Categoria: Bancos, Casa própria, Crédito
“Vai faltar dinheiro.” É com essa frase taxativa que o presidente do Instituto para o Desenvolvimento da Cultura do Crédito (IDCC), Fernando Blanco, refere-se às perspectivas para o mercado de crédito imobiliário brasileiro nos próximos anos.
“O Brasil precisa investir no pré-sal, na infraestrutura, precisa fazer Copa do Mundo e Olimpíada. Onde vamos encontrar recurso para tudo isso?”, indaga o especialista, que durante anos trabalhou em comitês de crédito de grandes bancos.
A preocupação de Blanco é compartilhada por outros profissionais da área financeira. A diferença é que ele tem como foco as limitações macro, enquanto outros chamam a atenção para questões específicas do segmento imobiliário.
Só duas fontes
No Brasil, há basicamente duas fontes para os empréstimos do setor: os depósitos da caderneta de poupança e os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Mantido o atual ritmo de expansão dos negócios, estima-se que ambas as fontes vão secar, no máximo, até 2012. A partir daí, o mercado terá de desenvolver alternativas para manter o ritmo de crescimento.
O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Luiz França, estima que o problema vai aparecer entre 2012 e 2013. Por isso, afirma, a entidade e os bancos estão empenhados na busca de uma solução. Uma delas é a securitização, que permitiria o ‘empacotamento’ dos financiamentos e sua venda a investidores. Outra são os chamados “covered bonds”, um tipo de papel financeiro que, segundo ele, permitiria um “casamento” melhor dos prazos da operação.
Hoje, a caderneta de poupança é uma aplicação de curto prazo que banca transações de longo prazo (empréstimos imobiliários), o que aumenta o risco para os bancos. Segundo França, o governo tem se mostrado sensível às demandas do setor de crédito imobiliário. (Leandro Modé)
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