Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
O mercado imobiliário luxuoso - de apartamentos amplos, com valores acima de R$ 500 mil e infraestrutura diferenciada - se sustenta mesmo em meio a lançamentos de imóveis voltados a classe média. Os novos prazos de financiamento (de até 30 anos), a queda dos juros e o crescimento da renda tem aberto um vasto leque de oportunidades para aqueles que desejam comprar uma casa de maior valor agregado.
"A classe A é dinâmica. Sempre há demanda de imóveis a esse público, mas acaba sendo menor", afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo). Para ele, é natural que haja um maior volume no número de empreendimentos lançados voltados as classes C e D, já que essas pessoas são maioria, estão na base da pirâmide.
"O pico da pirâmide abrange poucas pessoas que sempre compram, principalmente, em tempo de boa atividade econômica, mas são poucas famílias. Existem empresas especializadas nesse nicho, mas as vendas não são volumosas."
O delegado do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo) regional, Alvarino Lemes, acredita que, atualmente, os investimentos imobiliários têm como foco principal a população de baixa renda, mesmo assim, conta que os imóveis de alto padrão ocupam parcela significativa dentro do mercado da região.
"Não se trata de estagnação, mas os bens entre R$ 500 mil e R$ 1,5 milhão abrange um público menor", explica.
Segundo Milton Bigucci presidente da Aciagabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) e representante do Secovi-SP na região, muitos lançamentos foram feitos nos últimos anos voltados para a classe A. Hoje, inclusive, há um volume de oferta bem acima da demanda regional.
"Nessa faixa está sobrando imóveis. Residências de alto padrão são visadas pelos investidores. Além disso, podemos dizer que não há déficit habitacional nesse nicho. O que existe é uma melhora de padrão dos que representam essa classe passando sempre para um apartamento melhor."
Para Milton Casari, proprietário da Casari Imóveis, de São Bernardo, o que a falta ao Grande ABC é absorver as unidades dos condomínios luxuosos.
"Temos unidades com três quartos, três vagas na garagem, uma unidade por andar, cujo valor do metro quadrado é de até R$ 4.000, em média. O interessante é que há mercado, porém menor do que de outros imóveis."
Segundo o profissional do setor imobiliário, com o crescimento da economia muitos comerciantes, pequenos empresários e prestadores de serviços estão se desenvolvendo e partindo para uma classe social de maior renda, e, provavelmente, partirão em busca de imóveis ‘classe A''.
Aparecido Viana, dono da Aparecido Viana Imóveis, de São Caetano, cita o Espaço Cerâmica - projeto de bairro totalmente planejado e que abrigará empreendimentos de alto padrão, que estão em fase de lançamento - como exemplo de que ainda há espaço para esse tipo de projeto no Grande ABC.
"Há público para essa nova demanda. São apartamentos com itens de acabamento diferenciados e uma grande infraestrutura. Com o aumento da renda do brasileiro, grande parte da população subiu de classe social. A antiga classe média está a procura de um imóvel com maior valor agregado. Algumas unidades chegam a custar R$ 900 mil. São de 162m 2 a 290 m2."
Ele acrescenta que em São Bernardo e Santo André, principalmente, ainda há espaço, terrenos amplos, que vão de encontro com o conceito alto padrão. (Colaborou Paula Cabrera)
domingo, 10 de outubro de 2010
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