São Paulo - “Para o pequeno investidor, imóvel como investimento é complemento de renda e de aposentadoria, tão somente”, opina o presidente do Sindicato da Habitação em São Paulo (Secovi/SP), João Crestana, e acrescenta: “Para aqueles que buscam especular, a recomendação é: não comprar. Eles devem permanecer no mercado de papéis, moedas e derivativos”.
A recomendação de Crestana está no contexto de artigo no qual o presidente do Secovi/SP aborda, em especial, a preocupação do setor acerca da possível carência de recursos, no prazo de quatro anos, para apoiar o crédito ao produtor e ao comprador de imóveis.
É justamente a preocupação levantada pelo presidente do Secovi/SP que aponta para o pequeno investidor uma alternativa de investimento imobiliário que não exige o volume total para a compra de um imóvel, e elimina a preocupação com a administração do bem, entre outras facilidades. Trata-se do investimento através de papéis imobiliários, originados em negócios apoiados financeiramente, por exemplos, em fundos imobiliários.
Os fundos imobiliários, na grande maioria, são originados nos Fundos de Pensão. Estes são citados por Crestana como uma das fontes que podem gerar recursos para o crédito à habitação, para a produção e a compra de unidades.
Até atualmente, os empreendimentos disponibilizados para investimento através de papéis são, em especial, corporativos e industriais, tais como escritórios e centros de logística, e também hotéis. Com o movimento de estruturação atualmente percebido no que respeita a estruturação mercadológica para empreendimentos residenciais, é de estimar que, em breve, estes também aumentarão a participação na prateleira disponibilizada pelos papéis imobiliários.
Crestana menciona em seu artigo que os "Fundos de Pensão acumulam mais de R$ 600 bilhões, as reservas técnicas das seguradoras outras centenas de bilhões, e os investidores estrangeiros querem boas alternativas". A menção é aos grandes investidores, que estão na base das oportunidades de investimentos proporcionados também aos pequenos, através, por exemplo, das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Investir em CRIs, por exemplo, é decisão que exige do pequeno e inexperiente investidor buscar informações junto às empresas especializadas na comercialização desses papéis, sempre lembrando que este tipo de investimento traz resultados no longo prazo. Para os inexperientes, entusiasmados com os atuais extraordinários números entendidos como valorização imobiliária, os comentários de Crestana em seu artigo servem como alerta.
Escreve o presidente do Secovi/SP: "Aspecto que merece atenção é o reajuste dos preços. De 2005 a 2010, na cidade de São Paulo, o valor médio de área lançada registrou incremento de 62%, enquanto a inflação do (Índice Nacional da Construção Civil) INCC limitou-se a 48%, acumulados no período (de doze meses). Isso se deve ao forte e rápido aquecimento após longos anos de estagnação do setor. Agora, os preços atingiram o limite na escalada de alta e não sofrerão grandes mudanças, meramente acompanhando os índices da inflação e eventuais flutuações tópicas de procura em quarteirões específicos de bairros especiais".
Crestana menciona ainda que, "com a demanda estável, não há tendência de preços inflacionados". Contudo, abre caminho para estimular a reflexão a respeito de investir, se não em imóvel completo, ao menos num "pedacinho" dele: "O cenário futuro é de mercado sólido e estável, sem risco de bolha, pois há demanda e o nosso sistema financeiro é rígido na concessão de créditos para empresários e compradores".
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ao fazer comentário clique na opção conta do google ou anônimo para realizar o comentário