domingo, 7 de novembro de 2010

População do Grande ABC cresce 4,32% em dez anos

A população do Grande ABC cresceu 4,32% entre 2000 e 2010. Dados preliminares do Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que a região tem hoje 2.456.515 habitantes. O aumento foi menor do que no Estado de São Paulo (7,8%) e no Brasil (9%).

A cidade que mais cresceu no Grande ABC foi Rio Grande da Serra, que tem 11,27% mais moradores do que em 2000. Na sequência vêm Mauá (8,61%), São Bernardo (6,19%), São Caetano (4,55%), Diadema (3,67%) e Santo André (0,77%). A única cidade da região que teve redução populacional foi Ribeirão Pires, com decréscimo de 1,69%.

O crescimento no Grande ABC, abaixo das médias nacional e estadual, pode ser explicado pelo nível de desenvolvimento econômico e social dos municípios. A avaliação é do coordenador do Inpes (Instituto de Pesquisa) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Campi Prearo.

"É tendência das localidades mais desenvolvidas a manutenção e a queda do número de habitantes. O Grande ABC segue esse caminho."

Investimentos públicos em Saúde e Educação contribuíram, a médio prazo, para desacelerar o crescimento. "Os programas sociais têm impacto direto na diminuição da taxa de natalidade, o que inverte a pirâmide etária, com menos crianças e mais adultos."

Para Prearo, o aumento no número de habitantes foi influenciado pela industrialização na última década.

Segundo dados do Inpes, Rio Grande das Serra ganhou duas grandes indústrias no período. As oportunidades de emprego e as obras básicas de revitalização urbana atraíram mais moradores.

Mesmo fenômeno ocorreu em Mauá, que viu o número de indústrias saltar de 400 para 747 em dez anos - crescimento de 87%. Em São Bernardo, o índice foi de 24% - a cidade registrou 317 novos empreendimentos.

"Observamos a consolidação dos bairros de periferia, com centros comerciais em ascensão. Moradias a baixo custo foram construídas, além de investimentos em saneamento e pavimentação. Isso inibe a migração e atrai habitantes", sustentou.

Em São Caetano, o boom imobiliário justifica o aumento populacional, após longo período de estabilidade e até diminuição. Cidades que não registraram crescimento industrial significativo ou estão no limite da ocupação territorial tiveram aumento populacional discreto - como Diadema e Santo André - ou viram o número de habitantes diminuir - como em Ribeirão Pires.

Número de habitantes aumenta 15 milhões no Brasil

O Brasil tem 185.712.713 habitantes, segundo resultado preliminar do Censo 2010, divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número oficial será conhecido no dia 29, após análise de eventuais contestações apresentadas por municípios insatisfeitos com a contagem.

Estimativa divulgada em agosto do ano passado pelo instituto apontou número maior da população, de 191,5 milhões de pessoas - 5,8 milhões a mais.

"Essa discrepância é normal. Agora temos o dado real, contado", disse a pesquisadora Ana Amélia Camarano, coordenadora de População e Cidadania do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). "No dia em que a estimativa acertar na mosca, a gente não precisa mais gastar R$ 1,5 bilhão com o Censo", acrescentou Ana Amélia.

Ela lembrou que o dado divulgado ainda é parcial, e avalia que provavelmente o resultado final será um pouco maior, perto de 188 milhões, com eventual acréscimo de domicílios não incluídos na contagem.

Para Ana Amélia, o resultado mostra que a taxa de fecundidade caiu mais do que se previa no Brasil e que a população vai começar a diminuir mais cedo do que se pensava, antes das estimativas que são entre 2030 e 2035. Como a população oficial contada pelo IBGE determina a participação no fundo de municípios, a "gritaria é normal", diz a pesquisadora. As prefeituras têm até dia 24 para apresentar suas avaliações e eventuais contestações sobre os números divulgados pelo IBGE. (da AE)

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