Brasil Econômico, Daniel Haidar, 04/mar
Como o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, reajusta a maioria dos contratos de aluguéis a cada ano, os preços dos inquilinos sofreram aumentos superiores à mera valorização imobiliária. O IGP-M acumula alta de 11,3% em fevereiro, então os proprietários que usam cláusula de reajuste proporcional à elevação do índice podem utilizá-lo integralmente para impor reajustes. Não à toa, os eldorados da especulação imobiliária acumulavam média de alta dos aluguéis próxima ao IGP-M. Segundo a variação acumulada em 12 meses em janeiro de 2011, Brasília tinha valorização acima do IGP-M, de 13,75%, nos aluguéis, seguida por Fortaleza ( 12,01%), Belo Horizonte ( 11,08%), Recife ( 9,29%) e Rio de Janeiro (8,55%).
"No caso dos aluguéis, além do efeito da indexação, tem o fato de o mercado estar muito aquecido. Indexação do IGP-M é coadjuvante. Talvez sem ela, a inflação dos aluguéis fosse um pouco menor, mas não é o que tem impedido a queda", diz o pesquisador Salomão Quadros, coordenador do IGP-M da Fundação Getúlio Vargas.
O economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, vê um claro processo de revitalização do mercado habitacional no Rio de Janeiro, reflexo de organização de Copa, Olimpíada e instalação de bases policiais em favelas. "O Rio está começando a reverter a tendência de decadência e perda de poder de compra. Podem haver razões de indexação, mas também existem razões econômicas", afirma.
Quadros projeta uma acomodação nos preços pesquisados no IGP-M, o que deve permitir que o ano termine com variação inferior a 11%. Consequentemente, os reajustes de aluguéis podem perder intensidade. "Ao longo deste ano, a expectativa é que o IGP-M tenha uma pequena desaceleração. Não deve se manter no patamar de 11% o tempo todo", diz.
Para quem culpa o IGP-M pela alta dos aluguéis e defende a consagração do uso de outro índice no mercado de locação, o diretor do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro ( Creci-RJ), Carlos Samuel de Oliveira Freitas, diz que outros indicadores podem ter altas ainda mais preocupantes. " Outro índice pode ser ainda pior. O IGP-M é o de maior equilíbrio", afirma.
sábado, 5 de março de 2011
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