domingo, 17 de outubro de 2010

Cenário para ações de construtoras segue em alta, diz JPMorgan

DA REUTERS

Embora as ações de construtoras e incorporadoras já tenham registrado forte valorização este ano, o setor ainda apresenta maior potencial de valorização, afirma o JPMorgan em relatório nesta sexta-feira.

Na visão do banco, o setor deve registrar aumento de 15% a 20% no nível de lançamentos e vendas contratadas em 2011, somado à média de crescimento de entre 40% e 60% prevista para este ano.

"Os lucros devem continuar crescendo a taxas de dois dígitos", afirmam os analistas Adrian Huerta e Marcelo Motta.

Por outro lado, entre os riscos ao setor, o banco aponta inflação, especialmente em termos de custos com mão de obra, e execução, tanto para produção quanto para entregas.

"Ainda é bastante cedo para ver qualquer desenvolvimento negativo nos próximos dois a três trimestres", ponderam os analistas.

Segundo eles, a previsão de aperto inflacionário no ano que vem pode afetar o setor, considerando que o segmento sempre esteve abaixo da média do mercado durante outros períodos similares. "Entretanto, acreditamos que ainda é prematuro antecipar este risco potencial."

Para o próximo ano, o JPMorgan prevê uma manutenção do cenário de valorização, apoiada em resultados robustos para o quarto trimestre de 2010 --que serão reportados no início do ano seguinte.

"Acreditamos que há maior potencial de valorização para o ano que vem (...) na nossa visão, os resultados do quarto trimestre serão bastante fortes e as previsões de crescimento para 2011 terão de ser revisadas para cima."

As ações do setor de construção civil acumulam alta de 52% desde 20 de maio, contra valorização de 28% do Ibovespa, sendo que grande parte dos papéis vem operando perto do maior nível em um ano.

Com base nesse cenário, o JPMorgan elevou os preços-alvo até dezembro de cinco das seis companhias que compõem a carteira teórica do Ibovespa.

O preço-alvo da MRV passou de R$ 16 para R$ 23; o da PDG Realty, de R$ 23 para R$ 30; o da Rossi, de R$ 17 para R$ 22, o da Cyrela, de R$ 28 para R$ 29; e o da Gafisa, de R$ 17 para R$ 18.

Dentre essas empresas, a PDG informou no início deste mês que, no acumulado de janeiro a setembro, suas vendas chegaram a R$ 4,76 bilhões, expansão anual de 59,3%. Já os lançamentos atingiram R$ 4,90 bilhões no período, alta de quase 80%.

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