Valor Econômico | Construção: Nova líder do setor, após a compra da Agre, incorporadora lançou R$ 2 bilhões no terceiro trimestre
Daniela D'Ambrosio | De São Paulo 05/10/2010
Zeca Grabowsky, presidente da PDG Realty: compra da Agre fez diferença no desempenho operacional da companhia.
Em um ano de explosão de vendas no mercado imobiliário, olhares atentos de investidores se voltam para as empresas de capital aberto: os resultados das grandes conseguem refletir, na mesma proporção, o aquecimento do setor? Maior incorporadora do Brasil após a compra da Agre, a PDG Realty antecipou-se e segundo dia útil do mês apresentou os números do terceiro trimestre ao mercado. Sim, a empresa mostra que o seu desempenho operacional responde à forte demanda.
Mesmo com Copa do Mundo e eleições, a empresa vendeu R$ 1,85 bilhão em imóveis entre julho e setembro, o que representa alta de 39,3% sobre o mesmo período do ano passado e de 19% sobre o segundo trimestre deste ano - que já tinha sido recorde. Nos primeiros nove meses do ano, a PDG Realty vendeu R$ 4,7 bilhões, 59,3% acima de janeiro a setembro de 2009. No ano passado inteiro, sem a Agre, a PDG vendeu R$ 2,6 bilhões.
Além dos acionistas, o desenrolar da operação de PDG é avaliada com lupa pela concorrência - que ensaia um novo movimento de consolidação. O ganho de escala e o volume passaram a ser fundamentais para o setor, que exige alto capital de giro. E os números mostram também que a compra da Agre, empresa de histórico complicado que reunia três ativos com problemas e dívidas - Agra, Klabin Segall e Abyara - alavancou, de fato, a operação da PDG. "A compra da Agre fez diferença", diz Zeca Grabowsky, presidente.
Embora tenha contaminado o balanço da PDG com uma dívida maior - com boa parte já renegociada - e margem líquida menor, o gigantismo da nova operação não tornou a empresa mais morosa. A velocidade de vendas atingiu 33% no terceiro trimestre, acima dos dois trimestres anteriores.
Com os terrenos herdados da soma de Agra, Abyara e Klabin Segall - apesar das pendências financeiras, as empresas sempre foram reconhecidas pela qualidade dos ativos -, a companhia conseguiu lançar, apenas no terceiro trimestre, R$ 2 bilhões em 67 novos empreendimentos e atingiu 70% do volume total de lançamentos previstos para o ano. Se repetir o desempenho deste trimestre no próximo, chega aos R$ 7 bilhões, ponto médio do chamado "guidance". "Estamos numa posição confortável", avalia Grabowsky.
O executivo acredita que, com a economia aquecida, a partir do dia 10 de dezembro seja mais complicado vender imóveis. "Já aconteceu no ano passado. Fica difícil concorrer com o shopping nesse período", diz.
A nova operação colocou a PDG no mercado nordestino, algo que a companhia não tinha conseguido fazer - e faltava em uma empresa do porte que a PDG almejava alcançar. Chegou muito perto de fechar a aquisição da sergipana Norcon, mas voltou atrás. Com isso, a companhia conquistou uma diversificação geográfica maior. Hoje, está em 25 cidades e nove estados, ainda menos do que empresas menores, mas que iniciaram o processo antes, como a Rossi , o que ganha importância em tempos de dificuldades para desenvolver mercados como São Paulo e Rio. "As duas cidades continuam com as melhores velocidades de vendas, mas para conseguir lançar R$ 2 bilhões em um trimestre, é preciso ter uma plataforma espalhada."
A "nova" PDG também perdeu o apelo de empresa de baixa renda e se posiciona para a classe média. Do total lançado, 82% está em imóveis de até R$ 500 mil (limite máximo do SFH). Dentro do segmento econômico (abaixo de R$ 250 mil), 63% são elegíveis ao programa Minha Casa, Minha Vida.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
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