Uma empresa gaúcha usa imagens em terceira dimensão para vender apartamentos. São vídeos e até fotos que ficam em exposição nos tapumes na obra.
Um tapume está num prédio em construção, em Porto Alegre. A foto mostra como vai ficar o apartamento ao final da obra. Mas se você colocar os óculos 3-d, tudo muda!
“A sensação é de como se estivesse de frente ao apartamento real. Através dos óculos, ele consegue imergir nesse empreendimento, ele consegue ter uma percepção tridimensional, como se estivesse visitando um apartamento decorado”, afirma o empresário Márcio Carvalho.
A construção civil e o mercado imobiliário estão em alta e todos os negócios relacionados ao setor se inovam a cada dia.
O empresário Márcio Carvalho é um dos sócios de uma empresa gaúcha que trouxe inovações para a construção civil. A “butique criativa”, que atua no mercado imobiliário, produz o tapume em 3d e cenários digitais.
“É uma empresa que busca associar as fronteiras entre arquitetura, comunicação e tecnologia, pra estruturar idéias e inspirar visões”, diz ele.
Os cenários digitais mostram como será o prédio. A área de lazer, a recepção e o apartamento. Os vídeos são feitos em terceira dimensão.
“A gente antecipa o trabalho da construtora, na questão da montagem digital de um empreendimento. Tanto o entorno é reproduzido em 3 D quanto o empreendimento na sua essência. Então, o nosso trabalho possibilita a absorção do empreendimento, a fotografia do empreendimento, a filmagem de um empreendimento, como se ele existisse, na realidade”, afirma Márcio Carvalho.
O sucesso do cenário digital começou no exterior. Entre 2004 e 2008, a empresa produziu 40 vídeos para construtoras dos Estados Unidos, Emirados Árabes, Hong Kong e China.
“O custo é bastante variado, depende muito de o material final ser produzido e do nosso grau de interferência nesse material. Hoje, eu posso dizer que 75% dos projetos giram numa faixa de R$ 100 e R$ 200 mil.
A empresa tem 20 funcionários fixos e 15 terceirizados. Eles trabalham com equipamentos de última geração para produzir os cenários digitais. O negócio deve faturar três milhões de reais até o final do ano e tudo começou com um investimento de apenas R$ 3 mil, com a compra de um computador. Hoje a empresa desenvolve nove projetos para clientes em todo o Brasil.
Numa região nobre de São Paulo, uma construtora contratou a empresa para produzir o cenário digital em 3 D de um novo empreendimento.
“Antes de erguer um imóvel muitas incorporadoras costumam construir e decorar um apartamento modelo pra mostrar pros clientes e estimular as vendas. O filme em três dimensões derruba este custo. Em vez de gastar com apartamento decorado, as construtoras só precisam de uma sala escura com projetor e óculos em 3 D. A novidade impressiona.
Segundo a gerente de marketing Luana Rizzi, o filme 3D sai pela metade do preço de um apartamento em exposição. Mas, para ela, a grande vantagem é que a tecnologia valoriza a modernidade do empreendimento.
“A gente percebe que uma pessoa quando ela vai comprar um apartamento na planta tem toda uma questão emocional envolvida. Ela precisa se enxergar morando naquele espaço. Então a gente tomou uso dessa tecnologia, desse recurso novo que ta aí disponível ainda de uma maneira muito inovadora pra mostrar pra pessoa onde é que vai ser esse espaço que ela vai morar. Então a gente vê que o impacto disso pra uma pessoa que ta comprando um imóvel, um apartamento ele é muito poderoso”, afirma Luana Rizzi.
Desde que começou a usar a realidade virtual, a construtora percebeu um aquecimento na venda de apartamentos. Os clientes se sentem dentro do espaço.
“Com 3 D você interage dentro dos dormitórios, dentro de sala. Então tem como você interagir com o apartamento nessa imagem”, diz o empresário Eduardo Decordi.
“Ele impressiona as pessoas. Faz com que eles fiquem emocionados e a possibilidade de compra é muito grande. Dificilmente você vai perder um cliente nesse produto você mostrando a projeção em 3 D”, diz o corretor Antonini Lopes.
“Existia desde o início uma percepção de que coisas novas podem ser inspiradas ou construídas e que existia um novo modelo. não um modelo que substituísse um modelo antigo, mas um modelo que propusesse um caminho paralelo”, afirma o empresário Márcio Carvalho.