segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Banco do Brasil tem R$ 7 bi para crédito imobiliário.

Instituição encerrou junho com carteira de financiamento de imóveis de R$ 2,1 bilhões; meta é fechar o ano com R$ 3 bilhões

Nelson Rocco, iG São Paulo | 16/08/2010 13:27

O Banco do Brasil encerrou o primeiro semestre com uma carteira de crédito imobiliário de R$ 2,1 bilhões, um pouco acima do R$ 1,9 bilhão do final do primeiro trimestre deste ano, mas praticamente dobrando a posição que tinha no final de junho de 2009. A meta para este ano é chegar a R$ 3 bilhões em crédito para imóveis da pessoa física. O saldo que o banco tem disponível para essa linha é de R$ 7 bilhões, calcula Paulo Caffarelli, vice-presidente do banco.


Banco do Brasil lucra R$ 5,1 bilhões no 1º semestre
“O mercado imobiliário em si era praticamente zero para o BB até a mudança legal e hoje somos o quinto nesse segmento”, afirma o executivo. “Claro que é preciso lembrar que a Caixa Econômica Federal tem 70% desse mercado e nós não iremos brigar.” Segundo Caffarelli, além da originação de crédito junto à rede de agências do banco, a instituição tem uma “forte atuação” junto às construtoras, o que em um segundo momento se torna crédito para as pessoas físicas.

Segundo Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, até há cerca de dois anos o banco não atuava no crédito imobiliário, que tem o “funding” baseado nas captações da caderneta de poupança. “O BB tinha, em sua determinação legal, a destinação dos recursos da poupança para o crédito agrícola”, lembra. “Após uma discussão com o governo e com o Parlamento, buscamos atuar no crédito imobiliário, porque a população demandava.”

Bendine afirma que, inclusive, favorecia a concorrência, já que seus clientes, quando queriam um financiamento para comprar um imóvel, eram recomendados a ir a outro banco. “Há dois anos, foi aprovada a mudança legal e passamos a direcionar 90% dos recursos da poupança para o crédito agrícola e 10% para o imobiliário, proporção contrária à dos outros bancos”, diz o presidente do BB. “Saímos de zero para R$ 2 bilhões em dois anos.”

Core business

O presidente da instituição afirma que o crédito imobiliário no Brasil representa 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB), lembrando que é um produto muito importante dentro da carteira do banco. “Há uma explosão de demanda por parte da população. Estamos atuando, inclusive, no financiamento do programa Minha Casa Minha Vida, complementando a atuação da Caixa”, diz. “Mas é preciso lembrar que nosso ‘core business’ não é crédito imobiliário, mas crédito”, acrescenta Bendine.

“Levamos 200 anos para ter crédito imobiliário”, diz Caffarelli. Segundo ele, o banco tem hoje R$ 7 bilhões disponíveis para o financiamento imobiliário. O executivo afirma que o Banco do Brasil ocupa a quinta posição no ranking brasileiro nessa modalidade de crédito e que, “até 2013, queremos estar entre os três primeiros colocados.”

A carteira de crédito total do BB fechou o semestre em R$ 326,5 bilhões, com crescimento de 29,3% sobre os R$ 252,5 bilhões do mesmo período de 2009. A maior fatia continua sendo o crédito para empresas, que em junho marcou R$ 135,6 bilhões.

O Banco do Brasil fechou o segundo trimestre do ano com lucro de R$ 2,7 bilhões, com aumento de 16,1% sobre o mesmo período do ano passado. Nos seis primeiros meses, o lucro acumula R$ 5,1 bilhões, 26,5% acima do apurado no mesmo semestre do ano passado. Ao final do período, os ativos do banco eram de R$ 755,7 bilhões, com alta de 26,2% sobre junho de 2009. Esse valor “consolida o banco como o maior da América Latina em ativos totais”, afirma comunicado do banco.