SÃO PAULO – Os imóveis de luxo vivem uma realidade diferente daquela analisada no mercado imobiliário: as unidades estão com preços em queda, diante de uma oferta acima da demanda, ao contrário do que acontece com aquelas de baixo e médio padrão.
No primeiro semestre deste ano, o valor médio dos imóveis de quatro dormitórios na Região Metropolitana de São Paulo ficou em R$ 751 mil, enquanto no mesmo período do ano passado ele era de R$ 759 mil, o que representa uma queda de 1%.
De acordo com o diretor de Pesquisas da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), Luiz Paulo Pompéia, a queda acontece, mesmo considerando que, nos três primeiros meses do ano passado, a crise afetou o mercado imobiliário no Brasil, reduzindo a demanda e, por conseguinte, os preços.
“No mercado de imóveis acima de R$ 300 mil, há concorrência maior e você vai ter alguns segmentos com superoferta, em função de lançamentos que aconteceram nos anos passados, especialmente em 2007 e 2008. Há uma oferta grande que não consegue ser consumida”, afirmou.
Na contramão do mercado
Enquanto nos imóveis de quatro dormitórios há queda de preços, nos demais, a alta demanda tem pressionado os valores para cima.
Nos imóveis de um dormitório, o preço médio subiu de R$ 197 mil no primeiro semestre do ano passado para R$ 278 mil no mesmo período deste ano, uma alta de 41%. Os lançamentos passaram de 346 unidades para 2.092. “Uma curiosidade é que em abril passou a valer o programa Minha Casa, Minha Vida”, disse Pompéia.
Em relação aos imóveis de dois dormitórios, a alta de preços foi de 25%, ao passar de R$ 140 mil para R$ 175 mil. O número de unidades passou de 7.653 para 13.572.
No caso dos imóveis de três dormitórios, por sua vez, os valores médios passaram de R$ 231 mil para R$ 312 mil, um avanço de 35%, com os lançamentos passando de 4.695 para 9.372 unidades nos seis primeiros meses deste ano.