sábado, 31 de julho de 2010

Infraestrutura e programa habitacional mantêm construção civil aquecida.

Apesar de os indicadores gerais da economia mostrarem desaquecimento da atividade, a construção civil ainda segue em alta, com elevado otimismo dos empresários para os próximos meses.

As medidas do governo, como o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, e as obras de infraestrutura, além do aumento da renda e do emprego, são apontados pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) como os fatores responsáveis pelo bom desempenho do setor.

"Enquanto os outros setores da indústria tiveram um desaquecimento com a retirada de alguns estímulos do governo, o setor de construção segue em alta, com medidas de longo prazo, como as obras de infraestrutura necessárias, o foco na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, e o programa habitacional", afirma Renato da Fonseca, gerente-executivo da unidade de pesquisas da CNI.

Segundo Fonseca, o mercado imobiliário segue bastante aquecido em todo o país, e com o aumento da renda e do emprego na população, mais pessoas podem buscar comprar imóveis. "Há ainda um deficit habitacional, mas as medidas já estão sendo tomadas no sentido de resolver esse problema", aponta.

Para o economista da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) Luiz Fernando Mendes, o programa Minha Casa, Minha Vida já pode ser considerado um sucesso. "O programa já vem impactando o setor, e os bons resultados dão a confiança ao empresário de que ele será continuado", afirmou.

Segundo Mendes, as obras para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, além de diversos investimentos em infraestrutura necessários para que o país mantenha ritmo de crescimento da economia, ainda não produzem efeitos nos indicadores de produção do setor de construção civil, porque ainda não foram iniciadas. Contudo, têm impacto positivo sobre as expectativas do setor para o futuro.

"Sempre se fala que as obras são necessárias, que vão ser feitas. Agora, com esses eventos, já há um prazo definido para essa realização", completa Fonseca.

MÃO DE OBRA

O principal problema para o setor apontado pelos empresários pesquisados na Sondagem da Construção Civil, divulgada nesta sexta-feira pela CNI, é a falta de trabalhador qualificado. A situação fica ainda mais crítica levando-se em conta o aumento das contratações verificado desde o começo do ano e as perspectivas de continuarem em alta, ao menos para os próximos seis meses.

"É um desafio para as grandes obras, pois é necessária uma mão de obra mais qualificada. Estamos trabalhando junto com as empresas em programas de capacitação", afirma o economista da CBIC. Entre os planos está um projeto para capacitação de pessoas que recebem os benefícios do Bolsa Família.

Fonte UOL.