domingo, 12 de setembro de 2010

Caixa prevê R$ 70 bi em crédito imobiliário.

SÃO PAULO - A Caixa Econômica Federal (CEF) revê a meta de crédito imobiliário para 2010 e prevê um novo recorde em financiamento habitacional - R$ 70 bilhões. Além disso, o banco deve testar o mercado, até o final do ano, emitindo papéis lastreados em ativos imobiliários - securitização - no valor de R$ 500 milhões para usar no crédito imobiliário. O banco domina 75% dos financiamentos imobiliários. De cada 4 contratos, 3 são da CEF.

Segundo o vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda, a operação é um teste para colocar cerca de R$ 20 bilhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) . "Ressalto que não teremos problema de funding, seja neste ano ou no ano que vem. Tudo está equacionado."

Para Hereda, como alternativa de recursos, "o ideal é que a gente produza o crédito e saia securitizando". Ele garantiu que investidores de fundos soberanos da Ásia e do Oriente Médio se interessaram pelos papéis. "Se chegarmos a um equilíbrio nas taxas e nos spreads, teremos mercado, inclusive externo." Para ele, fundos imobiliários e de pensão também podem se interessar.

A presidente da CEF, Maria Fernanda Ramos Coelho, ressaltou que esta é a segunda vez no ano que o banco revê a meta de financiamento. "Teremos um recorde: planejamos chegar a R$ 70 bilhões até dezembro."

Ela recorda que em 2003 o montante emprestado era de R$ 5 bilhões. Já em 2008 (também um recorde), R$ 23 bilhões. "No ano passado, chegamos novamente a um recorde, de R$ 47,05 bilhões, montante que ultrapassamos já neste ano - R$ 47,6 bilhões."

De acordo com a Caixa, se se fizer comparação com o mesmo período de 2009, o crescimento chega a 87,6%. No ano passado, foram emprestados R$ 25,2 bilhões. "Temos aumento da média de renda, recorde de empregos formais e o setor de construção está viabilizando imóveis. O déficit se transforma em demanda", ressalta a presidente do banco.

Maria Fernanda disse que os empréstimos estão mais aquecidos na faixa de renda de zero a 10 salários mínimos, principalmente com o programa "Minha Casa, Minha Vida". "Se atingirmos 1 milhão de unidades diminuiremos em 14% o déficit habitacional no Brasil." Desde a criação do programa, em abril de 2009, foram contratadas 630.886 mil unidades habitacionais no valor de R$ 35,85 bilhões.

A CEF relata que as propostas de empreendimentos que estão em análise pelo banco chegam a 418, 860 mil moradias, que, somadas às já contratadas, perfazem 1,044 milhão de unidades.

Do total contratado desde o lançamento do MCMV, 292, 229 mil unidades (46%) atenderam a faixa de renda até três salários mínimos, enquanto 65, 191 mil (10%) contaram com recursos do Orçamento Geral da União.

Do valor total aplicado, R$ 21,4 bilhões tiveram como fonte de recursos a caderneta de poupança, e R$ 20,7 bilhões são do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O restante provém de outras fontes de financiamento.

Para subsidiar os R$ 70 bilhões até o final do ano, Maria Fernanda diz que a CEF ainda não busca convênio com bancos de investimentos. "Temos recursos suficientes tanto em poupança como em letras, ou do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Não há dificuldade de captar recursos."

A carteira global de empréstimos do banco federal deve chegar a R$ 175 bilhões, um crescimento de quase 50%.

Preços

Maria Fernanda ressalta que não percebe uma disparada do preço de terrenos e imóveis. Segundo ela, as famílias financiam cerca de 30%, seja em dinheiro ou em recursos do FGTS. "Claro que existe a lei da oferta e da procura, mas, do outro lado, temos aumento de tíquete médio da Caixa."

Na mesma linha, Jorge Hereda acredita que é natural o preço dos imóveis se reajustarem. Para ele, o desafio é achar o caminho para empresas produzirem unidades e famílias as adquirirem.

Preparo

Jorge Hereda ressalta que a CEF se prepara internamente para suprir o aumento de demanda para um possível aumento no volume de empréstimos. Medidas como ampliar e treinar correspondentes imobiliários já foram adotadas. A estimativa do executivo é que haja 10 mil correspondentes em todo o País. "Queremos melhorar os prazos. Antevemos a possibilidade de fazer financiamentos mais curtos."

Hereda ressaltou que outra forma de ampliar a capacidade de atendimento acontece em associações com bancos e construtoras. Um dos casos é Banco PanAmericano. "É uma rede de atendimento a mais. Estamos fechando acordo para viabilizar o atendimento. Para atender construtoras, montamos uma mesa corporate em Brasília."

Para o próximo ano, o executivo relata que as metas deste ano devam ser mantidas. "Em 2008 tivemos R$ 23,3 bilhões; pensamos em R$ 27 bilhões no ano seguinte, fizemos R$ 47 bilhões; este ano, esperávamos R$ 55 bilhões e os ultrapassaremos. Não é apenas ter funding, mas sim capacidade de atendimento", destaca Hereda.

Na opinião dele, os municípios devem se preocupar em destinar áreas urbanas para abrigar a população de baixa renda. "Enquanto isto não acontecer, não poderemos atender toda a demanda de uma cidade como São Paulo e Rio de Janeiro", critica.

A Caixa Econômica Federal projeta um total de R$ 70 bilhões concedidos em crédito imobiliário este ano até dezembro, valor recorde para o banco. Para conseguir fontes alternativas para atender a forte demanda, o banco vai fazer um teste de mercado: a emissão de R$ 500 milhões em títulos lastreados em ativos imobiliários até o final do ano.

Segundo o vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda, a operação é uma prévia para colocar cerca de R$ 20 bilhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) . "Ressalto que não teremos problema de funding, seja neste ano ou no ano que vem. Tudo está equacionado."

Para Hereda, como alternativa de recursos, "o ideal é que a gente produza o crédito e saia securitizando". Ele garantiu que investidores de fundos soberanos da Ásia e do Oriente Médio se interessaram pelos papéis. "Se chegarmos a um equilíbrio nas taxas e nos spreads, teremos mercado, inclusive externo." Para ele, fundos imobiliários e de pensão também podem se interessar.

E os números mostram que o mercado está aquecido para este tipo de emissão. Segundo levantamento da Anbima, a captação via Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) alcançou o volume recorde de R$ 2,02 bilhões em agosto. A oferta deve ganhar impulso com o crescimento dos fundos imobiliários, que são obrigados a investir 75% de seus recursos em ativos imobiliários, e que têm R$ 6,5 bilhões em cotas ainda em análise na CVM. Outro fator que deve contribuir é o incentivo fiscal que o governo pretende dar a este tipo de emissão, anunciado ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Fonte DCI.

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