já existe uma procura por outros perfis imobiliários, como projetos hoteleiros urbanos, segunda residência, mercados corporativos, que também fazem parte da estrutura que será demandada para o cenário da Copa do Mundo.
De acordo com Lessa, em 2010 foram gerados mais de R$ 1,8 bilhão em negócios prospectados durante o Adit Invest. Para este ano, espera-se, pelo menos, um incremento de 20%, chegando aos R$ 2,16 bilhões.
Além das conferências, a programação contará com uma rodada de negócios e um salão imobiliário turístico.
ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER
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