sábado, 14 de agosto de 2010

PDG resgata debêntures da Klabin Segall.

Valor Econômico, Carolina Mandl, 12/ago


A PDG Realty dá mais um passo no sentindo de reestruturar as dívidas da incorporadora recém-adquirida Agre. A companhia está resgatando antecipadamente cerca de R$ 530 milhões em debêntures emitidas nos anos de 2007 e 2008 pela Klabin Segall, construtora que pertencia à Agre.

Em entrevistas anteriores ao Valor, a PDG Realty já havia manifestado o interesse de trocar dívidas mais caras por outras mais baratas. Agora, esse é um caso bastante emblemático dessa reestruturação. Isso porque em 2008, sem condições de honrar as debêntures, a Klabin Segall precisou renegociá-las, oferecendo taxas de remuneração mais caras, além de um prazo de vencimento um ano maior, em 2013.

Em um acordo com os investidores, aumentou-se a remuneração de 9% mais o IPCA ao ano para 13,4% mais a variação da inflação até 15/8/210 e 12% mais IPCA a partir dessa data até o vencimento. Para a outra série, elevou-se de 2% mais a taxa de Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) para 3% mais a taxa.

Porém, apesar de elevar seu custo inicialmente, a Klabin Segall esperava que sua condição financeira melhorasse no futuro. Por isso o acordo feito com os debenturistas previu o resgate antecipado dos papéis, em troca do pagamento de um prêmio. É desse instrumento que a PDG Realty está se utilizando agora para fazer a recompra dos papéis, oferecendo uma multa equivalente 1%.

O prazo para a recompra de parte dos papéis já se encerrou no dia 23 de julho. Eles correspondem à 2ª emissão de debêntures, de R$ 265 milhões a valores do primeiro trimestre deste ano. Já para a 1ª emissão, com R$ 264 milhões, a recompra poderá ser feita até 17 de agosto.

Além da recompra das debêntures, a PDG Realty está tomando outras medidas para melhorar seu perfil de endividamento pós-aquisição da Agre, empresa resultado da união de Abyara, Klabin Segall e Agra, que estavam passando por momentos de dificuldade. Isso deu à PDG a posição de líder do mercado.

A incorporadora está, por exemplo, securitizando parte dos recebíveis que a Agre possui, tipo de operação que tem custos mais baixos. Além disso, a própria PDG, com seu nome mais forte, está financiando as atividades da Agre. A empresa anunciou no começo de julho uma emissão de R$ 300 milhões em notas promissórias com prazo de 150 dias, dando pistas de que em breve poderá trocar esses títulos por debêntures de prazo mais longo. Esses papéis vão pagar CDI mais 1,65% ao ano, remuneração mais baixa do que as debêntures da Klabin Segall, por exemplo.

Procurada pela reportagem, a PDG Realty informou que não poderia conceder entrevista por estar em período de silêncio, já que divulga seus resultados na próxima segunda-feira.