sábado, 21 de agosto de 2010

Cresce busca por edifícios comerciais no Grande ABC.

Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC



O mercado imobiliário do Grande ABC está descobrindo novo nicho. Com a chegada do Rodoanel e com o metro quadrado por até metade do valor de São Paulo, a procura por imóveis comerciais para abrigar escritórios e indústrias na região cresceu cerca de 45%, conforme apontam imobiliárias da região. O Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais) estima aumento de 12% na construção de novos empreendimentos.

O presidente do Secovi-ABC, Milton Bigucci, explica que o preço médio cobrado pelo metro quadrado na região é de R$ 5.000. Em áreas comerciais da Capital, como a região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini e Vila Olímpia, o metro quadrado custa, em média, R$ 8.000.

Bairros menos comerciais cobram até R$ 6.000 pelo metro quadrado, como no Morumbi, por exemplo. "Estamos próximos da Capital. Além disso, temos muitas indústrias sediadas aqui. Existe a preferência de colocar os escritórios fora da empresa e fica mais fácil se os espaços forem próximos", justifica.

Bigucci atesta que a oferta de empreendimentos voltados para o trabalho no Grande ABC ainda é pequena, mas deve começar a expandir em 2010. "Agora é que estão começando a aparecer lançamentos de prédios comerciais em São Caetano e São Bernardo. O Grande ABC se desenvolveu muito, principalmente com edifícios residenciais, e hoje nota-se essa carência de prédios nesta área. Seja para locação ou venda."

O presidente aponta que além das ótimas condições de rotas de trânsito e do alto desenvolvimento dos últimos tempos, a facilidade de financiamento dessas áreas tem atraído grandes investidores da Capital.

Nelson Belchior, gerente de vendas e locação de aéreas industriais da Corazza de São Bernardo, alerta que, com a proximidade de entrega do Rodoanel, a procura por imóveis comerciais na região expandiu 45%. "Estamos próximos do Porto de Santos, Anchieta, Imigrantes. Nossos lucros só não serão maiores por problemas com as prefeituras. Temos muitas áreas de mananciais, o que faz com que tenhamos terrenos para oferecer, mas com poucas áreas aproveitáveis."

Sócio-proprietário da Imobiliária Quality, em São Paulo, Osni Roberto de Castro, comenta que, por não participar do rodízio paulista, o Grande ABC torna-se a melhor opção para empreendimentos. "Principalmente de caminhões, que não podem circular por diversos lugares na Capital durante o horário comercial. O Grande ABC também está perto das rotas para várias rodovias", aponta. Segundo o corretor, muitos investidores têm mostrado interesse pela região, mas ainda faltam empreendimentos para recebê-los. "A oferta é muito menor do que a procura."