EQUIPE AE - Agencia Estado
SÃO PAULO - O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) afirmou hoje que a alta de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, divulgado mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirma o "crescimento chinês" apurado pela construção civil (11,6%) no ano passado. No início de dezembro, a entidade já estimativa um crescimento próximo de 11% no PIB da construção civil no ano passado.
A expansão, porém, acabou se constituindo em um ponto fora da curva, em função do grande aumento das obras, disse em nota o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe. Entre os fatores que contribuíram para o crescimento expressivo do PIB da construção, o dirigente destaca o aumento da renda e da oferta de financiamentos imobiliários, o programa "Minha Casa, Minha Vida" e a elevação do número de obras de infraestrutura.
Para 2011, a entidade trabalha com uma projeção de crescimento menor, próxima de 6%. Segundo Watanabe, a expectativa é de que a estimativa seja mantida, mesmo após o corte do Orçamento Geral da União, visto que a verba para a execução de cerca de 600 mil moradias da primeira fase do programa "Minha Casa, Minha Vida" está assegurada.
Além disso, o dirigente acredita que haverá ainda mais recursos para o financiamento imobiliário, vindos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). "E até o momento não temos notícias de cortes na execução das obras já contratadas do PAC", acrescenta.
Uma possível revisão nas previsões deste ano poderia ocorrer, segundo Watanabe, apenas se o governo anunciar novas medidas restritivas para conter a inflação. A recuperação da capacidade de investimento do País, com a taxa de investimento representando 18,4% do PIB em 2010, foi outro ponto positivo destacado pelo dirigente. A entidade, porém, acredita que será preciso fazer mais para atingir a taxa de 25% - um patamar de crescimento sustentável.
Infraestrutura
O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, avaliou como "excelente" o crescimento do PIB de 2010, mas cobrou parcimônia do governo nas políticas fiscal e monetária e mais atenção aos investimentos. "O resultado de 2010 já está dado, já é passado, já e fato. O ano de 2011 tem de ser o dos investimentos, da infraestrutura e da indústria", afirmou Godoy, em nota distribuída à imprensa. "O Brasil, apesar das conquistas e do esforço, ainda tem um longo caminho pela frente quando o assunto é aumentar investimentos e melhorar a competitividade."
Para ele, a economia brasileira está sofrendo pressão inflacionária por diversas razões, entre elas o crescimento acelerado da atividade e do consumo no ano passado, a recuperação da demanda mundial por matérias-primas e por desequilíbrios entre oferta e demanda no mercado de alimentos. Segundo ele, porém, a inflação deve ser controlada por meio de uma combinação de medidas. "Não há um único instrumento para buscar esse equilíbrio desejado entre demanda, oferta e preços", afirmou. "Temos de ter em mente que é a perspectiva de ampliação da demanda que induz o empresário a investir."
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