Folha de São Paulo, Raul Juste Lores (Opinião), 03/ago
O apagão de espaços para novas torres de escritórios nas áreas mais valorizadas de São Paulo oferece uma oportunidade única de reengenharia da cidade. Há centenas de vazios urbanos em áreas centrais - aquelas com transporte coletivo, metrô e até praças. Da Mooca ao Brás, da Barra Funda aos Campos Elíseos, do Parque Dom Pedro ao Bixiga, há dezenas de galpões, velhas fábricas, prédios vazios ou subutilizados e estacionamentos por todas as partes.
Com taxação a espaços vazios e incentivos fiscais, além de desburocratizar os procedimentos do patrimônio histórico para o "retrofitting", que não só reforma, mas atualiza luz, água e demais serviços em prédios antigos.
Mas, se a prefeitura, após cinco anos do anúncio, a Nova Luz ainda não saiu do rascunho do esboço, é difícil acreditar que consiga oferecer alternativa à corrida do Oeste que já verticalizou Paulista, Faria Lima, Berrini, marginal Pinheiros e Nova Faria Lima, com efeitos na circulação da cidade padecidos por todos.
Raul Juste Lores é editor do caderno Mercado, da Folha de São Paulo