Valor Econômico, Daniela D'Ambrosio, 22/mar
Para 2011, a previsão é atingir entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões em lançamentos.
Em quatro anos de operações depois da abertura de capital - em janeiro de 2007 -, a PDG deixou de ser a empresa de construção originária do Pactual, de tamanho médio, com participação em diferentes ativos - de imobiliária à empresa de loteamentos e residenciais - para assumir a liderança do setor residencial. Saiu de 5 mil unidades entregues em 2009 para 20 mil em 2010 e deve atingir 35 mil este ano.
No primeiro balanço anual de operação consolidada, após a aquisição da Agre em março do ano passado, a PDG atingiu um lucro líquido de R$ 875 milhões, alta de 60% em relação aos números pro forma de 2009. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização alcançou R$ 1,5 bilhão - números recordes da indústria imobiliária brasileira.
A receita líquida da companhia foi de R$ 5,8 bilhão, alta de 60% sobre 2009. A empresa lançou R$ 7 bilhões - ponto médio da projeção, entre R$ 6,5 bilhões e R$ 7,5 bilhões. Para este ano, a previsão é atingir entre R$ 9 e R$ 10 bilhões em lançamentos. "Nosso objetivo é manter o histórico de consistência que apresentamos desde o começo, independentemente das condições de mercado", afirma Zeca Grabowsky, presidente da companhia desde a sua criação.
Nessa nova fase, também abandona o sobrenome baixa renda, que cultivou por cerca de dois anos, para uma companhia que atua na média renda. Do banco de terrenos, 42% do VGV está entre R$ 170 mil e R$ 500 mil., 26% acima de R$ 500 mil e 31% até R$ 170 mil (dentro do Minha Casa, Minha Vida).
A PDG comprou um ativo reconhecidamente problemático, mas, pelo que os números indicam, conseguiu imprimir a mentalidade de banco - totalmente focada em resultados e eficiência operacional - na companhia resultante. A margem bruta saiu de 29,5% para 30,3%. A margem líquida ficou estável em 15,1%, em linha com o setor, mas ainda abaixo dos níveis que a PDG vinha apresentando antes da aquisição. Em 2009, a PDG teve margem líquida de 17%. "É mais do que nós e o mercado achávamos que poderíamos alcançar."
Os tão aclamados ganhos de escala das aquisições já aparecem no balanço de 2010. A PDG mostra que está conseguindo digerir bem a Agre. O gigantismo da nova companhia traz, naturalmente, números superlativos em vendas e receitas. Mas, na mesma proporção, faz crescer despesas com vendas e administrativas. "Estamos conseguindo fazer as despesas administrativas crescerem menos do que a empresa", afirma Michel Wurman, diretor financeiro e de relações com investidores. "Em 2011, essa diluição deve ser ainda maior."
As despesas com vendas saíram de R$ 215 milhões em 2009 para R$ 324,4 milhões no ano passado, aumento de 109%. Já as despesas gerais e administrativas aumentaram apenas 11%, de R$ 277,9 milhões para R$ 289,2 milhões. O corpo de diretores da companhia unificada é o mesmo de antes da compra da Agre. O ganho de escala fica evidente quando se compara os números. As despesas gerais e administrativas sobre a receita bruta caiu de 7,3% para 4,8%. Quando se inclui as despesas com vendas nessa conta, a redução é de 13% em 2009 para 10,2% em 2010.
A Agre era uma colcha de retalhos que reuniu três empresas em dificuldades - Abyara, Klabin Segall e Agra - e trouxe, além do elevado endividamento, uma herança de obras atrasadas. Renegociou a dívida entre julho e setembro e tratou de recuperar o tempo perdido nas obras. Com a renegociação da dívida, acalmou os investidores, mas ainda tem muita explicação a dar aos compradores. A média de atraso da Agre vai de seis a 12 meses, além dos seis meses de carência contratuais.
Não por acaso, a companhia lançou uma campanha institucional na qual assina PDG como "Poder de Garantir". No anúncio, diz que a nova marca substitui as demais e faz uma espécie de 'mea culpa'. "Não dá para apagar o passado, vamos garantir o que prometemos na gestão PDG", diz Grabowsky.
Na comparação entre o terceiro e o quarto trimestres, a receita subiu de R$ 1,5 bilhão para R$ 1,8 bilhão. "É um sinal de que as obras estão andando", diz. Segundo o executivo, 2011 é o ano chave para a companhia porque irá concentrar boa parte das entregas dos empreendimentos em atraso.
A unificação da marca segue a linha de redução de custos e maior eficiência.
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