Gilmara Santos
Do Diário do Grande ABC
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A nova classe média do Grande ABC desponta como a menina dos olhos das construtoras. Não é para menos. Esse público já representa mais da metade da população brasileira e ainda sofre com o déficit habitacional. Diante disso, empresas que tradicionalmente construíam para o alto padrão descobriram nesta fatia da sociedade novo nicho de mercado e estão apostando nela para alavancar suas vendas. O preço desses imóveis varia entre R$ 130 mil e R$ 300 mil e são destinados para famílias com renda mensal de até 10 salários-mínimos, que estão comprando o primeiro imóvel.
"Esse mercado representa 80% do segmento total que é o que vai na faixa de R$ 130 mil até R$ 400 mil. É a faixa com maior ascensão no ABC. Existe muita procura por dois e três dormitórios. Isso praticamente em todos os municípios", diz o presidente da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), Milton Bigucci.
Diadema é a cidade da região com maior interesse das construtoras, por ter mais opções de terrenos. Mas já há previsão de lançamentos, ainda neste ano, de imóveis econômicos também em Santo André e São Bernardo.
Apesar de estarem entrando neste mercado só agora, empreendimentos voltados para a classe já têm grande importância dentro do faturamento das empresas. Na Tecnisa, por exemplo, esse setor representa 40% do faturamento. "Projetamos que atinja 50% do faturamento nos próximos anos", diz o diretor executivo da empresa, Newman Brito.
A GMK, também reconhecida por atuar com o alto padrão, já foca investimentos para esse novo consumidor. Em março, a incorporadora lançou empreendimento com imóveis que custavam R$ 135 mil e, das 650 unidades disponíveis, 648 foram vendidas em menos de cinco meses.
"Há um déficit grande de moradia e esse público intermediário está disposto a comprar imóveis", diz o diretor de negócios da empresa, André Kovari.
FINANCIAMENTO
A facilidade de financiamento é um dos motivos que levou a essa expansão de venda de imóveis econômicos. Mesmo assim, empréstimos para a compra de moradia representam apenas 4% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Em países mais desenvolvidos, esse percentual ultrapassa 20% do PIB.
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