domingo, 26 de setembro de 2010

EUA, Vendas de casas novas muito perto do mínimo histórico

Em Agosto foram vendidas menos casas novas que o previsto nos EUA, o que assinala que o mercado imobiliário continua em crise.

O Departamento do Comércio norte-americano revelou hoje que, no mês passado, as vendas de casas novas estabilizaram ao ritmo anual de 288 mil verificado em Julho, o segundo nível mais baixo desde que estes dados começaram a ser compilados em 1963.

Nesse mês, o preço médio dos imóveis caiu para mínimos em mais de seis anos, avança a Bloomberg, citando o mesmo relatório.

"Não existem sinais de melhoria no sector imobiliário", afirmou Eric Green, economista da TD Securities, em Nova Iorque, adiantando que "o desemprego está num nível muito elevado, a confiança dos consumidores está muito em baixo, as poupanças das famílias corroem e o sentimento é negativo de um modo geral".

Com uma taxa de desemprego próximo dos 10%, é muito provável que a execução de hipotecas volte a aumentar e que os consumidores tenham cada vez menos vontade de contrair dívida para comprar casa, explicam os peritos.

A incapacidade de recuperação do mercado imobiliário, um ano depois do país ter saído da recessão, é uma das razões apontadas esta semana pelos responsáveis de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos para a necessidade de medidas adicionais de estímulo económico no país.

Jornal Metro Quadrado: Novo título gratuito voltado para o mercado imobiliário em São Paulo

Publicação tem periodicidade quinzenal e circulação de 120 mil exemplares

A Metro Brasil, que edita o Metro, maior jornal de circulação gratuita do Brasil, lança neste sábado, 25, o Metro Quadrado (ou Metro²). Trata-se de um novo jornal sobre o mercado de imóveis da capital paulista, com pautas que abordarão temas específicos do segmento, como, por exemplo, financiamento habitacional, utilização do FGTS para compra de imóveis, dicas para investimentos seguros, oportunidades e seguros, bem como decoração, paisagismo e construções sustentáveis, entre outros assuntos.

A nova publicação tem periodicidade quinzenal e circulação inicial de 120 mil exemplares, com distribuição gratuita aos sábados na cidade de São Paulo. Nesta sexta-feira, 24, o lançamento é apresentado durante o Salão Imobiliário de São Paulo (SISP), realizado entre os dias 23 e 26 de setembro no Anhembi.

De acordo com Elizandra Paiva, diretora comercial da Metro Brasil, o Metro Quadrado atende à uma solicitação do mercado anunciante por um produto focado no setor imobiliário. “Trata-se de um jornal que terá a qualidade editorial e gráfica de uma revista de decoração e arquitetura”, afirma. A executiva conta que a resposta do mercado ao novo produto da Metro Brasil foi rápida e muito positiva. “A edição de estréia já conta com investimentos publicitários de importantes anunciantes do setor”, completa.

Fonte Portal VGV.

Crescimento dos ricos aquece mercado.

Valores do metro quadrado são negociados acima de R$ 10 mil; 75% das vendas são casas

Vinicius Albuquerque, do R7

É um público que gosta de um bom tratamento, sem preocupação com as contas no final do mês. Atrás de conforto, os brasileiros da classe A (com renda acima de R$ 10 mil) moram em casas de milhões de reais, fogem do trânsito caótico em helicópteros de luxo e terceirizam os cuidados com a casa - dos serviços pessoais ao orçamento doméstico.

É dessa forma que vivem as classes A e B - que em 2014 devem ser 16% da população (cerca de 31 milhões de pessoas), o dobro do que eram em 2003.

No mercado de imóveis de luxo isso é bem claro. No ano passado foram vendidos 36 imóveis de altíssimo padrão - parece pouco, mas os valores envolvidos em cada transação variam entre R$ 2 milhões e R$ 17 milhões. Neste ano, só até maio, foram negociados 31 imóveis, e os valores também subiram, variando entre R$ 3 milhões e R$ 20 milhões.

Segundo a Imóvel A, corretora especializada em imóveis de luxo, apartamentos novos de alto padrão já são negociados bem acima dos R$ 10 mil por metro quadrado, desde o ano passado - e, dos imóveis negociados em 2009, 75% foram casas e 25%, apartamentos.

Na avaliação da empresa, o aumento da demanda reflete o crescimento da classe A e também da estabilidade da economia brasileira atualmente.

domingo, 19 de setembro de 2010

Anália Franco e Butantã lideram em lançamentos não vendidos.

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CRISTIANE CAPUCHINHO
DE SÃO PAULO

O percentual de apartamentos lançados em São Paulo que ainda não foram vendidos é baixo --10% nos últimos 36 meses--, mas algumas regiões têm estoques superiores ao dobro disso.

Quatro-dormitórios é o imóvel menos vendido em SP

Anália Franco (28,9%; zona leste), Butantã (21,6 %; zona oeste), Chácara Santo Antônio (19,4%; zona sul) e Morumbi (19,3%; zona oeste) são as zonas de valor com maior percentual de imóveis ainda vagos entre os lançados nos últimos três anos, de acordo com levantamento feito pela Inteligência de Mercado da Lopes.

Se ter 20% de imóveis em estoque pode não parecer muito para quem lembra de altos estoques em 2005, com o mercado imobiliário aquecido, as incorporadoras têm preferido aumentar a velocidade de venda de seus empreendimentos, mesmo que isso dependa de concessões ao comprador.

"No passado, muitas empresas seguravam unidades para vender mais caro quando estivesse próximo da entrega do empreendimento", afirma José Roberto Federighi, diretor da imobiliária DelForte Frema. "Hoje, as grandes incorporadoras querem vender tudo o mais rápido possível, antes mesmo da obra", acrescenta.

A mudança do mercado leva imobiliárias a dar início à venda de estoque após seis meses do lançamento. "Algumas após três meses já chamam de remanescentes", diz Roberto Coelho da Fonseca, diretor de lançamentos da Coelho da Fonseca.

MARGEM

Na contramão do mercado, comprar apartamento em lugares em que as vendas baixaram é uma opção para quem quer negociar.

"Se o incorporador e a vizinhança têm estoque, o consumidor pode barganhar preço ou outras vantagens", afirma Paola Alambert, diretora de marketing da Abyara.

No leque de ofertas encontram-se promoções para ganhar desde cozinha e "home theater" até opcionais, como o kit churrasqueira.

A informação sobre o estoque da região é útil na hora da pechincha, mas o comprador deve considerar duas vezes o interesse no negócio.

"Estoque pode ser um indicativo de que os preços ali não devem subir e de que pode haver até mesmo desvalorização", pondera João Crestana, presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação).

O mercado imobiliário e a Internet.

Se as vendas de imóveis estão aquecidas por conta do mercado, os sites de imóveis também estão em crescimento. As buscas por imóveis na internet crescem a cada dia e os sites que oferecem a melhor qualidade e informação vão se destacar.

A tendência para o mercado de imóveis via internet é só crescimento. Tanto é assim, que empresas com foco estratégico estão migrando para a internet de forma irreversível. Pequenas imobiliárias podem concorrer com as grandes de igual para igual, independentemente do grau de investimento dos grandes.

Isto implica que o que vai decidir a briga é a percepção do cliente em relação ao que busca e o que é oferecido, a informação relevante para concluir a compra. Se empresas de porte investem em tecnologia, apostando que isto é o que vai diferenciá-las num mercado altamente competitivo e crescente, o que vai realmente diferenciar o sucesso ou não, é a estratégia de penetração na internet, tais como: posicionamento nos sistemas de busca orgânica não só para o site em si, mas para os anúncios dos imóveis; o grau de relacionamento nas redes sociais; o trabalho de branding digital e outros fatores que envolvem a construção de uma marca de sucesso na mídia digital.

O mercado imobiliário na internet é vasto e com um grau de crescimento ainda pouco explorado pelas empresas do ramo. Erros dramáticos de estratégia é o que mais se detecta na maioria quase que absoluta dos sites, como por exemplo: fazer links patrocinados de suas imobiliárias e não dos imóveis à venda. Este é só um dentre tantos outros erros.

No entanto isso é compreensível, pois o anunciante de imóveis, ainda sem muita experiência no mundo digital, tem como base os anúncios em jornais classificados, acreditando que a internet possui a mesma linha semântica. Vão descobrir o erro depois que gastarem alguns bons reais.

A tendência é de que o mercado passe a ser exclusivamente digital, como já acontece até com os jornais que estão migrando exclusivamente para a internet. A empresa do ramo de imóveis que não perceber essa tendência, pagará caro pelo engano.

E estrategicamente, não é necessariamente apenas ter um site na primeira página dos sistemas de busca com o termo imóveis, é ter seus anúncios aparecendo para tudo que se diz respeito àqueles imóveis que a empresa comercializa. Engana-se que, por exemplo, ter um site com título “imóveis na praia grande”, que a pessoa vai com encontrar exatamente o imóvel que procura na Praia Grande. Antes disso a pessoa que procura um imóvel nessa cidade, já passou por inúmeros anúncios de imóveis na Praia Grande e, certamente, terá dezenas de opções a escolher.

Então a estratégia utilizada passa por duas vertentes, a saber: links patrocinados e site institucional. A estratégia de links patrocinados serve perfeitamente para que o anunciante coloque seus imóveis em destaque e auxilia o potencial comprador a encontrar o imóvel que procura. Já o site institucional trabalha o Branding da empresa, oferecendo não mais somente um anúncio, mas um conjunto de serviços de consultoria de imóveis, agregando percepção de valor ao comprador. Trabalhar esses dois fatores em conjunto é o que vai diferenciar as empresas que estão investindo em internet.

Sites puramente de anúncios de imobiliárias, links para dezenas, milhares de empresas de imóveis, vão se tornar obsoletos a partir da expectativa do comprador de encontrar rapidamente o que procura. Esses sites, na verdade, não oferecem uma comunicação otimizada para o cliente, são apenas classificados como são os jornais, sendo que a internet possui muito mais recursos que um simples panfleto de imobiliária.

O tangenciamento da informação relevante é o que mais se destaca na internet, por enquanto. No entanto, é que sua característica comece a mudar com a percepção de que o comprador de imóveis passe a ser cada vez mais especializado em sua busca. Ao se entender essa métrica, passar-se-á a construir um projeto estratégico de penetração, usando não só a as possibilidades da tecnologia, como também as informações mercadológicas das características pessoais dos internautas. Esse será um grande passo rumo ao sucesso no mundo da internet para as empresas imobiliárias.

As compras de imóveis pela internet são cada vez mais frequentes. Tanto que o site Google constatou em um levantamento realizado com 605 compradores de imóveis residenciais do País, que 84% realizaram o sonho da casa própria pelo varejo online nos últimos seis meses e 16% estão procurando uma casa nos sites com intenção de comprar no momento.

De acordo com a pesquisa, dos 84% respondentes que adquiriram um imóvel pela internet, 51% compraram um imóvel novo e os demais (49%) uma casa usada. Os imóveis novos foram arrematados por 56% dos homens, relativamente mais jovem e com renda mensal entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Já a compra dos usados apresentou uma pequena predominância feminina (51%), público relativamente mais velho e um pouco menos afluente.

Hoje a web é a principal fonte de informação para pesquisa e compra de imóveis residências (88%), enquanto os anúncios em jornais passaram a ocupar a segunda posição com 67%, imobiliárias e corretores correspondem a 54%, folhetos e panfletos representam 49% das pesquisas e estantes de vendas no local da construção 38%.

Três tipos de sites são os mais utilizados por compradores de imóveis: sites de imobiliárias são usados por 57% dos respondentes, 42% preferem os sites especializados em informações imobiliárias e 41% optam pelo endereço eletrônico das construtoras.

Está aberta a possibilidade da exploração de todo esse potencial, os que farão a melhor estratégia são os que vão prevalecer e serão os líderes da categoria. Os que optarem por um modelo heterodoxo no estilo jornal de classificados talvez não sobrevivam nesse mercado e serão engolidos pelos estrategistas. Não será o dinheiro dos grandes que fará a diferença, mas sim, a inteligência de marketing.

Preço do metro quadrado sobe e é recorde em Paris.

Retomada da demanda e escassez da oferta elevam o valor dos imóveis, que sofreram queda com a crise global

Andrei Netto - O Estado de S.Paulo


Dois anos depois da crise imobiliária que levou o mercado europeu à recessão, com queda de 20% nos preços, como ocorreu na França, o valor de casas e apartamentos alcançou um recorde.

Em Paris, o metro quadrado de área construída chegou à média de 6,6 mil no segundo trimestre. A pressão de alta é tão forte que imóveis recém-construídos têm preços de até ? 20 mil por metro quadrado.

O balanço foi apresentado pela Câmara dos Notários de Paris e Île-de-France. O novo teto, exatos ? 6.680, supera por ? 40 o anterior, do terceiro trimestre de 2008. Em relação ao valor verificado no segundo período do ano passado - ? 6.080, o aumento foi de 9,8%, enquanto o volume de transações subiu 38%.

O fenômeno da elevação dos preços é explicado pela retomada da demanda - por sua vez impulsionada pelo crédito a juros baixos -, conciliada com a escassez de oferta, já que muitos proprietários ainda hesitam em colocar seus bens à venda com medo da oscilação dos preços.

Ainda segundo o levantamento, o mercado já é mais impulsionado por investidores do que por compradores de primeiro imóvel, situação que preocupa analistas. Entre 1999 e 2010, o preço dos imóveis cresceu 250%, enquanto o salário médio teve acréscimo de 60%.

Em alguns bairros centrais da capital, esse cenário já se desenha. O recorde é no sexto distrito, onde estão o Jardim de Luxemburgo e o Boulevard Saint-Germain-des-Près: em média, o metro quadrado custa ? 9,9 mil. No quarto distrito, onde ficam pontos turísticos como a Île de la Cité e a Catedral de Notre Dame, o preço de um apartamento custa, em média, ? 9,5 mil por metro quadrado.

"Tem imóvel custando ? 20 mil por metro quadrado. Virou uma loucura", disse ao Estado o corretor brasileiro Roberto Haenel, proprietário da agência imobiliária Mon-Paris.

A eventual estabilidade em patamar elevado vai transformar Paris em uma cidade para elites, adverte o tabelião Frédéric Dumont, diretor do cartório de Montreuil, ao sul da capital. "Essa alta do preço não é sustentável nem política, nem economicamente. Paris está se tornando uma cidade inacessível às classes médias e populares."

sábado, 18 de setembro de 2010

Mercado imobiliário entra no vale-tudo.

Empresas usam viagens e carros de luxo como chamariz para zerar estoque de apartamentos voltados à alta renda

Paula Pacheco - O Estado de S.Paulo



Quem decide fazer um investimento grande, como comprar um apartamento, normalmente adota cautela na hora de fazer as contas e adia planos como viajar ao exterior ou ter um carro novo na garagem. E se, ao fechar o contrato para comprar um imóvel, a passagem aérea ou uma Mercedes viessem de brinde?

A proposta parece irresistível. Pressionadas pelo aumento da concorrência, construtoras e incorporadoras estão mais agressivas nas ações de marketing para a venda de imóveis para a alta renda. Nas últimas semanas, duas promoções se destacaram. A Eztec oferece uma Mercedes para quem comprar um dos 15 apartamentos selecionados, avaliados em cerca de R$ 1 milhão.

A Agre fez uma parceria com a Multiplus e oferece até 1 milhão de pontos no programa de fidelidade para quem quiser trocar o bônus, por exemplo, por passagens aéreas. Essa pontuação máxima, atrelada ao valor do apartamento, seria o suficiente para garantir 16 tíquetes para a Europa, por exemplo, ou 50 passagens para a América do Sul. Se preferir, o prêmio pode render 25 viagens de avião para os Estados Unidos.

No caso da Eztec, a promoção vale para imóveis em edifícios já entregues. São apartamentos que foram preteridos pelos consumidores e "sobraram". Segundo Emílio Fugazza, diretor financeiro e de Relações com Investidores da empresa, a promoção não teve como objetivo apenas zerar os estoques, mas atrair potenciais clientes para os outros estandes de venda.

"Na média, o movimento dobrou em todos os estandes. Atrair público para esses lançamentos nem sempre é tarefa fácil. Com o tempo, é normal que o movimento caia. Então é preciso encontrar formas de chamar a atenção novamente", explica o executivo da empresa.

Desconto. A promoção da Mercedes C180, que custa cerca de R$ 120 mil, só caiu nas graças de um comprador. Em um mês de promoção, 11 apartamentos foram vendidos, apenas um cliente quis ficar com o carrão. Os outros compradores preferiram negociar um desconto no preço final.

Não é de hoje que empresas imobiliárias como a Eztec adotam o brinde como chamariz para convencer o cliente a fechar negócio. "Depende do valor do imóvel. Podemos dar uma vale-compras na Saraiva de R$ 5 mil, uma churrasqueira, um forno para pizza ou seis meses de condomínio quitado. É a cerejinha do bolo", exemplifica Fugazza.

Receita aprovada. Animado com o efeito indireto desse tipo de promoção, que levou mais consumidores aos estandes, Fugazza acaba de investir em outro chamariz, desta vez um pouco mais modesto. Para zerar o estoque do empreendimento Clima do Bosque, na Vila Prudente (zona leste), a empresa ofereceu um Vectra de presente.

O diretor da Eztec lembra que investir em brindes para zerar o estoque de um prédio pode ser mais econômico do que manter o apartamento vazio à espera de comprador. Isso porque é preciso manter uma estrutura de atendimento no local até que não haja mais imóvel para vender.

Segundo a média de mercado, a venda de todos os apartamentos de um empreendimento pode demorar até 12 meses depois de ele ser entregue.

No caso da Agre e da parceria com a Multiplus, a promoção dura até o fim de setembro e é preciso desembolsar cerca de R$ 3,5 milhões para garantir 1 milhão de pontos. É o preço, por exemplo, de um apartamento de 436 metros quadrados no sexto andar do empreendimento Hemisphere, próximo ao Parque do Ibirapuera, região valorizada de São Paulo, com previsão de entrega para fevereiro de 2012. Segundo uma das corretoras da Agre, assim como aconteceu na Eztec, a promoção atraiu clientes para outros imóveis.

Risco. Coordenador de Marketing da Scopel, especializada na venda de terrenos, Fernando Mendes acha temerário que as construtoras entrem de cabeça na oferta de brindes para ganhar os clientes. "É preciso cuidado ao atrelar a venda a um bem de consumo de valor tão alto. O cliente pode fechar negócio no entusiasmo e não ter como manter seus compromissos depois. O resultado é inadimplência", adverte.

A funcionária pública Marta Rosi Gomes Silveira, de 48 anos, comprou um terreno da Scopel em Itatiba, interior paulista, em abril passado. Recebeu de presente uma TV de LCD de 32 polegadas, mas garante que isso não foi decisivo para assinar o contrato. "O que contou mesmo foi a localização do terreno, no mesmo condomínio onde mora a minha irmã. Como tinha acabado de mobiliar um apartamento novo, não tinha o que fazer com a TV e dei de presente", conta.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Bancos terão juros menores para financiamento no Salão Imobiliário de SP.

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

O Banco do Brasil e o Bradesco vão oferecer taxas de juros menores para os consumidores que comprarem imóveis financiados no Salão Imobiliário de São Paulo, que acontece neste mês. As condições valem também para os negócios iniciados no evento.

O Banco do Brasil vai oferecer, para os contratos finalizados até 180 dias depois, taxa pós-fixada de 8,4% ao ano mais TR (Taxa Referencial) para imóveis com valor até R$ 500 mil. Esse percentual menor só é válido normalmente nas agências para clientes que são servidores federais, estaduais e municipais ou funcionários de empresas que têm convênio com o banco e, em todos os casos, recebem o salário pela instituição financeira.

Para quem não faz parte dessas exceções, a taxa é de 10,0% ao ano mais TR. Para moradias acima desse patamar, a taxa é única de 11,0% ao ano mais TR.

Salão Imobiliário de São Paulo terá imóveis a partir de R$ 150 mil
Construtoras investem em lojas com apartamento decorado para alavancar vendas
Capital paulista perde participação em lançamentos de imóveis
No Bradesco, a taxa reduzida vale para contratos assinados até 30 dias após o evento. No salão, os juros passam de 10,50% para 9,70% ao ano, mais TR, para moradias avaliadas entre R$ 150 mil e R$ 500 mil. Para imóveis a partir desse patamar, cai de 11,50% para 10,20% ao ano, mais TR.

A Caixa Econômica Federal, líder em empréstimos para habitação, vai participar do Salão Imobiliário, mas não vai oferecer taxas diferenciadas. O HSBC também terá estande no evento, mas não retornou às ligações da reportagem sobre possíveis condições especiais.

O Banco do Brasil, maior instituição financeira brasileira, quer ampliar a carteira de crédito imobiliário dos atuais R$ 2,2 bilhões para R$ 3 bilhões até o final deste ano. No primeiro semestre, o banco respondeu por apenas 2,8% dos financiamentos com recursos da poupança no país.

A quinta edição do Salão Imobiliário terá mais de 200 mil imóveis à venda com valor a partir de R$ 150 mil, entre novos e usados, comerciais e residenciais. Há oferta de moradias em todo o país e até no exterior, mas a maior parte está na Grande São Paulo, que concentra 70% do total.

Corretores de imóveis falam mandarim para atrair compradores chineses em SP

Corretores de imóveis falam mandarim para atrair compradores chineses em SP
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DE SÃO PAULO

Em um empreendimento no centro de São Paulo, uma corretora recebe os clientes falando em mandarim. A cena é um exemplo da atenção especial que o mercado imobiliário paulista tem dado ao público formado por compradores orientais, segundo reportagem de Raphael Veleda e Talita Bedinelli publicada na edição desta quinta-feira da Folha (íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).

Marcelo Justo/Folhapress

Corretora atende chineses em estande de empreendimento voltado ao público asiático na Aclimação, região central de SP

De acordo com o texto, no condomínio da Aclimação, a aposta tem sido certeira. Ontem à tarde, a maior parte dos clientes em potencial tinha olhos puxados. "Deu muito certo. Até 60% dos interessados que visitam nosso estande são de origem oriental", diz o corretor imobiliário Jefferson de Ávilla, que coordena a venda do empreendimento.

Zhao Nong, responsável pelos anúncios do jornal "Chinês da América do Sul", diz que nos últimos seis meses o número de propagandas de imóveis voltadas para os chineses disparou. Para ela, um dos motivos para isso foi a anistia concedida pelo governo brasileiro no ano passado. "Muitos que estavam ilegais regularizaram a situação e agora podem comprar imóveis", diz.

Fazenda vai cortar imposto para elevar crédito.

Plano é aumentar a fatia do crédito privado nos financiamentos de longo prazo, hoje dominado por operações do BNDES

Alexandre Rodrigues / RIO - O Estado de S.Paulo

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, confirmou ontem que o governo estuda medidas de desoneração fiscal para títulos privados de dívidas de longo prazo, como debêntures, e de incentivo à securitização de créditos imobiliários. As propostas devem integrar o conjunto de medidas que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeu para estimular alternativas de financiamento de longo prazo para investimentos.

Atualmente, a maior parte do financiamento para investimentos recai sobre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem sido alvo de críticas por causa do custo fiscal que aportes de recursos do Tesouro provocam. Segundo Barbosa, o governo estuda formas de incentivar o mercado de capitais e a securitização de contratos imobiliários como forma de aumentar a participação do crédito privado no financiamento de longo prazo.

Está em cogitação a desoneração ou a redução do Imposto de Renda sobre títulos usando dois critérios. Poderia conceder o benefício para títulos privados que tenham prazos mais longos, a partir de um patamar a ser definido, ou privilegiar os papéis por finalidade, como os destinados a financiar projetos de infraestrutura, como portos e ferrovias.

"Isso não está fechado. Temos duas alternativas. Pode ser uma combinação delas. E independentemente disso, quando se fala de medida tributária, há a questão do espaço fiscal para poder fazer", disse o secretário, após participar de uma homenagem à economista Maria da Conceição Tavares na sede do BNDES.

Segundo Barbosa, as medidas só serão anunciadas após as eleições, "entre outubro e novembro". Ele rejeitou o uso da palavra "pacote" e disse que são apenas "medidas de desenvolvimento financeiro", no mesmo contexto da criação das letras financeiras, de março deste ano.

Papel do Estado. O governo mira o desenvolvimento do mercado de capitais e do setor imobiliário, mais robustos em países que têm financiamento privado de longo prazo desenvolvido.

"Isso não quer dizer que o Estado não terá um papel. Tem um papel. Principalmente em áreas com grande retorno social e privado talvez não tão elevado." Segundo Barbosa, o governo busca um "meio termo". Ele disse que o governo pode ajudar com medidas tributárias e regulatórias.

Um exemplo seria o desconto gradual de créditos imobiliários antigos que forem securitizados do porcentual obrigatório de 65% dos recursos captados na poupança que os bancos são obrigados a aplicar no financiamento de imóveis. "O setor solicitou que esse desconto não seja imediato, que seja feita de forma gradual, de modo a estimular essa securitização. Estamos analisando", disse Barbosa.

Para o secretário, o BNDES continuará a ter papel importante no financiamento de longo prazo, especialmente na infraestrutura e no apoio às exportações. Segundo ele, o governo já definiu a transformação da Agência Finame, do BNDES, em Eximbank.

Preço do metro quadrado em Itaquera aumentou 13,5% neste ano.

Mesmo antes do anúncio do estádio do Corinthians, viver no bairro já custa mais caro

Daniel Gonzales - estadão.com.br

SÃO PAULO - Imóveis mais caros e maiores vêm sendo oferecidos pelas construtoras ao mercado em Itaquera neste ano, antes mesmo do anúncio da futura arena corintiana no bairro. A informação é do diretor de assuntos urbanísticos do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), o arquiteto Eduardo Della Manna. Ele se diz favorável à construção do estádio na região. "Temos que fortalecer novas centralidades na cidade de São Paulo. A solução passa pela zona leste". A especulação imobiliária atual em torno da questão, diz ele, é "natural". Segundo ele, "apenas o estádio não vai resolver os problemas do bairro", mas o projeto deve ser usado como um novo pólo de desenvolvimento para a região.


'Apenas o estádio não vai resolver problemas do bairro', diz arquitetoDe acordo com ele, entre 2007 e 2009 foram lançados 31 empreendimentos em Itaquera, com imóveis de 51 m², em média, e custo de R$ 1.997 por metro quadrado. "Entre 2009 e julho deste ano, os lançamentos são de, em média, 62 m² e custam R$ 2.270 por metro quadrado".

Quanto à venda de imóveis usados e o grande aumento dos preços já registrado em Itaquera, Manna diz que o próprio mercado costuma se auto-regular. "O proprietário pode pedir quanto bem entender", diz. Mas os compradores, segundo ele, não irão aparecer.

Prefeitura vai entregar reurbanização de área da Mooca à iniciativa privada.

Kassab apresenta hoje projeto de concessão urbanística de região com antigos galpões industriais do bairro; modelo é usado na Nova Luz

Zanchetta - O Estado de S.Paulo

A gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) estuda conceder à iniciativa privada mais um plano de revitalização e reocupação de uma área degradada de São Paulo. O alvo dessa vez é a antiga região industrial da Mooca, na zona leste, às margens da linha ferroviária que corta o bairro. O objetivo é levar prédios, serviços e comércio para terrenos cheios de galpões vazios ou que estão ocupados por famílias de sem-teto.


Projeto para a Mooca engloba uma área de 470 hectares, onde estão galpões que foram tombados pelo patrimônio histórico municipal

O projeto será detalhado hoje pelo próprio Kassab e pelo secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, no seminário internacional "São Paulo - Cidade Compacta". A Prefeitura pretende tornar a repaginação da Mooca uma referência internacional na recuperação de regiões degradadas.

A proposta, porém, será lançada antes mesmo de o governo municipal ter iniciado as obras de revitalização da Nova Luz, a região do centro conhecida como cracolândia. Desde 2005, a Prefeitura fala em revitalizar essa parte da região central e transformá-la em vitrine fora do País, mas até hoje a área segue cheia de dependentes de crack, moradores de rua e imóveis vazios. O modelo a ser adotado na Mooca é o mesmo da Nova Luz.

"Será uma concessão urbanística numa área degradada de 470 hectares, dentro da Operação Urbana Mooca-Vila Carioca. A Prefeitura vai contratar uma empresa para fazer o plano urbanístico a ser desenvolvido e outra para fazer o levantamento da contaminação no bairro", afirma Hélio Neves, assessor de gabinete da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. "O uso dessa área está travado por causa das contaminações industriais do passado."

O perímetro da intervenção tem o tamanho equivalente a quatro parques do Ibirapuera. A concessão urbanística também prevê um parque de 350 mil metros quadrados e regras para empreendimentos ao lado de galpões tombados pelo patrimônio histórico.

"Queremos que seja uma área de uso misto, com serviços, classe popular, classe média, escolas e comércio", acrescenta Neves. "Mas toda a reocupação terá de preservar a memória industrial da Mooca", diz.

O projeto da concessão deve ficar pronto só no início do ano que vem, quando a proposta terá de ser enviada para votação na Câmara Municipal. O governo diz que vai usar experiências de recuperação de áreas degradadas adotadas pela cidade de Stuttgart, na Alemanha. Representantes da cidade alemã estarão hoje no seminário que ocorre o dia todo na sede da Prefeitura.

Interesse. Para o sucesso do novo projeto, técnicos da administração municipal apostam no interesse do mercado imobiliário pelas áreas ociosas da Mooca, um bairro que fica a apenas 10 minutos do centro por meio do metrô ou de carro. A avaliação é de que, ao contrário da cracolândia, na Mooca já existe uma tendência de adensamento. O preço do metro quadrado na região aumentou 80% entre 2007 e 2010 e hoje chega a R$ 4 mil em algumas ruas perto da Estação Bresser-Mooca do Metrô, valor semelhante ao cobrado em Pinheiros, na zona oeste.

Nos últimos três anos, 7 mil novos moradores chegaram no bairro e outros 12 mil são esperados até o fim de 2012. O primeiro shopping do bairro está sendo construído na Avenida Henry Ford, em um terreno descontaminado, e nove torres residenciais vão ficar prontas até dezembro na Rua Borges de Figueiredo, na área onde funcionaram as Indústrias Matarazzo.


PARA ENTENDER
Empresas assumem revitalização

A concessão urbanística é um instrumento pelo qual a Prefeitura entrega à iniciativa privada uma determinada área que tem de passar por reurbanização. Nela, é permitida a desapropriação de imóveis particulares por empresas e construtoras. Os projetos de concessão na capital precisam passar por duas votações na Câmara Municipal e em audiências nas 31 subprefeituras antes de serem colocados em prática.

O antigo terreno da Ford tinha potencial para tornar-se um grande parque, oferecendo alternativas de lazer e esporte à população de toda a região. Seria também uma grande área de permeabilidade, em um bairro que sofre com enchentes. E o que vai ser feito do terreno? Mais um shopping center!!! Está aí um exemplo do dinheiro falando mais alto que a inteligência. A Mooca cada vez mais iguala-se ao modelo paulistano de desenvolvimento: prédios com milhares de famílias empilhadas e ruas tomadas por congestionamentos, onde pedestres e ciclistas não tem vez. É um modelo único de crescimento urbano, que, convenhamos, não parece nada inteligente.

Desordem na Barra Funda.

- O Estado de S.Paulo
A população da Barra Funda, na zona oeste da capital, deve passar de 15 mil habitantes para 45 mil em apenas cinco anos. Empreendimentos imobiliários planejados para ocupar alguns dos maiores espaço vazios da cidade serão erguidos antes de a região receber as melhorias de infraestrutura e de serviços públicos necessárias para atender os novos moradores e evitar impactos negativos nas redondezas. Nos últimos 13 anos, pelo menos 12 projetos de melhorias urbanísticas para a Barra Funda foram desenvolvidos pela Prefeitura, mas nenhum foi executado, apesar de haver recursos em caixa para isso, originários da Operação Urbana Água Branca. A operação foi criada às margens da linha ferroviária para ocupar vazios existentes no eixo Pompeia-Perdizes-Barra Funda.
Enquanto o mercado imobiliário demonstra agilidade, com a sucessão de empreendimentos em execução e outros projetados para o bairro, a Prefeitura se atrapalha na tarefa, que parece interminável, de criar o melhor plano de ocupação e de executar as obras de sua responsabilidade, conforme as regras da operação urbana. Do planejamento urbano, as únicas coisas que andam na velocidade correta na administração - pelo menos do ponto de vista dos empreendedores - são a aprovação de novos projetos e a cobrança da outorga onerosa pelo direito de construir além do estipulado pelas regras de zoneamento. Os recursos daí provenientes deveriam financiar melhorias na infraestrutura do bairro.


A Prefeitura está pelo menos 20 anos atrasada. A tendência de verticalização da região, com imóveis residenciais de grande potencial de valorização, já era apontada desde o início da década de 90, quando a boa infraestrutura da área se destacava graças à baixa ocupação. Só em 2004, um concurso foi realizado para eleger o melhor projeto para a Barra Funda e região vizinha. O escolhido incluía prédios de seis andares, calçadas largas e muito verde. Batizado de Bairro Novo, ele foi logo esquecido.

Enquanto isso, megaprojetos surgiram e agravaram problemas crônicos do bairro, como as enchentes. A impermeabilização do terreno, com a construção de condomínios, prédios comerciais e novas avenidas, ocorreu em grande velocidade nos últimos anos e o resultado são as inundações que atingem o bairro cada vez com maior intensidade. Desde 1995, 21 empreendimentos comerciais e residenciais se instalaram no bairro, entre eles o Shopping Bourbon, o hipermercado Sondas e pelo menos 17 torres residenciais.

Sem que a Prefeitura disciplinasse o processo de ocupação do bairro, construções foram aprovadas displicentemente e abusos foram cometidos, como o de uma universidade que ocupa área 13 vezes maior do que a permitida e provoca caos diários nas vizinhanças do Memorial da América Latina.

A Operação Urbana Água Branca deverá acrescentar pelo menos 60 mil novos moradores à Barra Funda, onde os galpões industriais representam 37% da área a ser desapropriada e as residências, 33%. Um dos últimos projetos anunciados pela Prefeitura previa a desapropriação de cerca de 350 mil metros quadrados de terrenos para obras viárias - a frota do bairro deverá passar de 8 mil veículos para 27,4 mil em 2025 -, alargamento de calçadas, construção de piscinões, etc.

Apesar dos projetos já executados, a Prefeitura ainda tem R$ 80 milhões em caixa. É pouco. Só a estimativa de custo das obras viárias chega a R$ 400 milhões. Isso talvez explique por que a Prefeitura está sempre revendo seus projetos.

O governo não reconhece a sua inércia nem que existe uma discrepância entre a arrecadação com a operação urbana e os custos dos projetos. Afirma que o recapeamento e a revitalização paisagística estão em andamento, assim como obras destinadas a melhorar o fluxo de trânsito nas redondezas do Terminal Barra Funda. Não é muito para uma região que verá sua população quadruplicar. Está sendo perdida a oportunidade de aplicar um bom modelo de ocupação em uma das poucas regiões da cidade que ainda têm grandes espaços vazios.

Preços dos imóveis disparam nas capitais.

Especialistas apontam cidades em que preços estão mais caros.
Ganhos tornam mercado imobiliário um investimento atraente.

Ligia Guimarães
Do G1, em São Paulo


A aeroviária Lisa Lima, 34 anos, comprou há dois anos um apartamento na planta no bairro dos Jardins, em São Paulo. Vendeu o imóvel este mês, quando recebeu as chaves, e comemora o bom negócio: ganhou na venda R$ 150 mil a mais sobre o valor da compra, valorização de 73%.

“Eu tinha comprado porque eu morava em frente com o meu filho e queria que a minha mãe morasse nele. Daí quando eu vi que tinha valorizado bastante, resolvi revender. E acabou que com o dinheiro dessa revenda eu já comprei outro, na Barra Funda. Nenhuma outra aplicação me daria um retorno tão bom”, comemora ela, que já pensa em juntar amigos para voltar a investir em imóveis.

No Rio de Janeiro, uma história similar: espanhol radicado no estado há 55 anos, José Moleón comprou em 2008 um apartamento na Rua Senador Dantas, centro da capital fluminense. Reformou o imóvel, morou nele por alguns meses e, há dois, vendeu o apartamento com sobrevalorização de 100%. “O mercado nunca esteve tão interessante como agora”, diz Moleón, com a experiência de quem vive de comprar e vender imóveis há mais de 40 anos.

Relatos semelhantes ao de Lisa e José estão cada vez mais frequentes: a expansão do crédito, o aumento da demanda e subsídios como o programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, estimulam a valorização de imóveis em todo o país. Segundo especialistas e entidades ligadas ao setor de imóveis consultados pelo G1, a aceleração dos valores e os preços mais altos se destacam em algumas regiões: além de São Paulo e Rio, Porto Alegre, Brasília, Recife, Fortaleza e Curitiba estão entre as mais fortes.

“Sempre houve épocas em que o mercado (imobiliário) de uma região estava mais valorizado que outros por algum motivo. O fenômeno dessa vez é que é justamente algo generalizado”, diz a consultora de mercado imobiliário da Fundação Getúlio Vargas, Ana Maria Castelo, que vê o início de um movimento da volta do pequeno investidor ao mercado de imóveis.

Juro, crédito e pressão dos acionistas
A expansão do crédito no Brasil tornou o sonho da casa própria mais acessível para muito mais pessoas, aumentou a procura por imóveis e abriu o apetite das construtoras para novos lançamentos. Segundo números do Banco Central, o volume de crédito concedido nos dois primeiros meses de 2010 somou mais de R$ 181 bilhões, 47% a mais que no mesmo período do ano passado.

“Ocorreu uma série de novas situações favoráveis ao comprador, como a fartura de crédito imobiliário, novas linhas de financiamento de até 30 anos e prestações mais reduzidas, que começam a caber no orçamento de uma quantidade maior de famílias”, diz Luiz Paulo Pompéia, da Embraesp.

Além disso, muitas construtoras estrearam recentemente no mercado de ações, como a Gafisa, a Rossi e a MRV. Com o caixa mais cheio de dinheiro obtido nas ofertas de ações, elas passam a lidar também com a cobrança dos acionistas e do mercado por bons resultados, o que estimula a ousadia para buscar novos mercados e projetos.

“A abertura do capital de um grupo grande de empresas fez com que elas se deslocassem desse eixo sudeste e buscassem outros mercados como o nordeste e o norte. Elas estão com dinheiro e pressionadas para mostrar resultado”, diz a consultora Ana Maria Castelo, da FGV".

Influências regionais
Além dos fatores que favorecem o aquecimento do mercado imobiliário nacional, muitas regiões sobrevalorizadas têm peculiaridades, como o Rio.

Lançamentos de imóveis residenciais em SP têm alta de 114% em agosto
No Rio de Janeiro, o valor para venda de um imóvel de dois quartos em Copacabana subiu 220,45% entre 2000 e 2009, segundo dados do Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Sindicato da Habitação do Rio. No mesmo período, o preço do mesmo perfil de imóvel para locação subiu 137,04%.

Em janeiro de 2010, comprar um apartamento de um quarto no mesmo bairro estava 48% mais caro do que no mesmo mês do ano passado.

“No Rio, hoje já se vive uma expectativa bastante favorável em relação à Copa e às Olimpíadas. Toda a infraestrutura que o governo vai fazer para esses eventos de alguma forma já valoriza os empreendimentos existentes na região e os novos”, diz o vice-presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi) Fernando Schneider.

Entre os futuros empreendimentos que impulsionam a valorização de imóveis, ele destaca o anel rodoviário, metrô para a Barra da Tijuca, as melhorias na Linha 2 do metrô, a revitalização da Zona Portuária e os projetos de segurança, como Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) implementadas nas comunidades.

“Só de anunciar a construção de um projeto já valoriza (a região)”, diz Schneider.

Bairro caro
Em Brasília, a origem dos picos de valorização imobiliária – que chegam a 50% em cerca de um ano - também tem a influência de um empreendimento: o setor Noroeste, novo bairro que está sendo construído nos limites do Plano Piloto destinado às classes A e B e cuja venda de terrenos é gerenciada pela empresa pública Terracap.

“É um bairro diferenciado, um bairro novo, e o preço das projeções do lote já saiu elevado. Esses lotes são bastante cobiçados e disputados pelas empreendedoras e acaba virando uma espécie de leilão, quem dá mais leva. Então ele já sai com um preço elevado”, diz José Geraldo da Silva, do Sindicato dos Gestores e Técnicos Corretores de Imóveis do Distrito Federal.

“Na minha opinião, vai chegar um ponto em que o mercado é que vai dar uma disciplinada nessa confusão toda, mas não dá para saber quando isso vai ocorrer”, diz.

São Paulo
Na capital paulista, a escassez de terrenos também estimula um clima de “leilão” entre as grandes construtoras e incorporadoras, que disputam os melhores espaços e elevam fortemente o custo de novos lançamentos.

“O grande fator que produz esse acréscimo de valor de imóvel é de termos um zoneamento muito restritivo. Ao adquirir um terreno a sua capacidade de construção é relativamente pequena, o que encarece os empreendimentos”, diz Flávio Prando, vice-presidente de Habitação do Secovi-SP.

No Morumbi, segundo a Fernandez Mera Negócios Imobiliários, o preço do metro quadrado saltou de R$ 2.800 para R$ 3.700 em dois anos. "E é um bairro onde há bastante oferta", diz Sérgio Canton, da Fernandez Mera. Em cinco anos, o preço mais que dobrou no Morumbi e em Campo Belo. Há valorização também em bairros industriais que começam a ser usados para habitação, como a Vila Leopoldina e a Mooca.

“Eu acredito que, do ponto de vista de habitação, estamos chegando muito próximo ao limite de preço, que aumentou nos últimos anos”, explica Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp). "Mas a tendência é de que o mercado se estabilize nesses valores ainda por um tempo maior", diz.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Liberar bem de inventário custa 12% de seu valor.

Folha de São Paulo, Adriana Abreu, 12/set


Mesmo quando há um número pequeno de herdeiros e de bens, a burocracia na hora de fazer o inventário pode custar muito para quem deseja legalizar sua herança. Tanto para partilhas extrajudiciais como para as judiciais, os herdeiros têm de desembolsar, no mínimo, 12% do valor do imóvel.

Na partilha é cobrado um imposto de transmissão do imóvel de 4% do valor venal do bem, além de 6% de comissão para o advogado -previstos pela tabela da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil).

"Há ainda gastos com certidões, escritura, registro do imóvel e outros documentos", acrescenta Zelo Veloso, diretor do Instituto Brasileiro de Direito da Família.

Nos casos em que a divisão pode ser feita extrajudicialmente, em cartórios, seu tempo de resolução diminui -de dois a três meses-, assim como os custos previstos. Já partilhas que entram na Justiça costumam demorar cerca de cinco anos e é difícil fazer previsão de gastos.

"Quando há litígio [briga entre os herdeiros] ou débitos do imóvel com município, Estado ou União, o inventário pode levar 20 anos ou mais para ser concluído", afirma o advogado Paulo Ribeiro. Assim, aumentam os custos de manutenção do processo.

Quem acha que herança é a solução para falta de dinheiro pode estar enganado. O processo de partilha não é iniciado sem que sejam quitadas todas as dívidas do imóvel, como condomínio e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) atrasados.

IMPOSTO

A advogada Luciana Monteiro conta o caso de um imóvel herdado com uma dívida de IPTU de R$ 18 mil. O herdeiro fez um empréstimo para quitar a dívida, mas não consegue saldo para pagar o imposto de transmissão do bem, que custa R$ 150 mil.

Além do imposto, quem não entra com o pedido de partilha em até 60 dias a partir da data do falecimento do proprietário do imóvel paga multa de 20% sobre o valor do imposto e juros pelo período de atraso.

A exceção à regra são imóveis de até R$ 82,1 mil -equivalente a 5.000 unidades fiscais-, isentos de taxação.

Imóvel em inventário tem bons descontos

Comprar imóvel em inventário nem sempre é mau negócio. Quanto mais difícil a resolução do caso, maior será o desconto na aquisição. O comprador, porém, deve estar ciente dos riscos envolvidos e procurar a ajuda de um especialista para não cair em ciladas.

Especialista em direito imobiliário, o advogado Renato de Oliveira avalia que os descontos variam de 15% a 30% do valor do bem. "Os herdeiros querem transformar o patrimônio em dinheiro e diminuem o preço", diz.

Segundo ele, a diminuição do valor depende da quantidade de herdeiros, da regularidade da documentação e do pagamento de impostos, além do tempo que falta para acabar o processo e até da quantidade de bens deixados como herança.

MODELOS

Há duas maneiras de vender imóveis em inventário: por meio de uma autorização judicial ou de um contrato denominado cessão de direitos hereditários. A venda judicial é "mais comum quando os herdeiros não têm como manter o imóvel ou como pagar impostos do inventário", assevera o advogado Paulo Andrade.

Quando é realizada a cessão de direitos hereditários, o comprador não adquire o imóvel, e sim o direito de uso e de tê-lo em seu nome quando o inventário for finalizado. Nesse caso, a escritura só sai ao final da partilha.

Locação pode cobrir os custos do inventário

Mesmo em processo de partilha, os herdeiros podem locar o imóvel, por meio do inventariante. "Não é preciso autorização do juiz para alugar, só para vender", diz o advogado Paulo Ribeiro. Segundo ele, o dinheiro pode ser usado para pagar as despesas do inventário.

O contrato é feito em nome do inventariante e o locatário não precisa saber sobre a partilha. O aluguel pode ser dividido entre os herdeiros, mas todos devem ter controle sobre os valores que cada um recebe.

A única questão fica por conta dos pagamentos de IPTU e condomínio, que devem ser acompanhados por todos os envolvidos na partilha, já que o atraso de alguma dessas dívidas pode comprometer a solução do inventário.

Foi o que fez a funcionária pública Cláudia Pellegrino Messias, 48. Para arcar com as despesas do inventário, ela aluga os dois imóveis que foram herdados.

O ganho acumulado foi suficiente para pagar, até agora, todos os gastos -que já somam R$ 9.000- referentes ao pagamento do imposto de transferência.

"Nós abrimos uma poupança a que todos os herdeiros têm acesso, mas não estamos mexendo no dinheiro", afirma.

Segundo ela, apesar do processo ser extrajudicial, ainda há pendências com o inventário da morte de seu pai. "Isso nos impede de finalizar o inventário", explica.

Missão (quase) impossível.

O Globo, Flávia Monteiro, 12/set


Quem entende do negócio, costuma dizer que não existe imóvel impossível de ser vendido - o cliente certo é que ainda não apareceu. Para os corretores, trata-se de uma questão de tempo e persistência. Papo de vendedor? Talvez. O fato é que esses profissionais recorrem às mais variadas estratégias - por vezes, até divertidas - para emplacar a venda daquelas que não são exatamente as "residências dos sonhos" da maioria.

Se o problema em questão é uma localização que deixe a desejar - de cara para um viaduto, por exemplo -, o importante é vencer a resistência do cliente. Mas para isso, diz a corretora Vera Lúcia Camargo, é preciso ter muitos (e bons) argumentos na ponta da língua:

- De repente a localização não é tão boa, mas o que há por perto? O que é possível fazer a pé naquela região? O bairro pode ser distante, mas ter condução na porta ou ficar próximo a um shopping ou centro comercial. É preciso dominar essas informações.

Quando tanto jogo de cintura não traz resultado, a dica é mostrar o imóvel ao maior número possível de pessoas, garante o atual diretor da Lopes no Rio, Romário Fonseca, ao relembrar seus tempos de corretor:

- Certa vez, mostrei um apartamento que tinha um cheiro terrível de mofo a pelo menos uns 30 interessados. Todas reclamaram do problema. Mas o 31º adorou saber que nenhum dos cômodos recebia luz do sol e fechou negócio na hora, sem pechinchar.

Por mais que o imóvel não seja um primor, há sempre um ponto de vista diferente, ainda que inusitado, conta Fonseca. Foi o caso do comprador que adorou saber que estava comprando um imóvel em frente a um cemitério, pois assim a vista continuaria indevassável:

- Ele era bem cuidado, todo gramado e sem grandes lápides, mas ainda assim continuava sendo um cemitério....

Tal vizinho, normalmente, é capaz de afastar até o mais cético dos mortais. Tanto que acabou se transformando num bordão recorrente entre os profissionais do setor:

- Costumamos dizer que é melhor estar aqui (no imóvel) olhando para lá do que estar lá (no cemitério) olhando para cá - brinca o ex-corretor Davi Saramago, hoje gerente comercial da construtora Pinheiro Pereira.

Saramago conta ainda como venceu a indecisão de um casal prestes a subir ao altar. Ela estava empolgadíssima com a possibilidade de fechar negócio. Já ele era só receios:

- Aproveitei uma distração da mulher e dei minha última cartada. Chamei o rapaz e disse: você realmente vai esperar casar para tomar uma decisão? Além de correr o risco de perder um excelente negócio, tudo que você comprar daqui a uma semana, em caso de separação, só será 50% seu. Não torço para isso, claro, mas nunca se sabe. O resultado? Ele comprou o apartamento sem pestanejar.

Supervisor de vendas da Apsa, Francisco Lisboa diz que omitir informações ou simplesmente mentir não são práticas recomendáveis. O ideal é compensar possíveis "deficiências", enchendo os olhos do comprador com a documentação completa do imóvel. E o preço deve estar bem ajustado ao mercado:

- No caso de uma rua que tenha uma feira livre, por exemplo, o ideal é levar a pessoa até o imóvel e tocar no assunto só depois que ela já estiver apaixonada por ele.

Antes considerado um dos principais entraves na venda de um imóvel, a proximidade com comunidades carentes deixou de ser um obstáculo após o surgimento das UPPs:

- Tem gente comprando imóvel próximo a favelas que ainda não estão pacificadas já contando com a valorização - diz Lisboa.

Gerente da imobiliária Ética do Jardim Botânico, Suyen Passos conta que, há pouco tempo, vendeu um apartamento em São Conrado por R$1,6 milhão, próximo à Rocinha:

- O apartamento era tão bom que o comprador não se importou com isso. Até porque lugar nenhum está livre de problemas.

O mapa da mina.

IstoÉ Dinheiro, Crislaine Coscarelli e Luciani Gomes, 10/set


É notório que o setor imobiliário nacional vive um de seus melhores momentos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, não é preciso muito esforço para ver prédios sendo erguidos um atrás do outro. Dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) mostram que as vendas de imóveis na capital paulista cresceram 18,4% no primeiro semestre deste ano.

Com a falta de terrenos, as construtoras passaram a avançar sobre espaços que hoje estão tomados por empresas. Muitas companhias ocupam grandes áreas em regiões privilegiadas e nem perceberam que, em alguns casos, esse ativo chega a valer mais do que o próprio negócio.

Um bom exemplo é o quase centenário Colégio Dante Alighieri, cuja construção ocupa 22 mil metros quadrados da nobre alameda Jaú, no coração dos Jardins, em São Paulo. Estima-se que o terreno valha R$ 400 milhões, enquanto o faturamento estimado da instituição seja de R$ 100 milhões.

"É certamente um dos terrenos mais valiosos de São Paulo. O metro quadrado na região vale cerca de R$ 6 mil, mas, como ele está quase em frente ao parque Trianon, com a especulação, esse valor pode chegar a até R$ 10 mil o m²", afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp).

Mas há um grande empecilho em relação a esse terreno: o fator histórico. O colégio completará 100 anos, em 2011, e preserva a arquitetura original, além de ser comandado por um grupo de 59 ex-alunos que fazem parte do conselho diretor e que não têm interesse em transferir o colégio para outro lugar.

"Existe toda uma tradição e um aspecto sentimental que se tornam uma barreira para isso. Temos até planos de abrir uma segunda unidade, mas essa certamente será mantida onde está", afirma José de Oliveira Messina, presidente do Dante. Apesar de Messina negar, consultores do mercado imobiliário dizem que o Dante é assediado constantemente.

O mesmo acontece com Marcelo Gutglas, presidente do PlayCenter. "Recebemos inúmeras propostas, mas os terrenos onde o parque está instalado não estão à venda. Tenho contratos assinados com os donos dos terrenos e estou investindo novamente no parque", afirma Gutglas.

O parque de diversões paulistano PlayCenter, que já foi o maior do País, está sobre quatro terrenos diferentes, todos alugados. Ele ocupa uma área de 85 mil metros quadrados de frente para a Marginal do rio Tietê, entre as pontes do Limão e da Casa Verde. O espaço onde o PlayCenter está instalado vale cerca de R$ 136 milhões, mais do que o faturamento de R$ 100 milhões que o parque projeta para este ano.

"O problema desse terreno é que não é possível fazer construção alta", diz Pompéia. Isso ocorre porque, desde 2002, a cidade de São Paulo tem uma lei de zoneamento rigorosa. Em algumas regiões, as construções são obrigadas a ter apenas um andar, ou seja, o seu aproveitamento é de uma vez o tamanho do terreno. Já em outras áreas, há mais flexibilidade chegando a mais de quatro vezes.

O fato de poder aproveitar quatro vezes ou mais o tamanho do terreno é a vantagem de construir no bairro de Santo Amaro, próximo à Marginal do Rio Pinheiros.

"Os terrenos na região podem ter seu metro quadrado vendido por R$ 3 mil, sendo bastante conservador e lembrando que esse valor é multiplicado por até 4,3 vezes", afirma Pompéia. O terreno onde estava localizada a fábrica da Giroflex, por exemplo, teria sido vendido recentemente por R$ 300 milhões.

O proprietário da corretora de imóveis Bamberg, Michel Bamberg, que vendeu o terreno, não confirma o valor, mas deixa claro que o bairro é um dos mais visados. "As fábricas ali localizadas são alvo de constantes ofertas", diz Bamberg.

A joia da coroa é o terreno de 27 mil metros quadrados onde funciona a sede e o centro de distribuição da Semp Toshiba, localizado próximo à ponte João Dias. "A empresa recebe de duas a três visitas mensais de grupos interessados em adquirir o terreno", afirma um executivo do setor imobiliário.

Uma das propostas seria a de um condomínio misto, com escritórios comerciais e apartamentos residenciais. A companhia fatura R$ 1,9 bilhão, uma cifra bem maior do que os R$ 350 milhões que o terreno vale. Isso não quer dizer que a empresa não vai negociá-lo.

Fontes próximas a executivos da companhia dizem que a Semp Toshiba está aguardando valorizar ainda mais para bater o martelo. "Alguns terrenos se tornaram tão valiosos que as empresas ficam com uma parte do seu ativo imobilizado e, por isso, preferem comercializar os imóveis", diz Cláudio Castro, diretor da Sergio Castro Imóveis do Rio de Janeiro. Segundo ele, o Rio enfrenta a mesma carência de bons terrenos que São Paulo. A imobiliária se instalou no Cais do Porto para atender a incorporadoras que buscam por empresas que queiram se desfazer de suas áreas.

"Esse tipo de negócio está acontecendo tanto que abrimos um escritório só para tratar disso." Cerca de 30 empresas da área já venderam seus imóveis. Entre as companhias localizadas no Cais do Porto está o Diários Associados - que reúne o Jornal do Comércio, a rádio Tupi e a rádio Nativa.

Desde a década de 50, a empresa ocupa o imóvel com 11 andares (21.000 m2 de área construída), sendo que apenas cinco pavimentos são utilizados atualmente. O valor estimado do prédio é de cerca de R$ 30 milhões. O diretor financeiro do Diários, Nelson Gimenez, reconhece que é um bom momento para negociar a área.

"A intenção é vender e instalar a empresa em outro lugar que custe menos para, assim, obter um ganho que possa ser transformado em capital de giro", explica. "O interesse pela região, até pouco tempo atrás abandonada, considerada perigosa, só tem ajudado", acrescenta ele.

A mudança do perfil da zona portuária do Rio de Janeiro começou em junho de 2009, quando o prefeito Eduardo Paes lançou o projeto Porto Maravilha. Parte integrante do dossiê de candidatura do Rio aos Jogos Olímpicos de 2016, a ideia é revitalizar a área por meio de intervenções urbanas e econômicas. A transformação deve exigir um investimento total de R$ 3,4 bilhões.

De olho no Sul

Folha de São Paulo, Mercado Aberto, 09/set


A Bncorp, incorporadora com foco em edifícios comerciais, lançará até o final deste ano dois novos empreendimentos em São Paulo. Um deles será na Vila Olímpia, com 260 salas comerciais. A empresa projeta fechar este ano com VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 300 milhões, segundo o presidente da incorporadora, Cesar Worms.

A empresa, que atua em São Paulo e no Rio, estuda expansão para outras regiões. "Estamos de olho no Sul do país, como os Estados de Paraná e Santa Catarina", diz Worms.

A Bncorp nasceu de uma parceria entre a construtora Bueno Netto e o fundo MaxCap, que conta com investimentos do Bank of America.

Com a escassez de terrenos, a empresa tem investido em "retrofits" (reformas e adequações de prédios antigos).

"O "retrofit" é uma alternativa interessante para as grandes cidades, por causa da dificuldade em encontrar terrenos e da rigidez do processo de aprovação de projetos novos."

Brasileiro não encontra opções de imóveis com o padrão adequado aos diferentes estágios de sua vida.

É o que mostra uma pesquisa que analisou o comportamento do consumidor brasileiro, com base no histórico de moradia de 80 famílias.


O brasileiro muda, em média, sete vezes de moradia durante toda sua trajetória de vida devido a motivos como trabalho, estudo, casamento e nascimento dos filhos. Mas, ao mudar de casa, ele não encontra no mercado imobiliário opções de imóveis residenciais adequado às necessidades dos diferentes estágios de sua vida. É o que mostra uma pesquisa realizada pela professora Maria Carolina Gomes de Oliveira Brandstetter, da Universidade Federal de Goiás (UFG), que será apresentada durante a 10ª Conferência Internacional da Sociedade Latino-Americana de Real Estate, que acontece de 15 a 17 de setembro, em São Paulo.

A pesquisa, q ue analisou o histórico de moradia de mais de 80 famílias de classe média, demonstrou que ao buscar um imóvel para morar as pessoas mais jovens e com menor poder aquisitivo não abrem mão da localização, faixa de preço e área do empreendimento. Se elas não encontram um apartamento novo com até 60 m2, por exemplo, no bairro que gostariam de morar, elas não acabam optando por um imóvel maior, mas sim por um usado com as mesmas especificações de espaço, localização e preço que procuram. Já as pessoas mais velhas e com maior renda até admitem ter de adquirir um imóvel fora da faixa de localização que gostariam, desde que ela seja novo e tenha um padrão elevado.

De acordo com a pesquisa, os principais fatores que determinam a escolha das pessoas por um imóvel são: a idade do chefe de família e dos filhos, o estágio de vida familiar e o patrimônio financeiro. “À medida que as pessoas vão envelhecendo elas procuram moradias melhores, mais caras e bem localizadas, mais próximas do trabalho e fora dos bairros mais nobres e saturados”, explica a pesquisadora. “Isso pode ser uma das explicações para o fenômeno observado hoje nas principais capitais brasileiras de revalorização do centro”, acrescenta ela.

A mudança na formação das famílias brasileiras, segundo ela, também é um fator importante. Com o aumento do número de divórcios no País, por exemplo, está acrescendo a procura por imóveis que possam abrigar famílias maiores, compostas por casais com filhos do atual e do relacionamento anterior. “O mercado imobiliário precisa ficar atento a essas mudanças e desenvolver moradias com padrões mais flexíveis para as reais demandas do consumidor”, ressalta.

Novas estratégias – Segundo ela, as estratégias atuais de lançamento de imóveis são muito fundamentadas em indicadores de mercado, ou seja, nos imóveis que apresentam maior volume de vendas. O ideal seria seguir o exemplo de empresas de outros setores, como o alimentício e da indústria automobilística, que estão desenvolvendo produtos segmentados por faixa etária e de renda, entre outros critérios. O método de pesquisa desenvolvido por ela, que é baseado na análise de carreiras habitacionais, pode ser uma ferramenta importante para auxiliar as empresas nesta tarefa.

O resultado dessa estratégia equivocada , que é baseada mais na oferta do que na demanda, é a disparidade entre a grande disponibilidade de alguns tipos de imóveis no mercado e a carência de outros. Um dos lançamentos mais tradicionais nas capitais brasileiras, por exemplo, é o apartamento com três dormitórios com uma suíte, direcionados a famílias de classes média e alta. Entretanto, em grandes metrópoles, como São Paulo, faltam apartamentos de um dormitório voltados para o público single – pessoas solteiras que vivem sozinhas e que têm poder aquisitivo maior do que a média da população.

“As empresas do setor imobiliário percebem muito lentamente essas distorções no mercado”, diz Maria Carolina. “Se elas desenvolvessem pesquisas de mercado baseadas no comportamento do consumidor poderiam aumentar as chances de acerto em seus lançamentos, e seria possível reverter esse quadro de sobreoferta e carência de alguns tipos de imóveis de forma mais rápida,” conclui.

Serviço: A 10ª Conferência Internacional da Sociedade Latino-Americana de Real Estate (Lares, na sigla em inglês de Latin American Real Estate Society) será realizada de 15 a 17 de setembro, no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo (SP). O evento contará com palestras, apresentação de pesquisas, cases, visitas técnicas, entre outras atividades de interesse tanto de pesquisadores, professores e estudantes de real estate como de empresários e profissionais do setor imobiliário. O tema desta edição será “O crescimento sustentável do mercado latino-americano de real estate”. As inscrições estão abertas e pode ser feitas no site www.lares.org.br

Fonte Madia Mundo Marketing

Saiba como financiar a casa própria com recursos da poupança.

Prazo de pagamento é de até 30 anos e taxas de juros variam de 8,5% a 12% ao ano

Do R7.Texto: ..
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...O financiamento do imóvel com recursos da poupança é feito por meio do SFH (Sistema Financeiro da Habitação), onde 80% do valor da casa pode ser financiado por um prazo de até 30 anos.

Esse dinheiro é emprestado com taxas de juros maiores que as operações que utilizam recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e são indicados para imóveis mais caros, que não se enquadram nas regras do FGTS - que permite financiamento para unidades de até R$ 120 mil. O valor, no entanto, não pode ultrapassar R$ 500 mil.

As taxas variam de 8,5% ao ano até 12%, em média, dependendo do banco e da forma de pagamento, se é via boleto, débito na conta ou desconto em folha.

...Assim como no FGTS, o valor da prestação do imóvel não pode ultrapassar 30% da renda do trabalhador e as regras também são iguais em relação à documentação.

O interessado precisa ser brasileiro, ter idade superior a 18 anos, mas inferior a 80 anos e seis meses, além de ter o nome limpo na praça. Ao contrário do FGTS, quem já é proprietário de um imóvel pode financiar a compra da segunda casa.
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Trocar dívida longa por dinheiro vivo é alternativa para compra da casa própria.

Processo de securitização pode resolver o problema da escassez do crédito no setor

Marcel Gugoni, do R7.Texto: ..
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...O setor de habitação vive um crescimento nunca visto nos últimos 20 anos. Tanto que os bancos já temem que o dinheiro disponível para construir não seja suficiente para atender a procura dos brasileiros. A securitização, apontada como a principal saída para essa possível falta de recursos, consiste em “trocar” uma dívida de longo prazo por dinheiro vivo.

Imagine que você emprestou R$ 5.000 para um parente e ele vai pagar tudo em suaves prestações, durante um ano. Mas o que acontece se após o pagamento da primeira parcela você precisar do dinheiro? Ele não vai ter como devolver a grana que falta e você não terá esse dinheiro sem que um banco cobre juros caso você peça um empréstimo.

É aqui que entra a securitização. Funciona como se uma terceira pessoa entrasse no negócio afim de dar a você os R$ 5.000 agora e assumir o risco de receber aquilo que o tal parente ainda deve. Você não vai mais ter as devoluções aos poucos, mas conseguiu pegar o valor total emprestado para reinvestir em outra coisa. Isso é feito pelos bancos, para que eles tenham mais dinheiro para financiar a população na compra da casa própria.

Os bancos movimentam grandes quantias nestas operações, na casa dos bilhões. Fernando Cruz, diretor de relação com investidores da Brazilian Securities, empresa que atua no ramo de securitização, diz que é uma junção do mercado imobiliário com o financeiro.

- O mercado considera que essa é a nova modalidade de captação para suprir os recursos do financiamento de habitação. Esse é um sistema que vai trazer muito dinheiro para a construção.

Tempo de retorno

Luiz Jurandir Simões de Araújo, professor do Departamento de Contabilidade da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo), explica que a securitização resolve o principal problema desse tipo de negócio: o tempo.

- O crédito imobiliário fica emprestado no longo prazo e retorna lentamente. Se fosse um retorno rápido, daria para emprestar para mais pessoas. Enquanto ele está alocado [investido em um empreendimento], não dá para aumentar o volume [no caixa do banco], então não dá para contar com uma parte gigantesca desse recurso.

Quando um banco faz isso com sua poupança, repassa um valor que tem a receber entre 20 e 30 anos para uma securitizadora. Ela avalia o risco e a capacidade de retorno desse dinheiro e lança um papel chamado CRI (Crédito de Recebíveis Imobiliários), que pode ser vendido para investidores como um título de renda fixa, por exemplo.

A Caixa Econômica Federal, que responde por três em cada quatro financiamentos imobiliários do país, diz que até o fim do ano deve colocar 20% de sua poupança de R$ 116 bilhões (dados de julho) nesse negócio.

Para Jorge Hereda, vice-presidente de governo do banco, essa seria mais uma fonte de financiamento além da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). As duas modalidades são fonte de mais de 90% dos recursos aplicados em habitação, atualmente.

Poupança insuficiente

Na opinião de João Crestana, presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação), a poupança hoje ainda tem uma sobra para ser aplicada.

- A poupança será suficiente para continuar no ritmo atual durante dois ou três anos.

Dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) mostram que o saldo dos depósitos da poupança ficou na casa dos R$ 270 bilhões. Até 2014, esse valor passará dos R$ 520 bilhões, mas ainda será insuficiente para atender a demanda das famílias.

Para o economista Sérgio Vale, da consultoria MB Associados, o problema para captar recursos vai forçar os bancos e outras instituições a buscarem formas alternativas de conseguirem dinheiro para investir em habitação.

- O FGTS e a poupança são a maior fonte que o consumidor tem hoje para fazer crédito imobiliário. Com uma regulamentação maior, o Brasil dará segurança para os bancos e o consumidor apostarem em novas formas.
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Procura por consórcios imobiliários cresce 8,6% em julho.

Stênio Ribeiro, Agência Brasil


BRASÍLIA - O número de participantes ativos de consórcios imobiliários ultrapassou 565 mil no mês de julho, o que significa crescimento de 8,6% em relação aos 520,6 mil consorciados registrados no mesmo mês do ano passado. Do universo de cotistas, quase 40 mil foram contemplados com a casa própria nos sete primeiros meses do ano, com negócios de R$ 11,6 bilhões.

Os números são da assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) e revelam que foram comercializadas 130 mil novas cotas de janeiro a julho, levando o setor a contabilizar recordes seguidos de procura pelo sistema de consórcios. Os números ainda são preliminares, mas sinalizam que o crescimento dos consórcios acompanha a tendência do mercado imobiliário como um todo.

Para o presidente executivo da Abac, Paulo Roberto Rossi, a expansão dos consórcios imobiliários será ainda maior, a partir de agora, uma vez que o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) flexibilizou um pouco mais o uso do saldo do trabalhador. De acordo com resolução publicada no último dia 3, o consorciado contemplado com a casa própria agora pode usar o saldo vinculado para amortização ou liquidação da dívida.

Segundo Rossi, a medida aumenta as possibilidades do consorciado trabalhador amortizar, liquidar e pagar parte das prestações de consórcios imobiliários com o saldo da conta vinculada do FGTS. “Acreditamos que o sistema de consórcios continuará tendo maior procura por aqueles que desejem adquirir sua casa da forma mais econômica, sem pagar juros.”

Para ter direito ao benefício, porém, o trabalhador não pode ser proprietário de imóvel residencial no local em que reside nem ter financiamento ativo do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) em qualquer parte do país. Além disso, o imóvel adquirido com a carta de crédito deve estar situado onde o consorciado trabalha ou reside há mais de um ano (incluindo os municípios da mesma região metropolitana). É preciso também ser imóvel residencial urbano e respeitar o limite de avaliação estipulado pelo SFH, que é de R$ 500 mil.

Quanto se paga de imposto na compra de um imóvel.

São Paulo - Quando se compra um imóvel, é necessário recolher o ITBI - Imposto de Transmissão de Bens Imóveis. O tributo é de competência municipal e deve ser pago ao município onde estiver situado o imóvel.

O valor do imposto é calculado com base na alíquota do ITBI e no valor venal do imóvel, estabelecidos pelo município.

Em princípio, o valor venal reflete o valor de mercado, mas não corresponde, necessariamente, ao preço de venda. O município estabelece, anualmente, determinado valor venal para cada imóvel para efeito da cobrança do IPTU, com base em critérios e cálculos predeterminados. Esse valor pode ser encontrado no carnê do IPTU.

Sobre o valor venal, incide a alíquota do ITBI, também estabelecida pelo município.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, para imóveis não financiados pelo SFH, a alíquota do ITBI é 2%. Assim, a comercialização de um imóvel com valor venal de R$100 mil teria incidência direta de 2% de imposto, correspondendo ao pagamento de R$ 2 mil de ITBI.

Quem paga? Normalmente, as leis municipais estabelecem que o responsável pelo pagamento do ITBI é o comprador.

Isso não impede, contudo, que o contrato de compra e venda estabeleça o vendedor como responsável pelo pagamento do imposto. Mas nesse caso, se o vendedor não fizer o recolhimento, o fisco municipal poderá cobrar do comprador.

Em que momento o ITBI é pago? Algumas leis municipais estabelecem que o pagamento do ITBI deve ocorrer por ocasião da lavratura da escritura pública; em outras, por ocasião do registro da escritura.

Exame ONLINE

A hora e a vez dos consórcios imobiliários.

Uma boa maneira de programar a compra de um imóvel residencial sem precisar arcar com os juros cobrados nos financiamentos habitacionais é optar pelo consórcio.
Encarada como meio termo entre o pagamento à vista e o empréstimo, essa modalidade traz vantagens para o comprador. Ele, no entanto, não poderá desfrutar do imóvel imediatamente, pois precisa ser sorteado antes ou dar o lance acima dos demais participantes para ser contemplado. Os consórcios imobiliários têm prazo de até 180 meses e os consorciados arcam apenas com a taxa de administração, que varia de 1,5% a 2,4% por ano. O percentual é muito inferior ao das linhas de crédito imobiliário, que cobram juros em torno de 12% ao ano. No financiamento, o valor total com juros alcança até 2,7 vezes o montante financiado, na medida em que, no consórcio, esse custo equivale a 1,5 vez o capital do consorciado.

Não é toa que o sistema tem apresentado resultados que estão superarando as expectativas dos administradores. “Os consórcios vivem bom momento. A ausência de juros e o parcelamento integral, aliados ao aquecimento da economia e da segurança no emprego, têm gergerado a procura constante e crescente”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios).

“A segurança no emprego somada à expectativa da entrada do FGTS para a amortização de parcelas de consorciados contemplados foram importantes para o novo posicionamento do sistema como mecanismo econômico para adquirir a casa própria”, ressalta Rossi. “Quem pode esperar para ser sorteado porque já tem um lugar
para morar, eu recomendo o consórcio porque é alternativa mais barata que o financiamento”, afirma o especialista em finanças pessoais Gustavo Cerbasi.

A modalidade surgiu no início da década de 1960, com a instalação da indústria automobilística no País e com a falta de oferta de crédito direto ao consumidor. Funcionários
do Banco do Brasil tiveram a ideia de formar grupo de amigos com o objetivo de constituir fundo suficiente para aquisição de automóveis para todos aqueles que dele participassem. No fim de 1979, o setor iniciou estudos para o lançamento de grupos referenciados em motocicletas, caminhões e eletroeletrônicos, só para depois atuar na aquisição de outros produtos, como imóveis, embarcações, aeronaves, computadores, pneus, motocicletas, kits de casa pré-fabricada e até serviços turísticos.

Entenda como funciona o sorteio e leilão de cartas

Há cerca de uma década, era comum as administradoras de consórcios convocarem reuniões mensais para sorteio e leilão das cartas de crédito. Mas, com a popularização
da internet, essas assembleias quase acabaram. “São raríssimos os casos de clientes que aparecem nas reuniões, já que todo mundo prefere assistir ao sorteio online,
no site da administradora”, conta a gerente de marketing de consórcio Gisele Paula. Ela lembra que no passado a reunião era evento grandioso, com a presença de vários integrantes da família do consorciado. “O auditório lotava. Hoje, ninguém vem.”

Entender a lógica interna do consórcio é o primeiro passo para decidir se ele é adequado ao seu perfil financeiro ou não. Assim, na composição das prestações do consórcio inclui-se também o valor que se destina à formação do fundo de reserva. Esse fundo tem por objetivo garantir as cartas de crédito em caso de qualquer eventualidade, como
inadimplência, por exemplo. Se não utilizado, ao final do plano, o dinheiro é devolvido aos participantes. Em geral, os custos são as taxas de adesão, que pode ser financiada em três vezes, e a de administração mensal cobrada pela empresa, que é em média 19% do valor do imóvel, mas diluída nas prestações. Para saber quanto ficará a parcela em uma simulação, basta aplicar o percentual sobre o valor da carta de crédito e, então, dividir o total pela quantidade de prestações. Por exemplo, em uma carta cujo valor é de R$ 40 mil no plano de 100 meses, as parcelas ficam em R$ 478. Assim, o cliente paga R$ 78 de taxa por parcela.

Durante o plano, as prestações são corrigidas pelo valor do imóvel. O indicador mais utilizado é o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) mas, para imóveis na planta, as parcelas são reajustas pelo CUB (Custo Unitário Básico da Construção Civil). Em caso de inadimplência por mais de duas parcelas em atraso, o consorciado continua participando dos sorteios na condição de ‘cancelado’. Se for sorteado, recebe só o que pagou até o momento.

O sorteio ocorre segundo as regras do Banco Central, com um globo lotado de bolas numeradas. “Um funcionário faz o sorteio das bolas e vai mostrando-as, em tempo real, pela videoconferência ou, aos presentes, se houver. São sorteados dez números e o contemplado é o último. Os demais ficam de reserva. Também há duas outras modalidades de contemplação: o lance livre, onde é possível fazer propostas financeiras para a retirada do valor; e o lance fixo, pelo qual o cliente só pode ofertar 25% do valor da carta de crédito”, conta Gisele. No caso, em especial do lance livre, quem fizer um lance e não for sorteado, pode direcionar o dinheiro para quitar parte das parcelas, reduzindo o tempo de espera pela carta. O mesmo vale para quem desistir de continuar com o contrato.

A ABNH (Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação) recomenda que o interessado compare primeiro as duas modalidades de crédito. Dependendo do sistema de
amortização, as taxas de juros do financiamento sempre estarão vinculadas ao saldo devedor. Como consequência, ao longo dos anos, o valor das prestações irá diminuir. O
mesmo não acontece com os consórcios, já que a correção monetária segue o mesmo raciocínio de reajuste dos juros do financiamento.

Também é aconselhável checar a idoneidade das administradoras antes de assinar contrato. Elas devem estar autorizadas pelo Banco Central. No site da Abac (www.abac.
org. br) ou pelo telefone (11) 3231-5022, é possível obter informações detalhadas sobre as empresas.

Pechincha pode garantir 10% de desconto na compra de imóveis

Quem corre atrás do sonho da casa própria sabe bem que comprar um imóvel no Rio, hoje, não está fácil. Não pela quantidade de ofertas, que não para de aumentar, mas pela constante escalada de preços. De acordo com dados do Sindicato da Habitação (Secovi Rio), a valorização chega a 78% em alguns bairros. Para o sonho não subir no telhado, saiba como barganhar um descontinho na hora da aquisição. O comprador pode economizar até 10% do valor do bem.

Segundo Rafael Duarte, sócio-diretor da agência Percepttiva, especializada em Marketing Imobiliário, para fechar um bom negócio é preciso pesquisar e comparar preços:

— Existem grandes diferenças de valores e tipos distintos de imóveis para cada bolso. Por isso, a pesquisa é fundamental.

O professor de Finanças do IBMEC Marcos Heringer faz coro e sugere que se crie parâmetros para estabelecer limites de quanto vale um imóvel e de quanto se pode pagar, além de pautar a negociação pelo que interessa ao comprador.

— É preciso estabelecer limites prudentes e razoáveis para negociar. Ter outros imóveis em vista também ajuda muito — afirma o economista, lembrando que, assim, o interessado não fica preso a um só e tem mais poder de barganha.

A terceira dica é estar atento aos valores de mercado e tentar buscar informações no prédio onde fica o imóvel.

— Os porteiros são ótimos aliados nesse momento. Eles sempre sabem informar os valores dos apartamentos vendidos por outros moradores — aconselha.

Jogue com a situação
Com dinheiro no bolso, tudo fica mais fácil! Se é esse o seu caso, não se esqueça de usar e abusar do trunfo na negociação. O engenheiro Sérgio Pondé fez o dever de casa e conseguiu economizar R$ 40 mil na compra de seu imóvel. Além de oferecer pagamento à vista, ele ainda se aproveitou da situação do apartamento para barganhar.

— A imobiliária me pediu R$ 350 mil, mas havia um inquilino no apartamento, cujo contrato terminava em 15 meses. Usei isso para negociar, pois havia vendido meu imóvel e teria que pagar aluguel no período. Ofereci R$ 300 mil e em 15 dias fechamos em R$ 310 mil — conta Pondé.

Durante a negociação com a imobiliária, o engenheiro entrou em contato com o inquilino e também fez um acordo com ele. Prometendo pagar a mudança, Pondé conseguiu o apartamento liberado em apenas um mês. Para pechinchar com sucesso, o engenheiro teve muito jogo de cintura, o que fez toda a diferença.

— Mostrar disposição para negociar garante pontos extras — diz Marcos Heringer.

Fonte Extra ONLINE

domingo, 12 de setembro de 2010

Caixa prevê R$ 70 bi em crédito imobiliário.

SÃO PAULO - A Caixa Econômica Federal (CEF) revê a meta de crédito imobiliário para 2010 e prevê um novo recorde em financiamento habitacional - R$ 70 bilhões. Além disso, o banco deve testar o mercado, até o final do ano, emitindo papéis lastreados em ativos imobiliários - securitização - no valor de R$ 500 milhões para usar no crédito imobiliário. O banco domina 75% dos financiamentos imobiliários. De cada 4 contratos, 3 são da CEF.

Segundo o vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda, a operação é um teste para colocar cerca de R$ 20 bilhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) . "Ressalto que não teremos problema de funding, seja neste ano ou no ano que vem. Tudo está equacionado."

Para Hereda, como alternativa de recursos, "o ideal é que a gente produza o crédito e saia securitizando". Ele garantiu que investidores de fundos soberanos da Ásia e do Oriente Médio se interessaram pelos papéis. "Se chegarmos a um equilíbrio nas taxas e nos spreads, teremos mercado, inclusive externo." Para ele, fundos imobiliários e de pensão também podem se interessar.

A presidente da CEF, Maria Fernanda Ramos Coelho, ressaltou que esta é a segunda vez no ano que o banco revê a meta de financiamento. "Teremos um recorde: planejamos chegar a R$ 70 bilhões até dezembro."

Ela recorda que em 2003 o montante emprestado era de R$ 5 bilhões. Já em 2008 (também um recorde), R$ 23 bilhões. "No ano passado, chegamos novamente a um recorde, de R$ 47,05 bilhões, montante que ultrapassamos já neste ano - R$ 47,6 bilhões."

De acordo com a Caixa, se se fizer comparação com o mesmo período de 2009, o crescimento chega a 87,6%. No ano passado, foram emprestados R$ 25,2 bilhões. "Temos aumento da média de renda, recorde de empregos formais e o setor de construção está viabilizando imóveis. O déficit se transforma em demanda", ressalta a presidente do banco.

Maria Fernanda disse que os empréstimos estão mais aquecidos na faixa de renda de zero a 10 salários mínimos, principalmente com o programa "Minha Casa, Minha Vida". "Se atingirmos 1 milhão de unidades diminuiremos em 14% o déficit habitacional no Brasil." Desde a criação do programa, em abril de 2009, foram contratadas 630.886 mil unidades habitacionais no valor de R$ 35,85 bilhões.

A CEF relata que as propostas de empreendimentos que estão em análise pelo banco chegam a 418, 860 mil moradias, que, somadas às já contratadas, perfazem 1,044 milhão de unidades.

Do total contratado desde o lançamento do MCMV, 292, 229 mil unidades (46%) atenderam a faixa de renda até três salários mínimos, enquanto 65, 191 mil (10%) contaram com recursos do Orçamento Geral da União.

Do valor total aplicado, R$ 21,4 bilhões tiveram como fonte de recursos a caderneta de poupança, e R$ 20,7 bilhões são do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O restante provém de outras fontes de financiamento.

Para subsidiar os R$ 70 bilhões até o final do ano, Maria Fernanda diz que a CEF ainda não busca convênio com bancos de investimentos. "Temos recursos suficientes tanto em poupança como em letras, ou do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Não há dificuldade de captar recursos."

A carteira global de empréstimos do banco federal deve chegar a R$ 175 bilhões, um crescimento de quase 50%.

Preços

Maria Fernanda ressalta que não percebe uma disparada do preço de terrenos e imóveis. Segundo ela, as famílias financiam cerca de 30%, seja em dinheiro ou em recursos do FGTS. "Claro que existe a lei da oferta e da procura, mas, do outro lado, temos aumento de tíquete médio da Caixa."

Na mesma linha, Jorge Hereda acredita que é natural o preço dos imóveis se reajustarem. Para ele, o desafio é achar o caminho para empresas produzirem unidades e famílias as adquirirem.

Preparo

Jorge Hereda ressalta que a CEF se prepara internamente para suprir o aumento de demanda para um possível aumento no volume de empréstimos. Medidas como ampliar e treinar correspondentes imobiliários já foram adotadas. A estimativa do executivo é que haja 10 mil correspondentes em todo o País. "Queremos melhorar os prazos. Antevemos a possibilidade de fazer financiamentos mais curtos."

Hereda ressaltou que outra forma de ampliar a capacidade de atendimento acontece em associações com bancos e construtoras. Um dos casos é Banco PanAmericano. "É uma rede de atendimento a mais. Estamos fechando acordo para viabilizar o atendimento. Para atender construtoras, montamos uma mesa corporate em Brasília."

Para o próximo ano, o executivo relata que as metas deste ano devam ser mantidas. "Em 2008 tivemos R$ 23,3 bilhões; pensamos em R$ 27 bilhões no ano seguinte, fizemos R$ 47 bilhões; este ano, esperávamos R$ 55 bilhões e os ultrapassaremos. Não é apenas ter funding, mas sim capacidade de atendimento", destaca Hereda.

Na opinião dele, os municípios devem se preocupar em destinar áreas urbanas para abrigar a população de baixa renda. "Enquanto isto não acontecer, não poderemos atender toda a demanda de uma cidade como São Paulo e Rio de Janeiro", critica.

A Caixa Econômica Federal projeta um total de R$ 70 bilhões concedidos em crédito imobiliário este ano até dezembro, valor recorde para o banco. Para conseguir fontes alternativas para atender a forte demanda, o banco vai fazer um teste de mercado: a emissão de R$ 500 milhões em títulos lastreados em ativos imobiliários até o final do ano.

Segundo o vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda, a operação é uma prévia para colocar cerca de R$ 20 bilhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) . "Ressalto que não teremos problema de funding, seja neste ano ou no ano que vem. Tudo está equacionado."

Para Hereda, como alternativa de recursos, "o ideal é que a gente produza o crédito e saia securitizando". Ele garantiu que investidores de fundos soberanos da Ásia e do Oriente Médio se interessaram pelos papéis. "Se chegarmos a um equilíbrio nas taxas e nos spreads, teremos mercado, inclusive externo." Para ele, fundos imobiliários e de pensão também podem se interessar.

E os números mostram que o mercado está aquecido para este tipo de emissão. Segundo levantamento da Anbima, a captação via Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) alcançou o volume recorde de R$ 2,02 bilhões em agosto. A oferta deve ganhar impulso com o crescimento dos fundos imobiliários, que são obrigados a investir 75% de seus recursos em ativos imobiliários, e que têm R$ 6,5 bilhões em cotas ainda em análise na CVM. Outro fator que deve contribuir é o incentivo fiscal que o governo pretende dar a este tipo de emissão, anunciado ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Fonte DCI.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Gargalo no delivery.

Folha de São Paulo, Janela, 05/set


São boas as notícias para quem está planejando adquirir a casa própria. A oferta de crédito imobiliário continuará sendo suficiente por algum tempo, atendendo ao crescimento contínuo da demanda.

Segundo a Abecip, em 2010 o total de recursos da Poupança a serem direcionados ao crédito imobiliário deverá chegar a R$ 57 bilhões. Se o dado se confirmar, representará um aumento de 68% em relação a 2009.

Mas em dois anos a Poupança poderá se tornar insuficiente, uma vez que a procura por créditos está crescendo em velocidade maior que a dos saldos das cadernetas. No primeiro semestre de 2010, os financiamentos imobiliários cresceram 77,27%, enquanto o saldo da Poupança se elevou em 20,32%, na comparação com o mesmo período de 2009.

O mercado financeiro está atento e deverá aumentar a captação defunding para o financiamento habitacional pela via da securitização de suas carteiras de crédito, colocando Certificados de Recebiveis Imobiliários (CRIs) junto aos investidores.
A Caixa anunciou no SindusCon-SP que pretende lançar títulos lastreados na securitização de recebíveis dos seus financiamentos habitacionais, para uma primeira captação de R$ 500 milhões.

Outras instituições financeiras avançam pelo mesmo caminho. F, um novo mecanismo para in¬crementar o funding habitacional, os covered bonds, será lançado para atrair investidores de longo prazo, como os fundos de pensão.

A questão é se os órgãos públicos encarregados de icenciar e aprovar os empreendimentos imobiliários estão se preparando para atender com agilidade ao crescente número de projetos a serem apresentados. Os fatos mostram que não estão, na velocidade necessária.

Aqui temos um evidente gargalo que se estreita cada vez mais. A aprovação de um projeto habitacional, que até há pouco tempo demorava um par de meses para se efetivar, agora pode demorar dez meses ou mais. O número de servidores responsáveis pelas aprovações não está crescendo no mesmo ritmo do aumento de projetos e freqüentemente estacionou no patamar de dois anos atrás ou mais.

Além disso, novas exi¬gências têm sido feitas, como o de apresentação, por parte das construtoras, de providências para miti¬gar os efeitos no trânsito, sobretudo por parte de empreendimentos imobi¬liários de grande porte.

Os órgãos públicos deveriam atentar ao que fez a Caixa, a fim de dar vazão à análise dos milhares de projetos apresentados pelas construtoras para aprovação dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida. Diante da premência de precisar completar a contratação da construção de um milhão de unidades habitacionais até o fim deste ano, a instituição capacitou mais funcionários e terceirizou serviços de análise. Soluções como estas precisam ser adotadas imediatamente pelos órgãos públicos para não frustrar os futuros mutuários da casa própria.

Financiamento imobiliário poderá fazer seguro de vida ficar mais barato.

O Dia, 07/set


O seguro de vida pode sair mais barato para quem tem financiamento imobiliário, mas esta vantagem revela distorção, segundo estudo do consultor legislativo do Senado Marcos Kohler. O levantamento mostra que quem contribui pelo mesmo tempo e tem cobertura em valor igual para os riscos equivalentes paga mais se comprar no varejo. O autor do trabalho identificou que a diferença chega a 148% entre o preço do seguro de vida que cobre morte e invalidez permanente e de danos físicos ao imóvel.

Para Kohler, o descompas¬so indica que falta eficiência e que as regras podem estar agindo contra o consumidor. Ele pesquisou os valores pela Internet e encontrou um problema extra: a dificulda¬de de cotar o serviço e a diferenciação de produtos, que complica a comparação.

O pesquisador também considerou que a obrigatoriedade de contar com um corretor para intermediar o contrato de serviço encarece o preço final. Para fazer a comparação, Kohler simulou a contratação dos seguros com as mesmas condições. Segundo ele, a grande diferença de preço não se justifica. No entanto, as características dos produtos também não são iguais, uma vez que a cobertura do seguro feito obrigatoriamen¬te ao contratar financiamentos imobiliários só pode ser usada para saldar o valor do imóvel.

Já a dispensa do corretor é um tema polêmico no setor e faz parte dos debates para defi¬nir características do microsse- guro, que tramita no Congres¬so. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) não retornou aos pedidos para comentar as críticas.

Caixa vai vender CRI na rede de agências.

Valor Economico, Fernando Travaglini, 08/set


A Caixa Econômica Federal definiu que, na primeira securitização de sua história, vai utilizar a própria rede de agências para distribuir os certificados de recebíveis imobiliários (CRI), indo além da oferta para grandes investidores. A operação, que deve variar entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões, é uma das alternativas que a instituição busca para complementar o funding para o financiamento imobiliário com recursos da poupança, que se aproxima do limite.

A situação não é crítica, segundo dirigentes da própria instituição. Mas a aceleração das concessões nos últimos anos, que deve atingir a marca de R$ 60 bilhões liberados apenas em 2010, deixou a Caixa próxima do teto para a liberação de novos empréstimos com recursos da caderneta, mesmo com as captações recorde da poupança no pós-crise.

De acordo com dados do Banco Central, a relação entre as aplicações efetivas da Caixa em crédito imobiliário e a exigibilidade de direcionamento da poupança atingiu 95,6% em maio deste ano, último dado disponível, ou seja, próximo do patamar legal determinado pela autoridade monetária. Em janeiro de 2008, por exemplo, essa relação era de 65,9%.

As instituições financeiras precisam cumprir o direcionamento de pelo menos 65% dos recursos da poupança para a habitação, seja para a construção, seja para a aquisição. Os demais bancos públicos, Banco do Brasil incluído, estão com essa relação próxima da metade (55%). Já os bancos privados, também caminham para atingir o nível máximo, com 90% da exigibilidade coberta pelas aplicações efetivas.

A Caixa vê a securitização como a saída mais viável para complementar as fontes de recursos, ao lado da poupança, do FGTS e também das Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Nesse contexto, as medidas que o Ministério da Fazenda estuda para estimular o crédito de longo prazo devem se encaixar na estratégia da instituição estatal.

Entre os pontos do pacote que pode ser anunciado após as eleições está a adoção de uma escala gradual de desenquadramento possível para que a emissão de CRI possa ser realizada sem afetar o direcionamento mínimo exigido pelo BC - já que o contrato de empréstimos terá de ser repassado para a securitizadora e, a princípio, não seria mais contabilizado para efeito da exigibilidade da autoridade monetária.

A aposta no mercado de securitização, no entanto, depende de um desenvolvimento ao longo dos próximos anos. No curto prazo, a instituição recorre a emissão de LCI, que já soma R$ 5 bilhões, para suprir a forte demanda por financiamentos. E também nesse caso deve haver um item no pacote da Fazenda que se enquadra nessa necessidade. O governo estuda a isenção de Imposto de Renda para as empresas que aplicarem nas letras imobiliárias, equiparando pessoas jurídicas e físicas (já isentas).

Por fim, também para resolver a necessidade imediata, a Caixa fez algumas simulações e chegou à conclusão de que uma eventual liberação de parte do compulsório para depósito em poupança poderia dar um fôlego de alguns anos para o funding da caderneta. A medida seria um dos itens em estudo pelo governo. Segundo estimativas de técnicos da Caixa, a liberação do compulsório adicional de 10% daria uma boa margem para se trabalhar pelos próximos cinco.

De acordo com o balanço da instituição, as contratações totais somaram R$ 33,5 bilhões no primeiro semestre do ano. Comisso, o saldo total da carteira habitacional foi a R$ 86,9 bilhões. As liberações com recursos da caderneta de poupança atingiram R$ 14,9 bilhões nos primeiros seis meses do ano, elevando o saldo dessa modalidade para R$ 44,5 bilhões, um crescimento de 84% emrelação ao mesmo período do ano anterior. A participação de mercado da Caixa em habitação subiu 3,5 pontos percentuais nos últimos doze meses, chegando a 76% de todo o sistema financeiro.

Tecnisa abrirá lojas em shoppings paulistas.

Exame online, 08/set


A construtora Tecnisa abrirá neste mês duas lojas em shoppings para divulgar seus lançamentos imobiliários em locais de grande circulação. O Shopping Praça da Moça, em Diadema; e o Shopping União, em Osasco; foram escolhidos pela proximidade com os empreendimentos Tecnisa Flex lançados nestas cidades paulistas.

Com as lojas nos shoppings, a expectativa é de um aumento de 30% na velocidade de vendas da linha Tecnisa Flex. "Com a loja, colocamos a casa dentro do shopping. Os clientes poderão conhecer o apartamento decorado e ter a sensação de que vivem naquele imóvel", afirma Rogério Santos, diretor de Marketing da Tecnisa.

Em março, a Tecnisa testou o conceito em uma loja de rua em Carapicuíba, São Paulo, onde os visitantes podiam conhecer maquete e apartamento-modelo decorado do empreendimento Flex Carapicuíba. "Vendemos 100% das unidades deste empreendimento em menos de 60 dias", diz Santos. As duas lojas tem previsão de inauguração ainda em setembro, sendo que a primeira delas, no Shopping Praça da Moça, em Diadema, foi aberta no último sábado (04/09).

Os empreendimentos Tecnisa Flex são voltados ao segmento econômico e conta com apartamentos de dois e três dormitórios, de variam entre 60 e 90 m².

Com as lojas nos shoppings, a expectativa é de um aumento de 30% na velocidade de vendas da linha Tecnisa Flex. "Com a loja, colocamos a casa dentro do shopping. Os clientes poderão conhecer o apartamento decorado e ter a sensação de que vivem naquele imóvel", afirma Rogério Santos, diretor de Marketing da Tecnisa.

Em março, a Tecnisa testou o conceito em uma loja de rua em Carapicuíba, São Paulo, onde os visitantes podiam conhecer maquete e apartamento-modelo decorado do empreendimento Flex Carapicuíba. "Vendemos 100% das unidades deste empreendimento em menos de 60 dias", diz Santos.

As duas lojas tem previsão de inauguração ainda em setembro. A primeira delas no Shopping Praça da Moça, em Diadema, será aberta neste sábado, dia 4/09.

Os empreendimentos Tecnisa Flex são voltados ao segmento econômico e conta com apartamentos de 2 e 3 dormitórios, de variam entre 60 e 90 metros quadrados.