sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CCDI redesenha estratégia e amplia margem.

Valor Econômico, Daniela D'Ambrosio, 11/ago


A Camargo Correa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) vai assumir a construção de suas obras em São Paulo. A empresa, que sempre contratou construtoras terceirizadas, está fazendo um piloto com três empreendimentos de médio padrão.

O principal objetivo da companhia, além de reduzir a dependência de outras empresas, é controlar e diminuir custos. Desde que assumiu o comando da CCDI no segundo semestre do ano passado, Francisco Sciarotta iniciou um trabalho para recuperar as margens da companhia - que estavam bem abaixo da média de mercado. "Não ganhamos integralmente os 8% a 10% que pagamos às construtoras, mas dá para melhorar margens."

Segundo o executivo, a empresa já conta com uma equipe de gestão de obras, mas contratou cerca de 20 novos funcionários, incluindo engenheiros e mestre de obras. A CCDI também está investindo na compra de terrenos menores, que permitem aprovações mais rápidas e lançamentos em maior velocidade. A empresa lançou, no primeiro semestre, R$ 466 milhões, 32% da média prevista para o ano (R$ 1,45 bilhão).

Os números da CCDI começam a melhorar. O lucro líquido quase triplicou no segundo trimestre, de R$ 7,6 milhões no ano passado para R$ 25 milhões este ano. A margem líquida subiu de 5,7% para 11,4%. A receita líquida subiu para R$ 219,2 milhões, alta de 64%.

A dívida líquida da companhia é de R$ 376 milhões e a relação dívida sobre patrimônio líquido está em 49%. Em novembro do ano passado, emitiu R$ 400 milhões em debêntures de longo prazo - a primeira parcela vence em dezembro de 2011. Em situação financeira complicada, em dezembro passado, a CCDI vendeu 50% do Ventura, edifício de alto padrão no Rio, por R$ 247 milhões para a Morro Vermelho, holding que controla a Camargo Corrêa. Com o aquecimento do mercado, a metade está sendo vendida por R$ 350 milhões.

A CCDI tem outros dois projetos corporativos: a antiga sede dos Matarazzo, em conjunto com a CCP, na Paulista, e o terreno onde está a sede da companhia, na Vila Olímpia - que deverá abrigar duas novas torres comerciais.