Inflação está de volta nos imóveis e nos materiais de construção
O preço do tijolo subiu 13% nos últimos 12 meses. O Índice Nacional de Custo da Construção preocupa quem tem prestações de imóveis a pagar.
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Quem comprou na planta, quem fez cálculos para finalmente ter a casa própria, quem foi convencido pelo corretor, todos esses brasileiros estão diante de uma nova realidade: os reajustes. Nos imóveis e no material de construção, a inflação, aos poucos, está de volta. Especialmente nessa área, tão sensível aos brasileiros.
O preço do tijolo foi o que mais subiu, 13% nos últimos 12 meses. Mesmo com o IPI reduzido ou zerado para alguns produtos, o aquecimento no mercado de imóveis reflete diretamente nos preços dos materiais de construção e o custo da mão de obra também ficou salgado.
Nos depósitos de materiais de construção, o consumidor já percebeu diferenças nos preços.
“Em média, [os preços] estão aumentando”, diz um homem.
Na hora de conferir o orçamento para a reforma da casa, Luis fez os cálculos e correu para conversar com o gerente: “Dá uma negociada com o gerente, dá um descontinho, coloca dentro do patamar bom”, ensina.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas, alguns materiais têm subido bem acima da inflação: “O item que mais subiu foi o tijolo. Tijolo é o material de construção mais utilizado, mais universal e subiu 13% nos últimos 12 meses”, especifica o coordenador de análises econômicasda FGV Salomão Quadros.
Quem precisa construir ou reformar ainda acaba pagando mais pela mão-de-obra, que já subiu mais de 7% só este ano.
“A mão-de-obra no setor da construção tradicionalmente sobe acima da inflação. Os reajustes de mão-de-obra são sindicalizados. O setor da construção corrige os seus salários pela inflação mais dois pontos, três pontos, isso é uma coisa regular”, destaca Salomão.
Também acaba perdendo quem comprou imóvel na planta financiado direto com a construtora. Isso porque os reajustes das parcelas e do saldo devedor são feitos pelo índice que mede a inflação na construção civil.
O INCC - o Índice Nacional de Custo da Construção - corrige as prestações do apartamento que Paulo comprou em São Bernardo do Campo, Região Metropolitana de São Paulo. Em 2007, ele pagava parcelas de R$ 1.560. Agora, a prestação foi para R$ 1.940.
“Procurei economizar em outros lugares para poder pagar um pouco mais da conta”, comenta o gerente de contas Paulo Gustavo Pereira.
O que mais o preocupa é o saldo devedor, que passou de R$ 189 mil para R$ 224 mil. Uma quantia que ele não esperava: “O que incomoda do INCC é a surpresa do quanto você vai ter que pagar, que a gente não sabe. Então o valor não é agradável”, desabafa.
Cinco capitais apresentaram essa aceleração do INCC: Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Já em sentido oposto, Recife e Porto Alegre registraram desaceleração. A velha lei da oferta e procura também é responsável por essa alto no INCC.
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