Governo anunciou que construirá 10 milhões de casas de baixo custo para contornar especulação e evitar possível bolha
09 de março de 2011 | 10h 46
Compartilhar O governo da China anunciou que vai investir cerca de US$ 200 bilhões na construção ou renovação de 10 milhões de casas populares, para contrabalançar o forte aumento de preços no mercado imobiliário do país.
Em janeiro, o preço de novas casas subiu em relação a um ano atrás em 68 de 70 cidades chinesas acompanhadas pelo governo. A preocupação é que o ritmo da inflação incentive a especulação imobiliária e vice-versa, levando a uma bolha no mercado.
As casas subiram em janeiro a um ritmo anual de 6,8% em Pequim - onde o metro quadrado pode chegar a US$ 3 mil - e 1,5% em Xangai.
Mas cidades menores viram aumentos mais acentuados: em Haikou, no sul do país, a elevação foi de 21,6% e em Yueyang e Ganzhou, no centro, os percentuais chegaram a 14,2% e 12,3%, respectivamente.
Analistas esperam que a entrada de novas casas no mercado tenha impacto, já que o número de residências anunciadas nesta quarta-feira pelo governo chinês - 10 milhões - representa mais da metade do número de unidades construídas no ano passado.
Esse total inclui quatro milhões de residências de baixa qualidade que devem ser renovadas.
"Queremos que o atual fornecimento limitado de imóveis seja direcionado para os consumidores que mais precisam de casa própria. Esta é a razão básica por que impusemos medidas regulatórias no mercado", disse o vice-ministro de Habitação do governo chinês, Qi Ji.
"Se os preços dos imóveis não puderem ser estabilizados, se a meta das habitações de baixo custo não for atingida, e se o desenvolvimento social e a estabilidade forem afetados, as autoridades competentes serão investigadas convocadas a fim de assumir sua responsabilidade."
O anúncio desta quarta-feira é parte do compromisso de governo de levantar 36 milhões de residências de baixo custo nos próximos cinco anos, assumido no âmbito do seu plano quinquenal 2011-2015, que está sendo debatido pelo Congresso anual do Partido Comunista chinês.
O correspondente da BBC em Xangai, Chris Hogg, disse que os preços dos imóveis têm subido tanto na China que "está ficando mais e mais difícil para as famílias comprar mesmo que seja um pequeno apartamento".
Segundo o repórter, o governo chinês tem respondido a esse fenômeno com medidas para tentar conter a especulação e desincentivar a compra e venda de imóveis secundários.
Empresas de construção já expressaram sua preocupação com o impacto das novas casas em seus lucros.
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