Folha de São Paulo, Janela, 05/set
São boas as notícias para quem está planejando adquirir a casa própria. A oferta de crédito imobiliário continuará sendo suficiente por algum tempo, atendendo ao crescimento contínuo da demanda.
Segundo a Abecip, em 2010 o total de recursos da Poupança a serem direcionados ao crédito imobiliário deverá chegar a R$ 57 bilhões. Se o dado se confirmar, representará um aumento de 68% em relação a 2009.
Mas em dois anos a Poupança poderá se tornar insuficiente, uma vez que a procura por créditos está crescendo em velocidade maior que a dos saldos das cadernetas. No primeiro semestre de 2010, os financiamentos imobiliários cresceram 77,27%, enquanto o saldo da Poupança se elevou em 20,32%, na comparação com o mesmo período de 2009.
O mercado financeiro está atento e deverá aumentar a captação defunding para o financiamento habitacional pela via da securitização de suas carteiras de crédito, colocando Certificados de Recebiveis Imobiliários (CRIs) junto aos investidores.
A Caixa anunciou no SindusCon-SP que pretende lançar títulos lastreados na securitização de recebíveis dos seus financiamentos habitacionais, para uma primeira captação de R$ 500 milhões.
Outras instituições financeiras avançam pelo mesmo caminho. F, um novo mecanismo para in¬crementar o funding habitacional, os covered bonds, será lançado para atrair investidores de longo prazo, como os fundos de pensão.
A questão é se os órgãos públicos encarregados de icenciar e aprovar os empreendimentos imobiliários estão se preparando para atender com agilidade ao crescente número de projetos a serem apresentados. Os fatos mostram que não estão, na velocidade necessária.
Aqui temos um evidente gargalo que se estreita cada vez mais. A aprovação de um projeto habitacional, que até há pouco tempo demorava um par de meses para se efetivar, agora pode demorar dez meses ou mais. O número de servidores responsáveis pelas aprovações não está crescendo no mesmo ritmo do aumento de projetos e freqüentemente estacionou no patamar de dois anos atrás ou mais.
Além disso, novas exi¬gências têm sido feitas, como o de apresentação, por parte das construtoras, de providências para miti¬gar os efeitos no trânsito, sobretudo por parte de empreendimentos imobi¬liários de grande porte.
Os órgãos públicos deveriam atentar ao que fez a Caixa, a fim de dar vazão à análise dos milhares de projetos apresentados pelas construtoras para aprovação dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida. Diante da premência de precisar completar a contratação da construção de um milhão de unidades habitacionais até o fim deste ano, a instituição capacitou mais funcionários e terceirizou serviços de análise. Soluções como estas precisam ser adotadas imediatamente pelos órgãos públicos para não frustrar os futuros mutuários da casa própria.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
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