SÃO PAULO - As vendas de imóveis residenciais usados em São Paulo caíram 15,53% em junho na comparação com maio, segundo dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI-SP). A entidade destaca que o resultado de junho interrompeu uma sequência de quatro meses seguidos de vendas em alta.
Mesmo com a queda, a média de preço do metro quadrado foi 0,98% maior em junho do que em maio, segundo a pesquisa feita com 571 imobiliárias da capital paulista.
No mercado de locações também foi notada uma queda expressiva na demanda por imóveis residenciais, de 29,81% em relação a maio.
"O esfriamento do ritmo acelerado de crescimento da economia, sentido até pelo Banco Central, que reduziu o percentual de aumento da taxa de juros básica (Selic), impôs esse freio aos mercados de locação e vendas em junho, mas a tendência continua sendo a de fecharmos o ano com saldo positivo", afirmou em nota o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto.
Entre os fatores que podem dar continuidade à expansão das vendas e também da demanda por aluguel, Viana Neto aponta a continuidade da oferta de crédito, o grande número de lançamentos de imóveis novos - o que acaba movimentando o segmento de usados - e a estabilidade do mercado de trabalho. Segundo o Creci-SP, foram vendidos 452 imóveis residenciais usados em junho, sendo 283 apartamentos e o restante de casas. A maioria das vendas (69,7%) foi feita por meio de financiamento. Três quartos dos negócios foram de vendas com valor superior a R$ 200 mil. A maior alta de preço foi registrada em apartamentos de padrão standard, com 8 a 15 anos de construção, e situados em bairros da zona C - como Aeroporto, Água Branca, Bosque da Saúde e Barra Funda. Nessas áreas, o metro quadrado subiu 49,33%, para R$ 2.666,67, em média.
Já a maior queda ocorreu no segmento de apartamentos de padrão médio, com até 7 anos de construção, localizados em bairros da Zona C. O metro quadrado caiu 25,25, para R$ 3.666,67.
No segmento de locação, foram fechados 1.170 contratos em junho, com uma ligeira vantagem para casas (50,26%) em vez de apartamerntos. A maioria das locações (48,18%) continuou tendo o fiador como instrumento de garantia dos contratos. O preço médio de aluguel inferior a R$ 1 mil foi a referência para 62% dos contratos fechados. Segundo o Creci-SP, houve uma queda de 4,96% no aluguel médio na comparação com maio.
(Téo Takar | Valor)