quinta-feira, 22 de julho de 2010

Fator diversifica e cria área para segmento imobiliário.

Valor Econômico, Alessandra Bellotto, 22/jul


O Banco Fator, com forte atuação no segmento corporativo e de transações estruturadas, está diversificando seus negócios. Acaba de estrear no mercado de fundos imobiliários, com uma oferta de R$ 100 milhões do Fator Verita. A operação marca a conclusão do projeto iniciado há dois anos, com a contratação de Valdery Albuquerque para estruturar uma área de ativos financeiros de base imobiliária.

Albuquerque - que tem no currículo a presidência da Caixa Econômica Federal e da Nossa Caixa - conta que o objetivo do Fator era aumentar o portfólio de produtos do banco com opções atraentes do ponto de vista de retorno, mas com risco controlado. Depois de estruturar a área e montar a equipe, que hoje conta com sete pessoas dedicadas, deu-se início à primeira fase do plano, com a coordenação de duas ofertas de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), em fevereiro e março deste ano.

"A iniciativa teve impacto muito positivo para o banco, uma vez que as operações não só atraíram clientes ativos do segmento private do Fator como trouxeram novos investidores para a casa", afirma o executivo. Depois das duas iniciais, o Fator já distribuiu mais cinco emissões de CRIs e há outras cinco no forno.

Esses títulos, segundo Albuquerque, oferecem retornos atraentes com uma estrutura de risco adequada, já que representam recebíveis com origem em contratos de imóveis com alienação fiduciária, além da isenção de imposto de renda no rendimento para pessoa física. A falta de liquidez, contudo, é um problema, mas o lançamento de fundos para investir nesses papéis pode contribuir para ampliar o mercado secundário.

Para fechar o projeto, faltava entrar na estruturação de fundos imobiliários. Por que então não unir a expertise de análise de risco de CRI com um fundo imobiliário, que amplia o acesso de investidores aos certificados pelo tíquete menor de investimento? "Nosso cliente não quer, necessariamente, colocar R$ 300 mil (valor mínimo de aplicação) em um único CRI", diz Albuquerque.

Sem contar a dificuldade de análise desse tipo de operação. O Fator Verita, fundo que vai aplicar em CRIs, oferece uma análise profissional dos títulos, além de diversificação e aplicação mínima de R$ 20 mil, segundo o prospecto arquivado na CVM. Outra demanda do investidor atendida pelo fundo, que tem prazo de 12 anos, é a distribuição semestral dos rendimentos, já que os CRIs pagam juros mensais. A rentabilidade-alvo da carteira é a variação do IGP-M mais 8% ao ano. Vale lembrar que, como a carteira terá as cotas negociadas em bolsa, também há o benefício da isenção de IR para a pessoa física.

E tem mais fundo por aí. Até o fim do ano, o plano é lançar mais uma carteira imobiliária, desta vez para investir no desenvolvimento de empreendimentos comerciais, como shopping centers. O público-alvo, nesse caso, é o investidor mais sofisticado, como os institucionais.

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