quarta-feira, 2 de março de 2011

Mais de 60 mil apartamentos superam a barreira de R$ 1 milhão em um ano no Rio

De janeiro a dezembro de 2010, residências na Gávea valorizaram 88,4%
Monique Cardone e Sérgio Vieira, do R7 | 02/03/2011 às 05h53
  
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Em apenas um ano, muitas pessoas passaram a ser chamadas de "novos ricos do mercado imobiliário" na cidade do Rio de Janeiro. Isso porque, de janeiro a dezembro de 2010, 67.717 apartamentos ultrapassaram o valor de R$ 1 milhão, de acordo com dados do Secovi-RJ (Sindicato da Habitação). Os imóveis de quatro quartos na Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro, tiveram uma valorização de 88,4% do metro quadrado.

Segundo Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-RJ, o boom imobiliário banalizou alguns conceitos, já que nos dois últimos anos a valorização foi de 100%.

- A classificação de milionários ficou subjetiva por conta desse crescimento elevadíssimo no preço dos apartamentos. Pessoas que tinham apartamentos valendo R$ 600 mil viram seus imóveis sendo avaliados em mais de R$ 1,2 milhão.

Schneider disse ainda que na orla da zona sul as transações são fora da realidade da maioria dos cariocas: há comercialização de imóveis por R$ 20 e R$ 30 milhões. Ou seja, o preço do metro quadrado é cotado entre R$ 35 e R$ 40 mil.

A zona sul é a região mais cara da cidade. Maria Pereira mora em Botafogo e viu o preço do apartamento de um quarto onde mora dobrar de valor.

- Comprei por R$ 130 mil há três anos. Estou vendendo por R$ 260 mil. O problema é que procuro um apartamento maior, de dois quartos, e não encontro nada por menos de R$ 400 mil aqui. Eu queria continuar na zona sul, mas está difícil. Vou começar a procurar na Tijuca também.

Perfil do comprador

Segundo as empresas que atuam no mercado imobiliário, o perfil dos investidores cariocas é diversificado. De acordo com Luigi Gaino Martins, diretor da imobiliária Lopes no Rio, existem dois tipos de comprador.

- Um é o investidor profissional desse tipo de negócio. É quem compra e revende ou aluga. O outro é de classe média, com alto grau de instrução e cargos e salários razoáveis, que aproveitaram as novas condições favoráveis do setor para investir. Estamos vendo muitos jovens casais que compram, mas não para morar e sim para ganhar um dinheiro extra.

Martins afirmou que o mercado se tornou atraente. Ele disse que o investidor profissional geralmente ganha muito dinheiro e compra imóveis em bairros de grande valorização, como a Barra da Tijuca, na zona oeste, e Botafogo, na zona sul.

- Aqueles que são novatos no ramo também compram nessas regiões, mas eles ainda investem nos bairros onde moram. Por exemplo, um engenheiro que mora em Jacarepaguá, que ganha R$ 8 mil e no caminho do trabalho passa por um novo empreendimento localizado em um ponto bom, ele compra. O cara entende o que é valorizado e os locais bons do bairro dele.

O vice-presidente da Ademi (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário), Alexandre Fonseca, acredita que o aumento da renda do trabalhador facilitou a aquisição da casa própria nas camadas mais baixas.

- Houve um aumento muito grande da classe C e D, isso trouxe mais pessoas dispostas a adquirir o primeiro imóvel, aqueles que pagavam aluguel estão em busca do primeiro ou ainda, tem quem aumenta a família e quer um imóvel mais amplo. 

No entanto, o diretor da Lopes alerta para o cuidado na hora de investir em imóveis para ter lucro no futuro.

- Esse é um mercado que não admite erro, é muito dinheiro em jogo. Não é um mercado para amador. Mas se souber investir em uma boa empresa, com uma boa campanha de marketing e um preço de mercado adequado, não tem prejuízo.

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